04 junho, 2009

Cuidado com as Armadilhas II


Cuidado com as Armadilhas II


Gente, olha o anúncio circulando na rede:


"E atenção para os estudantes da magia! Esta será a primeira Iniciação de Brasília de novos Bruxos e Magos feita por mim. As Vozes têm insistido muito nessas Iniciações, pois o mundo precisa dessa energia mágica para passar pelas mudanças que se aproximam. A Iniciação em Magia, ou Iniciação na Wicca, é uma espécie de bolsa de estudos para quem deseja se aprofundar nesse caminho. Quem for iniciado terá caminhos abertos em tudo o que desejar estudar. Os livros certos virão, a mente ficará mais aberta e mestres espirituais terão acesso fácil ao estudioso. A pessoa também ganhará uma proteção extra, pois os Irmãos das Sombras não gostam de ver gente “despertando”, preferindo mantê-los na ilusão do consumo, da aparência e da superficialidade. Para que essas pessoas que desejam estudar não sejam atrapalhadas, de dia ou de noite, acordadas ou dormindo, por seres que trabalham contra a evolução, elas ganham uma guarda pessoal que os protege enquanto estiverem no caminho da construção. Vale lembrar que essas pessoas terão acesso às egrégoras que comigo trabalham, mas devem se comportar. Ou seja, escolham o caminho correto, sejam bons e sábios, controlem o ego. Quando a pessoa sai do caminho, seja por desistência, seja por escolha própria em mudar de alinhamento, ela perderá automaticamente tanto o contato com os mestres quanto a proteção, podendo acessar seres na linha contrária (no caso dela escolher trabalhar com magia de forma egoísta e destrutiva), ou prosseguirá na sua vidinha normal (no caso de simplesmente desistir de continuar estudando e praticando). A todos é dado o livre arbítrio. Podemos escolher servir ou não. Estudar ou não. Crescer ou não. Viver na ilusão ou despertar para a realidade da magia. Progredir ou não.
Aos que escolherem seguir os caminhos da Lua e do Sol, eis o que precisam:
1. Assistir ao menos duas aulas de magia durante o Avalon, independente do dia e da professora.
2. Estar presente durante a Iniciação, no domingo às 18 horas.
3. Estar disposto a seguir a linha da construção.
As roupas podem ser simples, mas devem ser confortáveis. O indicado é uma roupa ritual ou uma roupa nova, com saia ou vestido para as mulheres e calça, blusa ou bata para os homens. O manto é opcional. Quem tiver instrumentos mágicos, pode levar que eles serão consagrados no dia.
No sábado, às seis, teremos o lançamento de Alcatéia - Prateada em Brasília. O livro traz uma bela história, mas com muitas magias e encantamentos, nem todos óbvios. Quem puder comparecer e prestigiar nosso trabalho, receberá o carinho e gratidão da Carolina Mylius, a ilustradora, e meu, a escritora. Esperamos vocês lá!
Os lobos da Alcatéia agora correm sob a Lua em direção ao Planalto Central, onde o KODAMA, o melhor evento de anime e cultura nos recebe no AVALON - DF. Música e dança medieval, estandes para vendas, cursos, palestras e aulas de magia prática e de narrativa e roteiro ocupam todo o segundo andar do Bloco I da UNIP. No sábado, teremos o lançamento de Alcatéia - Prateada em Brasília, às seis da tarde. No domingo, teremos a primeira Iniciação de Magos e Bruxas de Brasília. Fique por dentro e não perca! A programação já está noBlog do Avalon!"


Não preciso tecer comentários! Lembre-se Cuidado com as Armadilhas!


Se quiser mais esclarecimentos sobre o anúncio acima leia o Manifesto da Mavesper Cy Ceridwen, Sacerdotisa Wiccaniana há 16 anos e Presidente Nacional da Abrawicca.

18 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável


DICIONÁRIO


A criação e publicação desse Dicionário usando o termo Inexplicável, foi para brincar e dizer que muitas coisas são explicadas e não tem nada haver com a Bruxaria e sim com outras religiosidades.

Este não é um dicionário mágico, de Bruxaria e sim sobre fatos, termos e pessoas ou qualquer outra coisa que estejam relacionadas ou não com a Bruxaria mas que tiveram seus caminhos cruzados em algum momento da História, e você encontrará algumas curiosidades.


A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "Z"

Zodíaco_ é uma faixa imaginária do firmamento celeste que inclui as órbitas aparentes da Lua e dos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. As divisões do zodíaco representam constelações na astronomia e signos na astrologia. Na astrologia Ocidental, o Zodíaco é representado como uma circunferência onde estão colocados os planetas da forma como se apresentavam no céu no momento do nascimento do assunto estudado (pessoa, cidade, País, negocio) - Este é o "mapa astrológico" da pessoa ou evento. Todos os signos astrológicos do Zodíaco, bem como todos os números associados á astrologia cabalística, possuem uma estreita e correlativa relação entre si, ao passo que ambos são formas de representar as mesmas essências ou forças espirituais que atuam sobre o nosso mundo e sobre as nossas vidas.
Os processos místicos e mágicos passam pela manipulação destas forças e energias espirituais a favor do seu humano, pelo que o entendimento da astrologia, dos signos do Zodíaco e as suas correspondências numerológicas, é fundamental para poder manipular o universo de essências e poderes transcendentais.O Assassino do Zodíaco é um assassino em série estadunidense que atuou no Norte da Califórnia durante 10 meses desde o final da década de 1960. Sua identidade permanece desconhecida.

