11 setembro, 2006

O Paganismo

Sua origem remonta aos primórdios da humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar sua percepção para os mistérios da vida e da natureza.
Segundo estudiosos, a primeira demonstração da arte devocional foram as Madonas Negras, encontradas em cavernas do período neolítico.
Portanto, as deusas da fertilidade foram os primeiros objetos de adoração dos povos primitivos.
Eles acreditavam que o universo deveria ter sido criado por uma Grande Mãe.
Entre os povos que dependiam da caça, surgiu o culto ao Deus dos Animais e da Fertilidade, também conhecido como Deus de Chifres ou Cornífero.
O Paganismo, ou Bruxaria surgiu no período Neolítico, em várias regiões da Europa, onde hoje se localizam a Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, indo até o Sudoeste da Itália e a região da Britânia na França.
Quando os Celtas invadiram a Europa, quase mil anos antes de Cristo, trouxeram suas crenças que se misturaram às da população local.

Embora a Bruxaria tenha se firmado entre os Celtas, é importante lembrar que a Bruxaria é anterior a eles!

A sociedade Celta era Matrifocal, isto é, o nome e os bens da família eram passados de mãe para filha. Homens e mulheres tenham os mesmo direitos, sendo a mulher respeitada como Sacerdotisa, mãe, esposa e guerreira. O culto da Grande Mãe e do Deus Cornífero predominaram nas regiões da Europa dominadas pelos Celtas, até a chegada dos romanos, que praticamente dizimaram as tribos Celtas, que nessa época já estavam sendo dominadas pelos Druidas, que representavam uma introdução ao patriarcalismo.
Porém, em muitos lugares, a religião da Grande Mãe continuou a ser praticada, pois havia certa tolerância por parte dos romanos.

Foi somente na Idade Média que a Bruxaria foi relegada às sombras com o domínio da Igreja Católica e a criação da Inquisição, cujo objetivo era eliminar de vez as antigas crenças, que eram uma ameaça a um clero muito mais preocupado em acumular bens e riquezas do que a propagar a verdadeira mensagem de Jesus.
Foi a Igreja Católica que inverteu muito dos valores pagãos.
Os chifres, por exemplo, que representavam a fertilidade, coragem e todos os atributos positivos da energia masculina, foram usados para personificar a imagem do Diabo.
Se fôssemos descrever essa época infame, em que milhões de pessoas, em sua maioria mulheres, foram perseguidas, torturadas e assassinadas pela Inquisição, com certeza, escreveríamos um livro com milhares de páginas.
Muitas das vítimas da Inquisição não eram Bruxas, e sim, pessoas com problemas de saúde, doenças mentais, deficiências físicas ou somente o alvo da suspeita e inveja do povo.
Também era comum acusar pessoas para tomar seus bens, pois esses eram divididos entre os inquisidores. Durante o tempo das fogueiras, muitos dos conhecimentos passaram a ser transmitido oralmente, por medida de segurança, e, assim, muito se perdeu.
Por isso, não é correto dizer que a Bruxaria de hoje é a mesma de séculos atrás.
No presente, um grupo de pessoas está redescobrindo e recriando a Nova Bruxaria ou Neo Paganismo, como também é conhecido.

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