16 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "M"

Maa Kheru_Na religião egípcia, expressão que quer dizer "a palavra certa". Quando dita, permite que o espírito dos mortos entrem no outro mundo e assumam o poder dos deuses.

Maat_ Maat é a personificação da Verdade, da Justiça e da Harmonia Universal. Ela é a potência, o princípio metafísico, que mantém o mundo na sua regrada continuidade. O Cosmos, a Natureza, e a Sociedade, no fundo, a Ordem Universal, só se mantêm de forma duradoura exatamente pelo seu atento zelo.

Representada como uma mulher, de pé, sentada ou com um dos joelhos em terra, apresenta, fixada em uma fita da sua cabeleira, uma pluma de avestruz, que é o seu principal signo identificador. Em muitas representações, a simples figuração da pluma simboliza a sua presença e atuação.
É irmã de Rá, o Deus-Sol e esposa de Thoth, o escriba dos deuses com cabeça de ibis.
Maat é equivalente à Têmis grega e, como esta, é explicitamente a representação divina da lei e da ordem cósmicas naturais. Como ordem cósmica, Maat é o alimento do Deus-Sol Rá; é também "o olho de Rá" e o Ka de Rá. Segundo as crenças egípcias, o corpo do homem se compunha de dois elementos espirituais, o Ba, similar a alam e o Ka, uma espécie de réplica do corpo. A morte representava a separação do elemento corporal dos espirituais. Entretanto, Ka não poderia sobreviver sem a presença do corpo, foi daí que se desenvolveram técnicas precisas de conservação, conhecidas com embasamento. O processo de mumificação tinha como objetivo a manutenção do corpo para própria existência de Ka.
Maat é a Senhora do Céu, Rainha da Terra e amante do Mundo Inferior. O grande inimigo de Maat era Seth, a versão egípcia do Ares grego, Deus da desordem crassa, da injustiça e da ambição. A atividade crucial de Maat ocorria no Palácio das Duas Verdades (Maati), onde os mortos iam para o julgamento final. Primeiro, o falecido deveria proferir uma “confissão negativa” declarando que não cometera pecados ou más ações. Verificava-se então se estava sendo honesto a cada um dos 42 itens confessados. Depois seu coração era colocado em um prato de balança, enquanto no outro estava uma pena de avestruz simbolizando Maat (a verdade). Por vezes era, ela mesma, a balança. Não se sabe com clareza de que forma o coração era pesado para que a alma do morto fosse considerada justa. Sabe-se somente, que se o coração tivesse o peso certo em contraste com o peso de Maat, a pessoa estava justificada.
O coração, portanto, é considerado a "voz" e somente ele dirá para onde deverá ser destinado. Caso não o tenha, a pessoa é lançada a um monstro híbrido temível composto de partes de crocodilo, leão e hipopótamo chamado Ammut, comedor de mortos.
Para os egípcios, o coração não era tão somente um órgão vital do corpo, mas era também a consciência, ou o centro do pensamento. Ele representava a voz de Maat no ser humano, a voz oracular da Ordem Cósmica que rasga o véu e penetra no mundo humano. Entretanto, por essa razão, as palavras do coração tornaram-se um problema para os egípcios, pois ele testemunhava no Palácio das Duas Verdades contra a pessoa. Essa crença era tão forte, que existia até uma prece especial, dirigida ao coração, que era inscrita em um amuleto em forma de escaravelho e depositada no local do coração durante o ritual de embasamento. Tal prece suplicava que o coração não se levantasse "como testemunha contra mim".
Para os antigos egípcios, o porta-voz oracular da lei da natureza, localizado no próprio corpo do indivíduo, estava muito mais próximo da consciência ordinária do que consideravam os gregos, para quem Gaia e Têmis haviam sido forçadas a retira-se do Delfos e a permanecer nos mundos inferiores, enviando de lá mensagens através dos sonhos. Muito embora Maat falava em nome da ordem cósmica, ela também é "o olho de Rá" e os filhos de Rá sentavam-se nos tronos dos faraós. Deste modo, a lei e a justiça estavam unidas, e os árbitros da ordem natural e da ordem social eram um só, unidos em Maat e no faraó. Por intermédio do oráculo da Deusa, o coração, as leis e os costumes da vida social eram confirmados por uma intuição mais profunda de justiça e integrados nesse nível.
Algumas vezes, Maat era representada infundindo o hálito da vida nos faraós. Para tanto, suspendia um ankh contra o seu nariz. Hator e outros deuses e deusas também se representavam da mesma maneira, porém só Maat infundia o alento da vida sobre o começo de todas as coisas.
Como princípio divino e como divindade do Equilíbrio Cósmico, Maat era uma força permanente ao lado do faraó aprovado e escolhido pelos deuses. Em última instância, o funcionamento regular e a própria existência e continuidade do faraonato como instituição fulcral da vida egípcia dependiam da atuação de Maat.
Em complemento, a função real devia estar conforme aos desígnios universais que a própria Deusa perseguia, ou seja, a promoção e a manutenção da fecundidade, da prosperidade, da solidariedade e da abastança das Duas Terras, sob todos os aspectos.
O faraó devia honrar a Justiça, a Eqüidade, a Verdade, a Retidão, isto é, a Deusa Maat.
Sentado em seu trono, o faraó trazia em sua mão uma figura da Deusa, diminuta como uma boneca, também sentada, que se oferecia aos deuses como sinal de que o rei representava a ordem divina que não havia sido perturbada desde o dia de sua criação. De forma similar, os juízes levavam sobre o peito um emblema lápis-lazúli que representava Maat. Assim, a ordem social era um reflexo da ordem divina e o governo de cada dia representava o tempo primordial em que Rá, o Sol, pôs a ordem (Maat) em lugar do caos.
Nessa linha de idéias, é compreensível que uma representação recorrente no âmbito da ideologia e da iconografia real seja a oferta de uma estatueta da Deusa Maat feita pelo faraó aos deuses. O rei assume e compromete-se perante as divindades mais elevadas do panteão a zelar maaticamente pela marcha harmoniosa do país, pelo estabelecimento e funcionamento da Justiça, da Paz, do Equilíbrio e da Solidariedade, nas suas vertentes social, ética e cósmica.
"A oferenda de Maat" resume-se, portanto, numa imagem carregada de significado: é o símbolo máximo da atividade litúrgica, que consiste, no fundo, numa sólida relação interativa entre o oficiante e o oficiado. A esfera humana, terrestre, reconhecendo a fragilidade da sua posição no Cosmos, louva e honra os deuses, a esfera divina, deles guardando, em resposta, a proteção, o auxílio, a benção. A Deusa Maat é, assim, a medida de toda a conduta humana. Sem ter culto local específico, ocupava um papel fundamental na vida dos egípcios.
Além da oferenda da efígie da Deusa perante divindades maiores, conscientes da importância significativa da relação com a Deusa Maat, muitos faraós, de vários períodos históricos, incorporaram nos seus nomes a nomenclatura da Deusa. A este propósito são de citar os casos de Amenemhat III, da Xii dinastia, cujo nome de coroação era Nimaetré, ou seja, "Aquele que pertence à Maat/Justiça de Rá" Na XVIII dinastia, faraós como Hatchepsut (nome de coroação: Maetkaré, "A Maat/Justiça é o ka de Rá) e Amenhotep III (nome de coroação: Nebmaetré,” Rá é o senhor de Maat/Justiça “) levaram também em consideração este importante vetor na proclamação das suas titulaturas”.
Entretanto, muitos outros faraós seguintes denotam este reconhecimento pela ação conjugada que deviam assegurar com a Deusa Maat: Seti I e Ramsés XI (nomes de coroação: Menmaetré, "Estável é a Maat/Justiça de Rá); os Ramsés II, III, V, VII e VIII, que escolheram todos como uma das designações dos seus nomes de coroação Usermaetré, ou seja, "Poderosa é a Maat/Justiça de Rá); Merenptah usava um pujante Hotephermaet, "Aquele que está repleto de Maat/ Justiça" como epíteto associado ao seu nome de nascimento; Ramsés IV preferiu para nome de coroação Hekamaetré, "Soberano de Maat/Justiça como Rá", enquanto que Ramsés VI (como Amenemhat III) optou por Nebmaetré "Rá é o senhor de Maat/Justiça".
Também no Terceiro Período Intermediário, faraós das XXII e XXIII dinastias continuaram a utilizar o mesmo processo (Takelot I, Osorkon II, Chechonk II, Petubastis I, Chechonk III). Até no Período Ptolomaico a tendência se verifica: Ptolomeu VI tinha como nome de coroação Irmaetenimenré, Aquele que faz reinar a Maat/ Justiça de Amon-(Rá);
os Ptolomeus VII e XII usavam como nome de coroação Irmaet. Aquele que faz reinar a Maat/Justiça;
Ptolomeu XV (o filho de Cleópatra VII e de Júlio César) não se fez de rogado e adotou como nome de coroação Irmaetenré, proclamando-se assim como. Aquele que faz reinar a Maat/ (Justiça de Rá).
Todos esses faraós "amados e amantes de Maat" a viam como uma autoridade suprema, cujo comportamento modelo tentavam, pelo menos ideológica e propagandisticamente, capitalizar na sua onomástica. O próprio faraó "herético" Akhenaton foi descrito como vivendo "de acordo com Maat". Além disso, a maioria dos faraós que usaram o nome da Deusa (designadamente a partir de Ramsés VI) reinavam em períodos de esfacelamento e de decadência da própria civilização faraônica, até da própria instituição real, o que reforça ainda mais a importância e o significado político-mental que efetivamente a Deusa Maat detinha no seio da sociedade e da cultura egípcia.
Todas as religiões têm um conteúdo moral ao lado dos objetos de culto e a moral básica dos egípcios tinha o nome de MAAT. Ela foi criada antes do mundo e através dela o mundo foi criado. É quase impossível traduzir a palavra com exatidão, mas ela envolvia uma combinação de idéias como "ordem", "verdade", "justiça" e "retidão". Considerava-se Maat uma qualidade não dos homens, mas do mundo, infundida neste pelos deuses no momento da Criação. Assim sendo, representava a vontade dos deuses. A pessoa se esforçava para agir de acordo com a vontade divina porque essa era a única maneira de ficar em harmonia com os deuses.
Para o camponês egípcio, Maat significava trabalho árduo e honesto, já para o funcionário, significava agir com justiça.
Durante as amargas dificuldades e a desilusão que flagelaram o Primeiro Período Intermediário, surgiu por instante a idéia que Maat não era apenas uma qualidade passiva inerente ao mundo, mas que os súditos do rei-deus tinham o direito de esperar que fosse praticada. Isso representava um passo para o desenvolvimento de um conceito de justiça social.
Portanto, é mais importante "conservar Maat" (obedecer a lei) do que adorá-la. A própria Maat dá assistência nessa tarefa guiando, instruindo e inspirando os egípcios e após a morte ela é o princípio pela qual eles são julgados. Ela é a personificação da sabedoria!
No período helênico, os atributos de Maat foram absorvidos por Ísis.
Maat era, portanto, a Deusa da Justiça e da Verdade, ligada ao equilíbrio (Libra) necessário para a convivência pacífica entre todos os seres. Maat rege o primeiro signo social do zodíaco egípcio. . Era filha de Rá, o Sol, e de um passarinho que, apaixonando-se pelo calor e pela luminosidade dos raios solares, subiu por eles até morrer queimado. No momento em que foi incinerado, uma pena voou pelos ares. Essa era a nossa Deusa Maat. Ela também foi a responsável pela união do Alto e do Baixo Egito, simbolizando com isso a força da união e os benefícios da justiça. Sem Maat, a criação divina, que é a Terra e seus habitantes, não poderia existir, pois tudo se afundaria no caos inicial.
Maat toca todos os aspectos da vida: independência, situações familiares, amor, ódio, temor, enfermidade, morte, eternidade, solidão, propósito e eleições. Não há situação que não possa ser enquadrada no esquema da verdade.