O Zodíaco colocou seu nome em uma série de cartas ameaçadoras que enviou à imprensa até 1974. Em suas cartas incluiu quatro criptogramas, dos quais três ainda não foram decifrados. Em Abril de 2004, o Departamento de Polícia de São Francisco marcou o caso como inativo, mas o reabriu após Março de 2007. O caso está aberto até hoje em outras jurisdições.

Zumbi_ Um zumbi, também grafado como zombi e zombie (em francês, no Haiti) é tradicionalmente um morto-vivo que foi associado erroneamente ao Vudu, crença espiritual do Caribe. O conceito do zumbi serve também como referência à servidão ou desgaste físico e doença.
Esta criatura é um ser humano dado como morto que, segundo a crença popular, foi posteriormente desenterrado e reanimado por meios desconhecidos. Devido à ausência de oxigênio na tumba, os mortos vivos seriam reanimados com morte cerebral e permaneceriam em estado catatônico, criando insegurança e medo nos vivos. Como exemplo desses meios, pode-se citar um ritual necromântico, realizado com o intuito maligno de servidão ao seu invocador.A figura dos zumbis ganhou destaque num gênero de filme de terror no qual essas criaturas manifestam apetite pela carne humana.
A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano quimbundo "nzumbi", e significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.

Zumbi foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares. Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto. Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
Zumbi é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "Y"

Yetzirah_O Sepher Yetzirah é um dos textos mais antigos e mais misteriosos da Cabala. As primeiras referências a este texto datam do século I e comentários sobre ele foram realizados desde o século X; o texto em si mesmo, possui cópias do século VI.
Em geral a Cabala é dividida em 3 categorias, conforme Arieh Kaplan: a teórica, a meditativa e a mágica. A Cabala teórica é expressa em sua forma atual é baseada no Zohar, e refere-se mais aos aspectos dinâmicos do domínio espiritual, especificamente os mundos, as almas, os anjos e o Sephiroth. Este ramo da Cabala atingiu seu apogeu na escola de Tzfat no século XVI. A vasta maioria dos textos da Cabala, referem-se a esta categoria.
A Cabala meditativa trata dos nomes divinos,permutação de letras, e métodos similares para atingimento de estágios elevados de consciência, que podem ser comparados a certas formas de Yoga. A maioria dos textos principais nunca foi publicada, mas permanecem em manuscritos sagrados em templos e museus.
Alguns destes métodos gozaram de um breve renascimento em meados do século XVIII com a ascensão do movimento Hassídico.
A terceira categoria de Cabala mágica, está próxima da Cabala meditativa; consiste de diversos signos, encantamentos e uso de nomes divinos, através dos quais pode-se influenciar os eventos naturais.
Muitas das técnicas lembram aquelas das meditações, mas o seu sucesso depende da habilidade de se induzir estados de consciência onde poderes telecinéticos ou espirituais podem efetivamente ser canalizados. Assim como na segunda categoria, os seus textos nunca foram impressos, embora alguns fragmentos chegasses a ser divulgados como aqueles do Livro de Raziel.
O Sepher Yetzirah é considerado um texto da Cabala meditativa com fortes sobretons de magia. Assim expressam as primitivas tradições Talmúdicas, que indicam que ele podia ser utilizado para a criação de criaturas vivas. Significativas são as muitas referências e lendas de que o Sepher Yetzirah podia ser utilizado para criação de um Golem, uma espécie de andróide místico. Um filósofo do século XII disse que o texto não contém filosofia, mas sim a sabedoria Divina da criação.
A expressão "abra-kadabra" possuí uma explicação talmúdica, significando a contração de: "Rava criou um homem". Continua a lenda que Rava vendo que seu andróide não respondia a suas perguntas, constatou que era um Golem, e disse-lhe para "retornar ao pó". O Sepher ha-Bahir complementa que o Golem não podia falar, porque Rava não estava ainda de todo livre da tintura do pecado.

Yaksha_ Do sânscrito, yaksha é uma categoria de espíritos da natureza, no geral benevolentes, guardiões de tesouros escondidos na terra e nas raízes das árvores. Eles aparecem na mitologia Hindu, Jainista e Budista.
Os yaksha tem uma dupla personalidade. Por um lado, são inofensivos elementais da natureza, associados às arvores e às montanhas; mas há uma versão muito mais sombria deste mito, onde o yaksha é uma espécie de ogro canibal, fantasma ou demônio, que caça e devora a esmo os viajantes da floresta, similar aos Rakshasa, seres considerados dos mais horripilantes na mitologia hindu.
O vocábulo também é traduzido como "o superprotetor" ou como "o fantasma", dependendo do contexto.

Yantra_ Os Yantras são desenhos geométricos de origem indiana, conhecido também como Mandala na região do Tibet. O simples ato de fixar os olhos em seu ponto central (bindu) auxilia na indução para a meditação produzindo paz interior e principalmente promover insight para os momentos especiais, onde só o nosso interior tem a resposta.
O uso destes diagramas mágicos é o caminho mais curto para aderir o princípio energético vibratório das formas e das cores que irão atuar no inconsciente produzindo um fluxo de ação.

Yggdrasill_ Na mitologia nórdica, Yggdrasill é a árvore da vida ou árvore do mundo. Ela representa a ligação cosmológica dos noves mundos da mitologia nórdica, tendo sua copa ligada a Asgard (o mundo dos Deuses), seu tronco a Midgard (o mundo dos mortais) e suas raízes a Niflheim (o mundo subterrâneo). É dito que as frutas de Yggdrasil são guias para as respostas da humanidade bem como suas folhas possuem poderes especiais.

Yin-Yang_ Na concepção chinesa do mundo, o universo consiste em yang - o elemento masculino e em yin, o elemento feminino. Em 1850, o filósofo Ralph Emerson em seu ensaio sobre a filosofia oriental, descrevia que o yin-yang estava presente na polaridade, na ação e na reação, na escuridão e na luz, no calor e no frio, no masculino e no feminino, na inspiração e na expiração, no ritmo do sangue, nas forças centrífuga e centrípeta. Tudo na natureza é dividido, de modo que cada coisa constitui uma metade que precisa ser completada por uma outra coisa, como o espírito e a matéria, subjetivo e objetivo, interior e exterior, movimento e repouso. Os pólos se complementam entre si para que exista um equilíbrio dinâmico.
Yin e Yang são inseparáveis.
Seu simbolismo é representado por um círculo dividido em duas metades iguais por uma linha sinuosa. A parte preta é yin e a outra branca, yang. Podemos observar que o comprimento da separação das cores é igual a circunferência exterior e que o contorno de cada metade yin e yang é igual ao perímetro da figura. Cada um dos elementos contém o germe do outro, na forma do ponto claro ou do ponto escuro.
Na visão cabalista, o yin-yang representa o céu e a terra, presos um ao outro abraçando-se mutuamente. Para os chineses, o yin-yang significa que o tempo (e o espaço) é "Uno", ou seja, a matéria e o espírito também.
A ação de uma pessoa resulta em uma reação boa ou má. Tudo no ser é yin ou yang, com a dupla possibilidade de evolução ou involução.
Christopher Markert em seu livro Yin-yang - polaridade e harmonia em nossa vida, explica que só é possível ser feliz e ter sucesso quando se vive em sintonia com as forças cósmicas como o consciente e inconsciente, corpo e espírito, ideal e realidade, doce e salgado, direita e esquerda, dia e noite etc. Cada pólo portanto, tem valor idêntico ao outro, onde estes se complementam e se necessitam mutuamente.
Se o equilíbrio for perturbado, ambas as partes mostram o seu lado destrutivo e maléfico. A meta não é incentivar um pólo em prejuízo do outro, mas visar um equilíbrio que beneficie ambos os pólos. A vida busca o equilíbrio correspondente a cada lugar e a cada momento. Um homem pode tomar uma iniciativa na parte da manhã, e a tarde, a mulher pode ser a responsável. Ao acordar por exemplo, a pessoa pode tomar uma decisão "prática", mas a noite pode seguir a "intuição". Isto é yin e yang.
O yang é: masculino, pai, céu, deus-pai, Sol, consciente, compreensão, lógica, eu, condição desperta, cabeça, forma, ter, tensão, voltado para o exterior, decidido, risco, só, gasta energia, construtivo ou destrutivo, abstrato, ordenado, sóbrio, patriarcado etc.
O yin é: feminino, mãe, terra, mãe-terra, Lua, inconsciente, sentimento, intuição, eu interior, condição de sonho, coração, conteúdo, ser, relaxamento, voltado para o interior, segue o fluxo da vida, pacífico, atraído pela comunidade, economiza energia, cura e preserva, orgânico, fluente, sóbrio, matriarcado etc. De acordo com os ensinamentos chineses, o conceito yin-yang poderia ser exposto assim: Confie no seu julgamento. Dê para que possa receber. Mantenha a confiança na ordem do universo. O inimigo torna-se seu amigo porque este lhe mostra suas fraquezas, pois sabe aquilo que você desconhece. Portanto, aprenda com ele. O que ocorre no dia-a-dia, bom ou mau foi causado direta ou indiretamente por você. Os obstáculos fortalecem. Quem evita as dificuldades não pode continuar sadio e feliz. Sinta-se responsável pela sua vida. Tudo está em constante mutação tanto no universo com na vida dos seres humanos.

Nem a terra nem o céu são perfeitos, mas juntos podem formar a perfeita harmonia. Yin e yang são vistos como um jogo harmonioso, e não competitivo. É discernir que ambos os elementos contém aspectos fortes e fracos.
Conflitos ocasionais entre os dois elementos são inevitáveis. Na verdade, a maneira de o ser humano conseguir criar a harmonia interior e exterior. A vida harmoniosa só pode ocorrer através do jogo vital do yin e yang, um caminho para chegar ao "Uno".

