16 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "M"

Maa Kheru_Na religião egípcia, expressão que quer dizer "a palavra certa". Quando dita, permite que o espírito dos mortos entrem no outro mundo e assumam o poder dos deuses.

Maat_ Maat é a personificação da Verdade, da Justiça e da Harmonia Universal. Ela é a potência, o princípio metafísico, que mantém o mundo na sua regrada continuidade. O Cosmos, a Natureza, e a Sociedade, no fundo, a Ordem Universal, só se mantêm de forma duradoura exatamente pelo seu atento zelo.

Representada como uma mulher, de pé, sentada ou com um dos joelhos em terra, apresenta, fixada em uma fita da sua cabeleira, uma pluma de avestruz, que é o seu principal signo identificador. Em muitas representações, a simples figuração da pluma simboliza a sua presença e atuação.
É irmã de Rá, o Deus-Sol e esposa de Thoth, o escriba dos deuses com cabeça de ibis.
Maat é equivalente à Têmis grega e, como esta, é explicitamente a representação divina da lei e da ordem cósmicas naturais. Como ordem cósmica, Maat é o alimento do Deus-Sol Rá; é também "o olho de Rá" e o Ka de Rá. Segundo as crenças egípcias, o corpo do homem se compunha de dois elementos espirituais, o Ba, similar a alam e o Ka, uma espécie de réplica do corpo. A morte representava a separação do elemento corporal dos espirituais. Entretanto, Ka não poderia sobreviver sem a presença do corpo, foi daí que se desenvolveram técnicas precisas de conservação, conhecidas com embasamento. O processo de mumificação tinha como objetivo a manutenção do corpo para própria existência de Ka.
Maat é a Senhora do Céu, Rainha da Terra e amante do Mundo Inferior. O grande inimigo de Maat era Seth, a versão egípcia do Ares grego, Deus da desordem crassa, da injustiça e da ambição. A atividade crucial de Maat ocorria no Palácio das Duas Verdades (Maati), onde os mortos iam para o julgamento final. Primeiro, o falecido deveria proferir uma “confissão negativa” declarando que não cometera pecados ou más ações. Verificava-se então se estava sendo honesto a cada um dos 42 itens confessados. Depois seu coração era colocado em um prato de balança, enquanto no outro estava uma pena de avestruz simbolizando Maat (a verdade). Por vezes era, ela mesma, a balança. Não se sabe com clareza de que forma o coração era pesado para que a alma do morto fosse considerada justa. Sabe-se somente, que se o coração tivesse o peso certo em contraste com o peso de Maat, a pessoa estava justificada.
O coração, portanto, é considerado a "voz" e somente ele dirá para onde deverá ser destinado. Caso não o tenha, a pessoa é lançada a um monstro híbrido temível composto de partes de crocodilo, leão e hipopótamo chamado Ammut, comedor de mortos.
Para os egípcios, o coração não era tão somente um órgão vital do corpo, mas era também a consciência, ou o centro do pensamento. Ele representava a voz de Maat no ser humano, a voz oracular da Ordem Cósmica que rasga o véu e penetra no mundo humano. Entretanto, por essa razão, as palavras do coração tornaram-se um problema para os egípcios, pois ele testemunhava no Palácio das Duas Verdades contra a pessoa. Essa crença era tão forte, que existia até uma prece especial, dirigida ao coração, que era inscrita em um amuleto em forma de escaravelho e depositada no local do coração durante o ritual de embasamento. Tal prece suplicava que o coração não se levantasse "como testemunha contra mim".
Para os antigos egípcios, o porta-voz oracular da lei da natureza, localizado no próprio corpo do indivíduo, estava muito mais próximo da consciência ordinária do que consideravam os gregos, para quem Gaia e Têmis haviam sido forçadas a retira-se do Delfos e a permanecer nos mundos inferiores, enviando de lá mensagens através dos sonhos. Muito embora Maat falava em nome da ordem cósmica, ela também é "o olho de Rá" e os filhos de Rá sentavam-se nos tronos dos faraós. Deste modo, a lei e a justiça estavam unidas, e os árbitros da ordem natural e da ordem social eram um só, unidos em Maat e no faraó. Por intermédio do oráculo da Deusa, o coração, as leis e os costumes da vida social eram confirmados por uma intuição mais profunda de justiça e integrados nesse nível.
Algumas vezes, Maat era representada infundindo o hálito da vida nos faraós. Para tanto, suspendia um ankh contra o seu nariz. Hator e outros deuses e deusas também se representavam da mesma maneira, porém só Maat infundia o alento da vida sobre o começo de todas as coisas.
Como princípio divino e como divindade do Equilíbrio Cósmico, Maat era uma força permanente ao lado do faraó aprovado e escolhido pelos deuses. Em última instância, o funcionamento regular e a própria existência e continuidade do faraonato como instituição fulcral da vida egípcia dependiam da atuação de Maat.
Em complemento, a função real devia estar conforme aos desígnios universais que a própria Deusa perseguia, ou seja, a promoção e a manutenção da fecundidade, da prosperidade, da solidariedade e da abastança das Duas Terras, sob todos os aspectos.
O faraó devia honrar a Justiça, a Eqüidade, a Verdade, a Retidão, isto é, a Deusa Maat.
Sentado em seu trono, o faraó trazia em sua mão uma figura da Deusa, diminuta como uma boneca, também sentada, que se oferecia aos deuses como sinal de que o rei representava a ordem divina que não havia sido perturbada desde o dia de sua criação. De forma similar, os juízes levavam sobre o peito um emblema lápis-lazúli que representava Maat. Assim, a ordem social era um reflexo da ordem divina e o governo de cada dia representava o tempo primordial em que Rá, o Sol, pôs a ordem (Maat) em lugar do caos.
Nessa linha de idéias, é compreensível que uma representação recorrente no âmbito da ideologia e da iconografia real seja a oferta de uma estatueta da Deusa Maat feita pelo faraó aos deuses. O rei assume e compromete-se perante as divindades mais elevadas do panteão a zelar maaticamente pela marcha harmoniosa do país, pelo estabelecimento e funcionamento da Justiça, da Paz, do Equilíbrio e da Solidariedade, nas suas vertentes social, ética e cósmica.
"A oferenda de Maat" resume-se, portanto, numa imagem carregada de significado: é o símbolo máximo da atividade litúrgica, que consiste, no fundo, numa sólida relação interativa entre o oficiante e o oficiado. A esfera humana, terrestre, reconhecendo a fragilidade da sua posição no Cosmos, louva e honra os deuses, a esfera divina, deles guardando, em resposta, a proteção, o auxílio, a benção. A Deusa Maat é, assim, a medida de toda a conduta humana. Sem ter culto local específico, ocupava um papel fundamental na vida dos egípcios.
Além da oferenda da efígie da Deusa perante divindades maiores, conscientes da importância significativa da relação com a Deusa Maat, muitos faraós, de vários períodos históricos, incorporaram nos seus nomes a nomenclatura da Deusa. A este propósito são de citar os casos de Amenemhat III, da Xii dinastia, cujo nome de coroação era Nimaetré, ou seja, "Aquele que pertence à Maat/Justiça de Rá" Na XVIII dinastia, faraós como Hatchepsut (nome de coroação: Maetkaré, "A Maat/Justiça é o ka de Rá) e Amenhotep III (nome de coroação: Nebmaetré,” Rá é o senhor de Maat/Justiça “) levaram também em consideração este importante vetor na proclamação das suas titulaturas”.
Entretanto, muitos outros faraós seguintes denotam este reconhecimento pela ação conjugada que deviam assegurar com a Deusa Maat: Seti I e Ramsés XI (nomes de coroação: Menmaetré, "Estável é a Maat/Justiça de Rá); os Ramsés II, III, V, VII e VIII, que escolheram todos como uma das designações dos seus nomes de coroação Usermaetré, ou seja, "Poderosa é a Maat/Justiça de Rá); Merenptah usava um pujante Hotephermaet, "Aquele que está repleto de Maat/ Justiça" como epíteto associado ao seu nome de nascimento; Ramsés IV preferiu para nome de coroação Hekamaetré, "Soberano de Maat/Justiça como Rá", enquanto que Ramsés VI (como Amenemhat III) optou por Nebmaetré "Rá é o senhor de Maat/Justiça".
Também no Terceiro Período Intermediário, faraós das XXII e XXIII dinastias continuaram a utilizar o mesmo processo (Takelot I, Osorkon II, Chechonk II, Petubastis I, Chechonk III). Até no Período Ptolomaico a tendência se verifica: Ptolomeu VI tinha como nome de coroação Irmaetenimenré, Aquele que faz reinar a Maat/ Justiça de Amon-(Rá);
os Ptolomeus VII e XII usavam como nome de coroação Irmaet. Aquele que faz reinar a Maat/Justiça;
Ptolomeu XV (o filho de Cleópatra VII e de Júlio César) não se fez de rogado e adotou como nome de coroação Irmaetenré, proclamando-se assim como. Aquele que faz reinar a Maat/ (Justiça de Rá).
Todos esses faraós "amados e amantes de Maat" a viam como uma autoridade suprema, cujo comportamento modelo tentavam, pelo menos ideológica e propagandisticamente, capitalizar na sua onomástica. O próprio faraó "herético" Akhenaton foi descrito como vivendo "de acordo com Maat". Além disso, a maioria dos faraós que usaram o nome da Deusa (designadamente a partir de Ramsés VI) reinavam em períodos de esfacelamento e de decadência da própria civilização faraônica, até da própria instituição real, o que reforça ainda mais a importância e o significado político-mental que efetivamente a Deusa Maat detinha no seio da sociedade e da cultura egípcia.
Todas as religiões têm um conteúdo moral ao lado dos objetos de culto e a moral básica dos egípcios tinha o nome de MAAT. Ela foi criada antes do mundo e através dela o mundo foi criado. É quase impossível traduzir a palavra com exatidão, mas ela envolvia uma combinação de idéias como "ordem", "verdade", "justiça" e "retidão". Considerava-se Maat uma qualidade não dos homens, mas do mundo, infundida neste pelos deuses no momento da Criação. Assim sendo, representava a vontade dos deuses. A pessoa se esforçava para agir de acordo com a vontade divina porque essa era a única maneira de ficar em harmonia com os deuses.
Para o camponês egípcio, Maat significava trabalho árduo e honesto, já para o funcionário, significava agir com justiça.
Durante as amargas dificuldades e a desilusão que flagelaram o Primeiro Período Intermediário, surgiu por instante a idéia que Maat não era apenas uma qualidade passiva inerente ao mundo, mas que os súditos do rei-deus tinham o direito de esperar que fosse praticada. Isso representava um passo para o desenvolvimento de um conceito de justiça social.
Portanto, é mais importante "conservar Maat" (obedecer a lei) do que adorá-la. A própria Maat dá assistência nessa tarefa guiando, instruindo e inspirando os egípcios e após a morte ela é o princípio pela qual eles são julgados. Ela é a personificação da sabedoria!
No período helênico, os atributos de Maat foram absorvidos por Ísis.
Maat era, portanto, a Deusa da Justiça e da Verdade, ligada ao equilíbrio (Libra) necessário para a convivência pacífica entre todos os seres. Maat rege o primeiro signo social do zodíaco egípcio. . Era filha de Rá, o Sol, e de um passarinho que, apaixonando-se pelo calor e pela luminosidade dos raios solares, subiu por eles até morrer queimado. No momento em que foi incinerado, uma pena voou pelos ares. Essa era a nossa Deusa Maat. Ela também foi a responsável pela união do Alto e do Baixo Egito, simbolizando com isso a força da união e os benefícios da justiça. Sem Maat, a criação divina, que é a Terra e seus habitantes, não poderia existir, pois tudo se afundaria no caos inicial.
Maat toca todos os aspectos da vida: independência, situações familiares, amor, ódio, temor, enfermidade, morte, eternidade, solidão, propósito e eleições. Não há situação que não possa ser enquadrada no esquema da verdade.

