15 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "B"

Babilônia_ antigo reino da Mesopotâmia, conhecido originalmente como Sumer e depois como Sumer e Acad, entre os rios Tigre e Eufrates, ao sul da atual Bagdá, Iraque.
A civilização babilônica, que existiu do século XVIII ao VI a.c., era, como a suméria que a precedeu, de caráter urbano, embora baseada mais na agricultura do que na indústria. O país era constituído por 12 cidades, cercadas de povoados e aldeias. No alto da estrutura política estava o rei, monarca absoluto que exercia os poderes legislativos, judiciais e executivos. Abaixo dele havia um grupo de governadores e administradores selecionados. Os prefeitos e conselhos de anciãos da cidade eram encarregados da administração local.
Os babilônios modificaram e transformaram sua herança suméria para adequá-la a sua própria cultura e maneira de ser e influenciaram os países vizinhos, especialmente o reino da Assíria, que adotou praticamente por completo a cultura babilônica.
As escavações arqueológicas realizadas permitiram que fossem encontradas importantes obras de literatura. Uma das mais valiosas é a magnífica coleção de leis (século XVIII a.C.) denominada Código de Hamurabi, que, junto com outros documentos e cartas pertencentes a diferentes períodos, proporcionam um amplo quadro da estrutura social e da organização econômica do império da Babilônia.
Mais de 1200 anos se passaram desde o glorioso reinado de Hamurabi até a conquista da Babilônia pelos persas. Durante esse longo período, a estrutura social e a organização econômica, a arte e a arquitetura, a ciência e a literatura, o sistema judicial e as crenças religiosas babilônicas, sofreram considerável mudança. Baseados na cultura do Sumer, os feitos culturais da Babilônia deixaram uma profunda impressão no mundo antigo e particularmente nos hebreus e grego. A influência babilônica é evidente nas obras de poetas gregos como Homero e Hesíodo, na geometria do matemático grego Euclides, na astronomia, astrologia, heráldica e na Bíblia.
Uma das primeiras cidades construídas no mundo é mencionada em documentos escritos há mais de 5000 anos a.c.
Foi edificada numa parte do mundo onde nasceram as mais velhas civilizações, nas margens do rio Eufrates, no Iraque, no Vale da Mesopotâmia.
Cresceu em importância há 4.000 anos, quando um grande rei, Hamurabi, governou-a. Conquistou ele todas as cidades e tribos ao redor e dirigiu sabiamente o seu reino. Suas leis, escritas em caracteres cuneiformes, em blocos de barro, foram descobertas por arqueólogos. Outros desses blocos demonstraram que a Babilônia devia ter sido, então, uma cidade com muitas casas confortáveis e templos magnificentes.
Os sacerdotes desses templos administravam todas as finanças de toda a Babilônia.
Depois da morte de Hamurabi, a Babilônia foi conquistada sucessivamente por muitas tribos; seu segundo período de grandeza não foi atingido senão no ano de 600 a.C. Pouco antes disso, os assírios (que dominaram com crueldade grande parte da região) foram derrotados por uma tribo de caldeus, cujo chefe se tornou rei da Babilônia. seu filho, Nabucodonosor, conquistou gradualmente outras tribos e determinou, então, transformar Babilônia na mais bela cidade do seu tempo. Construiu enormes muralhas e torres para protegê-la contra os inimigos. Edificou templos e palácios que foram enfeitados com lindos mosaicos coloridos e transparentes.
De mais fama foram os jardins suspensos, que ele construiu para satisfazer sua esposa. As vegetações desse jardim cresciam em terraços construídas uns acima dos outros, sendo que podiam ser vistos de qualquer ponto da cidade.