Yoga_A palavra “Yoga” vem da raiz sânscrita “Yuj”, a qual significa “unir”. Este é um sentido espiritual; é um processo pelo qual a identidade da alma individual, e a Alma Suprema, é realizado pelo Yogi (praticante de Yoga); onde a alma humana introduz-se internamente em comunhão com a Realidade Divina. Assim como a cânfora se torna una com o fogo, assim como um gota d’água quando é jogada dentro do Oceano torna-se una com ele, a alma individual, quando purificada, quando está liberada da luxúria, avareza, ódio e egoísmo, quando ela se torna pura (Sattvica), torna-se una com a Alma Suprema. A ciência que ensina o caminho para conseguir o conhecimento oculto é chamada de “Yoga Sastra”.
Yoga, no seu sentido genérico, refere-se a Karma-Yoga, Bhakti-Yoga, Raja-Yoga, Jñana-Yoga, Hatha-Yoga, Mantra-Yoga, Laya-Yoga ou Kundalini-Yoga. No sentido restrito, significa Ashtanga-Yoga, ou Raja-Yoga, de Patañjali Maharishii, apenas.
A palavra Yoga é também aplicável no sentido secundário para todos os fatores e práticas que conduzem para a realização ou concretização do Yoga, e, como tal, indiretamente conduzem para a liberação ou perfeição final. Similarmente, aquele que tem alcançado o Asamprajñata Samadhi final, ou união com a Realidade, é chamado de Yogi, assim como aquele que está tentando adquirir a perfeição no Yoga é também chamado de Yogi.
A filosofia do Yoga é um entre os seis sistemas de filosofias Hindus. Diferente de muitas outras filosofias no mundo, ela é uma filosofia inteiramente prática. O Yoga é uma ciência exata, baseada em certas leis imutáveis da Natureza. Ele é bem conhecido pelas pessoas de todo o mundo, interessadas no estudo da civilização e cultura do Oriente, assegurando no respeito e na reverência nos seus conteúdos na chave mestra que abre as portas do reino da Paz, da Bem-aventurança, do Mistério e do Milagre. Até mesmo os filósofos do Ocidente encontram consolo e paz nesta Ciência Divina. O considerado fundador do Yoga, Patañjali Maharishi, não foi unicamente um filósofo e um Yogi, mas um médico também. Ele viveu três mil anos antes de Jesus Cristo.
O Yoga é um estado de Paz Absoluta, de tal maneira que não há nenhuma fantasia nem pensamentos. O Yoga é o controle da mente e de suas modificações. O Yoga nos ensina como controlar as alterações da mente e obter a liberação. Ele nos ensina como transmutar a natureza pecadora e alcançar o estado de Divindade. Ele é a completa supressão da tendência da mente transformar em si mesma no interior dos objetos dos sentidos, pensamentos, etc. O Yoga extermina toda a espécie de dores, misérias e tribulações. Ele dá a você a liberação da roda de nascimentos e mortes (Samsara); e dos seus conseqüentes malefícios, doença e velhice, etc., e concede a você todos os poderes Divinos e a liberação final, por intermédio do conhecimento superintuicional.
Yoga é equanimidade.
Yoga é serenidade.
A destreza nas ações é Yoga.
Qualquer coisa, de melhor e mais elevada pode ser realizada na vida é, também, Yoga.
O Yoga é, desta forma, o que tudo abraça, o que tudo inclui, e a sua aplicação universal conduz ao desenvolvimento de todas as qualidades do corpo, da mente é da alma.
Primariamente, o Yoga é um estilo de vida, não é alguma coisa pela qual se separa da vida.
Yoga não é o abandono da ação, mas a sua execução eficiente, de boa vontade. Yoga não o fugir de casa e da habitação humana, mas um processo de modelagem das atitudes de alguém na sua casa, na sociedade, com um novo entendimento.
Yoga não é afastar-se da vida, é a espiritualização da vida.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "X"

Xamã_ O xamã é, antes de tudo, o porta-voz oracular de seu povo. É ele o iniciado nos mistérios da natureza, nos segredos dos ciclos de vida e morte, nos fenômenos mórbidos ou climáticos que podem ameaçar sua comunidade. Professando um papel de agente equalizador de forças, mediante sua cumplicidade com a natureza, o xamã detém a sabedoria de interpretar os seus desígnios e escutar os seus apelos a fim de contrapor às vicissitudes e às intempéries da vida seus ritos e passes capazes de reinstaurar a ordem cósmica, garantindo assim a permanência de sua gente ao longo das gerações.

O xamã opera sempre atento aos sinais que possam ser lidos à sua volta; ele ouve as pulsações da terra, compreende o caráter dos ventos e tempestades, entende o que lhe dizem os animais, extrai conhecimento de plantas sagradas, vale-se das propriedades medicinais dos reinos mineral, vegetal e animal que o cerca, e prevê em razão de eventos observados a tendência das ocorrências vindouras.