Maçonaria_ A Maçonaria é uma Ordem Universal formada de homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal. A Maçonaria não é uma sociedade secreta, no sentido como tal termo é geralmente empregado. Uma sociedade secreta é aquela que tem objetivos secretos e oculta a sua existência assim como as datas e locais de suas sessões. O objetivo e propósito da Maçonaria, suas leis, história e filosofia tem sido divulgados em livros que estão à venda em qualquer livraria. Os únicos segredos que a maçonaria conserva são as cerimônias empregadas na admissão de seus membros e os meios usados pelos Maçons para se conhecerem. A Maçonaria não é uma religião no sentido de ser uma seita, mas é um culto que une homens de bons costumes. A Maçonaria não promove nenhum dogma que deve ser aceito taticamente por todos, mas inculca nos homens a prática da virtude, não oferecendo panacéias para a redenção de pecados. Seu credo religioso consiste apenas em dois artigos de fé que não foram inventados por homens, mas que se encontram neles instintivamente desde os mais remotos tempos da história: A existência de Deus e a Imortalidade da Alma que tem como corolário a Irmandade dos Homens sob a Paternidade de Deus. A Maçonaria não é um partido político. Ela não tem partido. Em princípio, a maçonaria apóia o amor à Pátria, respeito às leis e à Ordem, propugnando pelo aperfeiçoamento das condições humanas. Os maçons são aconselhados a se tornarem cidadãos exemplares e a se afastarem de movimentos cuja tendência seja a de subverter a paz e a ordem da sociedade, e se tornarem cumpridores das ordens e das leis do país em que estejam vivendo, sem nunca perder o dever de amar o seu próprio país. A maçonaria promove o conceito de que não pode existir direito sem a correspondente prestação de deveres, nem privilégios sem retribuição, assim como privilégios sem responsabilidade. A missão da Maçonaria é a de "fazer amigos, aperfeiçoar suas vidas, dedicar-se às boas obras, promover a verdade e reconhecer seus semelhantes como homens e irmãos".
A missão da Maçonaria ainda é a prática das virtudes e da caridade, é confortar os infelizes, não voltar as costas à miséria, restaurar a paz de espírito e a paz aos desamparados e dar novas esperanças aos desesperançados.

Macrocosmo_O macrocosmo é identificado ora com o Universo, o mundo que é um todo orgânico, ora como o mundo das coisas grandes, das leis magnas, das leis da física, dos conjuntos estelares, planetários, galáticos e do que possa ser considerado grande, maior, enorme, aos conjuntos dos conjuntos, livros de referência de referências, aos conjuntos conhecidos de determinada época etc. Sendo exatamente o oposto de microcosmo.

Macumba_Popularmente, a palavra macumba é utilizada para designar genericamente os cultos sincréticos afro-brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos, tais como os bantos, como o candomblé e a umbanda.

Mago_ou Magi, plural da palavra Persa antiga magus, significando tanto imagem quanto "um homem sábio", que vêm do verbo cuja raiz é "meh", significando grande, e em sânscrito, "maha". Mago usualmente denota aquele que pratica a magia ou ocultismo; no entanto, pode indicar também alguém que possui conhecimentos e habilidades superiores como, por exemplo, quando se diz que um músico é um "mago dos teclados", pois toca com perfeição o instrumento musical. Os Magi originais eram a casta sacerdotal da Pérsia Sassânida, além de químicos, físicos e astrólogos. Seus trajes consistiam de um manto escuro decorado com astros, chapéu alto, triangular e pontudo, e suas demonstrações públicas envolviam o uso de substâncias químicas para geração de fumaça que causavam grande impressão entre o povo; observadores europeus trouxeram sua imagem para o folclore do ocidente.

Magia_(não confundir com mágica ou truque) antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada pelos Magos, é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o dominio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade.
A etimologia da palavra Magia, provém da Língua Persa, magus ou magi, significando tanto imagem quanto um homem sábio. Também pode significar algo que exerce fascínio, como por exemplo quando se fala da magia do cinema.
A prática da magia requer o aprendizado (pelo iniciado, pelo xamã, pelo sacerdote, etc.) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a meditação e a visualização.
Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação, o de consagração das armas mágicas, a projeção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação de símbolos e outros com objetivos particulares.

Magia e Ocultismo_Ocultismo é a Ciência do Oculto, que versa coisas que transcendem a percepção sensual e são pouco conhecidas. Trata especialmente de efeitos que não podem ser explicados pelas leis naturais universalmente conhecidas e cujas causas são ainda mistério para os que não penetraram nos segredos da Natureza a ponto de compreendê-los perfeitamente. Ocultismo também designa o conjunto de sistemas filosóficos e artes misteriosas derivadas dos conhecimentos secretos dos Antigos. É neologismo do latim, occultus, escondido. Ser Ocultista não significa ser Mago.
O primeiro estuda, por conta própria, os segredos da Natureza. Já o segundo, é um Iniciado, que alcançou um estágio evoluído de sabedoria e envolve-se em evocações e rituais de Alta Magia.

Magia, Origens da_A magia surgiu com a tentativa dos primeiros homens em controlar as forças da natureza. A ciência mágica tentava ligar a vida e o destino do homem pré-histórico com os fenômenos naturais à sua volta. As forças primitivas de ataque e defesa entre os homens deviam lembrar os animais que os fascinavam, como a cobra e os felínos. Além disso, nosso antepassado agia como o animal que tentava caçar, e foi isso, segundo os estudiosos, que deu origem à magia.

Magia, Cadeia_A Cadeia Mágica bem como o Círculo Mágico são a manifestação material, objetiva, de uma rede que vos protege e vos guarda no invisível.

Mágica, Definição_Mágica e ilusionismo é a arte de tornar o irreal em real diante do espectador. Em latim temos dois vocábulos que dão origem a uma definição simples, a prestidigitação: arte de prestidigitador (presti = rápido, digiti = dedos) O mágico/ilusionista usa de sua habilidade e rapidez com as mãos para transformar e encantar.

Mágico, Circulo_O Círculo Mágico é usado por Magos e Bruxos de maneiras diferentes. Magos o utilizam para que mantenham entidades e espíritos do lado de fora, de forma a manter a segurança do mago. Já na Bruxaria é usado para manter a energia gerada durante um ritual ou feitiço dentro do círculo e para manter energias distintas do lado de fora, neste conceito o círculo não é usado para proteção, mas para concentrar a energia gerada pelo Bruxo ou Coven. As Bruxas acreditam que suas entidades divinas não se manifestam em qualquer espaço e para isso fazem uso do Círculo Mágico.