Bacon, Roger_A grande cadeia de pensadores britânicos que se propuseram a encontrar na prática experimental a base do conhecimento tem seu primeiro elo em Roger Bacon, o Doctor Mirabilis (Admirável doutor).
Roger Bacon nasceu por volta de 1220, perto de Ilchester, Somerset, numa família de posses. Pôde estudar em Paris e mais tarde em Oxford, com Robert Grosseteste, um dos gênios da época. Mais tarde ingressou na ordem franciscana, com cujas autoridades teria constantes problemas ao longo da vida.
Embora Bacon aceitasse que o saber era produto da revelação, considerava que o homem devia utilizar, para a busca do conhecimento, as faculdades racionais que Deus lhe concedera. Contra a escolástica, defendia o papel prioritário da investigação científica, aceitando o método aristotélico indutivo-dedutivo e insistindo em que seu êxito dependia do conhecimento exato e extenso dos fatos. Como se dedicar à ciência era aproximar-se da alquimia e, de certo modo, da magia, teve vários de seus textos científicos proibidos de circular.
Em 1251, comentou, na Universidade de Paris, o tratado pseudo-aristotélico De plantis (Sobre as árvores), e escreveu brilhantes observações sobre a física e a metafísica de Aristóteles, enquanto se aprofundava nos autores árabes que introduziram na Europa os pensadores gregos. Escreveu uma gramática do grego e começou outra do hebraico. Provou ainda que vários textos da Bíblia estavam adulterados e muitos traduções de Aristóteles erradas.
Em 1257, o ministro geral dos franciscanos, são Boaventura, o colocou sob vigilância em Paris e proibiu a publicação de seus escritos. Bacon, porém, se fez amigo do núncio apostólico na Inglaterra (o futuro papa Clemente IV), que o apoiou. Escreveu então Opus majus (Obra maior), que, como Communia naturalium (A natureza do dia-a-dia), sumarizava os conhecimentos da época. Seguiram-se Opus minus (Obra menor) e Opus tertius (Obra terceira), a primeira com observações e experiências sobre a multiplicação das espécies, a segunda um tratado de alquimia. Com a morte de Clemente IV, suas obras foram novamente condenadas e Bacon encarcerado durante 14 anos, por determinação da ordem.
A audácia e a novidade da pesquisa científica valeram a Bacon o cognome de Doctor Mirabilis. Propôs a reforma do calendário, fez experiências de óptica e de propagação da força, anteviu as propriedades das lentes convexas, que poderiam se transformar em telescópio ou microscópio, as conseqüências práticas do uso da pólvora, os navios de propulsão mecânica e a possibilidade de vôo de engenhos mais pesados que o ar. Tratou ainda dos problemas de uma viagem de circunavegação.

Bamberg_De 1623 a 1632, o estado de Bamberg – mais tarde descrito como o “templo do terror” – foi governado pelo fanático príncipe-bispo Gottfried Von Dornheim. Conhecido como o “bispo feiticeiro”, ele estabeleceu uma organização de caça a feiticeiras extremamente eficientes, sob o comando do bispo assistente Friedrich Förner, assessorado por um conselho de advogados. Prisões especiais foram erguidas, ficando famosa a chamada Hexenhaus, ou a “Casa das feiticeiras”. No mínimo 600 pessoas foram queimadas nessa década, sob a acusação de feitiçaria.
Era considerado essencial que o acusado confessasse a prática de feitiçaria e, nesse sentido, nenhum esforço era poupado. Os meios empregados incluíam: tostar a vítima numa caldeira de ferro incandescente, beliscar-lhes a pele com pinças quentes, esmagar suas pernas, deslocar as clavículas e esmagar os dedos.
Era extremamente perigoso expressar qualquer dúvida quanto à culpa dos acusados ou à ação da corte e os métodos usados, para obter a confissão. As autoridades estavam determinadas a não deixar que o acusado, um vez preso, escapasse à sua sorte.
Isso foi provado pelo próprio vice-chanceler de Bamberg, Dr. Ham, que tinha mostrado sinais de liberalidade para com os acusados: ele próprio foi acusado de feitiçaria, admitiu sua culpa sob torturas e denunciou outro cinco burgos-mestres do estado. Isso não o salvou: em 1628, o Dr. Ham, sua esposa e sua filha foram queimados, sob a acusação de serem uma súcia de feiticeiros.
A caça às feiticeiras, em Bamberg, envolvia uma indústria inteira, que ia desde os juízes até os fornecedores de lenha para queimar os acusados. Todas as despesas eram pagas com o patrimônio do próprio acusado. Se alguém demorasse em confessar, os métodos de tortura atingiam requintes de perversidade: penas em chamas, com ácido sulfúrico, passadas pelas axilas ou pelos órgãos genitais, ou ainda banhos com água fervente, na qual o ácido era adicionado.
Muitas vezes a riqueza do acusado é que provocava a denúncia, prisão, tortura e execução do mesmo. Por isso, a traição entre amigos era coisa comum.
Tudo terminou quando refugiados foram relatar ao imperador os detalhes do simulacro da justiça em Bamberg: leis mais amenas foram baixadas, dando oportunidade de defesa ao acusado. Mas isso não era obra apenas da Contra-reforma: o luterano Benedict Carpzov admitiu ter determinado a execução de, pelo menos, 20 mil pessoas, na Saxônia. Com o gradual declínio da crença na existência do diabo, o medo às feiticeiras abrandou. E, com isso, não houve mais necessidade de mandar queimar, para salvar a alma do acusado.
Em 1630 morreu o bispo Förner e, dois anos depois, foi seguido por seu mestre, o príncipe-bispo Dornheim. Também, a invasão da Alemanha por Gustavo Adolfo, da Suécia, contribuiu para alterar a situação: o réu sueco era protestante. Foi necessária a presença de um herege em solo católico para que cessassem as atrocidades que estavam sendo cometidas em nome da religião. Só assim, colocou-se um ponto final em uma das mais negras páginas da intolerância e da ignorância humana.

