15 julho, 2009

Ritual do Renascimento

Fênix

Ovídio nos fala da seguinte maneira sobre a Fênix: "A maior parte dos seres nasce de outros indivíduos, mas há uma certa espécie que se reproduz sozinha. Os assírios chamam-na de fênix. Não vive de frutos ou de flores, mas de incenso e raízes odoríferas. Depois de ter vivido quinhentos anos, faz os ninhos nos ramos de um carvalho ou no alto de uma palmeira. Nele ajunta cinamomo, nardo e mirra, e com essas essências constrói uma pira sobre a qual se coloca, e morre, exalando o último suspiro entre os aromas. Do corpo da ave surge uma jovem fênix, destinada a viver tanto quanto a sua antecessora. Depois de crescer e adquirir forças suficientes, ela tira da árvore o ninho e leva-o para a cidade de Heliópolis, no Egito, depositando-o no templo do "Sol".
Tal é a narrativa de um poeta. Vejamos a de um narrador filosófico.

"No consulado de Paulo Fábio, a milagrosa ave conhecida no mundo pelo nome de fênix, que havia desaparecido há longo tempo, tornou a visitar o Egito" - diz Tácito. "Era esperada em seu vôo por um grupo de diversas aves, todas atraídas pela novidade e contemplando maravilhadas tão bela aparição".
Depois de uma descrição da ave, que não difere muito da antecedente, embora acrescente alguns pormenores, Tácito continua: "O primeiro cuidado da jovem ave, logo que se empluma e pode confiar em suas asas, é realizar os funerais do pai. Esse dever, porém, não é executado precipitadamente. A ave ajunta uma certa quantidade de mirra, e, para experimentar suas forças, faz freqüentes excursões, carregando-a nas costas. Quando adquire confiança suficiente em seu próprio vigor, leva o corpo do pai e voa com ele até o altar do Sol, onde o deixa, para ser consumido pelas chamas odoríferas.”
Outros escritores acrescentam alguns pormenores. A mirra é compacta, em forma de um ovo, dentro do qual é encerrada a fênix morta. Da carne da morta nasce um verme, que quando cresce se transforma em ave.
Heródoto descreve a ave, embora observe: "Eu mesmo não a vi, exceto pintada. Parte de sua plumagem é de ouro e parte carmesim; quanto a seu formato e tamanho são muito semelhantes aos de uma águia."
O primeiro escritor que duvidou da crença na existência da fênix foi Thomas Brown, em seus "Erros Vulgares", em 1646. Suas dúvidas foram repelidas, alguns anos depois, por Alexander Ross, que diz, em resposta à alegação de que a fênix aparecia tão raramente: "Seu instinto lhe ensina a manter-se afastada do tirano da criação, o homem, pois se fosse apanhada por ele, seria sem dúvida devorada por algum ricaço glutão, até que não houvesse nenhuma delas no mundo”.
Este ser encantado traz consigo um ensinamento valioso: O de renascer das cinzas.

Quem já esteve em uma situação de cogitar toda sua existência e chegou a duvidar da utilidade de sua vida pode buscar o poder deste ser fabuloso para encontrar um novo modo de viver.
Particularmente, as bruxas são geralmente pessoas que já foram muito machucadas.
Quer seja por um grande golpe em sua alma extremamente sensível, por um amor que não soube merecer o coração puro e verdadeiro dos filhos da Deusa ou por um mundo onde o poder dominador do patriarcado, ou de toda forma de opressão, tolheu o direito de viver plenamente sua religiosidade, sexualidade e cidadania, encontrando na Bruxaria um abrigo onde pode se desenvolver e compartilhar suas experiências.


Dançando com a Fênix:
Ervas e incensos: Angélica; cânfora; Aniz.
Cores: amarelo e dourado
Material:
2 velas amarelas ou douradas
1 vela azul claro
1 vela marrom
Incenso de cânfora
Caldeirão com 3 dedos de água e 13 folhinhas de hortelã
Bastão de amora
Óleo de mirra
Óleo de rosas
Óleo de patchouli
O efeito esperado:
Resgatar a dignidade e o amor próprio