Mágicos, Elementos_Para os magos, toda a magia é baseada em quatro elementos: Ar, Fogo, Água e Terra. A sabedoria advinda dos ancestrais ensina que, sem eles não há vida, pois esta, em si, é constituída por esses elementos que a norteiam em toda a sua essência.
Em outras palavras: tratam-se de forças constitutivas do Universo e de tudo o que nele existe. Além da força possuem formas e qualidades características, e uma essência que pode ser positiva e/ou negativa.
Correspondem às quatro direções do nosso mundo físico, aos quatro cantos do Universo, aos quatro ventos e, especialmente, aos quatro quadrantes do círculo mágico.
Água e Terra são energias femininas; o Fogo e o Ar, masculinas.
O Ar governa o Leste. Positivamente, associa-se ao nascer do Sol, à Primavera; aos incensos e defumações, em geral; às varas, bastões e cajados mágicos; às nuvens e às brisas, à respiração e, também, ao otimismo e à alegria; à inteligência e à rapidez mental e a toda espécie de ar benéfico.
Negativamente, está associado aos ventos fortes das tempestades, aos furacões, tornados e seus próximos; aos ares destrutivos de qualquer tipo e, também, à maledicência e à frivolidade, à vacilação e à desatenção, à gabolice e ao esquecimento.
A Água governa o Oeste. Está associada, de modo positivo, ao pôr-do-sol , ao Outono, ao cálice e ao caldeirão, a qualquer uma de suas formas benéficas e, igualmente, à compaixão e ao perdão, à tranqüilidade; à intuição e ao amor; num aspecto negativo, associa-se às tempestades e, conseqüentes inundações; aos redemoinhos e a qualquer de suas formas prejudiciais, como, também, à preguiça e à indiferença e ao descontrole emocional.
O arco-íris é a arca das águas sagradas. Além disso, são somente as entidades aquáticas que possuem os segredos das canções tanto quanto os da origem do canto. Não esquecer que os cantares das sereias e da Yara é que fascinam, atraem e enlouquecem os homens, quando não os levam à morte.
"Ouvir" a água nem sempre é bom. Certas de suas vibrações são profundamente nostálgicas e atuam, negativamente, sobre a alma humana. Olhar, fixamente, para a água pode ser bom ou péssimo.
Explicando melhor: um aprendiz de magia utiliza a água, que é um poderoso elemento, para despertar a "visão" e fortalecer a concentração imprescindíveis para favorecer e/ou despertar a mente para outros estados de consciência. Entretanto, pessoas fragilizadas, vítimas de descontrole emocional, jamais devem deixar-se fascinar pelo ritmo das águas, mormente quando são fundas e, portanto, perigosas, porque a fixação demorada pode induzi-las ao suicídio. A água "chama"; pelo seu próprio correr, ela produz, na psique humana, uma sensação de fuga, prejudicial, especialmente àqueles que, por problemas graves, de foro íntimo, querem "fugir" da realidade, do mundo, da vida que levam. Por outro lado, aliada a essa "fuga" a água a tudo lava; ela, aliás, suja-se para nos limpar. Então, o poder exercido pode tornar-se fatal, pois a pessoa além de, com a morte, livrar-se de tudo quanto a está atormentando, sente-se, igualmente, purificada. Este é, dentro da magia, o aspecto mais terrível das águas. O interessante é que as águas abominam esses gestos extremos e acabam por "devolver" o que não lhes pertence à Terra que, dentro de um contexto de magia é ventre-criador e túmulo-receptor, de acordo com as sagradas leis do Universo.
A lendária "Fonte da Juventude" é, na verdade, uma realidade e poderosíssima. Qualquer riacho, igarapé, cacimba e poço pode ser a água da juventude. Basta que a pessoa tenha o "conhecimento" e, assim, beneficie-se, no momento em que desejar, do poder milagroso dessas águas.
A Terra governa o Norte. Positivamente, associa-se com a meia-noite, o Inverno, o pentáculo e o sal ritual, as pedras preciosas, as grutas, as montanhas e o solo e, também, com o respeito, a perseverança, a responsabilidade e a estabilidade; a dureza e com tudo aquilo que represente uma finalidade na vida. Negativamente, a ela associam-se os terremotos, os escorregões, a rigidez, o desestímulo para modificar ou apreciar um problema sob vários pontos de vista, a teimosia, a incoerência e a inconsciência e todo tipo de vacilações.
A Terra é o berço onde estão adormecidos todos os oráculos. Para captá-los, entretanto, e receber os seus ensinamentos, é preciso que a mente e o coração sejam como os de uma criança, isto é, puros e virgens, ainda não atingidos e alterados pela tirania dos dogmas, sejam eles de que natureza forem. Os xamãs, tanto quanto os pajés são mestres em "ouvir" a Terra e, assiduamente, exercem essa prática.
Sagrados são os caminhos da Terra e, mais que isso, constituem os maiores veiculadores de força emocional. Por isso é que os magos, em geral, utilizam, em seus trabalhos, as encruzilhadas, pelo fato de, nelas, estar localizado todo um potencial energético magnetizador. Lamentavelmente, a maioria serve-se dos cruzamentos da Terra para praticar a magia chamada Negra; ao invés, deveriam utilizá-los para fins mais elevados. Assim, orar e acender velas (especialmente, amarelas) no meio de uma encruzilhada, pacífica e respeitosamente, é um ato positivo, pois, dessa maneira, agimos, num aspecto espiritual, sobre um dos pontos nevrálgicos do Planeta, armazenando um imenso manancial de energia, além de nos recentrarmos em nós mesmos.
O Fogo rege o Sul. Positivamente, está relacionado ao meio-dia, ao Verão, ao punhal e à espada, às velas e à toda espécie de fogo benéfico, ao sol e às estrelas, ao sangue e, também, a tudo o que se relaciona com o entusiasmo, atividades de chefias e vontade do poder; coragem, audácia e atrevimento. Negativamente, associa-se ao ódio, à raiva, ao medo, à inveja e ao egoísmo, à guerra e a todos os conflitos, a qualquer tipo de fogo prejudicial, bem como aos raios, relâmpagos, coriscos e vulcões.
O fogo é o mais sagrado de todos os elementos por constituir-se uma quase energia pura.
"Com fogo, não se brinca!" A expressão de alerta é universal.
Cuspir sobre as chamas revolvê-las com objetos metálicos ou chutar brasas e tições é a melhor forma de desencadear desarmonias com o fogo. Por se tratar de uma energia, ele devolve a quem o molestou, sob a forma do calor, em dobro, tudo quanto sofreu.
O fogo não é apenas uma energia: é um ser vivente, é a luz materializada, é um ensinamento.
Há diversos tipos de fogo possuindo, cada um deles, radiações e calores característicos. O amor e o ódio, por exemplo, são fogos originados da mesma fonte, mas orientados diversamente. Assim, o amor é um fogo direto e o ódio é proveniente de chamas mal direcionadas.
É expressivo o registro emocional do fogo, sendo manifestado, através de danças bem definidas, dentro das tradições xamânicas, revelando-nos oito alegrias de existir; de se arremessar com impetuosidade; de devorar; de brilhar; de dançar; de fascinar; de se amplificar; de ser amado ou de impressionar e sete pesares: de ser malnutrido; de ser ignorado; de ser desconsiderado; de ser delimitado; de ser escarnecido; de ser ferido; de ser extinto.
Assim como a maioria dos animais estabelece o seu território através da urina e/ou das fezes, o fogo procede da mesma forma. A "urina" do fogo é a fuligem e os "excrementos" são as cinzas.
Ao renovar-se uma fogueira, é bom não se removerem as cinzas.
Nas tradições de muitos povos, uma fogueira é mantida perenemente porque as brasas constituem a ossatura rubra do fogo e é nesta que se concentra a consciência desse elemento. Se as brasas apagarem-se, essa consciência será diluída e, posteriormente, radiada no plano astral. Eis, porque, entre os xamãs, pontifica a crença de que o fogo é um transmissor de mensagens ou de oferendas dos vivos para as almas dos entes queridos ou para os deuses.
Além dos gênios do fogo, propriamente ditos, que habitam planos mais altos, posto que muito evoluídos, das chamas baixas, médias e altas muitas espécies animais foram originadas.
Assim, são animais do fogo, os galos, os faisões, as araras, os pavões, as áspides e insetos como as borboletas, as abelhas e as formigas, todos eles compreendidos, em essência, no principal animal do fogo-que-devora-a-si-mesmo: a salamandra.
Relativamente ao homem, a magia do fogo é, sobremaneira, expressiva. Assim, na ventre da mulher existe uma partícula do fogo solar e o homem, no seu órgão sexual, retém uma parte do fogo terrestre e outra do fogo lunar que, no momento preciso, transforma-se no espermatozóide, permitindo, assim, o processo de fecundação.
Contudo, é no mais profundo do seu âmago que o homem pode, realmente, absorver, ao máximo, o poder do fogo, pois lá se encontra uma chama que chamamos espírito; uma partícula, uma ínfima centelha de fogo originada do Supremo Fogo Cósmico.

Mágicos, Instrumentos_Nós, Bruxas, lançamos mão de alguns utensílios em nossos rituais que são chamados de Instrumentos Mágicos, Armas Mágicas, Ferramentas
Mágicas e inúmeros outros nomes. Os Instrumentos Mágicos utilizados na Bruxaria têm sido inúmeros ao redor do mundo, por milhares de anos. Aqui são apresentados
os fundamentos dos principais instrumentos. Os Instrumentos Mágicos são utilizados apenas para facilitar o desempenho ritual e focalizar nossa concentração e intenção. Com o passar do tempo, você irá diminuir, e muito, o uso dos Instrumentos até conseguir realizar um ritual sem o uso de nenhum deles.
O Athame é um Punhal com dois gumes.
O Bolline é uma faca com o cabo branco. Ele é utilizado na colheita de ervas, na construção de talismãs e amuletos mágicos.
O Bastão representa para a maioria das Tradições o elemento Fogo, e é posicionado no ponto cardeal Sul, porém, alguns o associam ao elemento Ar e ao ponto cardeal Leste. Você pode comprar um pronto ou fazer um com galhos de árvores ou um cano de cobre.
O Cálice ou Taça é utilizado no Altar para representar o princípio Feminino da Água e fica no ponto cardeal Oeste. Muitas vezes são colocados dois Cálices sobre o Altar, um para água outro para vinho.
O Pentáculo é normalmente um disco, um prato de metal ou madeira com a figura de Pentagrama dentro de um círculo.
O Caldeirão de ferro, com tradicionalmente três pés, sempre representou a generosidade e as bênçãos dos Deuses. Tido como símbolo de abundância, fertilidade e detentor de todos os conhecimentos do Universo.
O Livro das Sombras. O termo "Livro das Sombras" vem do inglês Book of Shadows (BOS), um utensílio muito importante e que faz parte do arsenal de todo Bruxo. O Livro das Sombras é um caderno com a capa e a contracapa na cor preta, no qual registramos toda a nossa evolução na Arte.
A vassoura tem sido associada com a Magia há muito tempo, provavelmente devido à sua forma. Também é utilizada para a purificação de um local carregado.
Bola de Cristal, cristais de quartzo são extremamente populares hoje, mas a bola de cristal de quartzo é um antigo instrumento mágico.
O sino é um instrumento ritual de inestimável antiguidade. O toque de um sino libera vibrações com efeitos poderosos de acordo com seu volume, tom e material utilizado.
A Roupa, vestir-se é "opcional" para muitos Bruxos. Existem algumas Tradições em que os Bruxos praticam seus rituais "Vestidos de Céu" (nus).

Malleus Maleficarum_O Malleus Maleficarum (Martelo das Feiticeiras ou Martelo das Bruxas) é um livro escrito em 1484 e publicado em 1486 (ou 1487), por dois monges alemães dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger, que se tornou uma espécie de "manual contra a bruxaria". O livro foi amplamente utilizado pelos inquisidores por aproximadamente duzentos e cinqüenta anos, até o fim da Santa Inquisição, e servia para identificar bruxas e os malefícios causados por elas, além dos procedimentos legais para acusá-las e condená-las.
O Malleus Maleficarum traz inúmeras e exageradas descrições e, até certo ponto, apelativas e incoerentes. O livro divide-se em três partes distintas, sendo que cada parte subdivide-se em capítulos chamados de Questões. A primeira parte, que contém dezoito questões, ensina a reconhecer bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda parte traz apenas duas questões, mas a primeira está subdividida em dezesseis capítulos e a segunda em oito capítulos. Esta segunda parte expõe os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os detalhadamente, e os métodos para desfazê-los. A terceira e última parte, que contém uma introdução geral e trinta e cinco questões subdivididas condiciona as formalidades para agir "legalmente" contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las, tanto nos tribunais civis como eclesiásticos.
As teses centrais do Malleus Maleficarum fundamentaram-se na idéia de que o demônio, sob a permissão de Deus, procura fazer o máximo de mal aos homens para apropriar-se de suas almas. Este mal é feito prioritariamente através do corpo, único canal em que o demônio pode predominar. A influência demoníaca é feita através do controle da sexualidade, e por ela, o demônio se apropria primeiramente do corpo e depois da alma do homem. Segundo o livro, as mulheres são o maior canal de ação demoníaca.
Ainda, a primeira e mais importante característica descrita no livro, responsável por todo o poder das feiticeiras, é copular com o demônio. Portanto, Satã é o "senhor do prazer". Dessa forma, uma vez obtida a relação com o demônio, as feiticeiras são capazes de desencadear todos os males, especialmente impotência masculina, impossibilidade de livrar-se de paixões desordenadas, oferendas de crianças à Satã, abortos, destruição das colheitas, doenças nos animais, entre outros. Porém, no próprio livro é citado que o coito com o demônio não seria exatamente carnal, já que estas criaturas eram espíritos, mas ocorria através de rituais orgíacos.

Mancia_Sufixo indicando que a palavra é um domínio de um método de advinhação do futuro, por exemplo, hidromancia (hidro, que significa água, e mancia, método de advinhação.) é um método de advinhação apartir da água.

Mandala_Em sânscrito, a palavra a palavra mandala (tib. kyilkhor / dkil 'khor, jap. mandara) significa círculo. No buddhismo Vajrayana, mandala refere-se a um tipo de diagrama (sânsc. yantra) simbólico de uma mansão sagrada, o palácio de uma divindade meditacional, a dimensão pura da mente iluminada. Geralmente, as mandalas são pintadas como thangkas, representadas tridimensionalmente em madeira ou metal ou construídas com areia colorida sobre uma plataforma. Neste último caso, a mandala é desfeita após algumas cerimônias e a areia é jogada em um rio próximo, para que as bênçãos se espalhem. A dissolução de uma mandala serve também como exemplo da impermanência. As mandalas são muitas vezes constituídas por uma série de círculos concêntricos, cercados por um quadrado que, por sua vez, é cercado por outro círculo. O quadrado possui um portão no centro de cada lado, o principal voltado para o leste, com outras três entradas em cada ponto cardeal. Eles representam entradas para o palácio da divindade principal e são baseados no desenho do templo indiano clássico de quatro lados. Tais mandalas são plantas elaboradas do palácio, visto de cima.
Os portais, porém, muitas vezes são "deitados", assim como os muros externos. Estes portais são elaboradamente decorados com símbolos tântricos. A arquitetura da mandala representa tanto a natureza da realidade como a ordem de uma mente iluminada.
As mandalas simbolizam iconograficamente as virtudes da iluminação. Em um esquema tradicional, os cinco dhyani-buddhas são representados: Vairochana no centro, Amoghasiddhi na direita (norte), Ratnasambhava na esquerda (sul), Akshobhya embaixo (leste) e Amitabha em cima (oeste).
Estas posições também foram utilizadas, por exemplo, na construção da stupa de Borobudur (Indonésia), mas podem variar de acordo com a divindade representada. Outros significados mais profundos sobre as mandalas devem ser ensinados apenas por professores qualificados da tradição Vajrayana.

Mandrágora_ (do latim mandragora): Gênero de plantas da família das solanáceas, de folhas compridas e largas, de sabor e cheiro desagradáveis. Na Antiguidade e na Idade Média, a mandrágora era empregada em diversas manipulações de feitiçaria. As mandrágoras são ervas de grande raiz carnuda, geralmente bifurcada, lembrando um corpo humano, com duas pernas. As flores azuis, brancas, vermelhas ou violáceas são muito numerosas. Conhecem-se quatro espécies mediterrâneas. A "Mandragora officinale", comum na Sicília, é cultivada, sobretudo pelas suas propriedades narcóticas.

Marte_é o quarto planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas telúricos no sistema solar, situando-se entre a Terra e a cintura de asteróides a 1,5 UA do Sol (ou seja, a uma vez e meia a distância da Terra ao Sol).
Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares. Filho de Juno e de Júpiter, era considerado o deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos, junto das muralhas de Tróia, cada um dos quais defendendo um dos exércitos. Marte, protector dos troianos, acabou derrotado. Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vénus, e com ela teve um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia. Na verdade tratava-se de uma realção adúltera, uma vez que a deusa era esposa de Vulcano, que arranjou um estratagema para os descobrir e prender numa rede enquanto estavam juntos na cama. O povo romano considerava-se descendente daquele deus porque Rómulo era filho de Reia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte. Assim como Marte é o deus romano da guerra, bem como seu correspondete Ares na mitologia grega.
Há também Cariocecus ou Mars Cariocecus que é o deus lusitano da guerra. O planeta Marte provavelmente recebeu este nome devido à sua cor vermelha.

Materialização_Materialização é o ato ou o efeito de materializar (-se). O conhecido professor Hernani Guimarães Andrade, em seu livro "A Matéria Psi", faz judiciosas ponderações a respeito deste verbete: "O vocábulo materialização pode sugerir a idéia de transformação da substância espiritual em substância material". Isso não parece certo. Na ectoplasmia não ocorre, nem materialização nem desmaterialização. O fenômeno em jogo tem as características da organização morfológica (modelação) de uma determinada substância material (o ectoplasma). No vocabulário espírita trata-se de um fenômeno de ectoplasmia (teleplastia), quando um ser ou objeto de outra dimensão (espiritual) tornar-se visível e tangível, por condensação de substância sutil (ectoplasma) que se desprende do médium. A formação ectoplasmática dos Espíritos pode ser parcial (dedos, mãos, braços, rostos) ou total (corpo inteiro), com substância luminosa ou não. Sob o aspecto da tangibilidade, as formações ectoplasmáticas podem ser do tipo rarefeito, de pouca densidade, mais denso e opaco com bastante nitidez e denso com solidez e tangibilidade total.

Mathers, Samuel Lidell MacGregor_ foi um dos mais importantes magistas cohecidos, autor e tradutor de várias obras fundamentais no meio mágico, e um dos fundadores da The Hermetic Order of the Golden Dawn , ou simplesmente Golden Dawn (Aurora Dourada). Nascido em 8 de Janeiro de 1854, Mathers serviu o exército onde publicou seu primeiro livro: um manual militar. Como é comum, desde cedo interessou-se pelo assunto magia, sendo inclusive convidado a afiliar-se a Sociedade Teosófica de Mme. Blavatsky , porém, declinou o convite. Pouco tempo depois, foi indicado por seus Instrutores Ocultos a mudar-se para Paris, onde passou o resto de sua vida. Em 4 de Outubro de 1877, tornou-se Maçon. Em 1882, afiliou-se a Sociedade Rosacruciana em Anglia. Em 1877 funda a Golden Dawn com mais três amigos maçons. Assume sua liderança em 1891 com a morte do Dr. Woodman . Logo depois, desenvolve riruais para a admição na Segunda Ordem: Roseae Rubeae et Aureae Crucis, também chamada R.R. et A.C.

Medeia_ Na mitologia grega, Medeia (ou Medéia, no Brasil) era filha do rei Eetes, da Cólquida, sobrinha de Circe (aparecendo, ainda, como filha de Circe e Hermes ou como irmã de Circe e filha de Hécata) e que foi, por algum tempo, esposa de Jasão. É uma das personagens mais terrivelmente fascinantes desta mitologia, ao envolver sentimentos contraditórios e profundamente cruéis, que inspiraram muitos artistas ao longo da história - na escultura, pintura, teatro, cinema, ópera...
Os mitos e personagens que envolvem Medéia têm sido classificados por alguns autores como narrativas e elementos-chave respeitantes ao limiar cultural e civilizacional que separa, por um lado o mundo primitivo das culturas pelásgicas dos xamãs, das divindades ctónicas, dos matriarcados arcaicos e da Deusa-mãe e, por outro, os novos desafios e paradigmas abertos pela Idade do Bronze.

Médium_Médiuns são todos que sentem, de alguma maneira, a presença dos espíritos, independente da intensidade e da diversidade dessas manifestações. Segundo a doutrina, essa faculdade é inerente ao ser humano e não constitui privilégio de ninguém, pois todas as pessoas possuem mediunidade mesmo que em "estado rudimentar".
Os médiuns mais desenvolvidos acabam se sobressaindo e recebem a denominação com mais freqüência, dando a falsa impressão de que são a minoria. Os médiuns tem, na sua maioria, faculdades especiais de captação das manifestações espirituais, fazendo que eles se tornem diferentes entre si ao se expressarem.
As principais variedades dessas manifestações estão relacionadas a seguir:
Médiuns de efeitos físicos: produzem fenômenos materiais como movimentação de objetos, ruídos, batidas, etc.
Médiuns sensitivos ou impressionáveis: são capazes de sentir a presença dos espíritos através de arrepios ou de uma impressão da sua presença. Ao desenvolverem essa sensibilidade, podem até identificar se o espírito é bom ou ruim.
Médiuns audientes: são capazes de ouvir as vozes dos espíritos e de conversarem com eles. A boa conversa depende de uma presença boa; um "mau” espírito pode trazer transtornos ao seu ouvinte.
Médiuns videntes: possuem a faculdade de ver os espíritos. Raramente esse tipo de mediunidade se manifesta por um longo período. Essa visão não é propiciada pelos olhos, e sim pela alma, o que torna possível a alguns cegos desenvolverem esta sensibilidade.
Médiuns sonâmbulos: são dois tipos de sonâmbulos: os sonâmbulos propriamente ditos, que antecipam seu estado de espírito ignorando a matéria, e os médiuns que servem de instrumentos, nos quais as vontades manifestadas não são as vontades dos seus próprios espíritos.
Médiuns curadores: são capazes de curar com um simples toque, uma prece, um olhar e sem qualquer medicação. É uma faculdade espontânea, não havendo necessidade do médium estar preparado por estudos de medicina ou formas de magnetização.
Médiuns pneumatógrafos: são aqueles que recebem diretamente dos espíritos mensagens por escrito. Essas mensagens podem ser frases completas, desenhos ou alguns poucos traços. Para o médium pneumatógrafo, o lápis é dispensável, o que o difere do médium escrevente. É uma mediunidade muito rara que requer oração e concentração.
Médiuns escreventes: são aqueles que recebem mensagens por escrito. A psicografia, mais comum, fornece uma vasta literatura e possibilita uma comunicação.

Mercúrio_é um metal líquido à temperatura ambiente, conhecido desde os tempos da Grécia Antiga.
Seu nome homenageia o deus romano Mercúrio, que era o mensageiro dos deuses. Essa homenagem é devida à fluidez do metal.
Mercúrio era o deus romano encarregado de levar as mensagens de Júpiter. Era filho de Júpiter e de Bona Dea e nasceu em Cilene, monte de Arcádia. Os seus atributos incluem uma bolsa, umas sandálias e um capacete com asas, uma varinha de condão e o caduceu. Quando Proserpina foi raptada, tentou resgatá-la dos infernos sem muito sucesso. Era o deus da eloqüência, do comércio, dos viajantes e dos ladrões, a personificação da inteligência. Correspondia ao Hermes grego, protetor dos rebanhos, dos viajantes e comerciantes: muito rápido, era o mensageiro. O planeta Mercúrio provavelmente recebeu este nome porque se move rapidamente no céu. Mercúrio é o mais próximo planeta do Sol e portanto o primeiro dos quatro planetas rochosos do sistema solar. Ele também é o menor planeta do nosso sistema.

Merlin_Os primeiros registros existentes onde consta Merlin são do começo do século 10, nele consta que Merlin era um mero profeta, mas o papel dele foi evoluindo gradualmente como mago profeta e conselheiro, ativo em todas as fases da administração do reinado do Rei Arthur. Ele foi aparentemente chamado ao nascer com o nome de Emrys num local chamado Caer-Fyrddin (Carmarthen). Só depois ele tornou-se conhecido como Merlin, uma versão latinizada da palavra gaulesa, Myrddin.
Merlin era o filho bastardo da Princesa Real de Dyfed. Porém, o Rei, pai da princesa, Meurig ap Maredydd ap Rhain, não é encontrado nas genealogias tradicionais deste reino e provavelmente era um sub-rei da região que limita Ceredigion. O pai de Merlin é dito, era um anjo que tinha visitado a Princesa Real e tinha a deixado com a criança. Os inimigos de Merlin diziam que o pai dele era um incubus, um espírito mau que tem relacionamento com mulheres enquanto dorme.
As pessoas suspeitavam que a criança "diabólica" veio para ser um contra peso à boa influência que cristo teve na terra. Merlin, felizmente, foi batizado cedo em vida, é contado que este evento negou o mal na natureza dele, mas os poderes do lado esquerdos ficaram intactos nele. A história original foi inventada para salvar a mãe dele do escândalo que teria acontecido presumivelmente a ligação dela com Morfyn Frych, Príncipe secundário da Casa de Coel, ato de conhecimento público.

A lenda nos conta que a retirada romana da Inglaterra e a usurpação do trono dos herdeiros legítimos, fez com que Vortigern fugisse da saxônia e fosse para Snowdonia, em Gales, na esperanças de construir uma fortaleza em uma montanha em Dinas Emrys onde ele poderia estar seguro. Infelizmente, a construção vivia desmoronando e os feiticeiros da casa de Vortigern lhe falaram que um sacrifício de uma criança órfã resolveria o problema. Uma pequena dificuldade foi isto, pois aquelas tais crianças eram bastante difíceis de serem encontradas. Felizmente para a fortaleza de Vortigern, Merlin era conhecido por não ter nenhum pai humano e o disponibilizaram.
Antes que o sacrifício pudesse acontecer, Merlin usou os grandes poderes visionários dele e atribuiu o problema estrutural a uma piscina subterrânea no qual viveu um dragão vermelho e um dragão branco. O significado disto, de acordo com Merlin, era que o dragão vermelho representou os Bretões, e o dragão branco, os Saxões. Os dragões lutaram, dragão branco levou a melhor, no princípio, entretanto o dragão vermelho empurrou o branco para trás. O significado estava claro. Merlin profetizou que Vortigern seria morto e o trono seria tomado por Ambrosius Aurelianus, depois Uther, depois o grande líder, Arthur. Caberia a ele empurrar os Saxões para trás.
De acordo com a profecia, Vortigern foi morto e Ambrosius tomou o trono. Depois, Merlin parece ter herdado o pequeno reino do avô dele, mas abandonou as terras dele em favor da vida mais misteriosa para a qual ele se tornou tão bem conhecido (a vida druídica). Depois que 460 nobres britânicos foram massacrados na conferência de paz, como resultado do artifício saxônio, Ambrosius consultou Merlin sobre erguer um marco comemorativo a eles. Merlin, junto com Uther, levou uma expedição para a Irlanda para obter as pedras do Chorea Gigantum, o Anel do Gigante. Merlin, pelo uso dos poderes extraordinários dele, devolveu as pedras para um local, um pouco a ocidente de Amesbury, e os reergueu ao redor da sepultura da massa dos nobres britânicos.
Nós chamamos este lugar Stonehenge.
Após a sua morte, Ambrosius teve como sucessor o seu irmão, Uther, quem, durante a perseguição dele a Gorlois, conheceu a esposa irresistível de Gorlois, Igraine (Ygerna), Uther voltou para as terras em Cornwall, onde foi pedir para Merlin ajudá-lo a possuir Igraine, e para Merlin ajudá-lo, Uther teve que fazer um trato com Merlin de que a criança que nascesse da união de Uther com Igraine fosse dada a Merlin para ele se torna o tutor da criança, Uther aceitou e foi ajudado por Merlin que o transformou na imagem de Gorlois. Uther entrou no castelo de Gorlois e conseguiu enganar Igraine a pensar que ele era o marido dela, e engravidou-a, concebendo ela uma criança, Arthur. Gorlois, no entanto não sabendo no que iria acontecer, saiu para encontrar-se com Uther no combate, mas ao invés, foi morto pelas tropas de Uther, enquanto Uther se passava por Gorlois.

Depois do nascimento de Arthur, Merlin se tornou o tutor do jovem menino, enquanto ele crescia com o seu pai adotivo, Senhor Ector (Cynyr Ceinfarfog). No momento definindo da carreira de Arthur, Merlin organizou uma competição da espada-na-pedra pela qual o rapaz se tornou o rei. Depois, o mago conheceu a mística Dama do Lago na Fonte de Barenton (Bretanha) e a persuadiu a presentear o Rei com a espada mágica, Excalibur. Nos romances, Merlin foi o criador da Távola Redonda, e esta sempre ajudando e dirigindo os eventos do rei e do reino Camelot. Ele é pintado por Geoffrey de Monmouth, ao término da vida de Arthur, acompanhando Arthur ferido para a Ilha de Avalon para a curar das feridas dele. Outros contam como tendo se apaixonado profundamente por Morgana, a meia irmã de Arthur, e ele concordou em lhe ensinar todos seus poderes místicos. Ela ficou tão poderosa que as habilidades mágicas dela "excederam" às de Merlin. Determinou que não seria escravizada por ele, e prendeu-o em um calabouço, uma caverna semelhantemente a uma prisão. Assim a ausência dele na Batalha de Camlann era no final das contas responsável pelo falecimento de Arthur.
É dito que a prisão e/ou o local onde ele está enterrado está em baixo do Montículo de Merlin na Faculdade de Marlborough em Marlborough (Wiltshire), a Drumelzier em Tweeddale (Escócia), Bryn Myrddin (Colina de Merlin) perto de Carmarthen (Gales), Le de Tombeau Merlin (Tumba de Merlin) perto de Paimpont (Brittany) e Ynys Enlli (Ilha de Bardsey) fora a Península de Lleyn (Gales).
Esta é a Lenda de Merlin mais conhecida, tendo outras que diziam que ele era um louco que tinha o dom de prever as coisas que iriam acontecer e que vivia nas florestas como um selvagem.
Senda assim Merlin é um dos seres mais enigmáticos que existiu, onde até hoje ninguém sabe se ele existiu mesmo ou se é apenas uma Lenda, o que se sabe são apenas fragmentos sobre ele, e estórias confusas, na qual não se consegue definir a sua identidade. Tendo momentos de total lucidez como um sábio e outras como a de uma pessoa que se deixou ser enganado pelo sentimento deixando de lado a razão. Isto faz com que ele seja tão enigmático e carismático ao mesmo tempo, onde até hoje quando se fala logo em mago, vem na cabeça Merlin.

Mescalina_A mescalina é um alucinógeno forte extraído do cacto Peyote (Lophophora Williamsii). Apresenta-se sob a forma de pó branco, que é geralmente consumido por via oral (mastigado ou por infusão) ou, ocasionalmente, injetado. Esta substância tem propriedades antibióticas e analgésicas. Instala-se em receptores cerebrais provocando alterações de consciência e percepção, principalmente a nível visual. O Peyote, cacto de onde é extraída a mescalina e que se desenvolve nas zonas desérticas do norte do México, era uma planta sagrada para os Huichols mexicanos. Era usada em rituais pelos xamãs de várias tribos na época pré-hispânica, contudo a conquista e a conversão ao catolicismo limitaram os seus uso a sectores marginais de Huicholes e Yakis. No final do século XIX, as migrações para as reservas índias e o movimento de revitalização religioso, conhecido como Igreja Nativa Americana (que surge, parcialmente, como reação aos problemas causados pelo álcool), faz com que o uso de rebentos de mescalina volte a verificar-se em rituais. A mescalina foi isolada em 1896 e sintetizada em 1919, mas só mais tarde, em 1927, é que foram descritos os seus efeitos na mente humana.
Nos anos 60, a mescalina torna-se popular com a obra de Carlos Castañeda sobre D. Juan, um bruxo Yaki. A partir desta altura, torna-se num dos sinais de identidade do movimento da contra-cultura, estando associada a misticismo. "As portas da percepção", obra de Aldous Huxley foi baseada neste alucinógeno. A mescalina tem efeitos psicodélicos semelhantes aos do LSD, mas menos intensos. Pode provocar a intensificação da percepção, sinestesias, distorções da imagem corporal e da percepção do espaço e do tempo, alucinações, intensificação e instabilidade emocional, aumento da capacidade sugestiva, sintomas de despersonalização e idéias paranóides. Estes efeitos podem ser acompanhados de tremores, taquicardia, hipertensão, transpiração, visão enevoada e dilatação da pupila.
Esta substância alcança a sua concentração máxima no Sistema Nervoso 30 a 120 minutos após o seu consumo e os seus efeitos podem durar até 10 horas.

Mesmer, Franz Anton_Mesmer foi o médico austríaco criador da teoria do magnetismo animal conhecido pelo nome de mesmerismo. Nasceu a 23 de maio em Iznang, uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena. Provido de recursos, dedicou-se a longos estudos científicos, chegando a dominar os conhecimentos de seu tempo, época de acentuado orgulho intelectual e ceticismo. Era um trabalhador incansável, calmo, paciente e ainda um exímio músico.
Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que dela desprende um fluido que alcança o doente; declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, para estender o benefício a maior número de pessoas, magnetizava água, pratos, cama, etc., cujo contato submetia os enfermos.
Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos. Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que este é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. A sua popularidade prosseguiu por muitos anos, mas outros médicos o taxavam de impostor e charlatão. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.
Concentrado no alívio à dor, Mesmer não chegou a perceber a existência do sonambulismo artificial, que seu ilustre e generoso discípulo, conde Máxime Puységur, descobre (inclusive a clarividência a ele associada), o qual se desenvolve durante o transe magnéticos em certas pessoas.
Em 1792, Mesmer vê-se forçado a retirar-se de Paris, vilipendiado, e instala-se em pequena cidade suíça, onde vive durante 20 anos sempre servindo aos necessitados e sem nunca desanimar nem se queixar. Em 1812, já aos 78 anos, a Academia de Ciências de Berlim convida-o para prestar esclarecimentos, pois pretendia investigar a fundo o magnetismo. Era tarde; ele recusa o convite. A Academia encarrega o Professor Wolfart de entrevistá-lo. O depoimento desse professor é um dos mais belos a respeito do caridoso médico:
“Encontrei-o dedicando-se ao hospital por ele mesmo escolhido. Acrescente-se a isso um tesouro de conhecimentos reais em todos os ramos da Ciência, tais como dificilmente acumula um sábio, uma bondade imensa de coração que se revela em todo o seu ser, em suas palavras e ações, e uma força maravilhosa de sugestão sobre os enfermos”.
No início de 1814, ele regressou para Iznang, sua terra natal, onde permaneceria os seus últimos dias até falecer em 05/03/1815.
Assim foi Mesmer. Durante anos semeou a cura de enfermos doando de seu próprio fluido vital em atitude digna daqueles que se sacrificam por amor ao seu trabalho e a seus irmãos. Suas teorias atravessaram décadas e seu exemplo figura luminoso entre os missionários que sob o açoite das críticas descabidas e as agressões da calúnia, passam incólume escudado pelo dever retamente desempenhado. Seu nome jamais se desligar do vocábulo "fluido" e sua vida valiosa pelos frutos que gerou, jamais ser esquecida por aqueles cuja honestidade de propósitos for o ornamento de seus espíritos. A sua obra foi decisiva para demonstrar a realidade da imposição das mãos como meio de alívio aos sofrimentos, tal como a utilizavam os primeiros cristãos antigamente e os espíritas atualmente.

Mesmerismo_também chamado de 'magnetismo é o estado ou o resultado de alguém, obtido ao ser mesmerizado (magnetizado), com um dos significados acima listados. Médico Mesmer criou uma terapia científica, revolucionou a medicina, antecipou conceitos da Doutrina Espírita, elaborou uma fisiologia humana espiritualista, iniciou a psicologia experimental. Mas suas descobertas estão esquecidas aguardando quem as resgate. O homem não é apenas um corpo. A complexidade da fisiologia humana ultrapassa os limites de observação dos sentidos físicos. O homem está imerso numa matéria sutil, que se espalha por todo o Universo e o interliga com todos os seres: é o princípio vital, também chamado fluido vital ou Magnetismo Animal. Essa é a causa da vitalidade orgânica e o princípio que mantém e recupera a saúde. Toda essa estrutura, desconhecida da ciência oficial, tem origem na matéria. Matéria sutil, distante do alcance dos instrumentos científicos atuais. O espírito é uma individualidade imaterial que rege essa complexa composição orgânica.
O médico Franz Anton Mesmer revelou ao mundo essas descobertas que renovam as ciências médicas e abrem as portas para uma medicina que realmente cura e preserva a saúde. Entretanto, a ciência do Magnetismo Animal ainda é completamente desconhecida no meio acadêmico da medicina.

Metamorfose_ Chamamos de metamorfose o processo de mudança nas estruturas dos corpos. Entre os exemplos mais comuns de metamorfoses podemos citar as libélulas, que são insetos aquáticos e depois se transformam em voadores; além das borboletas, que na forma larval possuem peças bucais mastigadoras e após o processo de metamorfose se tornam insetos voadores e com peças bucais especializadas na sucção.

Michelet, Jules_ Historiador francês nascido em Paris, considerado um dos maiores historiadores de todos os tempos, conhecido como o primeiro historiador a afirmar que não eram as grandes personalidades e sim as massas os principais agentes das mudanças sociais, originando os ideais da revolução francesa. Filho de um tipógrafo modesto nasceu pouco após a Revolução Francesa, que marcou a transição da Idade Média para a Modernidade. Começou a escrever seus primeiros livros antes mesmo de se formar em letras e começar a lecionar na escola preparatória. Nomeado diretor do setor de história dos arquivos nacionais, passou a ensinar no College de France. Perseguido por suas idéias liberais e por seu posicionamento contrário ao segundo império acabou preso (1851) e perdeu os cargos públicos. Voltou-se, então, inteiramente ao trabalho de historiador até seus últimos dias, em Hyères. Na sua obra destacaram-se Tableau chronologique de l'histoire moderne (1825), Précis de l'histoire moderne (1827), Histoire de France (1833), primeira parte, Histoire de la révolution française (1847-1853) e Histoire de France (1855-1867), segunda parte, além de obras líricas e de trabalhos irreverentes tais como Les Jésuites (1843). Segundo o escritor francês Victor Hugo, ele foi o decifrador das grandes esfinges da História.

Microcosmo_do grego Mikrokosmos, mundo pequeno corresponde a um de três fatos: ao homem, ao mundo pequeno ou ao pequeno mundo.
Assim, considera-se que: O homem representa todo o Universo e nele está consciente.
Microcosmo é o Universo do ponto de vista pessoal e subjetivo, por oposição ao macrocosmo: ao Universo do ponto de vista coletivo e objetivo.
No Homem encontram-se ambos o universal e o particular, ora na forma de conteúdo (microcosmo), o que é contido, ora na forma de continente (macrocosmo), o que contém.
O microcosmo é o mundo do homem consciente de si, e o mundo é a medida do homem. Além do microcosmo estende-se o macrocosmo, mas além desse último não há o que estender, porque não há medida fora do mundo.
O mundo pequeno se refere ao mundo quanto a dimensão ou extensão. Assim microcosmos corresponde a miniatura do universo. A história da astronomia evidencia que a dimensão do Universo conhecido tem aumentado, não somente porque o instrumental de medida melhorou muito no século XX, mas também porque a teoria da origem do universo prevê sua expansão. É comum se afirmar com certa frouxidão que o mundo antigo era pequeno em relação ao mundo atual. Isso é, que a dimensão conhecida do mundo antigo seria menor, mas é evidente que a dimensão desconhecida continua tão grande, ou ainda maior, hoje como antigamente. Os mapas de hoje são por vezes mais complexos que os primeiros mapas. O mundo parece pequeno a olho nu, e bem maior para o observador ao telescópio.
O pequeno mundo corresponde aos círculos, por exemplo, o círculo literário, o círculo filosofico; e ainda por extensão, às esferas, como a esfera dos artistas, a esfera acadêmica, a biosfera, a homeosfera, a troposfera etc

Milagres_do latim miraculum, do verbo mirare, "maravilhar-se" é uma evidente interrupção das leis da natureza que só poderia ser explicada pela intervenção de algum poder divino ou extranatural.

Mito_O mito apesar de ser um conceito não definido de modo preciso e unânime, constitui uma realidade antropológica fundamental, pois ele não só representa uma explicação sobre as origens do homem e do mundo em que vive, como traduz por símbolos ricos de significado o modo como um povo ou civilização entende e interpreta a existência.
Mito é uma narrativa tradicional de conteúdo religioso, que procura explicar os principais acontecimentos da vida por meio do sobrenatural. O conjunto de narrativas desse tipo e o estudo das concepções mitológicas encaradas como um dos elementos integrantes da vida social são denominados mitologia. Segundo Mircea Eliade, a tentativa de definir mito é a seguinte, o mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e interpretada em perspectivas múltiplas e complementares...
O mito conta uma história sagrada, relata um acontecimento que teve lugar no tempo primordial, o tempo fabuloso dos começos...
O mito conta graças aos feitos dos seres sobrenaturais, uma realidade que passou a existir, quer seja uma realidade tetal, o Cosmos, quer apenas um fragmento, uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, é sempre portanto uma narração de uma criação, descreve-se como uma coisa foi produzida, como começou a existir...
O mito só fala daquilo que realmente aconteceu do que se manifestou, sendo as suas personagens principais seres sobrenaturais, conhecidos devido aquilo que fizeram no tempo dos primordios.
Os mitos revelam a sua atividade criadora e mostram a “sobrenaturalidade” ou a sacralidade das suas obras. Em suma os mitos revelam e descrevem as diversas e frequentemente dramáticas eclosões do sagrado ou sobrenatural nomundo. É está “intormição” ou eclosão do sagrado(sobrenatural), que funda, que dá origem ao mundo tal como ele é hoje. Sendo também graças à intervenção de seres sobrenaturais que o homem é o que é hoje.
Segundo M. Eliade, “o mito é considerado como uma história sagrada, e portanto uma história verdadeira, porque se refere sempre a realidades. O mito cosmogónico é verdadeiro porque a existência do mundo está aí para o provar, o mito da origem da morte é também verdadeiro porque a mortalidade do homem prova-o...e pelo facto de o mito relatar as gestas dos seres sobrenaturais e manifestações dos seus poderes sagrados, ele torna-se o modelo exemplar de todas as actividades humanas significativas”.
Muitas histórias mitológicas conservam-se na mente das pessoas, dando uma certa, perspectiva daquilo que acontecia em suas vidas.
“Essas informações provenientes de tempos antigos têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram, civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares da nossa travessia pela vida...”
Aquilo que os seres humanos têm em comum revela-se no mito. Segundo Campbell, eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato a experiência da vida. Eles ensinam que nós podemos voltar-nos para dentro.
Assim sendo os mitos têm como tema principal e fundamental que é a busca da espiritualidade interior de cada um de nós.
“Os mitos estão perto do inconsciente colectivo e por isso são infinitos na sua revelação”.
As Características do Mito: A narração mitológica envolve basicamente acontecimentos supostos, relativos a épocas primordiais, ocorridos antes do surgimento dos homens (história dos deuses) ou com os "primeiros" homens (história ancestral). O verdadeiro objeto do mito, contudo, não são os deuses nem os ancestrais, mas a apresentação de um conjunto de ocorrências fabulosas com que se procura dar sentido ao mundo. O mito aparece e funciona como mediação simbólica entre o sagrado e o profano, condição necessária à ordem do mundo e às relações entre os seres. Sob sua forma principal, o mito é cosmogônico ou escatológico, tendo o homem como ponto de intersecção entre o estado primordial da realidade e sua transformação última, dentro do ciclo permanente nascimento-morte, origem e fim do mundo. As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere a temas e interesses que transcendem a experiência imediata, o senso comum e a razão: Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e a escatologia (destino último do mundo e da humanidade). Crê-se no mito, sem necessidade ou possibilidade de demonstração. Rejeitado ou questionado, o mito se converte em fábula ou ficção.
Tipos de Mito:
Mitos cosmogônicos: Dentre as grandes interrogações que o homem permanece incapaz de responder, apesar de todo o conhecimento experimental e analítico, figura, em todas as mitologias, a da origem da humanidade e do mundo que habita. É como resposta a essa interrogação que surgem os mitos cosmogônicos. As explicações oferecidas por esses mitos podem ser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por diferentes povos. É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criador, um demiurgo que, por ato próprio e autónomo, estabeleceu ou fundou o mundo em sua forma atual. Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria preexistente a toda a criação: “o oceano, o caos (segundo Hesíodo) ou a terra (nas mitologias africanas). A criação ex nihilo (a partir do nada, sem matéria preexistente) já reflecte algum tipo de elaboração filosófica ou racional. A cosmogonia chinesa, por exemplo, atribui a origem de todas as coisas a Pan Gu, que produziu as duas forças ou princípios universais do yin e yang, cujas combinações formam os quatro emblemas e os oito trigramas e, por fim, todos os elementos”. No hinduísmo, o Rigveda descreve graficamente o nada a original , no qual respirou o Um, nascido do poder do calor. A água é o elemento primordial mais frequente das cosmogonias, sobretudo nas mitologias asiáticas e da América do Norte. A consolidação da terra faz-se pela acção de um intermédio (espirito ou animal) que a retira do fundo da água e introduz no mundo um elemento de desordem ou mal. A criação a partir do nada, aparece unicamente pela palavra de deus facto que aparece claramente no livro do gênesis.
Mitos escatológicos: Ao lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o homem, como grande mistério, a morte individual, associada ao temor da extinção de todo o povo e mesmo do desaparecimento do universo inteiro. Morte. Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mas como elemento estranho à criação original, algo que necessita de uma justificação, de uma solução em outro plano de realidade. Três explicações predominam nas diversas mitologias. Há mitos que falam de um tempo primordial em que a morte não existia e contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de castigo ou para evitar a superpopulação. Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais mais elaboradas, fazem referência à condição original do homem como ser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam a perda dessa condição e a expulsão do paraíso como tragédia especificamente humana. Por fim, há o modelo mítico que vincula a morte à sexualidade e ao nascimento, analogamente às etapas do ciclo de vida vegetal, e que talvez tenha surgido em povos agrícolas. Já Platão anunciava a reencarnação e a imortalidade da alma na sua obra “Fédom”, acreditando, que as almas dos seres virtuosos iam para junto dos Deuses bons, e no momento da morte a alma separava-se do corpo, permanecendo imperecível. O corpo simbolizava o cárcere da alma, e só a morte a poderia liberta-la desse cárcere, daí a serenidade de Sócrates no momento da sua morte.
Os mitos retratam frequentemente o fim do mundo como uma grande destruição, de natureza bélica ou cósmica. Antes da destruição, surge um messias ("ungido") ou salvador, que resgata os eleitos por deus. Esse salvador pode ser o próprio ancestral do povo ou fundador da sociedade, que empreende uma batalha final contra as forças do mal e, após a vitória, inaugura um novo estágio da criação, um novo céu e uma nova terra.
Os mitos da destruição escatológica manifestaram-se tardiamente, na literatura apocalíptica judaica, que floresceu entre os séculos II a.c. e II d.c., e deixou sua marca no livro do apocalipse. Exemplo típico de mito de destruição (embora não no fim dos tempos) são as narrativas a respeito de grandes inundações.
Mitos sobre o tempo e a eternidade: Os corpos celestes sempre atraíram a curiosidade e o interesse humano, em todas as culturas. A regularidade e precisão inalteráveis do movimento dos astros foram com certeza uma imagem poderosa na formação de uma ideia de "tempo transcendente", concebido como eternidade, em contraste com o mundo de incessantes alterações e os acontecimentos inesperados vividos no tempo terreno. O retorno cíclico dos fenômenos siderais e de processos naturais terrestres projetou-se, em algumas culturas, na concepção cíclica do tempo. Nas escrituras hinduístas e budistas, elaborou-se um complexo sistema de mundos que desaparecem e ressurgem, sempre num total de quatro. Essa concepção cíclica determinou a adaptação de relatos védicos anteriores e o desenvolvimento de uma doutrina que explica a formação e absorção periódicas do universo como fases de atividade e repouso de energia.
Os ascetas e os maias acreditavam que o mundo atual havia sido precedido de outros quatro, o último dos quais teria sido destruído por um cataclismo; ambos os povos desenvolveram um complicado calendário, a cujo estudo se dedicavam vários sacerdotes astrônomos. A concepção linear e progressiva de tempo (oposta à repetição cíclica) é característica das chamadas religiões históricas -- judaísmo, cristianismo, islamismo -- que afirmam a intervenção de Deus na história, num acontecimento único e irrepetível, e a existência de uma meta final de salvação da humanidade.
Mitos de transformação e de transição: Numerosos mitos narram mudanças cósmicas, produzidas ao término de um tempo primordial anterior à existência humana e graças às quais teriam surgido condições favoráveis à formação de um mundo habitável. Outras grandes transformações e inovações, como a descoberta do fogo e da agricultura, estão associadas aos mitos dos grandes fundadores culturais. Nos mitos, são frequentes as transformações temporárias ou definitivas dos personagens, seja em outras figuras humanas ou em animais, plantas, astros, rochas e outros elementos da natureza.
As mudanças e transformações que se dão nos momentos críticos da vida individual e social são objecto de particular interesse mitológico e ritual: nascimento, ingresso na vida adulta, casamento, morte - acontecimentos marcantes para a pessoa e sua comunidade - são interpretados como atualizações de processos cósmicos ou de realidades míticas.
O Eu Transcendente: O mito está directamente ligado à nessecidade do ser humano se transcender através da sua espiritualidade, das suas crenças, das suas fés. O mito surge então como um guia, como um exemplo, que acalma os “espiritos” mais descontentes com a realidade, ajudando-os a adaptarem-se à sua realidade. Por isso resolvi transcrever o excerto seguinte de Mihaly Csikszentmihalyi, que penso que descreve bem a transcendência do eu, e a necessidade do eu transcendente e da espiritualidade Humana:
“Na maior parte das culturas que atingiram a complexidade de civilização, as qualidades tidas em mais alta estima são as envolvidas nos processos mentais de um caracter particular a que, à falta de melhor palavra chamaremos “espiritual”.
As competências espirituais incluem a habilidade de controlar directamente a experiência, manipulando os menes( herança cultural, transmitida ao longo dos séculos), que aumentam a harmonia entre os pensamentos, emoções e vontades da pessoa.
Aqueles que exercem estas competências são chamados Xamãs, sacerdotes, filósofos, artistas e homens, ou mulheres, sábios dos mais variados tipos. São respeitados e recordados, e mesmo que não lhes sejam concedidos poder ou dinheiro, os seus conselhos são ouvidos, e a sua própria existência é acarinhada pelas comunidades em que vivem.
À primeira vista, é difícil compreender por que razão as contribuições espirituais são consideradas tão importantes pela maioria das sociedades. De um ponto de vista evolutivo, poderia parecer que não têm qualquer valor prático em termos de sobrevivência. Os esforços dos agricultores, construtores, comerciantes, cientistas, etc...produzem benefícios óbvios e concretos; e a atividade intelectual o que produz?
O que é comum a todas as formas de espiritualidade é a tentativa de reduzir a entropia na consciência. A atividade espiritual visa produzir harmonia entre desejos contraditórios, esforça-se por encontrar significado nos acontecimentos casuais da vida e tenta reconciliar os objectivos humanos com as forças que se lhes opõem a partir do meio. Aumenta a complexidade ao clarificar as componentes da experiência individual, tais como o bom e mau, amor e ódio, prazer e dor, procura expressar estes processos acessíveis a todos e ajuda a integrá-los uns nos outros, bem como , no meio exterior.
Estes esforços para levar harmonia à mente baseiam-se frequentemente, mas não sempre, numa crença em poderes sobrenaturais. Muitas “religiões” orientais, e filosofias estóicas da antiguidade, tentaram desenvolver uma consciência complexa sem o recurso a um ser supremo. Algumas tradições espirituais, com o ioga hindu ou o taoismo, concentram-se exclusivamente em conseguir harmonia e o controlo da mente sem qualquer interesse a entropia social, outras, como a tradição confuciana, visavam primariamente estabelecer a ordem social. Em todo caso, se a importância atribuída a estas tentativas pode servir de indicador, a redução do conflito e da desordem através de meios espirituais parece ser muito adaptativa. Sem elas é provável que as pessoas ficassem cada vez mais desencorajadas e confusas, e que a guerra hobbesiana de “todos contra todos” se tornasse uma característica mais proemimente da paisagem social do que já é”.
Mito e religião: Alguns especialistas, como M. Eliade, estudioso de história comparada das religiões, atribuem importância especial ao contexto religioso do mito. Com efeito, são muito frequentes os mitos que versam sobre a origem dos deuses e do mundo (chamados, respectivamente, mitos teogônicos e cosmogônicos), dos homens, de determinados ritos religiosos, de preceitos morais, tabus, pecados e redenção. Em certas religiões, os mitos formam um corpo doutrinal e estão estreitamente relacionados com os rituais religiosos -- o que levou alguns autores a considerar que a origem e a função dos mitos é explicar os rituais religiosos.
Mas tal hipótese não foi universalmente aceita, por não esclarecer a formação dos rituais e porque existem mitos que não correspondem a um ritual. O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião. Isso não significa que a religião, tampouco o mito, conte uma história falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem plástica (isto é, em descrições e narrações) uma realidade que transcende o senso comum e a racionalidade humana e que, portanto, não cabe em meros conceitos analíticos. Não importa, do ponto de vista do estudo da mitologia e da religião, que Prometeu não tenha sido realmente acorrentado a um rochedo com um abutre a comer-lhe as entranhas, nem que Deus não tenha criado o ser humano a partir do barro. Religião e mito diferem, não quanto à verdade ou falsidade daquilo que narram, mas quanto ao tipo de mensagem que transmitem. A mensagem religiosa geralmente exige determinado comportamento perante Deus, o sagrado e os homens, e é, muitas vezes, formulada de forma compatível com conceitos racionais e em doutrinas sistematizadas. O mito abrange maior amplitude de mensagens, desde atitudes antropológicas muito imprecisas, até conteúdos religiosos, pré-científicos, tribais, folclóricos ou simplesmente anedóticos, que são aceitos e formulados de modo menos consciente e deliberado, mais espontâneo, sem considerações críticas.
Mito e sociedade: Como forma de comunicação humana, o mito está obviamente relacionado com questões de linguagem e também da vida social do homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de uma comunidade e de uma tradição comum. Não se conseguiu definir, no entanto, a natureza precisa dessas relações. Alguns lingüistas admitem explicitamente a necessidade de uma ciência mais abrangente, como por exemplo uma nova ciência geral da semiologia, cuja tarefa seria estudar todos os signos essenciais à vida social, e uma nova psicologia, que caracterizaria inicialmente vários sistemas do conhecimento e da crença humanos. O estudo da sociedade e da linguagem pode começar apenas com os elementos fornecidos pela fala e pelas relações sociais humanas, mas em cada caso esse estudo se confronta com uma coerência de tradições que não está directamente aberta à pesquisa. Essa é a área em que atua a mitologia.
Algumas concepções mitológicas podem exemplificar a complexidade e a variedade das relações entre mito e sociedade. A tribo lugbara (do noroeste de Uganda e do Congo) utiliza um sistema conceptual para relacionar sua ordem sociopolítica a dois heróis ancestrais, relacionados, em contrapartida, à criação do universo. As narrações sobre a evolução da tribo a partir de seus heróis ancestrais são apresentadas na forma de saga, embora a "história" mais primitiva seja contada em mitos. É notável, porém, que o único esquema conceptual do sistema social dos lugbara relacione o passado mítico e o genealógico (não-mítico) e que, em seu conjunto, seja expresso mais em categorias espaciais do que histórico-temporais.
Mito e psicologia: Freud deu nova orientação à interpretação dos mitos e às explicações sobre sua origem e função. Mais que uma recordação ancestral de situações históricas e culturais, ou uma elaboração fantasiosa sobre fatos reais, os mitos seriam, segundo a nova perspectiva proposta, uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente análoga ao que são os sonhos na vida do indivíduo.
Não foi por outra razão que Freud recorreu ao mito grego para dar nome ao complexo de Édipo: para ele, o mito do rei que mata o pai e casa com a própria mãe simboliza e manifesta a atração de carácter sexual que o filho, na primeira infância, sente pela mãe e o desejo de suplantar o pai.
"Não será verdade que cada ciência, no final das contas, se reduz a um certo tipo de Mitologia?" Sigmund Freud
Carl Gustav Jung - A Psicologia Analítica e a Justificação do Mito – “Desenvolver a fantasia significa aperfeiçoar a Humanidade”.
Para Carl Gustav Jung, discípulo de Freud e seu colaborador por muitos anos, os mitos seriam uma das manifestações dos arquétipos ou modelos que surgem do inconsciente coletivo da humanidade e que constituem a base da psique humana. A existência do inconsciente coletivo permite compreender a universalidade dos símbolos e dos mitos, pois que estes se revelam em todas as culturas e em todas as épocas de modo idêntico.
A Importância dos Mitos para a Psicologia: O papel dos Mitos é extremamente importante na constituição da cultura, independente do local que se originou – se pertence ou não a um povo – o mito contribuiu para o desenvolvimento individual e coletivo. Os mitos permitem a tomada de consciência sobre a vida instintiva, possuem a capacidade de gerarem padrões de comportamento que garantem a evolução psico-sosial, e a atitude criativa perante a vida. Eles não deixam de representar a história da nossa humanidade, dando um sentido à nossa existência afectiva e espiritual.
Como diz Joseph Campbell: “aquilo que os seres humanos têm em comum revela-se nos mitos. Eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo capazes de conhecer e experimentar interiormente”.
Segundo Italo J. Furletti os mitos em suas acções estruturantes, possibilitam referência, a um padrão mais adequado de comportamento, como por exemplo: quando uma pessoa se sente envolvida por uma temática do herói, trata-se de um indicativo de qualidades ainda não definidas, ou refletem simbolicamente, o comportamento que é necessário ser desempenhado pelo sujeito em alguma área da sua vida, fator muito importante e comum nos adolescentes. Em suma pode-se dizer, que os heróis possuem a função de reportar ao comportamento adequado para introduzir ou corrigir o indivíduo na perspectiva da sua totalidade.
Ainda segundo o mesmo autor, no processo de análise psíquica, eles são extremamente úteis como mecanismos de amplificação de focos psicológicos; principalmente, quando esses focos estão carregados de energia afectiva. Ou seja o ser humano possui uma enorme dificuldade em perceber seus comportamentos, principalmente os não benéficos, mesmo as pessoas auto-depressiativas e a maioria dos comportamentos, de certa forma não apropriados, possuem um ganho secundário cujo benefício para o sujeito é da ordem do inconsciente. Isto não deixa de se ir concentrando numa enorme carga afetiva que tende cada vez mais a aglomerar energia psíquica. Assim pode evoluir tanto, ao ponto de criar um complexo afectivo. Independentemente de chegarem a esse ponto os mitos, por serem expressão de arquétipos (jung) – padrões de comportamento da herança da humanidade, permitem à pessoa se rever neles (consciente ou inconscientemente) e assim se pode remodelar as suas posturas.
A ação do mito funciona tal qual um sonho, como defendia o próprio Freud, “os mitos são uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente análoga ao que são os sonhos na vida do indivíduo”, os mitos estão para a sociedade, assim como os sonhos estão para o indivíduo.
Ambos através das suas mensagens promovem a saúde, independentemente ou não de se entender o seu significado simbólico, eles possuem uma eficácia por si mesmo. Se for possível compreender o desempenho do arquétipo no mito, ou, entender a acção arquetípica no sonho, isso permitirá uma maior liberdade decorrente do mundo instintivo, com também, uma maior liberdade de ação, um desprendimento da inserção e imposição sociocultural.
O mito devido à sua riqueza simbólica quando corresponde a um comportamento, serve para ampliar o conteúdo afetivo. Quando não facilita a percepção do que era inconsciente, pelo menos, envolve o sujeito em outros parâmetros de comportamento, possibilitando uma reformulação das ações numa perspectiva de uma postura mais saudável de viver, ou apenas, amenizando o sofrimento.

Molay, Jacques de_Jacques DeMolay nasceu em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância. Sabe-se que na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros Templários. A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão Mestre. Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes. DeMolay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão, pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido. Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda. Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja.

Murray, Margaret Alice_Margaret Alice Murray nasceu em 1863. Literata e especialista britânica em hieróglifos egípcios tornou-se arqueóloga indiretamente, pois na sua época era difícil para uma mulher obter um mestrado em arqueologia. Ela obteve, em vez disso, uma graduação em lingüística. A Lingüística conduziu-a a estudos dos hieróglifos egípcios e da egiptologia.
O sr. Flinders Petrie, da Universidade de Londres (University College of London), permitiu a Margaret Murray unir-se a eles em escavações em Abydos, no Egito, no final de 1890. Graças ao seu trabalho, ela tornou-se apta a juntar-se à equipe da Universidade, a qual lhe permitiu posteriormente palestrar por todo o país.
Ela também foi uma ardente feminista. Em 1921, publicou O Culto das Bruxas na Europa Ocidental (The Witch-Cult in Western Europe), no qual protestou que a perseguição da bruxas na Europa foi um ataque do governo patriarcal antigo, religiões centradas em mulheres. Com este trabalho, Murray deixou sua contribuição aos seguidores do paganismo, da bruxaria e da wicca. Para a sua realização, ela foi à busca de fontes reais que serviram de subsídios para a fidelidade da obra.
Em 1926, ela se tornou membro do Instituto Britânico Real Antropológico (Britains Royal Anthropological Institute). Em 1931, publicou um livro sobre arqueologia egípcia, intitulado The Splendor That Was Egypt. De 1953 a 1955, Margaret Murray foi presidente da Sociedade Britânica de Folclore (Britains Folklore Society). Em 1963, com 100 anos de idade, ela publicou sua autobiografia Centenary and The Genesis of Religion. Margaret Murray morreu em 1963.
Um marco no ressurgimento da bruxaria foi o lançamento da tese da Dra. Margaret Murray: O Culto das Bruxas na Europa Ocidental. A Madras Editora tem a satisfação de trazer em primeira mão para o público de língua portuguesa este livro de vital importância ao estudioso de esoterismo, ocultismo, bruxaria e wicca. Todo o movimento pagão, wicca e da bruxaria na atualidade é advindo, em grande parte, deste livro. A autora relata a sobrevivência de um culto marginal vulgarmente conhecido como bruxaria. Este culto teve uma existência paralela aos cultos greco-romanos e mesmo ao cristianismo, as religiões do Estado. A autora se vale dos arquivos do Santo Ofício, a Inquisição, e dos Autos de Fé, bem como de registros oficiais sobre os julgamentos das bruxas. Um livro de leitura imprescindível para todo bruxo, wiccaniano e pagão. Nos dias de hoje esta obra é rara, mesmo em língua inglesa.

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