Bardo Thödol_ O Bardo Thödol é uma obra que fala da concepção budista-tibetana sobre o post mortem. Foi escrito no século VII, compilado por mestres budistas. Seu conteúdo, porém, muito mais antigo, reúne crenças tibetanas sobre o que acontece depois da morte do corpo físico humano. Também chamado de O Livro dos Mortos Tibetano, a expressão "Bardo Thödol" é mais apropriadamente traduzida como "A Libertação Pelo Entendimento na Vida após a Morte". "Bardo" é uma palavra composta: BAR significa "Entre" ― DO, significa "Dois". O Bardo Thödol é um livro de instruções que objetiva fornecer as informações necessárias para que o espírito obtenha a Libertação alcançando o "estado de Buda", de Iluminado, habitando "Terras Búdicas", livre da reencarnação inevitável, porém ainda capaz de voltar a viver em um dos cinco mundos de seres animados, por vontade própria, se desejar auxiliar os encarnados em seu processo de evolução.

De certa forma, o Bardo Thödol é a ciência de que permite ao espírito transcender a lei do carma pelo entendimento do fenômeno da vida em sua TOTALIDADE CONTÍNUA.
Um entendimento que permite superar a forte cadeia que prende o SER humano a uma existência de sofrimento: a cadeia formada pelo binômio DESEJO-CULPA.

Belomancia_Sistema de adivinhação através de flechas lançadas no ar. Foi utilizado pelos caldeus, gregos e árabes.

Berosus_250 a. c., Berosus, astrólogo babilônico, impressionou o mundo clássico com os seus escritos, conseguindo fundar uma escola para astrólogos na ilha de Cos. Nos quatrocentos anos que se seguiram, os gregos adaptaram a astrologia caldeia às suas próprias tradições, tornando-a cada vez mais formal e complicada. Divulgaram um sistema de diagnóstico pela astrologia, reservado até esse momento aos soberanos e desenharam um método para calcular o destino individual baseando-se no momento do nascimento.

Blake, Willian_foi o primeiro dos grandes poetas Românticos ingleses, como também pintor, impressor, e um dos maiores gravadores da história inglesa. Suas imagens incluem o poeta do século 17, John Milton, descendo dos céus na forma de um cometa e caindo sobre o teto do pintor. Blake freqüentemente é chamado de místico, mas isto não é realmente preciso. Ele escreveu deliberadamente no estilo dos profetas hebreus e escritores apocalípticos. Ele pressentiu que seus trabalhos eram como expressões de profecias, enquanto seguia nos passos de Milton. Na realidade, ele acreditou claramente que foi a incorporação viva do espírito de Milton. Aos 67 anos começou os desenhos para o "Inferno” da Divina Comédia de Dante, e foi tão dedicado que aprendeu o italiano para aprofundar melhor no universo de Dante; trabalhando nestes desenhos até os últimos dias de sua vida.

Blavatsky, Helena Petrova_Helena Patrovna Hahn Fadéef nasceu em Ekaterinoslav, Rússia; em 30 de julho de 1831. Era filha de Pedro Hahn da família Macklenburg e de Helena Fadéef, família nobre que lhe concedeu uma educação completa: pianista e conhecimento profundo em idiomas e literatura.
Em sua infância, alguns presságios atribuíam a Helena um aspecto misterioso e catastrófico. Em seu batizado, acidentalmente a túnica do sacerdote foi incendiada, ferindo e assustando alguns que estavam presentes na cerimônia. Anos mais tarde, Helena brigou com um colega e ameaçou enviar-lhe um diabo que lhe faria cócegas até a morte. O garoto aterrorizado correu, escorregou e caiu num rio morrendo afogado.
Após a morte de sua mãe, foi enviada para a companhia de seu avó, o governador de Saratov, que vivia num castelo que diziam ser encantado. Aos cinco anos era capaz de hipnotizar; e aos quinze utilizava-se da clarividência.
Esteve na França e Inglaterra em 1845 e em 1848. Contra sua vontade, casou-se aos 17 anos com o general Nicephore V. Blavatsky, 51 anos, governador de Etivan. Porém, seu matrimônio durou apenas três meses. Helena fugiu de casa e foi para Constantinopla, onde permaneceu o tempo necessário para legalizar o processo de separação.
No Egito conviveu com um mestre Copta que a iniciou em ciências ocultas. Através desse mestre, tomou conhecimento das Estâncias de Dzyan; um livro guardado num mosteiro tibetano que continha ensinamentos ocultos da sabedoria Oriental antiga. No ano de 1851 em Londres, recebeu a missão de um mestre hindu de fundar uma sociedade espiritualista transcendental.
A partir deste momento, deu início a sua peregrinação pelo mundo, passando por Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Índia, Ceilão e Nepal. Conheceu as colônias holandesas e Cingapura em 1853, sempre bancada por seu pai e a herança de uma tia. Sua volta ao mundo se estendeu até 1867, chegando a residir em Cáucaso e Ucrânia. Helena ainda permaneceu alguns meses no Tibet, onde recebeu a Iniciação. Seguiu para o Cairo, Palestina e Grécia, onde foi ferida na Batalha de Mentana. De volta a Londres, conhece Kout Houmi Lal Singh, um misterioso personagem com quem passou a se corresponder.
Helena recebeu As Estâncias de Dzyan de um grupo ocultista indiano. Porém, em uma viagem a Calcutá, passou a ser pressionada para devolvê-lo; caso contrário, sua vida seria abalada por diversas infelicidades. Helena adoeceu, mas ainda perambulou pela Europa. No decorrer dos anos, fatos estranhos a atormentaram: o navio que viajava explodiu em 1871 e ainda foi vítima de uma tentativa de assassinato. Assustada com essas ocorrências decide ceder as pressões e entregar o livro.
No ano de 1872 em Paris, Madame Blavatsky, como também era conhecida, tentou pela primeira vez fundar uma sociedade ocultista. Nessa longa peregrinação, Helena desenvolveu suas habilidades psíquicas através de treinamentos e experiências ritualísticas. No mesmo ano foi residir em Nova York, entrando em contato com o movimento espírita Irmão Eddy, com os Mórmons e estudou Vodu.
Depois de breves viagens pela Europa Oriental em 1873, retornou para Nova York. No ano seguinte, conheceu o norte americano Cel. Henry Steel Olcott, com quem fundou a Sociedade Teosófica em 1875. Dois anos mais tarde, lançou Isis sem Véu, que contêm mais de 1.300 páginas e esgotou-se no primeiro dia de lançamento; deu continuidade aos primeiros conceitos sólidos da Sociedade. Helena também lançou a revista The Theosophist; e a sede da Sociedade foi transferida para Madras, Índia. Por todo este período, sofreu pressão de grupos indianos para que nada fosse revelado sobre As Estâncias de Dzyan.
No ano seguinte, viajou para a Europa, mas se estabeleceu na Índia. Em 1885, adoeceu e foi para a Alemanha, onde deu início ao trabalho de A Doutrina Secreta. Em maio de 1887, foi morar em Londres, e lançou a segunda revista Lúcifer (Lúcifer significa literalmente Portador da Luz). Publicou A Doutrina Secreta e fundou a Escola Esotérica em 1888. Em 1889 publicou A Chave para a Teosofia e A Voz do Silêncio. Finalmente em 1890, estabeleceu definitivamente a sede da Sociedade Teosófica em Londres; aonde veio a falecer em 8 de maio de 1891, sendo cremada no Working Crematorium.
Helena Blavatsky foi um dos principais ícones da ciência e ocultismo do século XIX. Seus Mestres a chamavam de Upasika. Na Rússia era conhecida pelo seu pseudônimo literário, Radha Bai, e considerada a reencarnação de Paracelso.
Blavatsky é a responsável pela introdução do conhecimento oriental do Ocidente, incluindo os conceitos de Karma e Reencarnação; além de expor ao mundo a idéia de que todas as religiões partem de uma única base primitiva.
Suas obras A Doutrina Secreta, Isis sem Véu, A Voz do Silêncio e O Simbolismo Arcaico das Religiões, teriam sido inspiradas através da leitura por clarividência de As Estâncias de Dzyan. O crítico inglês William Emmett Coleman, calculou que para escrever Isis sem Véu, Blavatsky precisaria ter estudado 1400 livros por ela desconhecidos.
Mas sua grande contribuição é, sem dúvida alguma, a Sociedade Teosófica. Após mais de cem de sua fundação, possui adeptos em toda parte do mundo e permanece estabelecida como uma das principais bases de conhecimento da atualidade.

Bosch, Hieronymus_Conhecido e admirado - Jheronimus (ou Jeroen) Anthonissen van Aken — o Hieronymus Bosch — nasceu por volta de 1450 na província holandesa do Brabante Setentrional, muito provavelmente na pequena cidade de 's-Hertogenbosch, da qual é quase certo que derivou seu sobrenome artístico.
Acredita-se que a família era originária de Aachen, na Alemanha, conforme sugere o sobrenome, e estabelecera-se na Holanda ainda no início do século XV. A hipótese muito mais viável é a de que Bosch tenha participado da Irmandade da Vida Comum, uma das muitas confrarias religiosas que proliferavam em 's-Hertogenbosch. Criada no século XIV por Gerhard Grote, discípulo do grande místico e eremita flamengo Jan van Ruysbroeck, e levada para a cidade de Bosch na primeira metade do século XV, esta Irmandade pregava um novo espírito de vida religiosa, combatia ao mesmo tempo as seitas heréticas e a corrupção do clero. A firme devoção de seus adeptos levava-os a renunciar aos apelos do mundo e a partilhar tudo que possuíam. As idéias da Vida Comum provavelmente exerceram forte influência sobre a religiosidade e a arte de Bosch, que as teria apreendido tanto nas reuniões a que provavelmente comparecia como nas obras de místicos flamengos contemporâneos que também as adotavam.

Bozzano, Ernesto_Nascido em Gênova, a 9 de janeiro de 1862, quarto filho de um total de cinco irmãos de uma família abastada.
Em 1948, escreveu Bozzano ao médico Dr. Humberto Torres, havendo nascido numa família espírita tive, à minha disposição, os numerosos livros que meu pai adquiriu e além disto, durante toda a minha vida, a ventura de presenciar vários dos interessantes fatos neles relatados.
Sua primeira abordagem no estudo do Espiritismo foi a da negação do fenômeno. O estudo pormenorizado dos mesmos levou-o a tornar-se mais tarde um de seus mais importantes escritores. Era um pensador positivista.

Suas primeiras incursões nos estudos do fenômeno espírita, através dos trabalhos de Alexandre Aksakov em “Animismo e Espiritismo“ e “Os Fantasmas da Sala de Estar (Phantasms of the Living)“ de Gurnes Myers, converteram-no definitivamente em um pesquisador psíquico.
Bozzano começou a escrever artigos sobre mediunidade a partir de 1900.
Em 1920 ele conheceu Gastone De Boni que, após a morte de Bozzano, herdou todo o seu material científico.
Foi Presidente de Honra do 5° Congresso Espírita Internacional, realizado de 1 a 10 de setembro de 1934, em Barcelona, Espanha. Por sua atuação e obra recebeu uma belíssima medalha de ouro dos espíritas ingleses, que continha a seguinte frase “Ao grande Mestre da Alma, Ernesto Bozzano, que abriu novos horizontes radiosos à humanidade sofredora, de seus amigos e admiradores“.
Ernesto Bozzano produziu mais de sessenta obras em toda a sua vida, estas obras estão disponíveis em português, na chamada “Obras completas de Bozzano“, suas monografias foram colecionadas no livro “Seleções“ da mesma série, Ed. Livraria Allan Kardec Editora, 1949. Traduções de Francisco Klors Wernek.
As suas obras mais importantes são “Animismo ou Espiritismo“, “Metapsíquica Humana“, “Enigmas da Psicometria“, “Fenômenos Psíquicos“ entre outros. Foi ele também um dos primeiros a estudar os fenômenos Metapsíquicos produzidos por animais onde se destacam o caso dos cavalos de Elberfeld, onde um fazendeiro ensinou aos seus animais a fazerem operações matemáticas. Ainda hoje existem dúvidas quanto a estes feitos, porém àquela época os fatos foram estudados e considerados reais.
Ernesto Bozzano morreu em 24 de junho de 1943, em Savona, Itália. Ele nunca negligenciou nas suas pesquisas, tendo participado de inúmeras sessões com Eusapia Palladino, um dos maiores médiuns de efeitos físicos que se tem notícias até os dias de hoje.

Brighid_também conhecida por Brigit, Bríde, Briget, Briid é uma Deusa muito popular na Irlanda, cultuada em todos os territórios onde os celtas se instalaram.
A palavra "Brig", em irlandês arcaico, significa força, poder. Segundo alguns filósofos, tal correlação pode estar por detrás da existência da existência de guerreiros chamados Brigands ou "soldados de Brighid".
Os brigantes, uma confederação de tribos celtas que se instalou em pontos tão diversos quanto a Armórica (França), a Grã-Bretanha e o sul da Irlanda, derivam seu nome da Deusa Brigantia, aparentemente mais uma variação de Brighid. Na Gália, a Deusa Brigindo é outra faceta desta deidade, enquanto que Brigantia é o nome original das cidades de Bragança em Portugal e de La Coruña na Galícia (Espanha). Mas é na Irlanda que encontraremos os elementos dessa Deusa melhor preservados.
Brighid, que significa "luminosa” é uma Deusa tríplice do fogo da inspiração, da ferraria, da poesia, da cura e da adivinhação. Isto é, as funções que lhe atribuem são triplas, correspondentes às três classes da sociedade indo-européia:

- Deusa da inspiração e da poesia - Classe Sacerdotal.

- Protetora dos reis e dos guerreiros - Classe Guerreira

- Deusa das técnicas - Classe de artesãos, pastores e agricultores.

Brighid é filha de Dagda,o Bom Deus, pertencendo assim, aos Tuatha De Danann. Dagda é o líder e o Grande Pai conhecido como o Poderoso do Conhecimento. Um rei da sabedoria Dagda é a Boa Mão, um mestre da vida e da morte, e aquele que traz prosperidade e abundância. Gêmeo de Sucellos como o regente da luz durante a metade do ano. O poder e o conhecimento de Dagda é dado por um sopro, chamado "AWEN" através de um beijo no escolhido como sucessor para Chefe Trovador dos Druidas. O "AWEN" é o sopro de Deus (Dagda) que guia e instrui, tornando um trovador diferente dos outros.

Há lendas que alegam ser ela a esposa de Tuireann, com quem teve três filhos (Brian, Iuchar e Iucharba), que posteriormente matam Cían, o pai de Lugh.

Uma outra versão nos diz que Brighid tinha como marido Bres, o malfadado líder dos Tuatha De Danann. Dessa união nasce Rúadan, o qual morre em combate na Segunda Batalha de Moytura. Ao encontrá-lo sem vida, lamenta sua morte em uma tradição que viria a ser conhecida como “(keening) (irlandês-caoineach), e que ainda hoje é preservada nas áreas rurais da Irlanda. os” keenings' eram lamentos emitidos por mulheres face ao falecimento de um membro da família ou da comunidade. Se constituíam em choros pungentes, quase bestiais, descritos por observadores como o som de "um grande número de demônios infernais".

Como Deusa, Brighid, é uma entidade fortemente vinculada com a inspiração e a criatividade, tanto que na tradição Britânica dos Druidas foi assimilada como a "Deusa dos Bardos", por ser a "musa" que inspirava àqueles grandes sacerdotes similares aos Brahamanes da Índia. Atualmente se diz que Brighid é o veículo e guardiã do "Awen", o sopro de seu pai (Dagda), ou a "consciência da inspiração", um estado muito variado de magnitude e cujos mistérios mais profundos parecem indicar um estado elevadíssimo de consciência, parecido ao Shamadi ou transe Yóguico.
"AWEN" é a força mental que inspira à criatividade.
Brigit também foi uma Deusa muito vinculada à curas com ervas e lhe eram atribuídos mágicos conhecimentos das propriedades curativas das plantas. Como conhecedora desses mistérios é uma Divindade vinculada à Bruxaria, já que as bruxas sempre foram, na antiguidade, mulheres de avançada idade que possuíam um vasto conhecimento sobre as propriedades naturais e intrínsecas das plantas para todo o tipo de uso medicinal.

A Deusa era ainda uma grande guerreira que afugentava as tropas inimigas de qualquer exército quando era invocada, e também, infundia valor ao exército que apadrinhava. Brighid apareci freqüentemente de maneira imensa e feroz lançando gritos de raiva frente aos exércitos que pretendia afugentar. Desse mesmo modo, os Celtas antes das batalhas lançavam gritos selvagens e ininteligíveis com o único propósito de amedrontar à seus adversários.

Algumas vezes, Brighid é identificada com Danann (Deusa principal, Mãe dos Deuses da Tradição Celta) e é considerada como a Mãe de todas as coisas.
Lady Gregogy, em "Gods an Fighting Men", diz dela:

“Brigit...era uma poetisa, e os poetas a adoravam, pois seu domínio era muito grande e muito nobre. E, era assim mesmo, uma curadora, e realiza trabalhos de ferreiro, fui ela quem deu o primeiro assobio para chamar-se uns aos outros no meio da noite. E, um lado de seu rosto era feio, porém o outro muito belo. E, o significado de seu nome era Breo-saighit, flecha de fogo".
Brighid assumiu inúmeros aspectos e atributos através dos tempos. Suas cores sagradas são o vermelho, o laranja e o verde. Cada uma dessas cores representa um atributo de Brighid. O vermelho simboliza o fogo da forja, da lareira que aquece e alimenta. O laranja representa a luz solar, pois antes da ascensão patriarcal de Deuses como Bel e Lugh o patamar de Deuses solares, era a Brighid que o Sol era consagrado. O verde representa as fontes e ervas que curam, no papel de Brigit como Curandeira.

Bruno, Giordano_ Sempre contestador, não tarda a atrair contra si próprio opiniões contrárias e perseguições. Em 1576 abandona o hábito ao ser acusado de heresia por duvidar da Santíssima Trindade. Inicia, então, uma peregrinação que marcou sua vida. Defensor do humanismo, corrente filosófica do Renascimento defendia o infinito cósmico e uma nova visão do homem. Embora a filosofia da sua época estivesse baseada nos clássicos antigos, dentre os quais principalmente Aristóteles, Bruno teorizou veementemente contra eles. Sua forma e conteúdo são muito semelhantes às de Platão, escrevendo na forma de diálogos e com a mesma visão.
Nômade por natureza e modo de vida, Bruno baseou sua filosofia apoiado nas suas intuições e vivências fora do comum. Defendeu teorias filosóficas que misturavam um neo-platonismo místico e panteísmo. Acreditava que o Universo é infinito, que Deus é a alma universal do mundo e que todas as coisas materiais são manifestações deste principio infinito. Por tudo isso, Bruno é considerado um pioneiro da filosofia moderna. Ao contrário do que se pensa comumente, Giordano Bruno não foi queimado na fogueira por defender o heliocentrismo de Copérnico.
Um dos pontos chaves de sua teoria é a cosmologia, segundo a qual o universo seria infinito, povoado por milhares de sistemas solares, e interligado com outros planetas contendo vida inteligente. John Gribbin, em seu livro "Science: A History 1543-2001" explica que Bruno participava de um movimento chamado Hermetismo, que se baseava em escrituras que, de acordo com o que era dito, teriam se originado no Egito. Entre outras referências, esse movimento utilizava os ensinamentos do deus egípcio Thoth, cujo equivalente grego era Hermes, conhecido pelos seguidores como Hermes Trimegistus. Bruno teria abraçado a teoria de Copérnico porque ela se encaixava bem na idéia egípcia de um universo centrado no Sol. Deus seria a força criadora perfeita que forma o mundo e que seria imanente a ele. Bruno coaduna com os poderes humanos extraordinários, mas enfrentou abertamente a Igreja Católica e seus preceitos.

