18 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "Y"

Yetzirah_O Sepher Yetzirah é um dos textos mais antigos e mais misteriosos da Cabala. As primeiras referências a este texto datam do século I e comentários sobre ele foram realizados desde o século X; o texto em si mesmo, possui cópias do século VI.
Em geral a Cabala é dividida em 3 categorias, conforme Arieh Kaplan: a teórica, a meditativa e a mágica. A Cabala teórica é expressa em sua forma atual é baseada no Zohar, e refere-se mais aos aspectos dinâmicos do domínio espiritual, especificamente os mundos, as almas, os anjos e o Sephiroth. Este ramo da Cabala atingiu seu apogeu na escola de Tzfat no século XVI. A vasta maioria dos textos da Cabala, referem-se a esta categoria.
A Cabala meditativa trata dos nomes divinos,permutação de letras, e métodos similares para atingimento de estágios elevados de consciência, que podem ser comparados a certas formas de Yoga. A maioria dos textos principais nunca foi publicada, mas permanecem em manuscritos sagrados em templos e museus.
Alguns destes métodos gozaram de um breve renascimento em meados do século XVIII com a ascensão do movimento Hassídico.
A terceira categoria de Cabala mágica, está próxima da Cabala meditativa; consiste de diversos signos, encantamentos e uso de nomes divinos, através dos quais pode-se influenciar os eventos naturais.
Muitas das técnicas lembram aquelas das meditações, mas o seu sucesso depende da habilidade de se induzir estados de consciência onde poderes telecinéticos ou espirituais podem efetivamente ser canalizados. Assim como na segunda categoria, os seus textos nunca foram impressos, embora alguns fragmentos chegasses a ser divulgados como aqueles do Livro de Raziel.
O Sepher Yetzirah é considerado um texto da Cabala meditativa com fortes sobretons de magia. Assim expressam as primitivas tradições Talmúdicas, que indicam que ele podia ser utilizado para a criação de criaturas vivas. Significativas são as muitas referências e lendas de que o Sepher Yetzirah podia ser utilizado para criação de um Golem, uma espécie de andróide místico. Um filósofo do século XII disse que o texto não contém filosofia, mas sim a sabedoria Divina da criação.
A expressão "abra-kadabra" possuí uma explicação talmúdica, significando a contração de: "Rava criou um homem". Continua a lenda que Rava vendo que seu andróide não respondia a suas perguntas, constatou que era um Golem, e disse-lhe para "retornar ao pó". O Sepher ha-Bahir complementa que o Golem não podia falar, porque Rava não estava ainda de todo livre da tintura do pecado.

Yaksha_ Do sânscrito, yaksha é uma categoria de espíritos da natureza, no geral benevolentes, guardiões de tesouros escondidos na terra e nas raízes das árvores. Eles aparecem na mitologia Hindu, Jainista e Budista.
Os yaksha tem uma dupla personalidade. Por um lado, são inofensivos elementais da natureza, associados às arvores e às montanhas; mas há uma versão muito mais sombria deste mito, onde o yaksha é uma espécie de ogro canibal, fantasma ou demônio, que caça e devora a esmo os viajantes da floresta, similar aos Rakshasa, seres considerados dos mais horripilantes na mitologia hindu.
O vocábulo também é traduzido como "o superprotetor" ou como "o fantasma", dependendo do contexto.

Yantra_ Os Yantras são desenhos geométricos de origem indiana, conhecido também como Mandala na região do Tibet. O simples ato de fixar os olhos em seu ponto central (bindu) auxilia na indução para a meditação produzindo paz interior e principalmente promover insight para os momentos especiais, onde só o nosso interior tem a resposta.
O uso destes diagramas mágicos é o caminho mais curto para aderir o princípio energético vibratório das formas e das cores que irão atuar no inconsciente produzindo um fluxo de ação.

Yggdrasill_ Na mitologia nórdica, Yggdrasill é a árvore da vida ou árvore do mundo. Ela representa a ligação cosmológica dos noves mundos da mitologia nórdica, tendo sua copa ligada a Asgard (o mundo dos Deuses), seu tronco a Midgard (o mundo dos mortais) e suas raízes a Niflheim (o mundo subterrâneo). É dito que as frutas de Yggdrasil são guias para as respostas da humanidade bem como suas folhas possuem poderes especiais.

Yin-Yang_ Na concepção chinesa do mundo, o universo consiste em yang - o elemento masculino e em yin, o elemento feminino. Em 1850, o filósofo Ralph Emerson em seu ensaio sobre a filosofia oriental, descrevia que o yin-yang estava presente na polaridade, na ação e na reação, na escuridão e na luz, no calor e no frio, no masculino e no feminino, na inspiração e na expiração, no ritmo do sangue, nas forças centrífuga e centrípeta. Tudo na natureza é dividido, de modo que cada coisa constitui uma metade que precisa ser completada por uma outra coisa, como o espírito e a matéria, subjetivo e objetivo, interior e exterior, movimento e repouso. Os pólos se complementam entre si para que exista um equilíbrio dinâmico.
Yin e Yang são inseparáveis.
Seu simbolismo é representado por um círculo dividido em duas metades iguais por uma linha sinuosa. A parte preta é yin e a outra branca, yang. Podemos observar que o comprimento da separação das cores é igual a circunferência exterior e que o contorno de cada metade yin e yang é igual ao perímetro da figura. Cada um dos elementos contém o germe do outro, na forma do ponto claro ou do ponto escuro.
Na visão cabalista, o yin-yang representa o céu e a terra, presos um ao outro abraçando-se mutuamente. Para os chineses, o yin-yang significa que o tempo (e o espaço) é "Uno", ou seja, a matéria e o espírito também.
A ação de uma pessoa resulta em uma reação boa ou má. Tudo no ser é yin ou yang, com a dupla possibilidade de evolução ou involução.
Christopher Markert em seu livro Yin-yang - polaridade e harmonia em nossa vida, explica que só é possível ser feliz e ter sucesso quando se vive em sintonia com as forças cósmicas como o consciente e inconsciente, corpo e espírito, ideal e realidade, doce e salgado, direita e esquerda, dia e noite etc. Cada pólo portanto, tem valor idêntico ao outro, onde estes se complementam e se necessitam mutuamente.
Se o equilíbrio for perturbado, ambas as partes mostram o seu lado destrutivo e maléfico. A meta não é incentivar um pólo em prejuízo do outro, mas visar um equilíbrio que beneficie ambos os pólos. A vida busca o equilíbrio correspondente a cada lugar e a cada momento. Um homem pode tomar uma iniciativa na parte da manhã, e a tarde, a mulher pode ser a responsável. Ao acordar por exemplo, a pessoa pode tomar uma decisão "prática", mas a noite pode seguir a "intuição". Isto é yin e yang.
O yang é: masculino, pai, céu, deus-pai, Sol, consciente, compreensão, lógica, eu, condição desperta, cabeça, forma, ter, tensão, voltado para o exterior, decidido, risco, só, gasta energia, construtivo ou destrutivo, abstrato, ordenado, sóbrio, patriarcado etc.
O yin é: feminino, mãe, terra, mãe-terra, Lua, inconsciente, sentimento, intuição, eu interior, condição de sonho, coração, conteúdo, ser, relaxamento, voltado para o interior, segue o fluxo da vida, pacífico, atraído pela comunidade, economiza energia, cura e preserva, orgânico, fluente, sóbrio, matriarcado etc. De acordo com os ensinamentos chineses, o conceito yin-yang poderia ser exposto assim: Confie no seu julgamento. Dê para que possa receber. Mantenha a confiança na ordem do universo. O inimigo torna-se seu amigo porque este lhe mostra suas fraquezas, pois sabe aquilo que você desconhece. Portanto, aprenda com ele. O que ocorre no dia-a-dia, bom ou mau foi causado direta ou indiretamente por você. Os obstáculos fortalecem. Quem evita as dificuldades não pode continuar sadio e feliz. Sinta-se responsável pela sua vida. Tudo está em constante mutação tanto no universo com na vida dos seres humanos.

Nem a terra nem o céu são perfeitos, mas juntos podem formar a perfeita harmonia. Yin e yang são vistos como um jogo harmonioso, e não competitivo. É discernir que ambos os elementos contém aspectos fortes e fracos.
Conflitos ocasionais entre os dois elementos são inevitáveis. Na verdade, a maneira de o ser humano conseguir criar a harmonia interior e exterior. A vida harmoniosa só pode ocorrer através do jogo vital do yin e yang, um caminho para chegar ao "Uno".

Yoga_A palavra “Yoga” vem da raiz sânscrita “Yuj”, a qual significa “unir”. Este é um sentido espiritual; é um processo pelo qual a identidade da alma individual, e a Alma Suprema, é realizado pelo Yogi (praticante de Yoga); onde a alma humana introduz-se internamente em comunhão com a Realidade Divina. Assim como a cânfora se torna una com o fogo, assim como um gota d’água quando é jogada dentro do Oceano torna-se una com ele, a alma individual, quando purificada, quando está liberada da luxúria, avareza, ódio e egoísmo, quando ela se torna pura (Sattvica), torna-se una com a Alma Suprema. A ciência que ensina o caminho para conseguir o conhecimento oculto é chamada de “Yoga Sastra”.
Yoga, no seu sentido genérico, refere-se a Karma-Yoga, Bhakti-Yoga, Raja-Yoga, Jñana-Yoga, Hatha-Yoga, Mantra-Yoga, Laya-Yoga ou Kundalini-Yoga. No sentido restrito, significa Ashtanga-Yoga, ou Raja-Yoga, de Patañjali Maharishii, apenas.
A palavra Yoga é também aplicável no sentido secundário para todos os fatores e práticas que conduzem para a realização ou concretização do Yoga, e, como tal, indiretamente conduzem para a liberação ou perfeição final. Similarmente, aquele que tem alcançado o Asamprajñata Samadhi final, ou união com a Realidade, é chamado de Yogi, assim como aquele que está tentando adquirir a perfeição no Yoga é também chamado de Yogi.
A filosofia do Yoga é um entre os seis sistemas de filosofias Hindus. Diferente de muitas outras filosofias no mundo, ela é uma filosofia inteiramente prática. O Yoga é uma ciência exata, baseada em certas leis imutáveis da Natureza. Ele é bem conhecido pelas pessoas de todo o mundo, interessadas no estudo da civilização e cultura do Oriente, assegurando no respeito e na reverência nos seus conteúdos na chave mestra que abre as portas do reino da Paz, da Bem-aventurança, do Mistério e do Milagre. Até mesmo os filósofos do Ocidente encontram consolo e paz nesta Ciência Divina. O considerado fundador do Yoga, Patañjali Maharishi, não foi unicamente um filósofo e um Yogi, mas um médico também. Ele viveu três mil anos antes de Jesus Cristo.
O Yoga é um estado de Paz Absoluta, de tal maneira que não há nenhuma fantasia nem pensamentos. O Yoga é o controle da mente e de suas modificações. O Yoga nos ensina como controlar as alterações da mente e obter a liberação. Ele nos ensina como transmutar a natureza pecadora e alcançar o estado de Divindade. Ele é a completa supressão da tendência da mente transformar em si mesma no interior dos objetos dos sentidos, pensamentos, etc. O Yoga extermina toda a espécie de dores, misérias e tribulações. Ele dá a você a liberação da roda de nascimentos e mortes (Samsara); e dos seus conseqüentes malefícios, doença e velhice, etc., e concede a você todos os poderes Divinos e a liberação final, por intermédio do conhecimento superintuicional.
Yoga é equanimidade.
Yoga é serenidade.
A destreza nas ações é Yoga.
Qualquer coisa, de melhor e mais elevada pode ser realizada na vida é, também, Yoga.
O Yoga é, desta forma, o que tudo abraça, o que tudo inclui, e a sua aplicação universal conduz ao desenvolvimento de todas as qualidades do corpo, da mente é da alma.
Primariamente, o Yoga é um estilo de vida, não é alguma coisa pela qual se separa da vida.
Yoga não é o abandono da ação, mas a sua execução eficiente, de boa vontade. Yoga não o fugir de casa e da habitação humana, mas um processo de modelagem das atitudes de alguém na sua casa, na sociedade, com um novo entendimento.
Yoga não é afastar-se da vida, é a espiritualização da vida.

Nenhum comentário: