18 março, 2010

Salem


Não é privilégio da Inquisição o pavor e a perseguição das pessoas acusadas de "bruxaria": Na Vila de Salem, uma Colônia da Baía de Massachustts (New England), onde hoje é a cidade de Danvers, famoso ficou o julgamento e a condenação à morte de várias pessoas acusadas de feitiçaria.

Em janeiro de 1692, Elizabeth Parris de nove anos e Abigail Willams de onze, começaram a exibir comportamento estranho, como blasfêmias, gritos, ataques apoplécticos convulsivos, estados de transe etc. Logo outras meninas de Salem começaram a demonstrar comportamento semelhante e, incapazes de determinar qualquer causa física para os sintomas e comportamentos, os médicos concluíram que as meninas estavam sob influência de Satanás.

Orações e jejuns comunitários foram organizados pelo Reverendo Samuel Parris, pai de Betty e tio de Abigail Willians. Para descobrir a identidade das bruxas, Jonh, um índio, assou um bolo feito com centeio e urina das garotas enfeitiçadas e, pressionadas para identificar a fonte de suas aflições, as meninas nomearam três mulheres, inclusive Tituba, índia escrava do Reverendo Parris, além de Sarah Good e Sarah Osborne.

Embora Osborne e Good tenham alegado inocência, Tituba confessou ter visto o Diabo, o qual aparecia para ela "as vezes como um porco e as vezes como um grande cachorro", tendo ainda Tituba testemunhado que havia uma conspiração de bruxas em Salem.

Em 1º de março, os magistrados John Hathorne e Jonathan Corwin examinaram Tituba e as outras duas mulheres na casa de reuniões de Salem. Tituba confessou a feitiçaria praticante. Nas semanas seguintes outras pessoas da cidade testemunharam que eles tinham sido prejudicados pelas bruxarias e, tendo continuado a caça às bruxas, foram feitas acusações contra diversas pessoas, principalmente mulheres cujo comportamento estava perturbando de alguma maneira a ordem social e convenções do tempo. Alguns acusados tinham registros criminais, inclusive de feitiçaria, mas outros eram devotos e pessoas consideradas na comunidade.

Martha Carey é acusada de feitiçaria em 12 de março. A enfermeira Rebecca é denunciada em 19 de março. Martha Carey foi examinada pelos magistrados em 21 de março e Rebecca em 24 de março. E seguiram-se várias acusações e exames dos supostos feiticeiros.

Abigail Hobbs, Bridget Bishop, Giles Corey, e Mary Warren foram examinados em 19 de abril. Só Abigail Hobbs confessou.

Sarah Osborne morreu na prisão de Boston em 10 de maio.

Em 27 de maio o recém chegado governador, Sir William Phips, fundou um Tribunal especial de Oyer e Terminer composto de sete juízes para julgamento dos casos de bruxaria. Compuseram o Tribunal: William Stoughton, Nathaniel Saltonstall, Bartholomew Gedney, Peter Sergeant, Samuel Sewall, Wait Still Winthrop, John Richards, John Hathorne, and Jonathan Corwin.

Os julgamentos foram baseados nas confissões, em atributos sobrenaturais como marcas etc, e com base nas reações das meninas atingidas pela bruxaria. Foi considerado inclusive que o diabo poderia assumir o aspecto de uma pessoa inocente.

Em 2 de junho Bridget Bishop foi o primeiro a ser considerado culpado e condenado à morte. Nathaniel Saltonstall abandonou o tribunal insatisfeito com seus procedimentos. Sendo Bishop enforcado em Salem em 10 de junho de 1692. Bridget Bishop: "Eu não sou nenhum bruxo. Eu sou inocente. Eu não entendo nada disso".

Giles Corey alegou inocência da acusação de feitiçaria, mas subseqüentemente recusou levantar-se diante do tribunal. Esta recusa significou que ele não podia ser julgado legalmente. Porém, os examinadores dele escolheram sujeitá-lo a interrogatório mediante tortura, colocando pesadas pedras em cima de seu corpo. Ele sobreviveu a esta brutal tortura durante dois dias e morreu.

Em 19 de julho Rebecca Nurse, Martha Carey, Susannah Martin, Elizabeth Howe, Sarah Good, e Sarah Wildes foram executadas.