O Trato
Prepare antes os objetos.
Prenda a vela marrom no fundo do caldeirão. Adicione a água até uns 3 dedos de altura e espalhe as folhas de hortelã. Reserve.
Procure um local fechado e protegido de curiosos. Dispa-se e trace o círculo como de costume. Esse encantamento deve ser feito em nudez, pois ninguém nasce ou renasce com roupas. Sente-se de frente para o norte e unte a vela marrom com o óleo de mirra.
Acenda a vela marrom . De olhos fechados, comece uma busca pelos fatores que te feriram tanto. Visualize e sinta este poder nas mãos. Traga-o para suas mãos até que elas se fechem e se crispem voluntariamente. É preciso que sinta este poder bem vivo tentando te dominar, mas sem permitir que te turve o raciocínio e a percepção. Mantenha a calma.
Após conseguir capturar esta força destrutiva, jogue-a com as mãos dentro do caldeirão. Como se estivesse se livrando de melecas que grudaram em seus dedos.
Respire fundo. Acalme-se e prepare-se para entrar em contato com seu espírito.
Vire-se para o oeste e a vela azul com óleo de rosas.
Acenda a vela azul. Visualize um lago calmo onde você nada como uma sereia. Não se preocupe, pois agora você está em casa. Revire cada recife, cada planta, pedra ou habitante deste lugar. Descubra cada canto deste paraíso. Cada cor, cada nuance. A água morna em sua pele. Quando estiver satisfeita, volte para a margem e se despeça do povo das águas. Abra os olhos.
Agora, vamos reconstruir seus caminhos. Fitando a chama da vela azul, busque soluções para suas dores, por mais absurdas que possam parecer. Imagine como seria sua vida se você pudesse contornar ou resolver este problema. Assim será!
Com esta sensação de poder construtivo invadindo seu ser, vire-se para o sul.
Agora você está plena. Unte a vela dourada e acenda. Você fará um compromisso com este poder que emana do fogo e com você mesma. Comprometa-se a ser diferente a partir daquele instante. Você renasceu das próprias cinzas. Sua dor, ao invés de te matar, te fez mais forte. Mentalize seu espírito emanando fogo etéreo pelos poros. Um fogo que não queima, mas que ilumina tudo ao seu redor.
Volte-se novamente para o norte e encare a vela marrom com firmeza. O poder que antes te fazia sofrer agora nada mais é que uma fagulha comparada ao seu poder pessoal. Com respeito, mas firme, determine que nunca mais será abalada por essas energias. Diga que você aprendeu com elas, que cumpriram seu papel e que não são mais necessárias em sua vida. Com a varinha mágica, mexa o caldeirão em sentido anti-horário enquanto mentaliza as energias se desintegrando e voltando para o seio da Mãe Terra. Permita que a vela queime até que a água apague a chama. Então mastigue algumas folhinhas de hortelã, que agora é um antídoto contra os venenos que te consumiam antes de seu renascimento.

Desfaça o círculo mágico como de costume. Guarde os restos das velas. Quando tiver oportunidade, desprograme as velas para que possam ser novamente utilizadas a serviço da Deusa.

Seja bem-vinda a nova vida!

20 junho, 2009

Solstício de Inverno


No dia 21 de junho às 03h46m (madrugada) teremos o Solstício de Inverno no Hemisfério Sul. Popularmente falamos que o Inverno começa oficialmente nesta data para nós aqui no Brasil e para todo hemisfério sul.
Época de comer pipoca enrolado em um cobertor e assistir um bom filme, quem sabe um vinho e um bom papo. Ou simplesmente um bom chocolate quente.
Mas, você sabe por que isto ocorre? Por que é diferente em cada hemisfério? Algumas pessoas pensam que o Inverno é quando nosso planeta fica mais distante do Sol, ou mesmo porque o nosso hemisfério fica mais afastado. Isto não é verdade. A causa das estações do ano, Primavera, Verão, Outono e Inverno e o fato de serem diferentes em cada hemisfério, está relacionada ao eixo inclinado da Terra em relação ao plano da eclíptica e sua órbita ao redor do Sol. As estações do ano do Verão e Inverno são os chamados pontos de Solstícios. As estações do ano da Primavera e Outono são os chamados pontos de Equinócios. Um dos 14 movimentos que nosso planeta executa é o de Translação. Este movimento é a trajetória ligeiramente elíptica que a Terra realiza em torno do Sol. Para dar uma volta completa ela demora aproximadamente 365 dias e 6 horas e o faz a uma velocidade de 30 km/s, ou seja, a cada segundo nosso planeta percorre uma distancia de 30 km no espaço.
Rapidinha não é?
E você pensou que estava parado sentado no sofá de sua casa... Repare que a diferença de 6 horas é acumulada e compensada a cada 4 anos com um ano bissexto, incluindo um dia no mês de Fevereiro.
O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação constante e sempre na mesma direção de 23,5º em relação ao plano de sua órbita expondo hemisférios diferentes a diferentes incidências de raios solares.
No Peru, em Machu Picchu a pedra denominada Intihuatana marca um ponto de solstício.
Esta palavra significa o ponto de amarrar o Sol para que ele não se afaste mais.
Em Malta, neste templo em Mnajdra construído por volta de 3.000 a.C., a luz que entra exatamente alinhada por uma abertura, no Solstício de Verão, vai iluminar um ponto específico do altar, na parte interna da construção.

Hoje é a noite mais longa do ano, o Solstício de Inverno. Na tradição Pagã, ocorre a festa de Yule.
O Yule é celebrado no Solstício de Inverno, é o dia 21 de Junho no hemisfério Sul. A palavra Yule (pronuncia-se “iúle”) provavelmente vem da palavra escandinava “iul”, que significa “roda”.
Yule é a celebração da vitória do Rei do Carvalho (Rei Sol) sobre o Rei do Azevinho (Senhor das Sombras) porque a partir desta data os dias começam a ficar cada vez mais longos novamente, até o verão. Este Sabbat representa o retorno da luz, quando a Deusa dá nascimento ao Deus Sol e as esperanças renascem, pois ele trará calor e fertilidade à Terra. Nesta data, os antigos Druidas colhiam o visco, considerado mágico e com poderes de cura.
Celebrar o Solstício de Inverno é reafirmar a continuação dos ciclos da vida, pois Yule é o tempo de celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada da Primavera. É momento de contar histórias, cantar e dançar com a família, celebrando a vida e a união. E de se acender fogo - fogueira, velas - como elemento mágico capaz de ajudar o Sol a retornar para a nossa vida, corações e mentes.

