20 novembro, 2007

A convivência com os não pagãos


A maioria de nós não vive em famílias completamente pagãs e temos que aprender a harmonizar essa questão. Precisamos criar mecanismos de convivência onde todos sejam respeitados e ninguém seja obrigado a fazer o que não crê.


Por exemplo, comemore seu Yule ou Litha junto com a festa de natal de sua família, use nossos costumes para partilhar sua celebração com seus familiares.


Quando eles perceberem que as celebrações são celebrações da vida em si, nada mais terão contra a Roda do Ano, tenho certeza.


Tenho visto muitos cristãos alegremente dançarem em volta do mastro de Beltane. Participar e celebrar são atividades que, desde que expliquemos ás pessoas que não farão nenhum compromisso com nossa religião, são ocasiões de aproximação de diferenças, não de conflitos.


E nas outras atividades importantes da vida social? Por exemplo, uma pagã casará com um católico.


O que eles farão? Um handfasting ou uma cerimônia cristã? Os dois? Nenhum deles?


Creio que a resposta variará muito em todos os casos, porém, creio que se ambos são absolutamente convictos da necessidade das bênçãos de sua religião, podem muito bem fazer ambas as cerimônias, desde que a sacerdotisa ou sacerdote oficiantes do handfasting e o sacerdote cristão SAIBAM que a união envolve pessoas de diferentes crenças.


Por favor, não há sentido algum em um pagão praticante ou iniciado abjurar (dizer que abdica) de suas crenças mais sagradas para poder se fingir de cristã e realizar um casamento...

Se não houver harmonia nessa realização das cerimônias, então talvez seja melhor que não se faça nenhum dos ritos, realizando apenas a cerimônia civil.


E também é hora de pensar: casamento significa - mesmo que as pessoas tenham a mesma religião, concessões mútuas e acordos.


É essa mesma a união que você deseja?


É preciso pensar com cuidado e sem preconceitos, sabendo que se você quiser respeito á sua escolha pagã também terá que fazer concessões á religião do parceiro. 
A mesma coisa deve ser decidida em casos de bebês: será um batizado cristão ou uma unção de recém nascido?


Aí a questão se torna mais delicada: o batismo católico coloca a criança dentro da religião católica (embora algumas bênçãos de igrejas protestantes não o façam).


Será que a mãe Sacerdotisa da Deusa deixará isso acontecer? Mais uma vez o casal é que poderá resolver a questão.


Talvez seja melhor que a criança não receba nem uma cerimônia, nem a outra. 
Talvez seja melhor que receba as duas, embora a cristã equivalha a uma rejeição expressa às bênçãos pagãs...


Outra coisa: se você for convidado para madrinha ou padrinho de batizado, a lógica recomenda que NÃO ACEITE, em se tratando do batizado católico. Só alguém que é membro da Igreja católica pode validamente, e de acordo com seus ensinamentos, ser padrinho ou madrinha.

Agradeça o convite, e assuma que AGORA VOCÊ TEM UMA RELIGIÃO DIFERENTE.


Seja coerente com sua escolha religiosa, mesmo que isso implique em você não ser "comadre" daquela irmã ou amiga de que gosta tanto. Há mil maneiras de você ser próxima à criança, não renegue sua religião por um instante de glória social ou pretenso estreitamento de laços de amizade como "madrinha".


A convivência com outros parentes cristãos ou adeptos de outras religiões patrifocais, como pais, sogras, irmãos, tios e tias podem ser muito difíceis.

Recomendo sempre a mesma postura: compreensão calma e tranqüilidade, embora, jamais recomende a covardia.



FIRMEZA EDUCADA é a melhor postura, "Não sogra, não terei meu filho batizado por um padre", "Não amiga, agradeço muito o convite, mas não posso ser madrinha e seu bebe"; "Desculpem, não rezarei o pai nosso, mas me mantenho de mãos dadas com vocês em sinal de respeito, embora essa oração nada signifique para mim e eu recorra a meus Deuses pelas mesmas bênçãos que vocês almejam".


Se por motivos sociais você precisar comparecer a uma missa de formatura, a um culto evangélico, a um culto umbandista ou do candomblé, a uma sessão kardecista, um culto messiânico ou uma cerimônia Rosa-cruz, por exemplo, aja da mesma maneira: silencio respeitoso e não participante. Se você agir assim o tempo e sua FIRMEZA EDUCADA trarão a você RESPEITO. Respeito que você nunca alcançará se estiver acostumada à mentira e à dissimulação.

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