Xamanismo_ Atualmente quando as pessoas ouvem a palavra xamanismo pensam em culturas indígenas americanas, outros reclamam por que não pajelança se estão no Brasil. Sempre considerado como um programa de índio. O xamanismo não se refere apenas à espiritualidade indígena. É certo que os indígenas foram os grandes responsáveis por manterem acessas as chamas da Medicina da Terra mas as práticas se originaram no homem primitivo, no paleolítico. A palavra tem origem siberiana e não americana e é usada hoje como uma forma única para descrever as práticas no mundo todo. Ou seja, as práticas são universais, é um legado do Mundo Espiritual para a Humanidade. Não pode haver fronteiras.
A palavra xamanismo foi criada por antropólogos para definir um conjunto de crenças ancestrais. Nós podemos perceber traços do xamanismo em várias religiões.
As raízes do xamanismo são arcaicas e alguns antropólogos chegam a pensar que elas recuam até quase tão longe quanto a própria consciência humana. As origens do xamanismo datam de 40.000 a 50.000 anos, na Idade da Pedra. Antropólogos têm estudado xamanismo nas Américas; do Norte, Central, Sul. Também na África, entre os povos aborígines da Austrália, Esquimós, Indonésia, Malásia, Senegal, Patagônia, Sibéria, Bali, Velha Inglaterra e ao redor da Europa, no Tibet onde o xamanismo segue a linha do Budismo Tibetano, ou seja, em todos os lugares ao redor do mundo. Seus traços estão presentes nas Grandes religiões
Simplificando, o xamanismo é a “premissa básica é do reconhecimento que todos fazemos parte da Família Universal e tudo está interligado. O praticante compreende o Espírito Essencial que está dentro dele mesmo, na natureza e em todos os seres. O praticante sabe quem ele é e como se relaciona com o Universo”.
Na essência são práticas religiosas. O xamanismo se insere de acordo com a crença espiritual/religiosa local, é um fenômeno religioso. Pode-se dizer que as religiões representam um xamanismo adaptado e afetaram as tradições xamânicas continuadas ou marginalizadas nas culturas que dominaram. As práticas, os mitos, as entidades dependem da tribo, linha, geografia, crenças.
O xamanismo aparece como um reflexo de um Grande Espírito que pode ter vários nomes. É honrado o Criador e todas as suas criaturas, sejam pedras, animais, aves, plantas, peixes, insetos, águas, ventos e outras manifestações da natureza que compartilhamos a existência nesta vida. Essa consciência, esse alinhamento com as forças da natureza, transforma-se em poder de cura e expande habilidades psíquicas através da reconexão com a vida, com o Sagrado, com o mistério da Criação.
O foco das práticas do xamanismo centra-se nos ritmos cíclicos da natureza: nascimento, morte e renascimento, a complementaridade masculino e feminino, o contato pessoal individual com ambiente imediato da terra, com as forças da terra do sol, da lua e das estrelas.
No xamanismo ao redor do mundo podemos ver as similaridades que definem as práticas: A Busca por estados Alterados de Consciência, Vôo da Alma / Êxtase. O xamã é um especialista e um mestre da viagem estática, A capacidade de viajar em espírito assumindo a forma de um animal ou ave ou diretamente através daquilo a que chamaríamos de experiência fora-do-corpo. Este vôo mágico é um dos fundamentos do xamanismo, Viagem por mundos paralelos. Mundos invisíveis à realidade ordinária a fim de guiar espíritos e obter conhecimento espiritual. O xamã atua como canal de cura. Tem conhecimento do poder das plantas, pedras, dos espíritos animais e seres da natureza. Devoção à Criação, Sol, Lua, Estrelas. Reconhecimento da presença de Deus em todas as manifestações do Universo. Interação com espíritos da natureza. Utilização de instrumentos de poder para induzir ao transe /estados alterados de consciência. Conhecimento sobre o fogo. Utilização de plantas. Canções de Poder. Danças. Respiratórios e dietas. Contação de histórias, preleções.
O Xamanismo como a mais antiga prática espiritual da humanidade tem como base em suas práticas o respeito pela ecologia, reconhecimento do Sagrado, necessidade de expandir a consciência e obter resposta em mundos paralelos, prática do amor incondicional . Suas práticas estabelecem contato com outros planos de consciência a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde. Propicia tranqüilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual.
A interação harmônica dos elementos equilibra a Jornada da Nossa Alma, faz girar a Roda da Vida em harmonia.
No xamanismo praticado na atualidade estudamos os talentos elementais: A Terra é relacionada com o corpo físico e com as sensações. A Água é relacionada com a alma e com as emoções e sentimentos. O ar é relacionado com a mente e aos pensamentos e idéias. O fogo é relacionado com o espírito e associado à consciência, a claridade, a inspirarão.
Os ancestrais xamânicos viviam em harmonia e equilíbrio com todos os seres, pedras, plantas, animais, pássaros, peixes e até insetos. Para garantir sua sobrevivência em ambiente hostil os homens primitivos interpretavam os sinais e as mudanças da natureza a seu redor. Viviam de acordo com os ciclos do Sol e da Lua, das mudanças das estações, manifestações da natureza, vento, chuva, etc.
Os caminhos do xamanismo são espirituais. A prática xamânica compreende a capacidade de entrar e sair de estados de consciência, de realidades não-ordinárias Os estados alterados de consciência não envolvem apenas o transe e sim a capacidade de viajar na realidade incomum com o objetivo de encontrar espíritos animais, plantas, mentores, obter insight, promover curas, oráculos.
O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta. O resgate dos festivais sazonais (Solstícios e Equinócios), por exemplo, não marcam apenas a jornada do Sol, mas também os pontos críticos das estações, o ciclo agrícola, nossas emoções, hábitos. Essas “Forças Verdadeira acessadas desde o princípio na história espiritual da Terra, são resgatadas através dos séculos e podemos senti-las atuando em todos os momentos das cerimônias”.
Podemos sentir a ligação profunda que a natureza tem com a vida, nos tornarmos parte de uma comunidade global, propomos o Vôo da Consciência em busca de novos horizontes, de novas conquistas, de um novo ser, de uma nova vida. O início de uma vida pautada na sabedoria encontrada nas folhas, nos movimentos dos ventos, no poder transformador do fogo, nos espíritos ancestrais, na jornada da alma, na missão.
As religiões do mundo moderno não têm tempo para a ecologia espiritual assim como a cultura e o modelo de pensamento consumista atuante. As Grandes Religiões inspiram e apontam para uma vida eterna fora deste planeta e pouco se preocupam em honrar as realidades do espaço sagrado em que vivemos. Atualmente muitos vivem com uma sensação de separação, isolamento, um sentimento de que deva existir um sentido maior na vida. Os rituais xamânicos podem trazer a consciência de somos apenas um "microcosmo", que somos parte de "algo maior", que somos filhos da Terra, parte de uma Terra Viva.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "W"

Waite, Arthur Edward_ Waite foi um das maiores culturas esotéricas do mundo ocidental. Nasceu em Nova York. Porém, aos dois anos de idade, com a perda de seu pai, foi levado para a Inglaterra. Tornou-se membro muito ativo da Ordem Golden Dawn onde tomou conhecimento de alguns dos grandes segredos do ocultismo. Waite explorou brilhantemente a cabala, a magia cerimonial e prática, a maçonaria o santo graal, a alquimia, os rosa-cruzes e o tarô. Escreveu mais de duzentas obras sobre ocultismo, onde estão registradas anos investigações e estudos. Seu livro “The Holy Kabbalah”, é considerado como a sua obra mais importante.
Conviveu durante uma época de sua vida com o grande mago inglês, Aleister Crowley, de quem, mais tarde, criou uma caricatura em seu livro "Moonchild". Neste livro ele o retratara de forma altamente estereotipada, como um mago de poderes duvidosos.
Entretanto, Crowley passou para ele conhecimentos e vivências mágicas, que marcaram fortemente a sua filosofia de vida e a sua obra.
Um dos grandes méritos de Waite, está na criação de seu revolucionário Tarô “Seventy-eight Torot Cards in Fullcolor". Criadas por ele com a colaboração de Pamela Colman Smith. A grande vantagem destas cartas está nas figuras dos arcanos menores que as tornem muito mais didáticas, facilitando a comunicação, leitor-consulente.
Sobre Tarô escreveu ainda o famoso "The Pictorial Key to the Tarô".

Waldenses_ A história dos Waldenses da Itália e do Sul da França, representa uma parte importante da narrativa sôbre os primeiros cristãos de entre o tempo dos apóstolos e a Reforma. Estes crentes evangélicos rejeitavam a Igreja Católica Romana e eram fugitivos frequentemente atacados pelos “exércitos santos” do Vaticano.

Walpurgia, Noite de_ A noite de Walpurgia ou Walpurgisnaht tem sua origem na mitologia dos paises do norte da Europa. Era a noite em que as seres que moravam na floresta apareciam e faziam uma grande festa para comemorar o inicio da primavera. A festa durava a noite inteira. Até hoje nesses paises se festeja intensamente a Walpurgisnaht. Walpurgisnaht é alemão para a Noite de Walpurgis, em honra da santa Valburga (710-779). Foi canonizada em 1 de Maio e o nome dela ficou por isso associado às festividades pagãs ligadas à primavera — o 30 de abril é hoje uma espécie de feriado de carnaval na Suécia e na Finlândia. Na Alemanha é o dia em que as bruxas se reúnem no topo do Blocksberg, o pico mais alto das montanhas Harz, onde celebram o retorno da Primavera.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "V"

Vallin, Pierre_ Figura central de um julgamento de bruxos realizado em Dauphine, França, a 15 de março de 1428. Ele confessou que por 63 anos havia servido ao Diabo, fazendo homenagem ao seu mestre beijando seus dedos, rejeitando Deus e recusando a cruz. Confessou ter sacrificado sua filha a Belzebu quando a criança tinha apenas seis meses. Invocou o Diabo para produzir tempestades, voar durante os sabás e fazer outros malefícios. Teve relações sexuais com o demônio, que aparecia como uma jovem, e levou outras pessoas a comer carne de crianças.

Visgo_ O visgo é um arbusto da família das leguminosas, subfamília cesalpinioídea, nativo das Guianas e Brasil, sendo encontrado do estado do Amazonas ao de São Paulo. Tal arbusto possui uma resina viscosa, de folhas com quatro folíolos membranáceos, flores amarelas, em inflorescências terminais e laxifloras, e vagens setosas.
O Visgo-do-Diabo é uma planta caracterizada por guardar tesouros muito valiosos, estima-se que os visgos eram uma das armadilhas das pirâmides dos faraós egípcios, tem uma aparência pegajosa e gosmenta, assemelha-se com um visgo normal. Visgo ou agárico é uma planta arbustiva hemiparasita, da família das Lorantáceas, nativa das regiões temperadas da Europa e do Oeste da Ásia.
Parasita diversas espécies de árvores.
Está em algumas culturas associado às festividades do natal, assim como o azevinho. As suas bagas possuem propriedades medicinais.
O visco era antigamente usado como remédio para a epilepsia e distúrbios nervosos, para doenças cardíacas, hipertensão e para a digestão.
Talvez por isso Panoramix passava tanto tempo em cima das árvores a recolher o gui (visco em francês). Estudos recentes parecem indicar que alguns componentes do visco activam o sistema imunitário e têm propriedades anti carcinogénicas. As bagas são consumidas por pássaros, que cospem a parte viscosa que envolve a semente.
Os frutos macerados, fermentados e cozidos, produzem uma cola fina e muito adesiva.

Vodu_ Vodu é uma tradição espiritual originada no Haiti durante o período de escravidão colonial francesa. Africanos de muitas linhagens étnicas foram transportados à força para o Haiti, para servirem principalmente como escravos agricultores. Os povos nativos das ilhas, os Taino e os Carib, foram exterminados pelos espanhóis durante as primeiras invasões. Durante este período histórico, europeus da França e de outros países, incluindo deportados pro-Stuart da Escócia, radicaram no Haiti.
Devido a tantas linhagens estarem representadas, nenhum culto africano poderia satisfazer todos os participantes, pois a reverência aos ancestrais era muito importante. Entretanto, cada nação tomaria sua vez num encontro. Essa alternância de cultos eventualmente evoluiu para a ordem cerimonial da liturgia Vodu. Durante este período formativo é que foram adotadas também entidades européias pré-cristãs, como Brighid, ou Mama Brigitte na tradição vodu. Também houve uma pequena influência das populações restantes de Tainos e Caribs.
O Vodu é um sistema de magia, muito antigo e primitivo, que deriva da teologia e cerimonial africano. É um complexo de crenças e rituais religiosos africanos e católicos que estabelece uma ligação vital entre o mundo material e o mundo dos espíritos e governa em grande extensão a vida dos camponeses haitianos.
As diversas deidades da religião Vodu chamam-se loas. (Loa significa "espírito", na língua congo.) O propósito último do Vodu é permitir que os loas, que possuem o poder das forças naturais, se manifestem no corpo humano vivo, de modo que a pessoa possuída possa ser fortalecida por sua energia e sabedoria divina.
Dizem que, quando um homem ou uma mulher fica sob a possessão de um loa, o espírito sobe em seus ombros, da mesma forma que um cavaleiro monta no cavalo.
Cada loa deve ser reverenciado em seu dia próprio e "alimentado" com uma oferenda de galinhas ou cabras sacrificadas, frutas e outros alimentos.
Sem a posse dos corpos físicos e as oferendas dos animais sacrificados, que são tradicionalmente deixados em encruzilhadas à meia-noite, os loas perderiam seus poderes sobrenaturais e desapareceriam para sempre.
Há duas categorias principais de deidades no Vodu: os loas Rada e os loas Petro.
Há também classes menores de loas, que incluem o Congo, o Ubo, o Nagô e o Wangol.
(O Vodu foi criado nas Antilhas por escravos africanos que tinham sido vendidos para os comerciantes de escravos pelos seqüestradores africanos e transportados para o Caribe.
O comércio de escravos ocorreu em diversas tribos africanas, cada uma com suas próprias práticas e crenças religiosas. Isso explica a razão para que as deidades do Vodu sejam agrupadas em diferentes categorias.)
Os Rada são loas protetores, principalmente os de origem beninense e nigeriana, sendo invocados principalmente nos rituais de magia branca. (O nome Rada deriva de uma aldeia em Benin chamada Arada.)
Os Petro são loas agressivos que foram trazidos para o Haiti, em 1768, por um houngan (sacerdote do Vodu) espanhol chamado Dom Pedro, que era bem conhecido por ter introduzido a prática de beber rum misturado com pólvora bem moída. O houngan espanhol também introduziu uma variedade de novos ritos de Vodu entre os escravos haitianos, incluindo uma arrebatada dança dos espíritos, mais violenta que as antigas danças Rada executadas pelos sacerdotes e sacerdotisas da ilha.
Portanto, o culto Petro de magia negra e seus loas são denominados, segundo Dom Pedro, o "mensageiro divino" responsável por sua adoração.
A adoração do loa é dirigida pelos houngans e mambus, os respectivos sacerdotes e sacerdotisas do Vodu. Usando a magia branca, eles curam pessoas doentes ou machucadas; usando magia negra, eles conseguem fazer um morto retornar à vida como zumbis para trazer problema ou até mesmo a morte a um inimigo.
A previsão é outra função importante dos houngans e mambus, e é como videntes que costumam se empregar. A vidência geralmente acontece enquanto sob a posse de um loa, mas outros métodos são usados, como o da leitura do cristal.
Na cerimônia haitiana de invocação do loa, veves (intrincados emblemas simbólicos de vários loas a serem invocados) são desenhados com farinha ou cinzas, no chão da clareira onde dois santuários peristilo (um para os loas Rada e um para os loas Petro) foram erguidos. No centro do peristilo fica o poteaumitan, o mastro central dedicado ao loa Legba através do qual surgem os loas. As velas coloridas apropriadas para cada loa são fixadas sobre os veves, e orações especiais, que incluem a Ave-Maria e o Pai-Nosso, são rezadas.
Ao final das orações, os tambores do Vodu começam a tocar, e uma galinha, cabra ou outro animal é sacrificado e entregue ao cozinheiro, que o prepara para o altar do loa. Canções especiais são entoadas para os loas, enquanto os tambores seguem um ritmo apropriado, e a invocação se inicia.
Os tambores estão entre os símbolos centrais do Vodu haitiano. São considerados sagrados, por serem importantes no ritual de invocação do loa.
O tocar dos tambores tem muitas funções no ritual de Vodu. Pela combinação de ritmos tocados pelas baquetas, tambores médio e mestre e um par de pratos de metal chamado ogan, os dançarinos conseguem entrar em transe. Geralmente esse estado é atingido pela manipulação de ritmo e métrica, incluindo poderosas interrupções rítmicas chamadas casses, executadas pelo mestre dos tambores. A música de percussão também é essencial para manter o cenário do ritual depois que os dançarinos foram possuídos pelos loas. É da maior importância que os músicos mantenham os loas dançando e usem ritmos especiais para expulsar qualquer espírito indesejado.
Numa cerimônia Vodu, os devotos possuídos pelos loas podem aconselhar os problemáticos e executar milagres, como curar os doentes e adivinhar acontecimentos.

Vodu, Danças de_ Existem valores sagrados e mágicos agregados à dança, na tradição religiosa do Vodu. Através da dança, os movimentos do corpo humano adquirem a faculdade de assumir os atributos e poderes dos animais, dos fenômenos meteorológicos ou de qualquer outra ação que se imita ao dançar. Para o Vodu, as danças são essenciais. É através dela que o homem tenta entrar em comunhão a natureza e expressar-se com todo o seu ser para acolher a loa (deus) que se manifestará por ele.
Não existe uma separação clara entre a dança sagrada e a profana, uma vez que é unicamente a expressão de sentimentos. A dor, o sofrimento, o amor, a alegria, a vida ou o luto, se concentra tanto no canto quanto na dança, como se a alma humana se liberasse assim, de todos os seus pesos e temores.
A diferença entre as danças deve-se unicamente à entidade e o ritual que está sendo celebrado.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "U"

Uraeus_ é o termo comum aplicado ao Ārār, adorno em forma de serpente ostentado em coroas dos deuses e faraós do antigo Egito. Uraeus é forma grecizada do termo egípcio uraios, que significa "basilisco", através do latim. Designa a deusa de diversos nomes que, personificando o Olho ardente de Ré e simbolizando a natureza ígnea das coroas, tomava o aspecto de uma serpente fêmea ardendo de furor. A uraeus, com o pescoço dilatado, figurava na fronte do faraó; aparecia nos frisos dos templos, e nos hipogeus reais cuspia fogo contra os inimigos.

Utchat_ O amuleto do Olho de Hórus, ou Utchat, é um dos mais conhecidos amuletos egípcios, e seu uso parece ter sido universal em todos os períodos. Era feito de ouro, prata, granito, hematita, cornalina, lápis-lazúli, porcelana, madeira, e outros materiais, conquanto a rubrica de um Capítulo posterior do Livro dos Mortos determina que seja feito de lápis-lazúli ou de pedra Mac.


Há dois tipos de “Utchats”, o que olha para a esquerda e o que olha para a direita; juntos , representam os dois olhos de Hórus, um dos quais, segundo um texto antigo, era branco , ao passo que o outro era preto; de outro ponto de vista, um Utchat representa o Sol e o outro a Lua, ou Ra e Osíris, respectivamente. De um modo geral, quando usavam o Utchat como amuleto, pretendiam os egípcios que lhes trouxesse as bênçãos da força, do vigor, da proteção, da segurança, da boa saúde, e de coisas boas semelhantes, e tinham em mente o olho de Hórus, provavelmente o branco ou o Sol (Ra).