Bruxa_ É ser uma pessoa sensível, às vezes, muito mais do que se gostaria de ser. Não é ser paranormal, nem ter superpoderes, nem ser adivinho, ou sequer lidar com oráculos, como o tarô, as runas ou qualquer outro.
Ser bruxo é amar o feminino em harmonia com o masculino. É potencializar o melhor dessas duas polaridades e compreender que são interdependentes e complementares.
Às vezes é ser meio "bicho esquisito", sim. Não acredito que se interessem por Bruxaria, e, menos ainda que sejam bruxas, pessoas muito convencionais, muito adaptadas ao padrão social. Até porque, a Bruxaria é uma religião mais solta, menos dogmática, não hierarquizada, que responsabiliza a nós mesmos pela nossa vida, que nos ensina a buscar o contato direto com os Deuses, e não delegar poder a outros sacerdotes que não sejam nós mesmos, e a maioria das pessoas não querem isso.
Os verdadeiros bruxos e bruxas não precisam que nenhuma organização lhes outorgue o título, lhes reconheça como tal. Até por que isso é a maneira patriarcal, cartesiana de se organizar e de agir, que nada tem a ver com esse novo-velho modo de agir que tentamos resgatar, que é uma visão de mundo e uma atitude mais ligada à Deusa, ao feminino e ao masculino adulto, e não ao masculino infantil representado pelo patriarcado.
Os que ainda se prendem a tais bobagens não são os verdadeiros bruxos; podem até ser os que se encontra com mais facilidade, mas isso é bem diferente.

A Bruxaria está para ocultismo como o punk está para o rock. Faz parte dele, mas diferencia-se pela rebeldia, pelo "faça você mesmo", em oposição a métodos rígidos, ao virtuosismo, ao racionalismo, ao modo de pensar patriarcal que se baseia em conhecimento teórico em detrimento ao conhecimento emocional, visceral. Ou seja, saia da platéia e vá para o palco, ainda que você só saiba três acordes.

Ser bruxo é respeitar que muitos pensam de forma diferente disso, e nem assim devem ser inimigos, pois a tolerância religiosa e o respeito à diversidade são cruciais para todos nós, seres humanos. O nosso ponto de vista é o melhor apenas para nós; o do outro é, certamente o melhor para ele e tudo bem se continuar sendo, pois não podemos nem tencionamos fazer proselitismo. Apenas todos devem poder se expressar livremente e ser respeitados.
Hoje sei que ser bruxo não é para qualquer um, não. Já pensei que quem quisesse poderia se tornar um, descobri que não. Precisa de um dom, sim. Mas não quero dizer com isso que sejamos só melhores por termos esse dom, podemos ser piores, em muitos aspectos, pois sofrem mais as pessoas mais sensíveis. Preocupo-me com as pessoas que querem ser bruxas por achar que todos os seus problemas se resolverão, ou que isso lhes dará um motivo para empinar os narizes e se acharem melhores que outros... E preocupo-me também pelos que se deixam iniciar por outrem, apenas por acharem que isso é o correto, que suas iniciações precisam ser reconhecidas por tal organização. Eu, já tendo passado por ambas, não acredito em outra forma de iniciação mais poderosa do que a auto iniciação.
A experiência é muito mais forte se você estiver sozinho. O que precisamos ter é pelas pessoas que, na vida real, nos orientaram e transmitiram seus conhecimentos a nós; nossos professores sempre devem ser lembrados com carinho e muito respeito. Não importando se eles foram homens ou mulheres, dessa ou daquela nacionalidade, tradição ou nível de instrução. E mesmo que eles não sejam mais nossos amigos, pelos desvios de percursos naturais, jamais devemos negá-los. Ninguém aprende nada totalmente sozinho, precisamos sempre do outro para alguma coisa. Ainda assim, paradoxalmente, a nossa única preocupação deve ser criar sua própria tradição e ser o seu único seguidor.

Nenhum comentário: