23 novembro, 2007

O que dizer aos desinformados



Bem, quando encontramos pessoas que pensam assim, minha primeira recomendação é PACIÊNCIA.


Elas são vítimas de uma desinformação que perdurou muitos séculos, e elas não nos compreenderão da noite para o dia.
Creio que, se essas pessoas forem acessíveis a um diálogo com vocês, seja nosso DEVER tentar explicar a ela que nossa religião é apenas diferente da dela, mas não necessariamente antagônica.
Na verdade, como toda religião, a nossa busca a harmonia pessoal e coletiva e o aperfeiçoamento individual. Creio que esse é o primeiro ponto que vocês devem abordar.


E como a maioria das pessoas que encontramos e que nos discriminam na sociedade brasileira são cristãs, então, devemos explicar-lhes que apenas não somos cristãos, embora não sejamos anti-cristãos.
Isso é muito importante e uma vez que a pessoa escute e compreenda que também buscamos muitos dos ideais cristãos como paz, amor, harmonia, equilíbrio, respeito aos outros e bem estar para todos, então, elas se abrirão melhor a uma conversa mais profunda sobre nossa religião.
Depois desse diálogo inicial, a melhor coisa é mostrar aos cristãos (ou adeptos de outras crenças, mas que também terão referenciais cristãos por terem nascido no maior país católico do mundo) as similitudes entre nossas celebrações da Roda do Ano e as Festas Cristãs - Páscoa e Ostara e Yule e Natal são as mais evidentes.


Normalmente a reação das pessoas será de surpresa, mas a maioria aceitará bem essas comparações e começará a compreender que algumas coisas da religião deles são oriundas das raízes da nossa.
Explique que celebramos os ciclos da Lua e do Sol, que são à base de nossa religião.
Explique o conteúdo comum de um ritual: que não fazemos sacrifícios animais (muito menos humanos), que não acreditamos nem que o tal "Senhor Diabo" exista, muito menos o cultuamos, que nossos atos são controlados por nossa crença na Grande Teia e que tudo o que fazemos nos afeta e temos muito maior noção do que não devemos fazer do que se apenas tivéssemos dez leis a nos controlar.


Diga que nossos rituais são celebrações à vida e que cada pessoa está no mundo para servir aos Deuses sendo feliz.
Diga, também, que você sabe que todas as Deusas são uma Deusa e que todos os Deuses são um Deus, no sentido de que nossas religiões só diferem no MODO pelo qual se comunicam com o Grande Mistério, e não no seu âmago. Não obstante, esclareça que seu modo de ver a vida é diferente e que é implícito a nossa religião compreender as religiões diferentes e aceitar a escolha de cada indivíduo como sagrada. Ressalte, também, que nossa religião nos proíbe de tentar converter os outros a bruxaria, que nunca tentamos fazer ninguém ser um bruxo também.

MAS não se surpreenda se essas pessoas já tiverem respostas prontas aos seus argumentos: se você disser que não crê que o diabo exista, talvez escute 
“A principal armadilha do diabo é fazer você acreditar que ele não existe" ou então "Essa Mãe Terra é só outro nome do diabo".


Não se impressione, muitas pessoas são tão doutrinadas a não conceber nada diferente de sua própria religião que se tornam cegas e surdas.


Quanto a essas, não insista.
Simplesmente mostre a elas que você tem o direito de crer livremente em outra coisa diferente e não gaste seu tempo e o dele em discussões inúteis e cansativas.


Ninguém vai mudar a idéia do outro.
SE a pessoa for muito empedernida, mas ainda aberta ao diálogo, ou seja, se ela disser algo como “Mas você não obedece a bíblia?”, responda: 
"Eu respeito à bíblia como uma obra de história importante no desenvolvimento de muitas religiões, inclusive a sua, mas não sigo a mitologia cristã, e, portanto, a Bíblia não guia minha vida" e acrescente “Eu não creio na mitologia cristã como a maior parte da humanidade não crê".


Por incrível que pareça, a grande maioria dos cristãos não sabe que sua crença não abarca a totalidade da humanidade, aliás, não é nem a maior religião em número de adeptos.
Abrir os olhos dos cristãos dessa ignorância a que eles são levados por muitos de seus sacerdotes, explicando que o mundo é bem mais "não-cristão" do que eles imaginam, muitas vezes é uma boa chacoalhada nas pessoas e ajuda a acabar com preconceitos.
Nessa altura, de duas uma: ou a pessoa passará a ver sua religião como mais uma das muitas religiões do mundo, ou permanecerá em uma postura fanática de que tudo o que você faz “é obra do diabo".


E aí, o que fazer? 
Nada! Pergunte se está muito frio ou muito quente hoje!

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