Para quem está em sintonia com a natureza e as forças divinas que existem dentro de nós, que esta seja uma linda noite de Yule e que o retorno da Luz ilumine as nossas vidas!

05 junho, 2009

Índios do Brasil

Historiadores afirmam que antes da invasão dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território, que hoje é brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente.
Estes índios que hoje são brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro (que já era deles), principalmente em reservas indígenas demarcadas, "protegidas" e controladas pelo governo.

São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da invasão dos portugueses. O contato com invasor fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural, através da tortura, escravidão, estupros e genocídio.

A sociedade indígena na época da chegada dos invasores, segundo os invasores.

O primeiro contato entre índios e os invasores ocorreu por volta de 1500 (Os invasores chamam de Descobrimento).
As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito da opinião dos invasores sobre os índios, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas, estes foram os principais responsáveis pela perda da identidade cultural e religiosa do povo nativo e escravizado.
O que sabemos realmente da cultura e modo de vida dos índios vem dos próprios índios e historiadores e pesquisadores que se propuseram a contar os fatos que aconteceram naquela época com provas cientificas e documentos dos próprios índios.
Os indígenas viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e mandioca.
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações. A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou ornamentos para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.

A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do invasor. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra pertence a todos e quando um índio caça, divide com sua tribo. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça e pesca.

Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique.
Pajés, são conhecidos como pessoas de destaque em uma tribo indígenas. Em muitas são considerados curandeiros, tidos por muitos como portadores de poderes ocultos ou orientadores espirituais, podem assumir o papel de médicos, sacerdotes e fazem o uso de plantas para fins medicinais ou invocação de entidades. Normalmente o conhecimento da utilização da planta correta para cada caso ou situação, é passado de geração em geração, trazendo assim uma responsabilidade para o último Pajé da tribo. Os índios acreditam que os Pajés têm ligacões diretas com os Deuses, é um representante escolhido pelos Deuses para passar a profecia ao povo.
O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.

A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por uma prova e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

Os contatos entre indígenas e os invasores
Interessados nas terras, na madeira, no ouro e na mão de obra escrava, os invasores usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, mataram os índios, estupraram as índias, mataram seus lideres e escravizaram seus filhos e filhas. Esse holocausto seguiu-se por séculos, resultando no pequeno número de índios que temos hoje.
Os invasores achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.

Religião Indígena
Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados, eles eram politeístas. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.

Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada

Ticuna: Os ticunas são um povo ameríndio que habita atualmente entre Peru e Manaus no Brasil, e no Trapézio Amazônico na Colômbia, que fica entre o rio Putumayo, Içá e o rio Amazonas no baixo Caquetá-Japurá. Atualmente contam mais de 30 mil pessoas. É a maior tribo indígina do Brasil, contando com mais de 100 aldeias no país.

Guarani: O Povo Guarani é um dos maiores povos indígenas do Brasil, situado na América Latina. Atualmente somam cerca de trinta mil pessoas, distribuídos nos Estados do Mato-Grosso-do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, S. Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, comportados nas Regiões Oeste, Leste e Sul do Brasil. Os países vizinhos ao Brasil, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia possuem também, essa tão espiritualizada etnia indígena. Nos séculos XVII e XVIII somavam para mais de dois milhões de indígenas, só no Brasil.

Caingangues: Os caingangues (ou ainda kaingang, kanhgág) são um povo indígena do Brasil meridional. Sua língua pertencente à família linguística jê, do tronco macro-jê. Atualmente, os caingangues ocupam cerca de trinta áreas reduzidas, distribuídas sobre seu antigo território, nos estados meridionais brasileiros de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com uma população aproximada de 29 mil pessoas. Os caingangues estão entre os cinco povos indígenas mais populosos no Brasil.

Macuxi: Os índios Macuxi ocupam uma vasta área índigena (1 milhão e 678 mil hectares) no Norte da Amazônia e do Estado de Roraima, bem junto da fronteira com a Guiana. Estão distribuídos por várias comunidades.

Terena: Os Terena são um grupo indígena brasileiro que pertencem ao subgrupo dos guanás. Vivem principalmente no estado de Mato Grosso do Sul (Áreas Indígenas Aldeinha, Buriti, Dourados, Lalima, Limão Verde, Nioaque, Pilade Rebuá, Taunay/Ipegue e Terras Indígenas Água Limpa e Cachoeirinha, a oeste da Reserva Indígena Kadiwéu, na Área Indígena Umutina e a leste do rio Miranda). Podem ser encontrados também no interior do estado brasileiro de São Paulo (Áreas Indígenas Araribá e Icatu). Além disso, situam-se ainda na margem esquerda do alto rio Paraguai, em Mato Grosso. São índios agricultores. Um aspecto interessante a ser destacado sobre eles, é a adaptabilidade que essa etnia tem em relação a outras.

Guajajara: Os Guajajara são um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Habitam 11 Terras Indígenas na margem oriental da Amazônia, todas situadas no Maranhão. O número exato dos guajajara é desconhecido, pois as estatísticas da Funai são incompletas, ignorando várias aldeias. Segundo os dados da Funai, completados pelos do autor, existiam pelo menos 13.100 em 2000 apenas nas terras indígenas. O número dos Guajajara que vivem em cidades como São Luís, Barra do Corda, Grajaú, Imperatriz ou Amarante, no entanto, é desconhecido e nem há estimativas sobre ele.

Xavante: Os xavantes são um grupo indígena que habita o leste do estado brasileiro do Mato Grosso, mais precisamente nas reservas indígenas de Areões, Marechal Rondon, Parabubure, Pimentel Barbosa, São Marcos, Áreas Indígenas Areões I, Areões II, Maraiwatsede, Sangradouro/Volta Grande, Terras Indígenas Chão Preto, Ubawawe, bem como o Noroeste de Goiás, nas Colônias Indígenas Carretão I e Carretão II.
Atualmente, sua população é composta de 10 mil pessoase está crescendo.

Yanomami: Os Yanomami formam uma sociedade de caçadores-agricultores da floresta tropical do Norte da Amazônia cujo contato com a sociedade nacional é, na maior parte do seu território, relativamente recente. Seu território cobre, aproximadamente, 192.000 km², situados em ambos os lados da fronteira Brasil-Venezuela na região do interflúvio Orinoco - Amazonas (afluentes da margem direita do rio Branco e esquerda do rio Negro). Constituem um conjunto cultural e lingüístico composto de, pelo menos, quatro subgrupos adjacentes que falam línguas da mesma família (Yanomae, Yanõmami, Sanima e Ninam). A população total dos Yanomami, no Brasil e na Venezuela, é hoje estimada em cerca de 26.000 pessoas. No Brasil, a população yanomami é de 12.795 pessoas, repartidas em 228 comunidades.

Pataxó: Os índios da etnia Pataxó habitam o sul da Bahia.

Potiguara: povo indígena do litoral do nordeste brasileiro, desde Alagoas ao Rio Grande do Norte. Concentram-se, hoje em dia, no norte do estado da Paraíba (cidades de Baía da Traição e Rio Tinto).

Características da alimentação indígena(*)

Podemos dizer que a alimentação indígena é natural, pois eles consomem alimentos retirados diretamente da natureza. Desta forma, conseguem obter alimentos isentos de agrotóxicos ou de outros produtos químicos. A alimentação indígena é saudável e rica em vitaminas, sais minerais e outros nutrientes.
Como os índios não consumem produtos industrializados, ficam livres dos efeitos nocivos dos conservantes, corantes artificiais, realçadores de sabor e outros aditivos artificiais usados na indústria alimentícia.
Somada a uma intensa atividade física, a alimentação indígena proporciona aos integrantes da tribo uma vida saudável. Logo, podemos observar nas aldeias isoladas (sem contatos com o homem branco), indivíduos fortes, saudáveis e felizes. Obesidade, estresse, depressão e outros males encontrados facilmente nas grandes cidades passam longe das tribos.
Numa aldeia indígena, o preparo dos alimentos é de responsabilidade das mulheres. Aos homens, cabe a função de caçar e pescar.

Principais alimentos consumidos pelos índios brasileiros:
- Frutas
- Verduras
- Legumes
- Raízes
- Carne de animais caçados na floresta (capivara, porco-do-mato, macaco, etc).
- Peixes
- Cereais
- Castanhas

Pratos típicos da culinária indígena:
- Tapioca (espécie de pão fino feito com fécula de mandioca)
- Pirão (caldo grosso feito de farinha de mandioca e caldo de peixe).
- Pipoca
- Beiju (espécie de bolo de formato enrolado feito com massa de farinha de mandioca fina)

* Este texto refere-se aos índios que não possuem contato com os invasores e que ainda seguem sua cultura. Infelizmente, muitas tribos deixaram de lado a alimentação saudável quando entraram em contato com o invasor.

Os índios possuem uma maneira própria de organizar a vida. Entre eles tudo é dividido com o objetivo de fazer a aldeia funcionar em harmonia. A divisão de trabalho, por exemplo, segue basicamente critérios de idade, sexo e acumulo de conhecimento e cultura. Na grande maioria das aldeias indígenas brasileiras esta divisão funciona como podemos observar abaixo.
Funções e divisão do trabalho entre os índios brasileiros:

- Homem adulto: são responsáveis pela caça de animais selvagens. Devem garantir a proteção da aldeia e, se necessário, atuarem nas guerras. São os homens que também devem fabricar as ferramentas, instrumentos de caça e pesca e a casa.

- Mulheres adultas: cabe às mulheres cuidarem dos filhos, fornecendo-lhes alimentação e os cuidados necessários. As mulheres também atuam na agricultura da aldeia, plantando e colhendo. As mulheres também devem fabricar objetos de cerâmica e preparar os alimentos para o consumo. Devem ainda coletar os frutos, fabricar a farinha e tecer redes.

- Crianças: os curumins da aldeia também possuem determinadas funções. Suas brincadeiras são destinadas ao aprendizado prático das tarefas que deverão assumir quando adultos. Um menino, por exemplo, brinca de fabricar arco e flecha e caçar pequenos animais. Já as meninas brincam de fazer comida e cuidar de crianças, usando bonecas.