Maçonaria_ A Maçonaria é uma Ordem Universal formada de homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal. A Maçonaria não é uma sociedade secreta, no sentido como tal termo é geralmente empregado. Uma sociedade secreta é aquela que tem objetivos secretos e oculta a sua existência assim como as datas e locais de suas sessões. O objetivo e propósito da Maçonaria, suas leis, história e filosofia tem sido divulgados em livros que estão à venda em qualquer livraria. Os únicos segredos que a maçonaria conserva são as cerimônias empregadas na admissão de seus membros e os meios usados pelos Maçons para se conhecerem. A Maçonaria não é uma religião no sentido de ser uma seita, mas é um culto que une homens de bons costumes. A Maçonaria não promove nenhum dogma que deve ser aceito taticamente por todos, mas inculca nos homens a prática da virtude, não oferecendo panacéias para a redenção de pecados. Seu credo religioso consiste apenas em dois artigos de fé que não foram inventados por homens, mas que se encontram neles instintivamente desde os mais remotos tempos da história: A existência de Deus e a Imortalidade da Alma que tem como corolário a Irmandade dos Homens sob a Paternidade de Deus. A Maçonaria não é um partido político. Ela não tem partido. Em princípio, a maçonaria apóia o amor à Pátria, respeito às leis e à Ordem, propugnando pelo aperfeiçoamento das condições humanas. Os maçons são aconselhados a se tornarem cidadãos exemplares e a se afastarem de movimentos cuja tendência seja a de subverter a paz e a ordem da sociedade, e se tornarem cumpridores das ordens e das leis do país em que estejam vivendo, sem nunca perder o dever de amar o seu próprio país. A maçonaria promove o conceito de que não pode existir direito sem a correspondente prestação de deveres, nem privilégios sem retribuição, assim como privilégios sem responsabilidade. A missão da Maçonaria é a de "fazer amigos, aperfeiçoar suas vidas, dedicar-se às boas obras, promover a verdade e reconhecer seus semelhantes como homens e irmãos".
A missão da Maçonaria ainda é a prática das virtudes e da caridade, é confortar os infelizes, não voltar as costas à miséria, restaurar a paz de espírito e a paz aos desamparados e dar novas esperanças aos desesperançados.

Macrocosmo_O macrocosmo é identificado ora com o Universo, o mundo que é um todo orgânico, ora como o mundo das coisas grandes, das leis magnas, das leis da física, dos conjuntos estelares, planetários, galáticos e do que possa ser considerado grande, maior, enorme, aos conjuntos dos conjuntos, livros de referência de referências, aos conjuntos conhecidos de determinada época etc. Sendo exatamente o oposto de microcosmo.

Macumba_Popularmente, a palavra macumba é utilizada para designar genericamente os cultos sincréticos afro-brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos, tais como os bantos, como o candomblé e a umbanda.

Mago_ou Magi, plural da palavra Persa antiga magus, significando tanto imagem quanto "um homem sábio", que vêm do verbo cuja raiz é "meh", significando grande, e em sânscrito, "maha". Mago usualmente denota aquele que pratica a magia ou ocultismo; no entanto, pode indicar também alguém que possui conhecimentos e habilidades superiores como, por exemplo, quando se diz que um músico é um "mago dos teclados", pois toca com perfeição o instrumento musical. Os Magi originais eram a casta sacerdotal da Pérsia Sassânida, além de químicos, físicos e astrólogos. Seus trajes consistiam de um manto escuro decorado com astros, chapéu alto, triangular e pontudo, e suas demonstrações públicas envolviam o uso de substâncias químicas para geração de fumaça que causavam grande impressão entre o povo; observadores europeus trouxeram sua imagem para o folclore do ocidente.

Magia_(não confundir com mágica ou truque) antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada pelos Magos, é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o dominio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade.
A etimologia da palavra Magia, provém da Língua Persa, magus ou magi, significando tanto imagem quanto um homem sábio. Também pode significar algo que exerce fascínio, como por exemplo quando se fala da magia do cinema.
A prática da magia requer o aprendizado (pelo iniciado, pelo xamã, pelo sacerdote, etc.) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a meditação e a visualização.
Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação, o de consagração das armas mágicas, a projeção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação de símbolos e outros com objetivos particulares.

Magia e Ocultismo_Ocultismo é a Ciência do Oculto, que versa coisas que transcendem a percepção sensual e são pouco conhecidas. Trata especialmente de efeitos que não podem ser explicados pelas leis naturais universalmente conhecidas e cujas causas são ainda mistério para os que não penetraram nos segredos da Natureza a ponto de compreendê-los perfeitamente. Ocultismo também designa o conjunto de sistemas filosóficos e artes misteriosas derivadas dos conhecimentos secretos dos Antigos. É neologismo do latim, occultus, escondido. Ser Ocultista não significa ser Mago.
O primeiro estuda, por conta própria, os segredos da Natureza. Já o segundo, é um Iniciado, que alcançou um estágio evoluído de sabedoria e envolve-se em evocações e rituais de Alta Magia.

Magia, Origens da_A magia surgiu com a tentativa dos primeiros homens em controlar as forças da natureza. A ciência mágica tentava ligar a vida e o destino do homem pré-histórico com os fenômenos naturais à sua volta. As forças primitivas de ataque e defesa entre os homens deviam lembrar os animais que os fascinavam, como a cobra e os felínos. Além disso, nosso antepassado agia como o animal que tentava caçar, e foi isso, segundo os estudiosos, que deu origem à magia.

Magia, Cadeia_A Cadeia Mágica bem como o Círculo Mágico são a manifestação material, objetiva, de uma rede que vos protege e vos guarda no invisível.

Mágica, Definição_Mágica e ilusionismo é a arte de tornar o irreal em real diante do espectador. Em latim temos dois vocábulos que dão origem a uma definição simples, a prestidigitação: arte de prestidigitador (presti = rápido, digiti = dedos) O mágico/ilusionista usa de sua habilidade e rapidez com as mãos para transformar e encantar.

Mágico, Circulo_O Círculo Mágico é usado por Magos e Bruxos de maneiras diferentes. Magos o utilizam para que mantenham entidades e espíritos do lado de fora, de forma a manter a segurança do mago. Já na Bruxaria é usado para manter a energia gerada durante um ritual ou feitiço dentro do círculo e para manter energias distintas do lado de fora, neste conceito o círculo não é usado para proteção, mas para concentrar a energia gerada pelo Bruxo ou Coven. As Bruxas acreditam que suas entidades divinas não se manifestam em qualquer espaço e para isso fazem uso do Círculo Mágico.

Mágicos, Elementos_Para os magos, toda a magia é baseada em quatro elementos: Ar, Fogo, Água e Terra. A sabedoria advinda dos ancestrais ensina que, sem eles não há vida, pois esta, em si, é constituída por esses elementos que a norteiam em toda a sua essência.
Em outras palavras: tratam-se de forças constitutivas do Universo e de tudo o que nele existe. Além da força possuem formas e qualidades características, e uma essência que pode ser positiva e/ou negativa.
Correspondem às quatro direções do nosso mundo físico, aos quatro cantos do Universo, aos quatro ventos e, especialmente, aos quatro quadrantes do círculo mágico.
Água e Terra são energias femininas; o Fogo e o Ar, masculinas.
O Ar governa o Leste. Positivamente, associa-se ao nascer do Sol, à Primavera; aos incensos e defumações, em geral; às varas, bastões e cajados mágicos; às nuvens e às brisas, à respiração e, também, ao otimismo e à alegria; à inteligência e à rapidez mental e a toda espécie de ar benéfico.
Negativamente, está associado aos ventos fortes das tempestades, aos furacões, tornados e seus próximos; aos ares destrutivos de qualquer tipo e, também, à maledicência e à frivolidade, à vacilação e à desatenção, à gabolice e ao esquecimento.
A Água governa o Oeste. Está associada, de modo positivo, ao pôr-do-sol , ao Outono, ao cálice e ao caldeirão, a qualquer uma de suas formas benéficas e, igualmente, à compaixão e ao perdão, à tranqüilidade; à intuição e ao amor; num aspecto negativo, associa-se às tempestades e, conseqüentes inundações; aos redemoinhos e a qualquer de suas formas prejudiciais, como, também, à preguiça e à indiferença e ao descontrole emocional.
O arco-íris é a arca das águas sagradas. Além disso, são somente as entidades aquáticas que possuem os segredos das canções tanto quanto os da origem do canto. Não esquecer que os cantares das sereias e da Yara é que fascinam, atraem e enlouquecem os homens, quando não os levam à morte.
"Ouvir" a água nem sempre é bom. Certas de suas vibrações são profundamente nostálgicas e atuam, negativamente, sobre a alma humana. Olhar, fixamente, para a água pode ser bom ou péssimo.
Explicando melhor: um aprendiz de magia utiliza a água, que é um poderoso elemento, para despertar a "visão" e fortalecer a concentração imprescindíveis para favorecer e/ou despertar a mente para outros estados de consciência. Entretanto, pessoas fragilizadas, vítimas de descontrole emocional, jamais devem deixar-se fascinar pelo ritmo das águas, mormente quando são fundas e, portanto, perigosas, porque a fixação demorada pode induzi-las ao suicídio. A água "chama"; pelo seu próprio correr, ela produz, na psique humana, uma sensação de fuga, prejudicial, especialmente àqueles que, por problemas graves, de foro íntimo, querem "fugir" da realidade, do mundo, da vida que levam. Por outro lado, aliada a essa "fuga" a água a tudo lava; ela, aliás, suja-se para nos limpar. Então, o poder exercido pode tornar-se fatal, pois a pessoa além de, com a morte, livrar-se de tudo quanto a está atormentando, sente-se, igualmente, purificada. Este é, dentro da magia, o aspecto mais terrível das águas. O interessante é que as águas abominam esses gestos extremos e acabam por "devolver" o que não lhes pertence à Terra que, dentro de um contexto de magia é ventre-criador e túmulo-receptor, de acordo com as sagradas leis do Universo.
A lendária "Fonte da Juventude" é, na verdade, uma realidade e poderosíssima. Qualquer riacho, igarapé, cacimba e poço pode ser a água da juventude. Basta que a pessoa tenha o "conhecimento" e, assim, beneficie-se, no momento em que desejar, do poder milagroso dessas águas.
A Terra governa o Norte. Positivamente, associa-se com a meia-noite, o Inverno, o pentáculo e o sal ritual, as pedras preciosas, as grutas, as montanhas e o solo e, também, com o respeito, a perseverança, a responsabilidade e a estabilidade; a dureza e com tudo aquilo que represente uma finalidade na vida. Negativamente, a ela associam-se os terremotos, os escorregões, a rigidez, o desestímulo para modificar ou apreciar um problema sob vários pontos de vista, a teimosia, a incoerência e a inconsciência e todo tipo de vacilações.
A Terra é o berço onde estão adormecidos todos os oráculos. Para captá-los, entretanto, e receber os seus ensinamentos, é preciso que a mente e o coração sejam como os de uma criança, isto é, puros e virgens, ainda não atingidos e alterados pela tirania dos dogmas, sejam eles de que natureza forem. Os xamãs, tanto quanto os pajés são mestres em "ouvir" a Terra e, assiduamente, exercem essa prática.
Sagrados são os caminhos da Terra e, mais que isso, constituem os maiores veiculadores de força emocional. Por isso é que os magos, em geral, utilizam, em seus trabalhos, as encruzilhadas, pelo fato de, nelas, estar localizado todo um potencial energético magnetizador. Lamentavelmente, a maioria serve-se dos cruzamentos da Terra para praticar a magia chamada Negra; ao invés, deveriam utilizá-los para fins mais elevados. Assim, orar e acender velas (especialmente, amarelas) no meio de uma encruzilhada, pacífica e respeitosamente, é um ato positivo, pois, dessa maneira, agimos, num aspecto espiritual, sobre um dos pontos nevrálgicos do Planeta, armazenando um imenso manancial de energia, além de nos recentrarmos em nós mesmos.
O Fogo rege o Sul. Positivamente, está relacionado ao meio-dia, ao Verão, ao punhal e à espada, às velas e à toda espécie de fogo benéfico, ao sol e às estrelas, ao sangue e, também, a tudo o que se relaciona com o entusiasmo, atividades de chefias e vontade do poder; coragem, audácia e atrevimento. Negativamente, associa-se ao ódio, à raiva, ao medo, à inveja e ao egoísmo, à guerra e a todos os conflitos, a qualquer tipo de fogo prejudicial, bem como aos raios, relâmpagos, coriscos e vulcões.
O fogo é o mais sagrado de todos os elementos por constituir-se uma quase energia pura.
"Com fogo, não se brinca!" A expressão de alerta é universal.
Cuspir sobre as chamas revolvê-las com objetos metálicos ou chutar brasas e tições é a melhor forma de desencadear desarmonias com o fogo. Por se tratar de uma energia, ele devolve a quem o molestou, sob a forma do calor, em dobro, tudo quanto sofreu.
O fogo não é apenas uma energia: é um ser vivente, é a luz materializada, é um ensinamento.
Há diversos tipos de fogo possuindo, cada um deles, radiações e calores característicos. O amor e o ódio, por exemplo, são fogos originados da mesma fonte, mas orientados diversamente. Assim, o amor é um fogo direto e o ódio é proveniente de chamas mal direcionadas.
É expressivo o registro emocional do fogo, sendo manifestado, através de danças bem definidas, dentro das tradições xamânicas, revelando-nos oito alegrias de existir; de se arremessar com impetuosidade; de devorar; de brilhar; de dançar; de fascinar; de se amplificar; de ser amado ou de impressionar e sete pesares: de ser malnutrido; de ser ignorado; de ser desconsiderado; de ser delimitado; de ser escarnecido; de ser ferido; de ser extinto.
Assim como a maioria dos animais estabelece o seu território através da urina e/ou das fezes, o fogo procede da mesma forma. A "urina" do fogo é a fuligem e os "excrementos" são as cinzas.
Ao renovar-se uma fogueira, é bom não se removerem as cinzas.
Nas tradições de muitos povos, uma fogueira é mantida perenemente porque as brasas constituem a ossatura rubra do fogo e é nesta que se concentra a consciência desse elemento. Se as brasas apagarem-se, essa consciência será diluída e, posteriormente, radiada no plano astral. Eis, porque, entre os xamãs, pontifica a crença de que o fogo é um transmissor de mensagens ou de oferendas dos vivos para as almas dos entes queridos ou para os deuses.
Além dos gênios do fogo, propriamente ditos, que habitam planos mais altos, posto que muito evoluídos, das chamas baixas, médias e altas muitas espécies animais foram originadas.
Assim, são animais do fogo, os galos, os faisões, as araras, os pavões, as áspides e insetos como as borboletas, as abelhas e as formigas, todos eles compreendidos, em essência, no principal animal do fogo-que-devora-a-si-mesmo: a salamandra.
Relativamente ao homem, a magia do fogo é, sobremaneira, expressiva. Assim, na ventre da mulher existe uma partícula do fogo solar e o homem, no seu órgão sexual, retém uma parte do fogo terrestre e outra do fogo lunar que, no momento preciso, transforma-se no espermatozóide, permitindo, assim, o processo de fecundação.
Contudo, é no mais profundo do seu âmago que o homem pode, realmente, absorver, ao máximo, o poder do fogo, pois lá se encontra uma chama que chamamos espírito; uma partícula, uma ínfima centelha de fogo originada do Supremo Fogo Cósmico.

Mágicos, Instrumentos_Nós, Bruxas, lançamos mão de alguns utensílios em nossos rituais que são chamados de Instrumentos Mágicos, Armas Mágicas, Ferramentas
Mágicas e inúmeros outros nomes. Os Instrumentos Mágicos utilizados na Bruxaria têm sido inúmeros ao redor do mundo, por milhares de anos. Aqui são apresentados
os fundamentos dos principais instrumentos. Os Instrumentos Mágicos são utilizados apenas para facilitar o desempenho ritual e focalizar nossa concentração e intenção. Com o passar do tempo, você irá diminuir, e muito, o uso dos Instrumentos até conseguir realizar um ritual sem o uso de nenhum deles.
O Athame é um Punhal com dois gumes.
O Bolline é uma faca com o cabo branco. Ele é utilizado na colheita de ervas, na construção de talismãs e amuletos mágicos.
O Bastão representa para a maioria das Tradições o elemento Fogo, e é posicionado no ponto cardeal Sul, porém, alguns o associam ao elemento Ar e ao ponto cardeal Leste. Você pode comprar um pronto ou fazer um com galhos de árvores ou um cano de cobre.
O Cálice ou Taça é utilizado no Altar para representar o princípio Feminino da Água e fica no ponto cardeal Oeste. Muitas vezes são colocados dois Cálices sobre o Altar, um para água outro para vinho.
O Pentáculo é normalmente um disco, um prato de metal ou madeira com a figura de Pentagrama dentro de um círculo.
O Caldeirão de ferro, com tradicionalmente três pés, sempre representou a generosidade e as bênçãos dos Deuses. Tido como símbolo de abundância, fertilidade e detentor de todos os conhecimentos do Universo.
O Livro das Sombras. O termo "Livro das Sombras" vem do inglês Book of Shadows (BOS), um utensílio muito importante e que faz parte do arsenal de todo Bruxo. O Livro das Sombras é um caderno com a capa e a contracapa na cor preta, no qual registramos toda a nossa evolução na Arte.
A vassoura tem sido associada com a Magia há muito tempo, provavelmente devido à sua forma. Também é utilizada para a purificação de um local carregado.
Bola de Cristal, cristais de quartzo são extremamente populares hoje, mas a bola de cristal de quartzo é um antigo instrumento mágico.
O sino é um instrumento ritual de inestimável antiguidade. O toque de um sino libera vibrações com efeitos poderosos de acordo com seu volume, tom e material utilizado.
A Roupa, vestir-se é "opcional" para muitos Bruxos. Existem algumas Tradições em que os Bruxos praticam seus rituais "Vestidos de Céu" (nus).

Malleus Maleficarum_O Malleus Maleficarum (Martelo das Feiticeiras ou Martelo das Bruxas) é um livro escrito em 1484 e publicado em 1486 (ou 1487), por dois monges alemães dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger, que se tornou uma espécie de "manual contra a bruxaria". O livro foi amplamente utilizado pelos inquisidores por aproximadamente duzentos e cinqüenta anos, até o fim da Santa Inquisição, e servia para identificar bruxas e os malefícios causados por elas, além dos procedimentos legais para acusá-las e condená-las.
O Malleus Maleficarum traz inúmeras e exageradas descrições e, até certo ponto, apelativas e incoerentes. O livro divide-se em três partes distintas, sendo que cada parte subdivide-se em capítulos chamados de Questões. A primeira parte, que contém dezoito questões, ensina a reconhecer bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda parte traz apenas duas questões, mas a primeira está subdividida em dezesseis capítulos e a segunda em oito capítulos. Esta segunda parte expõe os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os detalhadamente, e os métodos para desfazê-los. A terceira e última parte, que contém uma introdução geral e trinta e cinco questões subdivididas condiciona as formalidades para agir "legalmente" contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las, tanto nos tribunais civis como eclesiásticos.
As teses centrais do Malleus Maleficarum fundamentaram-se na idéia de que o demônio, sob a permissão de Deus, procura fazer o máximo de mal aos homens para apropriar-se de suas almas. Este mal é feito prioritariamente através do corpo, único canal em que o demônio pode predominar. A influência demoníaca é feita através do controle da sexualidade, e por ela, o demônio se apropria primeiramente do corpo e depois da alma do homem. Segundo o livro, as mulheres são o maior canal de ação demoníaca.
Ainda, a primeira e mais importante característica descrita no livro, responsável por todo o poder das feiticeiras, é copular com o demônio. Portanto, Satã é o "senhor do prazer". Dessa forma, uma vez obtida a relação com o demônio, as feiticeiras são capazes de desencadear todos os males, especialmente impotência masculina, impossibilidade de livrar-se de paixões desordenadas, oferendas de crianças à Satã, abortos, destruição das colheitas, doenças nos animais, entre outros. Porém, no próprio livro é citado que o coito com o demônio não seria exatamente carnal, já que estas criaturas eram espíritos, mas ocorria através de rituais orgíacos.