A sentença de Martha Carey, datada de 10 de junho, informa que: "O Tribunal de Oyer e Terminer, reunido na Casa de Reuniões da Aldeia de Salem, tendo ouvido o testemunho de diversas pessoas, considerou Carey culpada do crime de 'heresia', acusada de ter ajudado e auxiliado bruxas, causado dores e sofrimentos para sua família e demais parentes; matado umas quarenta e cinco aves raras e vários suínos na Aldeia de Danvers e em suas proximidades; posto uma 'maldição do diabo' nas meninas de Parris e em Goody Laurence, causando muita doença e miséria; comido vidro quebrado..."

Segue ordem para o Xerife George Corwin "confinar Martha Carey na cadeia da prisão de Salem até 19 de julho de 1692, ocasião em que, quando o sol estiver alto, ela será executada. Dê-lhe um gorro preto e leve-a segura para a Colina da Execução em Salem e coloque-a na forca. Ela será pendurada pelo pescoço até a morte. Possa Deus perdoar sua alma má". (Documento que se encontra no Peabody Essex Museum, juntamente com outros 551 documentos, todos referentes aos julgamentos das bruxas de Salem)

Em 19 de agosto, George Jacobs, Martha Carrier, George Burroughs, John Proctor, and John Willard foram enforcados.

Margaret Scott, Mary Easty, Alice Parker, Ann, Pudeator, Wilmott Redd, Samuel Wardwell, e Mary Parker foram enforcadas em 22 de setembro.

O tribunal foi dissolvido pelo Governador Philips em 29 de outubro, depois de executadas 20 pessoas.

3 comentários:

Omar Talih disse...

Por sorte isto ficou no passado, mas com certeza há muita gente que gostaria de reeditar a inquisição.

Ernesto Ribeiro disse...

Finalizando...


Os colonos protestantes na América do Norte que ENFORCAVAM seus cidadãos foram até "civilizados" em comparação com os católicos que QUEIMAVAM PESSOAS VIVAS.


Daí veio a especialidade cristã: CHURRASCO DE GENTE.


Existe a ilusão de que "no Ocidente prevalecem os Direitos Humanos porque o Ocidente é uma sociedade cristã".


ERRADO. Nós não somos um inferno dantesco como o Islã precisamente porque NÃO SOMOS uma uma sociedade cristã, nem religiosa.


Se ainda fôssemos uma sociedade cristã, ainda estaríamos assasndo pessoas vivas nas ruas.


Nós precisamos de Cristianismo tanto quanto precisamos de fogueiras para assar pessoas vivas por diferenças religiosas.

Ernesto Ribeiro disse...

Nem mesmo o Partido Nazista fez uma campanha de ódio contra o povo judeu mais criminosa do que os cristãos fazem na Bíblia.


O Novo Testamento afirma que "Os judeus são os filhos do Diabo" (João 8:44)


É IMPRESSIONANTE como a Igreja Católica perverteu a mensagem de Amor de um judeu numa doutrina de Ódio aos judeus.


ASSAR PESSOAS VIVAS EM PÚBLICO é o verdadeiro Ritual Satânico.


Os nazistas faziam isso escondido. Eles sabiam que nos Tempos Modernos, a maioria dos ocidentais tinha uma moral menos pervertida do que nos Tempos Católicos.



Mesmo num país periférico como o Brasil Colonial, a Inquisição deixou sua marca abominável: só em 1739, foram 24 judeus brasileiros QUEIMADOS VIVOS.


Dentre eles, o dramaturgo carioca Antônio José da Silva. O primeiro mártir, verdadeiro santo, Isaque de Castro, foi queimado vivo em 1647 com 24 anos de idade.


Mas em 1739, o ódio ilimitado contra os judeus levou a Igreja a cometer um horror além de todos os horrores, verdadeira abominação aos olhos de todas as religiões: DESENTERROU O CADÁVER de uma anciã (a judia brasileira Ana Rodrigues, que morreu na cadeia aos 80 anos) e QUEIMOU OS OSSOS EM PÚBLICO.


Profanar uma sepultura e violar um cadáver é algo obsceno para todas as culturas, orientais ou ocidentais, civilizadas ou bárbaras. Mas a Igreja Católica Romana é infinitamente obscena.



NEM OS NAZISTAS FIZERAM ISSO.

NEM OS COMUNISTAS FIZERAM ISSO.

NEM OS ISLAMISTAS FIZERAM ISSO.

NEM OS SATANISTAS FIZERAM ISSO.

A IGREJA CATÓLICA ROMANA FEZ.