- Cacique: é o chefe político e administrativo da aldeia. Experiente, ele deve manter o bom funcionamento e a estrutura da aldeia.

- Pajé: possui grande conhecimento sobre a cultura e religião da tribo. Conhece muito bem o poder das ervas medicinas e atua como uma espécie de “médico” e “curandeiro” da aldeia. Mantém as tradições e repassa aos mais novos através da oralidade. Os rituais religiosos também são organizados pelo pajé.



Diversão

Além de trabalharem, os índios também se divertem. Nas aldeias, eles fazem festas, danças e jogos. Porém, estas formas de divertimento possuem significados religiosos e sociais. Dentre os jogos, por exemplo, destacam-se as lutas. Estas são realizadas como uma forma de treinamento para guerras e também para desenvolver a parte física dos índios.
Embora tenham diminuído significativamente desde a chegada dos invasores, ainda existem vários povos indígenas habitando o território brasileiro. Cada um com sua cultura, língua, arte, religião, hábitos, tradições, mitos e costumes.

04 junho, 2009

Invocação a Lua Orvalhada


Invocação a Lua Orvalhada

Ó preguinante, orvalhada Lua a navegar pelos céus,
Que brilha para todos,
Que fui através de todos,
Luz do mundo.
Donzela, Mãe, Anciã,
Ser criativo, Ser refrescante
Isis, Astartéia, Cibele
kore, Ceridwen, Levanah
Luna, Maria, Ana
Riannon, Selene, Deméter, Mab
Olhe com nossos olhos, ouça com nossos ouvidos,
Toque com nossas mãos, respire com nossas narinas,
Beije com nossos lábios, abra nossos corações,
Penetre em nós!
Toque-nos, Transforme-nos, Faça-nos um todo.

Cuidado com as Armadilhas II


Cuidado com as Armadilhas II


Gente, olha o anúncio circulando na rede:


"E atenção para os estudantes da magia! Esta será a primeira Iniciação de Brasília de novos Bruxos e Magos feita por mim. As Vozes têm insistido muito nessas Iniciações, pois o mundo precisa dessa energia mágica para passar pelas mudanças que se aproximam. A Iniciação em Magia, ou Iniciação na Wicca, é uma espécie de bolsa de estudos para quem deseja se aprofundar nesse caminho. Quem for iniciado terá caminhos abertos em tudo o que desejar estudar. Os livros certos virão, a mente ficará mais aberta e mestres espirituais terão acesso fácil ao estudioso. A pessoa também ganhará uma proteção extra, pois os Irmãos das Sombras não gostam de ver gente “despertando”, preferindo mantê-los na ilusão do consumo, da aparência e da superficialidade. Para que essas pessoas que desejam estudar não sejam atrapalhadas, de dia ou de noite, acordadas ou dormindo, por seres que trabalham contra a evolução, elas ganham uma guarda pessoal que os protege enquanto estiverem no caminho da construção. Vale lembrar que essas pessoas terão acesso às egrégoras que comigo trabalham, mas devem se comportar. Ou seja, escolham o caminho correto, sejam bons e sábios, controlem o ego. Quando a pessoa sai do caminho, seja por desistência, seja por escolha própria em mudar de alinhamento, ela perderá automaticamente tanto o contato com os mestres quanto a proteção, podendo acessar seres na linha contrária (no caso dela escolher trabalhar com magia de forma egoísta e destrutiva), ou prosseguirá na sua vidinha normal (no caso de simplesmente desistir de continuar estudando e praticando). A todos é dado o livre arbítrio. Podemos escolher servir ou não. Estudar ou não. Crescer ou não. Viver na ilusão ou despertar para a realidade da magia. Progredir ou não.
Aos que escolherem seguir os caminhos da Lua e do Sol, eis o que precisam:
1. Assistir ao menos duas aulas de magia durante o Avalon, independente do dia e da professora.
2. Estar presente durante a Iniciação, no domingo às 18 horas.
3. Estar disposto a seguir a linha da construção.
As roupas podem ser simples, mas devem ser confortáveis. O indicado é uma roupa ritual ou uma roupa nova, com saia ou vestido para as mulheres e calça, blusa ou bata para os homens. O manto é opcional. Quem tiver instrumentos mágicos, pode levar que eles serão consagrados no dia.
No sábado, às seis, teremos o lançamento de Alcatéia - Prateada em Brasília. O livro traz uma bela história, mas com muitas magias e encantamentos, nem todos óbvios. Quem puder comparecer e prestigiar nosso trabalho, receberá o carinho e gratidão da Carolina Mylius, a ilustradora, e meu, a escritora. Esperamos vocês lá!
Os lobos da Alcatéia agora correm sob a Lua em direção ao Planalto Central, onde o KODAMA, o melhor evento de anime e cultura nos recebe no AVALON - DF. Música e dança medieval, estandes para vendas, cursos, palestras e aulas de magia prática e de narrativa e roteiro ocupam todo o segundo andar do Bloco I da UNIP. No sábado, teremos o lançamento de Alcatéia - Prateada em Brasília, às seis da tarde. No domingo, teremos a primeira Iniciação de Magos e Bruxas de Brasília. Fique por dentro e não perca! A programação já está noBlog do Avalon!"


Não preciso tecer comentários! Lembre-se Cuidado com as Armadilhas!


Se quiser mais esclarecimentos sobre o anúncio acima leia o Manifesto da Mavesper Cy Ceridwen, Sacerdotisa Wiccaniana há 16 anos e Presidente Nacional da Abrawicca.

18 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável


DICIONÁRIO


A criação e publicação desse Dicionário usando o termo Inexplicável, foi para brincar e dizer que muitas coisas são explicadas e não tem nada haver com a Bruxaria e sim com outras religiosidades.

Este não é um dicionário mágico, de Bruxaria e sim sobre fatos, termos e pessoas ou qualquer outra coisa que estejam relacionadas ou não com a Bruxaria mas que tiveram seus caminhos cruzados em algum momento da História, e você encontrará algumas curiosidades.


A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "Z"

Zodíaco_ é uma faixa imaginária do firmamento celeste que inclui as órbitas aparentes da Lua e dos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. As divisões do zodíaco representam constelações na astronomia e signos na astrologia. Na astrologia Ocidental, o Zodíaco é representado como uma circunferência onde estão colocados os planetas da forma como se apresentavam no céu no momento do nascimento do assunto estudado (pessoa, cidade, País, negocio) - Este é o "mapa astrológico" da pessoa ou evento. Todos os signos astrológicos do Zodíaco, bem como todos os números associados á astrologia cabalística, possuem uma estreita e correlativa relação entre si, ao passo que ambos são formas de representar as mesmas essências ou forças espirituais que atuam sobre o nosso mundo e sobre as nossas vidas.
Os processos místicos e mágicos passam pela manipulação destas forças e energias espirituais a favor do seu humano, pelo que o entendimento da astrologia, dos signos do Zodíaco e as suas correspondências numerológicas, é fundamental para poder manipular o universo de essências e poderes transcendentais.O Assassino do Zodíaco é um assassino em série estadunidense que atuou no Norte da Califórnia durante 10 meses desde o final da década de 1960. Sua identidade permanece desconhecida.

O Zodíaco colocou seu nome em uma série de cartas ameaçadoras que enviou à imprensa até 1974. Em suas cartas incluiu quatro criptogramas, dos quais três ainda não foram decifrados. Em Abril de 2004, o Departamento de Polícia de São Francisco marcou o caso como inativo, mas o reabriu após Março de 2007. O caso está aberto até hoje em outras jurisdições.

Zumbi_ Um zumbi, também grafado como zombi e zombie (em francês, no Haiti) é tradicionalmente um morto-vivo que foi associado erroneamente ao Vudu, crença espiritual do Caribe. O conceito do zumbi serve também como referência à servidão ou desgaste físico e doença.
Esta criatura é um ser humano dado como morto que, segundo a crença popular, foi posteriormente desenterrado e reanimado por meios desconhecidos. Devido à ausência de oxigênio na tumba, os mortos vivos seriam reanimados com morte cerebral e permaneceriam em estado catatônico, criando insegurança e medo nos vivos. Como exemplo desses meios, pode-se citar um ritual necromântico, realizado com o intuito maligno de servidão ao seu invocador.A figura dos zumbis ganhou destaque num gênero de filme de terror no qual essas criaturas manifestam apetite pela carne humana.
A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano quimbundo "nzumbi", e significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.

Zumbi foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares. Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto. Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
Zumbi é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "Y"

Yetzirah_O Sepher Yetzirah é um dos textos mais antigos e mais misteriosos da Cabala. As primeiras referências a este texto datam do século I e comentários sobre ele foram realizados desde o século X; o texto em si mesmo, possui cópias do século VI.
Em geral a Cabala é dividida em 3 categorias, conforme Arieh Kaplan: a teórica, a meditativa e a mágica. A Cabala teórica é expressa em sua forma atual é baseada no Zohar, e refere-se mais aos aspectos dinâmicos do domínio espiritual, especificamente os mundos, as almas, os anjos e o Sephiroth. Este ramo da Cabala atingiu seu apogeu na escola de Tzfat no século XVI. A vasta maioria dos textos da Cabala, referem-se a esta categoria.
A Cabala meditativa trata dos nomes divinos,permutação de letras, e métodos similares para atingimento de estágios elevados de consciência, que podem ser comparados a certas formas de Yoga. A maioria dos textos principais nunca foi publicada, mas permanecem em manuscritos sagrados em templos e museus.
Alguns destes métodos gozaram de um breve renascimento em meados do século XVIII com a ascensão do movimento Hassídico.
A terceira categoria de Cabala mágica, está próxima da Cabala meditativa; consiste de diversos signos, encantamentos e uso de nomes divinos, através dos quais pode-se influenciar os eventos naturais.
Muitas das técnicas lembram aquelas das meditações, mas o seu sucesso depende da habilidade de se induzir estados de consciência onde poderes telecinéticos ou espirituais podem efetivamente ser canalizados. Assim como na segunda categoria, os seus textos nunca foram impressos, embora alguns fragmentos chegasses a ser divulgados como aqueles do Livro de Raziel.
O Sepher Yetzirah é considerado um texto da Cabala meditativa com fortes sobretons de magia. Assim expressam as primitivas tradições Talmúdicas, que indicam que ele podia ser utilizado para a criação de criaturas vivas. Significativas são as muitas referências e lendas de que o Sepher Yetzirah podia ser utilizado para criação de um Golem, uma espécie de andróide místico. Um filósofo do século XII disse que o texto não contém filosofia, mas sim a sabedoria Divina da criação.
A expressão "abra-kadabra" possuí uma explicação talmúdica, significando a contração de: "Rava criou um homem". Continua a lenda que Rava vendo que seu andróide não respondia a suas perguntas, constatou que era um Golem, e disse-lhe para "retornar ao pó". O Sepher ha-Bahir complementa que o Golem não podia falar, porque Rava não estava ainda de todo livre da tintura do pecado.

Yaksha_ Do sânscrito, yaksha é uma categoria de espíritos da natureza, no geral benevolentes, guardiões de tesouros escondidos na terra e nas raízes das árvores. Eles aparecem na mitologia Hindu, Jainista e Budista.
Os yaksha tem uma dupla personalidade. Por um lado, são inofensivos elementais da natureza, associados às arvores e às montanhas; mas há uma versão muito mais sombria deste mito, onde o yaksha é uma espécie de ogro canibal, fantasma ou demônio, que caça e devora a esmo os viajantes da floresta, similar aos Rakshasa, seres considerados dos mais horripilantes na mitologia hindu.
O vocábulo também é traduzido como "o superprotetor" ou como "o fantasma", dependendo do contexto.

Yantra_ Os Yantras são desenhos geométricos de origem indiana, conhecido também como Mandala na região do Tibet. O simples ato de fixar os olhos em seu ponto central (bindu) auxilia na indução para a meditação produzindo paz interior e principalmente promover insight para os momentos especiais, onde só o nosso interior tem a resposta.
O uso destes diagramas mágicos é o caminho mais curto para aderir o princípio energético vibratório das formas e das cores que irão atuar no inconsciente produzindo um fluxo de ação.

Yggdrasill_ Na mitologia nórdica, Yggdrasill é a árvore da vida ou árvore do mundo. Ela representa a ligação cosmológica dos noves mundos da mitologia nórdica, tendo sua copa ligada a Asgard (o mundo dos Deuses), seu tronco a Midgard (o mundo dos mortais) e suas raízes a Niflheim (o mundo subterrâneo). É dito que as frutas de Yggdrasil são guias para as respostas da humanidade bem como suas folhas possuem poderes especiais.

Yin-Yang_ Na concepção chinesa do mundo, o universo consiste em yang - o elemento masculino e em yin, o elemento feminino. Em 1850, o filósofo Ralph Emerson em seu ensaio sobre a filosofia oriental, descrevia que o yin-yang estava presente na polaridade, na ação e na reação, na escuridão e na luz, no calor e no frio, no masculino e no feminino, na inspiração e na expiração, no ritmo do sangue, nas forças centrífuga e centrípeta. Tudo na natureza é dividido, de modo que cada coisa constitui uma metade que precisa ser completada por uma outra coisa, como o espírito e a matéria, subjetivo e objetivo, interior e exterior, movimento e repouso. Os pólos se complementam entre si para que exista um equilíbrio dinâmico.
Yin e Yang são inseparáveis.
Seu simbolismo é representado por um círculo dividido em duas metades iguais por uma linha sinuosa. A parte preta é yin e a outra branca, yang. Podemos observar que o comprimento da separação das cores é igual a circunferência exterior e que o contorno de cada metade yin e yang é igual ao perímetro da figura. Cada um dos elementos contém o germe do outro, na forma do ponto claro ou do ponto escuro.
Na visão cabalista, o yin-yang representa o céu e a terra, presos um ao outro abraçando-se mutuamente. Para os chineses, o yin-yang significa que o tempo (e o espaço) é "Uno", ou seja, a matéria e o espírito também.
A ação de uma pessoa resulta em uma reação boa ou má. Tudo no ser é yin ou yang, com a dupla possibilidade de evolução ou involução.
Christopher Markert em seu livro Yin-yang - polaridade e harmonia em nossa vida, explica que só é possível ser feliz e ter sucesso quando se vive em sintonia com as forças cósmicas como o consciente e inconsciente, corpo e espírito, ideal e realidade, doce e salgado, direita e esquerda, dia e noite etc. Cada pólo portanto, tem valor idêntico ao outro, onde estes se complementam e se necessitam mutuamente.
Se o equilíbrio for perturbado, ambas as partes mostram o seu lado destrutivo e maléfico. A meta não é incentivar um pólo em prejuízo do outro, mas visar um equilíbrio que beneficie ambos os pólos. A vida busca o equilíbrio correspondente a cada lugar e a cada momento. Um homem pode tomar uma iniciativa na parte da manhã, e a tarde, a mulher pode ser a responsável. Ao acordar por exemplo, a pessoa pode tomar uma decisão "prática", mas a noite pode seguir a "intuição". Isto é yin e yang.
O yang é: masculino, pai, céu, deus-pai, Sol, consciente, compreensão, lógica, eu, condição desperta, cabeça, forma, ter, tensão, voltado para o exterior, decidido, risco, só, gasta energia, construtivo ou destrutivo, abstrato, ordenado, sóbrio, patriarcado etc.
O yin é: feminino, mãe, terra, mãe-terra, Lua, inconsciente, sentimento, intuição, eu interior, condição de sonho, coração, conteúdo, ser, relaxamento, voltado para o interior, segue o fluxo da vida, pacífico, atraído pela comunidade, economiza energia, cura e preserva, orgânico, fluente, sóbrio, matriarcado etc. De acordo com os ensinamentos chineses, o conceito yin-yang poderia ser exposto assim: Confie no seu julgamento. Dê para que possa receber. Mantenha a confiança na ordem do universo. O inimigo torna-se seu amigo porque este lhe mostra suas fraquezas, pois sabe aquilo que você desconhece. Portanto, aprenda com ele. O que ocorre no dia-a-dia, bom ou mau foi causado direta ou indiretamente por você. Os obstáculos fortalecem. Quem evita as dificuldades não pode continuar sadio e feliz. Sinta-se responsável pela sua vida. Tudo está em constante mutação tanto no universo com na vida dos seres humanos.

Nem a terra nem o céu são perfeitos, mas juntos podem formar a perfeita harmonia. Yin e yang são vistos como um jogo harmonioso, e não competitivo. É discernir que ambos os elementos contém aspectos fortes e fracos.
Conflitos ocasionais entre os dois elementos são inevitáveis. Na verdade, a maneira de o ser humano conseguir criar a harmonia interior e exterior. A vida harmoniosa só pode ocorrer através do jogo vital do yin e yang, um caminho para chegar ao "Uno".

Yoga_A palavra “Yoga” vem da raiz sânscrita “Yuj”, a qual significa “unir”. Este é um sentido espiritual; é um processo pelo qual a identidade da alma individual, e a Alma Suprema, é realizado pelo Yogi (praticante de Yoga); onde a alma humana introduz-se internamente em comunhão com a Realidade Divina. Assim como a cânfora se torna una com o fogo, assim como um gota d’água quando é jogada dentro do Oceano torna-se una com ele, a alma individual, quando purificada, quando está liberada da luxúria, avareza, ódio e egoísmo, quando ela se torna pura (Sattvica), torna-se una com a Alma Suprema. A ciência que ensina o caminho para conseguir o conhecimento oculto é chamada de “Yoga Sastra”.
Yoga, no seu sentido genérico, refere-se a Karma-Yoga, Bhakti-Yoga, Raja-Yoga, Jñana-Yoga, Hatha-Yoga, Mantra-Yoga, Laya-Yoga ou Kundalini-Yoga. No sentido restrito, significa Ashtanga-Yoga, ou Raja-Yoga, de Patañjali Maharishii, apenas.
A palavra Yoga é também aplicável no sentido secundário para todos os fatores e práticas que conduzem para a realização ou concretização do Yoga, e, como tal, indiretamente conduzem para a liberação ou perfeição final. Similarmente, aquele que tem alcançado o Asamprajñata Samadhi final, ou união com a Realidade, é chamado de Yogi, assim como aquele que está tentando adquirir a perfeição no Yoga é também chamado de Yogi.
A filosofia do Yoga é um entre os seis sistemas de filosofias Hindus. Diferente de muitas outras filosofias no mundo, ela é uma filosofia inteiramente prática. O Yoga é uma ciência exata, baseada em certas leis imutáveis da Natureza. Ele é bem conhecido pelas pessoas de todo o mundo, interessadas no estudo da civilização e cultura do Oriente, assegurando no respeito e na reverência nos seus conteúdos na chave mestra que abre as portas do reino da Paz, da Bem-aventurança, do Mistério e do Milagre. Até mesmo os filósofos do Ocidente encontram consolo e paz nesta Ciência Divina. O considerado fundador do Yoga, Patañjali Maharishi, não foi unicamente um filósofo e um Yogi, mas um médico também. Ele viveu três mil anos antes de Jesus Cristo.
O Yoga é um estado de Paz Absoluta, de tal maneira que não há nenhuma fantasia nem pensamentos. O Yoga é o controle da mente e de suas modificações. O Yoga nos ensina como controlar as alterações da mente e obter a liberação. Ele nos ensina como transmutar a natureza pecadora e alcançar o estado de Divindade. Ele é a completa supressão da tendência da mente transformar em si mesma no interior dos objetos dos sentidos, pensamentos, etc. O Yoga extermina toda a espécie de dores, misérias e tribulações. Ele dá a você a liberação da roda de nascimentos e mortes (Samsara); e dos seus conseqüentes malefícios, doença e velhice, etc., e concede a você todos os poderes Divinos e a liberação final, por intermédio do conhecimento superintuicional.
Yoga é equanimidade.
Yoga é serenidade.
A destreza nas ações é Yoga.
Qualquer coisa, de melhor e mais elevada pode ser realizada na vida é, também, Yoga.
O Yoga é, desta forma, o que tudo abraça, o que tudo inclui, e a sua aplicação universal conduz ao desenvolvimento de todas as qualidades do corpo, da mente é da alma.
Primariamente, o Yoga é um estilo de vida, não é alguma coisa pela qual se separa da vida.
Yoga não é o abandono da ação, mas a sua execução eficiente, de boa vontade. Yoga não o fugir de casa e da habitação humana, mas um processo de modelagem das atitudes de alguém na sua casa, na sociedade, com um novo entendimento.
Yoga não é afastar-se da vida, é a espiritualização da vida.