Mancia_Sufixo indicando que a palavra é um domínio de um método de advinhação do futuro, por exemplo, hidromancia (hidro, que significa água, e mancia, método de advinhação.) é um método de advinhação apartir da água.

Mandala_Em sânscrito, a palavra a palavra mandala (tib. kyilkhor / dkil 'khor, jap. mandara) significa círculo. No buddhismo Vajrayana, mandala refere-se a um tipo de diagrama (sânsc. yantra) simbólico de uma mansão sagrada, o palácio de uma divindade meditacional, a dimensão pura da mente iluminada. Geralmente, as mandalas são pintadas como thangkas, representadas tridimensionalmente em madeira ou metal ou construídas com areia colorida sobre uma plataforma. Neste último caso, a mandala é desfeita após algumas cerimônias e a areia é jogada em um rio próximo, para que as bênçãos se espalhem. A dissolução de uma mandala serve também como exemplo da impermanência. As mandalas são muitas vezes constituídas por uma série de círculos concêntricos, cercados por um quadrado que, por sua vez, é cercado por outro círculo. O quadrado possui um portão no centro de cada lado, o principal voltado para o leste, com outras três entradas em cada ponto cardeal. Eles representam entradas para o palácio da divindade principal e são baseados no desenho do templo indiano clássico de quatro lados. Tais mandalas são plantas elaboradas do palácio, visto de cima.
Os portais, porém, muitas vezes são "deitados", assim como os muros externos. Estes portais são elaboradamente decorados com símbolos tântricos. A arquitetura da mandala representa tanto a natureza da realidade como a ordem de uma mente iluminada.
As mandalas simbolizam iconograficamente as virtudes da iluminação. Em um esquema tradicional, os cinco dhyani-buddhas são representados: Vairochana no centro, Amoghasiddhi na direita (norte), Ratnasambhava na esquerda (sul), Akshobhya embaixo (leste) e Amitabha em cima (oeste).
Estas posições também foram utilizadas, por exemplo, na construção da stupa de Borobudur (Indonésia), mas podem variar de acordo com a divindade representada. Outros significados mais profundos sobre as mandalas devem ser ensinados apenas por professores qualificados da tradição Vajrayana.

Mandrágora_ (do latim mandragora): Gênero de plantas da família das solanáceas, de folhas compridas e largas, de sabor e cheiro desagradáveis. Na Antiguidade e na Idade Média, a mandrágora era empregada em diversas manipulações de feitiçaria. As mandrágoras são ervas de grande raiz carnuda, geralmente bifurcada, lembrando um corpo humano, com duas pernas. As flores azuis, brancas, vermelhas ou violáceas são muito numerosas. Conhecem-se quatro espécies mediterrâneas. A "Mandragora officinale", comum na Sicília, é cultivada, sobretudo pelas suas propriedades narcóticas.

Marte_é o quarto planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas telúricos no sistema solar, situando-se entre a Terra e a cintura de asteróides a 1,5 UA do Sol (ou seja, a uma vez e meia a distância da Terra ao Sol).
Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares. Filho de Juno e de Júpiter, era considerado o deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos, junto das muralhas de Tróia, cada um dos quais defendendo um dos exércitos. Marte, protector dos troianos, acabou derrotado. Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vénus, e com ela teve um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia. Na verdade tratava-se de uma realção adúltera, uma vez que a deusa era esposa de Vulcano, que arranjou um estratagema para os descobrir e prender numa rede enquanto estavam juntos na cama. O povo romano considerava-se descendente daquele deus porque Rómulo era filho de Reia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte. Assim como Marte é o deus romano da guerra, bem como seu correspondete Ares na mitologia grega.
Há também Cariocecus ou Mars Cariocecus que é o deus lusitano da guerra. O planeta Marte provavelmente recebeu este nome devido à sua cor vermelha.

Materialização_Materialização é o ato ou o efeito de materializar (-se). O conhecido professor Hernani Guimarães Andrade, em seu livro "A Matéria Psi", faz judiciosas ponderações a respeito deste verbete: "O vocábulo materialização pode sugerir a idéia de transformação da substância espiritual em substância material". Isso não parece certo. Na ectoplasmia não ocorre, nem materialização nem desmaterialização. O fenômeno em jogo tem as características da organização morfológica (modelação) de uma determinada substância material (o ectoplasma). No vocabulário espírita trata-se de um fenômeno de ectoplasmia (teleplastia), quando um ser ou objeto de outra dimensão (espiritual) tornar-se visível e tangível, por condensação de substância sutil (ectoplasma) que se desprende do médium. A formação ectoplasmática dos Espíritos pode ser parcial (dedos, mãos, braços, rostos) ou total (corpo inteiro), com substância luminosa ou não. Sob o aspecto da tangibilidade, as formações ectoplasmáticas podem ser do tipo rarefeito, de pouca densidade, mais denso e opaco com bastante nitidez e denso com solidez e tangibilidade total.

Mathers, Samuel Lidell MacGregor_ foi um dos mais importantes magistas cohecidos, autor e tradutor de várias obras fundamentais no meio mágico, e um dos fundadores da The Hermetic Order of the Golden Dawn , ou simplesmente Golden Dawn (Aurora Dourada). Nascido em 8 de Janeiro de 1854, Mathers serviu o exército onde publicou seu primeiro livro: um manual militar. Como é comum, desde cedo interessou-se pelo assunto magia, sendo inclusive convidado a afiliar-se a Sociedade Teosófica de Mme. Blavatsky , porém, declinou o convite. Pouco tempo depois, foi indicado por seus Instrutores Ocultos a mudar-se para Paris, onde passou o resto de sua vida. Em 4 de Outubro de 1877, tornou-se Maçon. Em 1882, afiliou-se a Sociedade Rosacruciana em Anglia. Em 1877 funda a Golden Dawn com mais três amigos maçons. Assume sua liderança em 1891 com a morte do Dr. Woodman . Logo depois, desenvolve riruais para a admição na Segunda Ordem: Roseae Rubeae et Aureae Crucis, também chamada R.R. et A.C.

Medeia_ Na mitologia grega, Medeia (ou Medéia, no Brasil) era filha do rei Eetes, da Cólquida, sobrinha de Circe (aparecendo, ainda, como filha de Circe e Hermes ou como irmã de Circe e filha de Hécata) e que foi, por algum tempo, esposa de Jasão. É uma das personagens mais terrivelmente fascinantes desta mitologia, ao envolver sentimentos contraditórios e profundamente cruéis, que inspiraram muitos artistas ao longo da história - na escultura, pintura, teatro, cinema, ópera...
Os mitos e personagens que envolvem Medéia têm sido classificados por alguns autores como narrativas e elementos-chave respeitantes ao limiar cultural e civilizacional que separa, por um lado o mundo primitivo das culturas pelásgicas dos xamãs, das divindades ctónicas, dos matriarcados arcaicos e da Deusa-mãe e, por outro, os novos desafios e paradigmas abertos pela Idade do Bronze.

Médium_Médiuns são todos que sentem, de alguma maneira, a presença dos espíritos, independente da intensidade e da diversidade dessas manifestações. Segundo a doutrina, essa faculdade é inerente ao ser humano e não constitui privilégio de ninguém, pois todas as pessoas possuem mediunidade mesmo que em "estado rudimentar".
Os médiuns mais desenvolvidos acabam se sobressaindo e recebem a denominação com mais freqüência, dando a falsa impressão de que são a minoria. Os médiuns tem, na sua maioria, faculdades especiais de captação das manifestações espirituais, fazendo que eles se tornem diferentes entre si ao se expressarem.
As principais variedades dessas manifestações estão relacionadas a seguir:
Médiuns de efeitos físicos: produzem fenômenos materiais como movimentação de objetos, ruídos, batidas, etc.
Médiuns sensitivos ou impressionáveis: são capazes de sentir a presença dos espíritos através de arrepios ou de uma impressão da sua presença. Ao desenvolverem essa sensibilidade, podem até identificar se o espírito é bom ou ruim.
Médiuns audientes: são capazes de ouvir as vozes dos espíritos e de conversarem com eles. A boa conversa depende de uma presença boa; um "mau” espírito pode trazer transtornos ao seu ouvinte.
Médiuns videntes: possuem a faculdade de ver os espíritos. Raramente esse tipo de mediunidade se manifesta por um longo período. Essa visão não é propiciada pelos olhos, e sim pela alma, o que torna possível a alguns cegos desenvolverem esta sensibilidade.
Médiuns sonâmbulos: são dois tipos de sonâmbulos: os sonâmbulos propriamente ditos, que antecipam seu estado de espírito ignorando a matéria, e os médiuns que servem de instrumentos, nos quais as vontades manifestadas não são as vontades dos seus próprios espíritos.
Médiuns curadores: são capazes de curar com um simples toque, uma prece, um olhar e sem qualquer medicação. É uma faculdade espontânea, não havendo necessidade do médium estar preparado por estudos de medicina ou formas de magnetização.
Médiuns pneumatógrafos: são aqueles que recebem diretamente dos espíritos mensagens por escrito. Essas mensagens podem ser frases completas, desenhos ou alguns poucos traços. Para o médium pneumatógrafo, o lápis é dispensável, o que o difere do médium escrevente. É uma mediunidade muito rara que requer oração e concentração.
Médiuns escreventes: são aqueles que recebem mensagens por escrito. A psicografia, mais comum, fornece uma vasta literatura e possibilita uma comunicação.

Mercúrio_é um metal líquido à temperatura ambiente, conhecido desde os tempos da Grécia Antiga.
Seu nome homenageia o deus romano Mercúrio, que era o mensageiro dos deuses. Essa homenagem é devida à fluidez do metal.
Mercúrio era o deus romano encarregado de levar as mensagens de Júpiter. Era filho de Júpiter e de Bona Dea e nasceu em Cilene, monte de Arcádia. Os seus atributos incluem uma bolsa, umas sandálias e um capacete com asas, uma varinha de condão e o caduceu. Quando Proserpina foi raptada, tentou resgatá-la dos infernos sem muito sucesso. Era o deus da eloqüência, do comércio, dos viajantes e dos ladrões, a personificação da inteligência. Correspondia ao Hermes grego, protetor dos rebanhos, dos viajantes e comerciantes: muito rápido, era o mensageiro. O planeta Mercúrio provavelmente recebeu este nome porque se move rapidamente no céu. Mercúrio é o mais próximo planeta do Sol e portanto o primeiro dos quatro planetas rochosos do sistema solar. Ele também é o menor planeta do nosso sistema.

Merlin_Os primeiros registros existentes onde consta Merlin são do começo do século 10, nele consta que Merlin era um mero profeta, mas o papel dele foi evoluindo gradualmente como mago profeta e conselheiro, ativo em todas as fases da administração do reinado do Rei Arthur. Ele foi aparentemente chamado ao nascer com o nome de Emrys num local chamado Caer-Fyrddin (Carmarthen). Só depois ele tornou-se conhecido como Merlin, uma versão latinizada da palavra gaulesa, Myrddin.
Merlin era o filho bastardo da Princesa Real de Dyfed. Porém, o Rei, pai da princesa, Meurig ap Maredydd ap Rhain, não é encontrado nas genealogias tradicionais deste reino e provavelmente era um sub-rei da região que limita Ceredigion. O pai de Merlin é dito, era um anjo que tinha visitado a Princesa Real e tinha a deixado com a criança. Os inimigos de Merlin diziam que o pai dele era um incubus, um espírito mau que tem relacionamento com mulheres enquanto dorme.
As pessoas suspeitavam que a criança "diabólica" veio para ser um contra peso à boa influência que cristo teve na terra. Merlin, felizmente, foi batizado cedo em vida, é contado que este evento negou o mal na natureza dele, mas os poderes do lado esquerdos ficaram intactos nele. A história original foi inventada para salvar a mãe dele do escândalo que teria acontecido presumivelmente a ligação dela com Morfyn Frych, Príncipe secundário da Casa de Coel, ato de conhecimento público.

A lenda nos conta que a retirada romana da Inglaterra e a usurpação do trono dos herdeiros legítimos, fez com que Vortigern fugisse da saxônia e fosse para Snowdonia, em Gales, na esperanças de construir uma fortaleza em uma montanha em Dinas Emrys onde ele poderia estar seguro. Infelizmente, a construção vivia desmoronando e os feiticeiros da casa de Vortigern lhe falaram que um sacrifício de uma criança órfã resolveria o problema. Uma pequena dificuldade foi isto, pois aquelas tais crianças eram bastante difíceis de serem encontradas. Felizmente para a fortaleza de Vortigern, Merlin era conhecido por não ter nenhum pai humano e o disponibilizaram.
Antes que o sacrifício pudesse acontecer, Merlin usou os grandes poderes visionários dele e atribuiu o problema estrutural a uma piscina subterrânea no qual viveu um dragão vermelho e um dragão branco. O significado disto, de acordo com Merlin, era que o dragão vermelho representou os Bretões, e o dragão branco, os Saxões. Os dragões lutaram, dragão branco levou a melhor, no princípio, entretanto o dragão vermelho empurrou o branco para trás. O significado estava claro. Merlin profetizou que Vortigern seria morto e o trono seria tomado por Ambrosius Aurelianus, depois Uther, depois o grande líder, Arthur. Caberia a ele empurrar os Saxões para trás.
De acordo com a profecia, Vortigern foi morto e Ambrosius tomou o trono. Depois, Merlin parece ter herdado o pequeno reino do avô dele, mas abandonou as terras dele em favor da vida mais misteriosa para a qual ele se tornou tão bem conhecido (a vida druídica). Depois que 460 nobres britânicos foram massacrados na conferência de paz, como resultado do artifício saxônio, Ambrosius consultou Merlin sobre erguer um marco comemorativo a eles. Merlin, junto com Uther, levou uma expedição para a Irlanda para obter as pedras do Chorea Gigantum, o Anel do Gigante. Merlin, pelo uso dos poderes extraordinários dele, devolveu as pedras para um local, um pouco a ocidente de Amesbury, e os reergueu ao redor da sepultura da massa dos nobres britânicos.
Nós chamamos este lugar Stonehenge.
Após a sua morte, Ambrosius teve como sucessor o seu irmão, Uther, quem, durante a perseguição dele a Gorlois, conheceu a esposa irresistível de Gorlois, Igraine (Ygerna), Uther voltou para as terras em Cornwall, onde foi pedir para Merlin ajudá-lo a possuir Igraine, e para Merlin ajudá-lo, Uther teve que fazer um trato com Merlin de que a criança que nascesse da união de Uther com Igraine fosse dada a Merlin para ele se torna o tutor da criança, Uther aceitou e foi ajudado por Merlin que o transformou na imagem de Gorlois. Uther entrou no castelo de Gorlois e conseguiu enganar Igraine a pensar que ele era o marido dela, e engravidou-a, concebendo ela uma criança, Arthur. Gorlois, no entanto não sabendo no que iria acontecer, saiu para encontrar-se com Uther no combate, mas ao invés, foi morto pelas tropas de Uther, enquanto Uther se passava por Gorlois.

Depois do nascimento de Arthur, Merlin se tornou o tutor do jovem menino, enquanto ele crescia com o seu pai adotivo, Senhor Ector (Cynyr Ceinfarfog). No momento definindo da carreira de Arthur, Merlin organizou uma competição da espada-na-pedra pela qual o rapaz se tornou o rei. Depois, o mago conheceu a mística Dama do Lago na Fonte de Barenton (Bretanha) e a persuadiu a presentear o Rei com a espada mágica, Excalibur. Nos romances, Merlin foi o criador da Távola Redonda, e esta sempre ajudando e dirigindo os eventos do rei e do reino Camelot. Ele é pintado por Geoffrey de Monmouth, ao término da vida de Arthur, acompanhando Arthur ferido para a Ilha de Avalon para a curar das feridas dele. Outros contam como tendo se apaixonado profundamente por Morgana, a meia irmã de Arthur, e ele concordou em lhe ensinar todos seus poderes místicos. Ela ficou tão poderosa que as habilidades mágicas dela "excederam" às de Merlin. Determinou que não seria escravizada por ele, e prendeu-o em um calabouço, uma caverna semelhantemente a uma prisão. Assim a ausência dele na Batalha de Camlann era no final das contas responsável pelo falecimento de Arthur.
É dito que a prisão e/ou o local onde ele está enterrado está em baixo do Montículo de Merlin na Faculdade de Marlborough em Marlborough (Wiltshire), a Drumelzier em Tweeddale (Escócia), Bryn Myrddin (Colina de Merlin) perto de Carmarthen (Gales), Le de Tombeau Merlin (Tumba de Merlin) perto de Paimpont (Brittany) e Ynys Enlli (Ilha de Bardsey) fora a Península de Lleyn (Gales).
Esta é a Lenda de Merlin mais conhecida, tendo outras que diziam que ele era um louco que tinha o dom de prever as coisas que iriam acontecer e que vivia nas florestas como um selvagem.
Senda assim Merlin é um dos seres mais enigmáticos que existiu, onde até hoje ninguém sabe se ele existiu mesmo ou se é apenas uma Lenda, o que se sabe são apenas fragmentos sobre ele, e estórias confusas, na qual não se consegue definir a sua identidade. Tendo momentos de total lucidez como um sábio e outras como a de uma pessoa que se deixou ser enganado pelo sentimento deixando de lado a razão. Isto faz com que ele seja tão enigmático e carismático ao mesmo tempo, onde até hoje quando se fala logo em mago, vem na cabeça Merlin.

Mescalina_A mescalina é um alucinógeno forte extraído do cacto Peyote (Lophophora Williamsii). Apresenta-se sob a forma de pó branco, que é geralmente consumido por via oral (mastigado ou por infusão) ou, ocasionalmente, injetado. Esta substância tem propriedades antibióticas e analgésicas. Instala-se em receptores cerebrais provocando alterações de consciência e percepção, principalmente a nível visual. O Peyote, cacto de onde é extraída a mescalina e que se desenvolve nas zonas desérticas do norte do México, era uma planta sagrada para os Huichols mexicanos. Era usada em rituais pelos xamãs de várias tribos na época pré-hispânica, contudo a conquista e a conversão ao catolicismo limitaram os seus uso a sectores marginais de Huicholes e Yakis. No final do século XIX, as migrações para as reservas índias e o movimento de revitalização religioso, conhecido como Igreja Nativa Americana (que surge, parcialmente, como reação aos problemas causados pelo álcool), faz com que o uso de rebentos de mescalina volte a verificar-se em rituais. A mescalina foi isolada em 1896 e sintetizada em 1919, mas só mais tarde, em 1927, é que foram descritos os seus efeitos na mente humana.
Nos anos 60, a mescalina torna-se popular com a obra de Carlos Castañeda sobre D. Juan, um bruxo Yaki. A partir desta altura, torna-se num dos sinais de identidade do movimento da contra-cultura, estando associada a misticismo. "As portas da percepção", obra de Aldous Huxley foi baseada neste alucinógeno. A mescalina tem efeitos psicodélicos semelhantes aos do LSD, mas menos intensos. Pode provocar a intensificação da percepção, sinestesias, distorções da imagem corporal e da percepção do espaço e do tempo, alucinações, intensificação e instabilidade emocional, aumento da capacidade sugestiva, sintomas de despersonalização e idéias paranóides. Estes efeitos podem ser acompanhados de tremores, taquicardia, hipertensão, transpiração, visão enevoada e dilatação da pupila.
Esta substância alcança a sua concentração máxima no Sistema Nervoso 30 a 120 minutos após o seu consumo e os seus efeitos podem durar até 10 horas.

Mesmer, Franz Anton_Mesmer foi o médico austríaco criador da teoria do magnetismo animal conhecido pelo nome de mesmerismo. Nasceu a 23 de maio em Iznang, uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena. Provido de recursos, dedicou-se a longos estudos científicos, chegando a dominar os conhecimentos de seu tempo, época de acentuado orgulho intelectual e ceticismo. Era um trabalhador incansável, calmo, paciente e ainda um exímio músico.
Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que dela desprende um fluido que alcança o doente; declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, para estender o benefício a maior número de pessoas, magnetizava água, pratos, cama, etc., cujo contato submetia os enfermos.
Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos. Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que este é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. A sua popularidade prosseguiu por muitos anos, mas outros médicos o taxavam de impostor e charlatão. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.
Concentrado no alívio à dor, Mesmer não chegou a perceber a existência do sonambulismo artificial, que seu ilustre e generoso discípulo, conde Máxime Puységur, descobre (inclusive a clarividência a ele associada), o qual se desenvolve durante o transe magnéticos em certas pessoas.
Em 1792, Mesmer vê-se forçado a retirar-se de Paris, vilipendiado, e instala-se em pequena cidade suíça, onde vive durante 20 anos sempre servindo aos necessitados e sem nunca desanimar nem se queixar. Em 1812, já aos 78 anos, a Academia de Ciências de Berlim convida-o para prestar esclarecimentos, pois pretendia investigar a fundo o magnetismo. Era tarde; ele recusa o convite. A Academia encarrega o Professor Wolfart de entrevistá-lo. O depoimento desse professor é um dos mais belos a respeito do caridoso médico:
“Encontrei-o dedicando-se ao hospital por ele mesmo escolhido. Acrescente-se a isso um tesouro de conhecimentos reais em todos os ramos da Ciência, tais como dificilmente acumula um sábio, uma bondade imensa de coração que se revela em todo o seu ser, em suas palavras e ações, e uma força maravilhosa de sugestão sobre os enfermos”.
No início de 1814, ele regressou para Iznang, sua terra natal, onde permaneceria os seus últimos dias até falecer em 05/03/1815.
Assim foi Mesmer. Durante anos semeou a cura de enfermos doando de seu próprio fluido vital em atitude digna daqueles que se sacrificam por amor ao seu trabalho e a seus irmãos. Suas teorias atravessaram décadas e seu exemplo figura luminoso entre os missionários que sob o açoite das críticas descabidas e as agressões da calúnia, passam incólume escudado pelo dever retamente desempenhado. Seu nome jamais se desligar do vocábulo "fluido" e sua vida valiosa pelos frutos que gerou, jamais ser esquecida por aqueles cuja honestidade de propósitos for o ornamento de seus espíritos. A sua obra foi decisiva para demonstrar a realidade da imposição das mãos como meio de alívio aos sofrimentos, tal como a utilizavam os primeiros cristãos antigamente e os espíritas atualmente.

Mesmerismo_também chamado de 'magnetismo é o estado ou o resultado de alguém, obtido ao ser mesmerizado (magnetizado), com um dos significados acima listados. Médico Mesmer criou uma terapia científica, revolucionou a medicina, antecipou conceitos da Doutrina Espírita, elaborou uma fisiologia humana espiritualista, iniciou a psicologia experimental. Mas suas descobertas estão esquecidas aguardando quem as resgate. O homem não é apenas um corpo. A complexidade da fisiologia humana ultrapassa os limites de observação dos sentidos físicos. O homem está imerso numa matéria sutil, que se espalha por todo o Universo e o interliga com todos os seres: é o princípio vital, também chamado fluido vital ou Magnetismo Animal. Essa é a causa da vitalidade orgânica e o princípio que mantém e recupera a saúde. Toda essa estrutura, desconhecida da ciência oficial, tem origem na matéria. Matéria sutil, distante do alcance dos instrumentos científicos atuais. O espírito é uma individualidade imaterial que rege essa complexa composição orgânica.
O médico Franz Anton Mesmer revelou ao mundo essas descobertas que renovam as ciências médicas e abrem as portas para uma medicina que realmente cura e preserva a saúde. Entretanto, a ciência do Magnetismo Animal ainda é completamente desconhecida no meio acadêmico da medicina.

Metamorfose_ Chamamos de metamorfose o processo de mudança nas estruturas dos corpos. Entre os exemplos mais comuns de metamorfoses podemos citar as libélulas, que são insetos aquáticos e depois se transformam em voadores; além das borboletas, que na forma larval possuem peças bucais mastigadoras e após o processo de metamorfose se tornam insetos voadores e com peças bucais especializadas na sucção.

Michelet, Jules_ Historiador francês nascido em Paris, considerado um dos maiores historiadores de todos os tempos, conhecido como o primeiro historiador a afirmar que não eram as grandes personalidades e sim as massas os principais agentes das mudanças sociais, originando os ideais da revolução francesa. Filho de um tipógrafo modesto nasceu pouco após a Revolução Francesa, que marcou a transição da Idade Média para a Modernidade. Começou a escrever seus primeiros livros antes mesmo de se formar em letras e começar a lecionar na escola preparatória. Nomeado diretor do setor de história dos arquivos nacionais, passou a ensinar no College de France. Perseguido por suas idéias liberais e por seu posicionamento contrário ao segundo império acabou preso (1851) e perdeu os cargos públicos. Voltou-se, então, inteiramente ao trabalho de historiador até seus últimos dias, em Hyères. Na sua obra destacaram-se Tableau chronologique de l'histoire moderne (1825), Précis de l'histoire moderne (1827), Histoire de France (1833), primeira parte, Histoire de la révolution française (1847-1853) e Histoire de France (1855-1867), segunda parte, além de obras líricas e de trabalhos irreverentes tais como Les Jésuites (1843). Segundo o escritor francês Victor Hugo, ele foi o decifrador das grandes esfinges da História.

Microcosmo_do grego Mikrokosmos, mundo pequeno corresponde a um de três fatos: ao homem, ao mundo pequeno ou ao pequeno mundo.
Assim, considera-se que: O homem representa todo o Universo e nele está consciente.
Microcosmo é o Universo do ponto de vista pessoal e subjetivo, por oposição ao macrocosmo: ao Universo do ponto de vista coletivo e objetivo.
No Homem encontram-se ambos o universal e o particular, ora na forma de conteúdo (microcosmo), o que é contido, ora na forma de continente (macrocosmo), o que contém.
O microcosmo é o mundo do homem consciente de si, e o mundo é a medida do homem. Além do microcosmo estende-se o macrocosmo, mas além desse último não há o que estender, porque não há medida fora do mundo.
O mundo pequeno se refere ao mundo quanto a dimensão ou extensão. Assim microcosmos corresponde a miniatura do universo. A história da astronomia evidencia que a dimensão do Universo conhecido tem aumentado, não somente porque o instrumental de medida melhorou muito no século XX, mas também porque a teoria da origem do universo prevê sua expansão. É comum se afirmar com certa frouxidão que o mundo antigo era pequeno em relação ao mundo atual. Isso é, que a dimensão conhecida do mundo antigo seria menor, mas é evidente que a dimensão desconhecida continua tão grande, ou ainda maior, hoje como antigamente. Os mapas de hoje são por vezes mais complexos que os primeiros mapas. O mundo parece pequeno a olho nu, e bem maior para o observador ao telescópio.
O pequeno mundo corresponde aos círculos, por exemplo, o círculo literário, o círculo filosofico; e ainda por extensão, às esferas, como a esfera dos artistas, a esfera acadêmica, a biosfera, a homeosfera, a troposfera etc

Milagres_do latim miraculum, do verbo mirare, "maravilhar-se" é uma evidente interrupção das leis da natureza que só poderia ser explicada pela intervenção de algum poder divino ou extranatural.

Mito_O mito apesar de ser um conceito não definido de modo preciso e unânime, constitui uma realidade antropológica fundamental, pois ele não só representa uma explicação sobre as origens do homem e do mundo em que vive, como traduz por símbolos ricos de significado o modo como um povo ou civilização entende e interpreta a existência.
Mito é uma narrativa tradicional de conteúdo religioso, que procura explicar os principais acontecimentos da vida por meio do sobrenatural. O conjunto de narrativas desse tipo e o estudo das concepções mitológicas encaradas como um dos elementos integrantes da vida social são denominados mitologia. Segundo Mircea Eliade, a tentativa de definir mito é a seguinte, o mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e interpretada em perspectivas múltiplas e complementares...
O mito conta uma história sagrada, relata um acontecimento que teve lugar no tempo primordial, o tempo fabuloso dos começos...
O mito conta graças aos feitos dos seres sobrenaturais, uma realidade que passou a existir, quer seja uma realidade tetal, o Cosmos, quer apenas um fragmento, uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, é sempre portanto uma narração de uma criação, descreve-se como uma coisa foi produzida, como começou a existir...
O mito só fala daquilo que realmente aconteceu do que se manifestou, sendo as suas personagens principais seres sobrenaturais, conhecidos devido aquilo que fizeram no tempo dos primordios.
Os mitos revelam a sua atividade criadora e mostram a “sobrenaturalidade” ou a sacralidade das suas obras. Em suma os mitos revelam e descrevem as diversas e frequentemente dramáticas eclosões do sagrado ou sobrenatural nomundo. É está “intormição” ou eclosão do sagrado(sobrenatural), que funda, que dá origem ao mundo tal como ele é hoje. Sendo também graças à intervenção de seres sobrenaturais que o homem é o que é hoje.
Segundo M. Eliade, “o mito é considerado como uma história sagrada, e portanto uma história verdadeira, porque se refere sempre a realidades. O mito cosmogónico é verdadeiro porque a existência do mundo está aí para o provar, o mito da origem da morte é também verdadeiro porque a mortalidade do homem prova-o...e pelo facto de o mito relatar as gestas dos seres sobrenaturais e manifestações dos seus poderes sagrados, ele torna-se o modelo exemplar de todas as actividades humanas significativas”.
Muitas histórias mitológicas conservam-se na mente das pessoas, dando uma certa, perspectiva daquilo que acontecia em suas vidas.
“Essas informações provenientes de tempos antigos têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram, civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares da nossa travessia pela vida...”
Aquilo que os seres humanos têm em comum revela-se no mito. Segundo Campbell, eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato a experiência da vida. Eles ensinam que nós podemos voltar-nos para dentro.
Assim sendo os mitos têm como tema principal e fundamental que é a busca da espiritualidade interior de cada um de nós.
“Os mitos estão perto do inconsciente colectivo e por isso são infinitos na sua revelação”.
As Características do Mito: A narração mitológica envolve basicamente acontecimentos supostos, relativos a épocas primordiais, ocorridos antes do surgimento dos homens (história dos deuses) ou com os "primeiros" homens (história ancestral). O verdadeiro objeto do mito, contudo, não são os deuses nem os ancestrais, mas a apresentação de um conjunto de ocorrências fabulosas com que se procura dar sentido ao mundo. O mito aparece e funciona como mediação simbólica entre o sagrado e o profano, condição necessária à ordem do mundo e às relações entre os seres. Sob sua forma principal, o mito é cosmogônico ou escatológico, tendo o homem como ponto de intersecção entre o estado primordial da realidade e sua transformação última, dentro do ciclo permanente nascimento-morte, origem e fim do mundo. As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere a temas e interesses que transcendem a experiência imediata, o senso comum e a razão: Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e a escatologia (destino último do mundo e da humanidade). Crê-se no mito, sem necessidade ou possibilidade de demonstração. Rejeitado ou questionado, o mito se converte em fábula ou ficção.
Tipos de Mito:
Mitos cosmogônicos: Dentre as grandes interrogações que o homem permanece incapaz de responder, apesar de todo o conhecimento experimental e analítico, figura, em todas as mitologias, a da origem da humanidade e do mundo que habita. É como resposta a essa interrogação que surgem os mitos cosmogônicos. As explicações oferecidas por esses mitos podem ser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por diferentes povos. É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criador, um demiurgo que, por ato próprio e autónomo, estabeleceu ou fundou o mundo em sua forma atual. Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria preexistente a toda a criação: “o oceano, o caos (segundo Hesíodo) ou a terra (nas mitologias africanas). A criação ex nihilo (a partir do nada, sem matéria preexistente) já reflecte algum tipo de elaboração filosófica ou racional. A cosmogonia chinesa, por exemplo, atribui a origem de todas as coisas a Pan Gu, que produziu as duas forças ou princípios universais do yin e yang, cujas combinações formam os quatro emblemas e os oito trigramas e, por fim, todos os elementos”. No hinduísmo, o Rigveda descreve graficamente o nada a original , no qual respirou o Um, nascido do poder do calor. A água é o elemento primordial mais frequente das cosmogonias, sobretudo nas mitologias asiáticas e da América do Norte. A consolidação da terra faz-se pela acção de um intermédio (espirito ou animal) que a retira do fundo da água e introduz no mundo um elemento de desordem ou mal. A criação a partir do nada, aparece unicamente pela palavra de deus facto que aparece claramente no livro do gênesis.
Mitos escatológicos: Ao lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o homem, como grande mistério, a morte individual, associada ao temor da extinção de todo o povo e mesmo do desaparecimento do universo inteiro. Morte. Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mas como elemento estranho à criação original, algo que necessita de uma justificação, de uma solução em outro plano de realidade. Três explicações predominam nas diversas mitologias. Há mitos que falam de um tempo primordial em que a morte não existia e contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de castigo ou para evitar a superpopulação. Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais mais elaboradas, fazem referência à condição original do homem como ser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam a perda dessa condição e a expulsão do paraíso como tragédia especificamente humana. Por fim, há o modelo mítico que vincula a morte à sexualidade e ao nascimento, analogamente às etapas do ciclo de vida vegetal, e que talvez tenha surgido em povos agrícolas. Já Platão anunciava a reencarnação e a imortalidade da alma na sua obra “Fédom”, acreditando, que as almas dos seres virtuosos iam para junto dos Deuses bons, e no momento da morte a alma separava-se do corpo, permanecendo imperecível. O corpo simbolizava o cárcere da alma, e só a morte a poderia liberta-la desse cárcere, daí a serenidade de Sócrates no momento da sua morte.
Os mitos retratam frequentemente o fim do mundo como uma grande destruição, de natureza bélica ou cósmica. Antes da destruição, surge um messias ("ungido") ou salvador, que resgata os eleitos por deus. Esse salvador pode ser o próprio ancestral do povo ou fundador da sociedade, que empreende uma batalha final contra as forças do mal e, após a vitória, inaugura um novo estágio da criação, um novo céu e uma nova terra.
Os mitos da destruição escatológica manifestaram-se tardiamente, na literatura apocalíptica judaica, que floresceu entre os séculos II a.c. e II d.c., e deixou sua marca no livro do apocalipse. Exemplo típico de mito de destruição (embora não no fim dos tempos) são as narrativas a respeito de grandes inundações.
Mitos sobre o tempo e a eternidade: Os corpos celestes sempre atraíram a curiosidade e o interesse humano, em todas as culturas. A regularidade e precisão inalteráveis do movimento dos astros foram com certeza uma imagem poderosa na formação de uma ideia de "tempo transcendente", concebido como eternidade, em contraste com o mundo de incessantes alterações e os acontecimentos inesperados vividos no tempo terreno. O retorno cíclico dos fenômenos siderais e de processos naturais terrestres projetou-se, em algumas culturas, na concepção cíclica do tempo. Nas escrituras hinduístas e budistas, elaborou-se um complexo sistema de mundos que desaparecem e ressurgem, sempre num total de quatro. Essa concepção cíclica determinou a adaptação de relatos védicos anteriores e o desenvolvimento de uma doutrina que explica a formação e absorção periódicas do universo como fases de atividade e repouso de energia.
Os ascetas e os maias acreditavam que o mundo atual havia sido precedido de outros quatro, o último dos quais teria sido destruído por um cataclismo; ambos os povos desenvolveram um complicado calendário, a cujo estudo se dedicavam vários sacerdotes astrônomos. A concepção linear e progressiva de tempo (oposta à repetição cíclica) é característica das chamadas religiões históricas -- judaísmo, cristianismo, islamismo -- que afirmam a intervenção de Deus na história, num acontecimento único e irrepetível, e a existência de uma meta final de salvação da humanidade.
Mitos de transformação e de transição: Numerosos mitos narram mudanças cósmicas, produzidas ao término de um tempo primordial anterior à existência humana e graças às quais teriam surgido condições favoráveis à formação de um mundo habitável. Outras grandes transformações e inovações, como a descoberta do fogo e da agricultura, estão associadas aos mitos dos grandes fundadores culturais. Nos mitos, são frequentes as transformações temporárias ou definitivas dos personagens, seja em outras figuras humanas ou em animais, plantas, astros, rochas e outros elementos da natureza.
As mudanças e transformações que se dão nos momentos críticos da vida individual e social são objecto de particular interesse mitológico e ritual: nascimento, ingresso na vida adulta, casamento, morte - acontecimentos marcantes para a pessoa e sua comunidade - são interpretados como atualizações de processos cósmicos ou de realidades míticas.
O Eu Transcendente: O mito está directamente ligado à nessecidade do ser humano se transcender através da sua espiritualidade, das suas crenças, das suas fés. O mito surge então como um guia, como um exemplo, que acalma os “espiritos” mais descontentes com a realidade, ajudando-os a adaptarem-se à sua realidade. Por isso resolvi transcrever o excerto seguinte de Mihaly Csikszentmihalyi, que penso que descreve bem a transcendência do eu, e a necessidade do eu transcendente e da espiritualidade Humana:
“Na maior parte das culturas que atingiram a complexidade de civilização, as qualidades tidas em mais alta estima são as envolvidas nos processos mentais de um caracter particular a que, à falta de melhor palavra chamaremos “espiritual”.
As competências espirituais incluem a habilidade de controlar directamente a experiência, manipulando os menes( herança cultural, transmitida ao longo dos séculos), que aumentam a harmonia entre os pensamentos, emoções e vontades da pessoa.
Aqueles que exercem estas competências são chamados Xamãs, sacerdotes, filósofos, artistas e homens, ou mulheres, sábios dos mais variados tipos. São respeitados e recordados, e mesmo que não lhes sejam concedidos poder ou dinheiro, os seus conselhos são ouvidos, e a sua própria existência é acarinhada pelas comunidades em que vivem.
À primeira vista, é difícil compreender por que razão as contribuições espirituais são consideradas tão importantes pela maioria das sociedades. De um ponto de vista evolutivo, poderia parecer que não têm qualquer valor prático em termos de sobrevivência. Os esforços dos agricultores, construtores, comerciantes, cientistas, etc...produzem benefícios óbvios e concretos; e a atividade intelectual o que produz?
O que é comum a todas as formas de espiritualidade é a tentativa de reduzir a entropia na consciência. A atividade espiritual visa produzir harmonia entre desejos contraditórios, esforça-se por encontrar significado nos acontecimentos casuais da vida e tenta reconciliar os objectivos humanos com as forças que se lhes opõem a partir do meio. Aumenta a complexidade ao clarificar as componentes da experiência individual, tais como o bom e mau, amor e ódio, prazer e dor, procura expressar estes processos acessíveis a todos e ajuda a integrá-los uns nos outros, bem como , no meio exterior.
Estes esforços para levar harmonia à mente baseiam-se frequentemente, mas não sempre, numa crença em poderes sobrenaturais. Muitas “religiões” orientais, e filosofias estóicas da antiguidade, tentaram desenvolver uma consciência complexa sem o recurso a um ser supremo. Algumas tradições espirituais, com o ioga hindu ou o taoismo, concentram-se exclusivamente em conseguir harmonia e o controlo da mente sem qualquer interesse a entropia social, outras, como a tradição confuciana, visavam primariamente estabelecer a ordem social. Em todo caso, se a importância atribuída a estas tentativas pode servir de indicador, a redução do conflito e da desordem através de meios espirituais parece ser muito adaptativa. Sem elas é provável que as pessoas ficassem cada vez mais desencorajadas e confusas, e que a guerra hobbesiana de “todos contra todos” se tornasse uma característica mais proemimente da paisagem social do que já é”.
Mito e religião: Alguns especialistas, como M. Eliade, estudioso de história comparada das religiões, atribuem importância especial ao contexto religioso do mito. Com efeito, são muito frequentes os mitos que versam sobre a origem dos deuses e do mundo (chamados, respectivamente, mitos teogônicos e cosmogônicos), dos homens, de determinados ritos religiosos, de preceitos morais, tabus, pecados e redenção. Em certas religiões, os mitos formam um corpo doutrinal e estão estreitamente relacionados com os rituais religiosos -- o que levou alguns autores a considerar que a origem e a função dos mitos é explicar os rituais religiosos.
Mas tal hipótese não foi universalmente aceita, por não esclarecer a formação dos rituais e porque existem mitos que não correspondem a um ritual. O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião. Isso não significa que a religião, tampouco o mito, conte uma história falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem plástica (isto é, em descrições e narrações) uma realidade que transcende o senso comum e a racionalidade humana e que, portanto, não cabe em meros conceitos analíticos. Não importa, do ponto de vista do estudo da mitologia e da religião, que Prometeu não tenha sido realmente acorrentado a um rochedo com um abutre a comer-lhe as entranhas, nem que Deus não tenha criado o ser humano a partir do barro. Religião e mito diferem, não quanto à verdade ou falsidade daquilo que narram, mas quanto ao tipo de mensagem que transmitem. A mensagem religiosa geralmente exige determinado comportamento perante Deus, o sagrado e os homens, e é, muitas vezes, formulada de forma compatível com conceitos racionais e em doutrinas sistematizadas. O mito abrange maior amplitude de mensagens, desde atitudes antropológicas muito imprecisas, até conteúdos religiosos, pré-científicos, tribais, folclóricos ou simplesmente anedóticos, que são aceitos e formulados de modo menos consciente e deliberado, mais espontâneo, sem considerações críticas.
Mito e sociedade: Como forma de comunicação humana, o mito está obviamente relacionado com questões de linguagem e também da vida social do homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de uma comunidade e de uma tradição comum. Não se conseguiu definir, no entanto, a natureza precisa dessas relações. Alguns lingüistas admitem explicitamente a necessidade de uma ciência mais abrangente, como por exemplo uma nova ciência geral da semiologia, cuja tarefa seria estudar todos os signos essenciais à vida social, e uma nova psicologia, que caracterizaria inicialmente vários sistemas do conhecimento e da crença humanos. O estudo da sociedade e da linguagem pode começar apenas com os elementos fornecidos pela fala e pelas relações sociais humanas, mas em cada caso esse estudo se confronta com uma coerência de tradições que não está directamente aberta à pesquisa. Essa é a área em que atua a mitologia.
Algumas concepções mitológicas podem exemplificar a complexidade e a variedade das relações entre mito e sociedade. A tribo lugbara (do noroeste de Uganda e do Congo) utiliza um sistema conceptual para relacionar sua ordem sociopolítica a dois heróis ancestrais, relacionados, em contrapartida, à criação do universo. As narrações sobre a evolução da tribo a partir de seus heróis ancestrais são apresentadas na forma de saga, embora a "história" mais primitiva seja contada em mitos. É notável, porém, que o único esquema conceptual do sistema social dos lugbara relacione o passado mítico e o genealógico (não-mítico) e que, em seu conjunto, seja expresso mais em categorias espaciais do que histórico-temporais.
Mito e psicologia: Freud deu nova orientação à interpretação dos mitos e às explicações sobre sua origem e função. Mais que uma recordação ancestral de situações históricas e culturais, ou uma elaboração fantasiosa sobre fatos reais, os mitos seriam, segundo a nova perspectiva proposta, uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente análoga ao que são os sonhos na vida do indivíduo.
Não foi por outra razão que Freud recorreu ao mito grego para dar nome ao complexo de Édipo: para ele, o mito do rei que mata o pai e casa com a própria mãe simboliza e manifesta a atração de carácter sexual que o filho, na primeira infância, sente pela mãe e o desejo de suplantar o pai.
"Não será verdade que cada ciência, no final das contas, se reduz a um certo tipo de Mitologia?" Sigmund Freud
Carl Gustav Jung - A Psicologia Analítica e a Justificação do Mito – “Desenvolver a fantasia significa aperfeiçoar a Humanidade”.
Para Carl Gustav Jung, discípulo de Freud e seu colaborador por muitos anos, os mitos seriam uma das manifestações dos arquétipos ou modelos que surgem do inconsciente coletivo da humanidade e que constituem a base da psique humana. A existência do inconsciente coletivo permite compreender a universalidade dos símbolos e dos mitos, pois que estes se revelam em todas as culturas e em todas as épocas de modo idêntico.
A Importância dos Mitos para a Psicologia: O papel dos Mitos é extremamente importante na constituição da cultura, independente do local que se originou – se pertence ou não a um povo – o mito contribuiu para o desenvolvimento individual e coletivo. Os mitos permitem a tomada de consciência sobre a vida instintiva, possuem a capacidade de gerarem padrões de comportamento que garantem a evolução psico-sosial, e a atitude criativa perante a vida. Eles não deixam de representar a história da nossa humanidade, dando um sentido à nossa existência afectiva e espiritual.
Como diz Joseph Campbell: “aquilo que os seres humanos têm em comum revela-se nos mitos. Eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo capazes de conhecer e experimentar interiormente”.
Segundo Italo J. Furletti os mitos em suas acções estruturantes, possibilitam referência, a um padrão mais adequado de comportamento, como por exemplo: quando uma pessoa se sente envolvida por uma temática do herói, trata-se de um indicativo de qualidades ainda não definidas, ou refletem simbolicamente, o comportamento que é necessário ser desempenhado pelo sujeito em alguma área da sua vida, fator muito importante e comum nos adolescentes. Em suma pode-se dizer, que os heróis possuem a função de reportar ao comportamento adequado para introduzir ou corrigir o indivíduo na perspectiva da sua totalidade.
Ainda segundo o mesmo autor, no processo de análise psíquica, eles são extremamente úteis como mecanismos de amplificação de focos psicológicos; principalmente, quando esses focos estão carregados de energia afectiva. Ou seja o ser humano possui uma enorme dificuldade em perceber seus comportamentos, principalmente os não benéficos, mesmo as pessoas auto-depressiativas e a maioria dos comportamentos, de certa forma não apropriados, possuem um ganho secundário cujo benefício para o sujeito é da ordem do inconsciente. Isto não deixa de se ir concentrando numa enorme carga afetiva que tende cada vez mais a aglomerar energia psíquica. Assim pode evoluir tanto, ao ponto de criar um complexo afectivo. Independentemente de chegarem a esse ponto os mitos, por serem expressão de arquétipos (jung) – padrões de comportamento da herança da humanidade, permitem à pessoa se rever neles (consciente ou inconscientemente) e assim se pode remodelar as suas posturas.
A ação do mito funciona tal qual um sonho, como defendia o próprio Freud, “os mitos são uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente análoga ao que são os sonhos na vida do indivíduo”, os mitos estão para a sociedade, assim como os sonhos estão para o indivíduo.
Ambos através das suas mensagens promovem a saúde, independentemente ou não de se entender o seu significado simbólico, eles possuem uma eficácia por si mesmo. Se for possível compreender o desempenho do arquétipo no mito, ou, entender a acção arquetípica no sonho, isso permitirá uma maior liberdade decorrente do mundo instintivo, com também, uma maior liberdade de ação, um desprendimento da inserção e imposição sociocultural.
O mito devido à sua riqueza simbólica quando corresponde a um comportamento, serve para ampliar o conteúdo afetivo. Quando não facilita a percepção do que era inconsciente, pelo menos, envolve o sujeito em outros parâmetros de comportamento, possibilitando uma reformulação das ações numa perspectiva de uma postura mais saudável de viver, ou apenas, amenizando o sofrimento.

Molay, Jacques de_Jacques DeMolay nasceu em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância. Sabe-se que na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros Templários. A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão Mestre. Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes. DeMolay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão, pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido. Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda. Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja.

Murray, Margaret Alice_Margaret Alice Murray nasceu em 1863. Literata e especialista britânica em hieróglifos egípcios tornou-se arqueóloga indiretamente, pois na sua época era difícil para uma mulher obter um mestrado em arqueologia. Ela obteve, em vez disso, uma graduação em lingüística. A Lingüística conduziu-a a estudos dos hieróglifos egípcios e da egiptologia.
O sr. Flinders Petrie, da Universidade de Londres (University College of London), permitiu a Margaret Murray unir-se a eles em escavações em Abydos, no Egito, no final de 1890. Graças ao seu trabalho, ela tornou-se apta a juntar-se à equipe da Universidade, a qual lhe permitiu posteriormente palestrar por todo o país.
Ela também foi uma ardente feminista. Em 1921, publicou O Culto das Bruxas na Europa Ocidental (The Witch-Cult in Western Europe), no qual protestou que a perseguição da bruxas na Europa foi um ataque do governo patriarcal antigo, religiões centradas em mulheres. Com este trabalho, Murray deixou sua contribuição aos seguidores do paganismo, da bruxaria e da wicca. Para a sua realização, ela foi à busca de fontes reais que serviram de subsídios para a fidelidade da obra.
Em 1926, ela se tornou membro do Instituto Britânico Real Antropológico (Britains Royal Anthropological Institute). Em 1931, publicou um livro sobre arqueologia egípcia, intitulado The Splendor That Was Egypt. De 1953 a 1955, Margaret Murray foi presidente da Sociedade Britânica de Folclore (Britains Folklore Society). Em 1963, com 100 anos de idade, ela publicou sua autobiografia Centenary and The Genesis of Religion. Margaret Murray morreu em 1963.
Um marco no ressurgimento da bruxaria foi o lançamento da tese da Dra. Margaret Murray: O Culto das Bruxas na Europa Ocidental. A Madras Editora tem a satisfação de trazer em primeira mão para o público de língua portuguesa este livro de vital importância ao estudioso de esoterismo, ocultismo, bruxaria e wicca. Todo o movimento pagão, wicca e da bruxaria na atualidade é advindo, em grande parte, deste livro. A autora relata a sobrevivência de um culto marginal vulgarmente conhecido como bruxaria. Este culto teve uma existência paralela aos cultos greco-romanos e mesmo ao cristianismo, as religiões do Estado. A autora se vale dos arquivos do Santo Ofício, a Inquisição, e dos Autos de Fé, bem como de registros oficiais sobre os julgamentos das bruxas. Um livro de leitura imprescindível para todo bruxo, wiccaniano e pagão. Nos dias de hoje esta obra é rara, mesmo em língua inglesa.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "L"

Lama_Dalai Lama é um monge budista Tibetano. O atual Dalai Lama é Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama e é ao mesmo tempo líder temporal e espiritual do povo tibetano. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1989.
Nasceu em 6 de julho de 1935, numa família de camponeses da pequena vila de Taktser, na província de Amdo, situada no nordeste do Tibet.
Seu nome era Lhamo Dhondup até o momento em que, com dois anos de idade, foi reconhecido como sendo a reencarnação de seu predecessor, o 13º Dalai Lama, Thubten Gyatso.
O Dalai Lama é um ser iluminado que adiou sua entrada no nirvana e escolheu renascer para servir à humanidade.


Leis de Magia_O funcionamento da magia depende da nossa capacidade de compreensão sobre o mecanismo de funcionamento dos poderes que estamos invocando. As Leis Herméticas definem bem estes poderes.
Essas leis são baseadas na física do Universo e a sua principal base se constitui a partir do movimento circular e infinito, que atua sobre as outras leis.
Veja a seguir, as definições de cada lei:
1- Lei da Causa e Efeito. Nada deste mundo acontece por acaso, tudo tem a sua causa e essa causa é o efeito de uma outra causa, e assim por diante. É uma cadeia circular e infinita de causas e conseqüências.
2- Lei da Correspondência. Assim como é em cima, é embaixo. Como é embaixo, assim é em cima. A característica de um corresponde, de certa forma, com a característica do outro, ou vice-versa.
3- Lei do Gênero. Tudo e todos têm o seu lado feminino e o seu lado masculino. É assim que o Universo é formado. O masculino possui o feminino e vice-versa. O termo chinês yin-yang considera essa idéia a base para o equilíbrio, tanto em sua característica criativa como objetiva. O nosso anima (poder feminino) e o animus (poder masculino) devem estar sempre em harmonia.
4- Lei do Mentalismo. Tudo e todos que existem de visível ou oculto funcionam porque fazem parte de um “todo”. Tudo faz parte da criação de uma mente onipresente, tudo faz parte de um poder total. Essa é a mente da Deusa, lembrando que a Deusa está no interior de cada pessoa.
5- Lei da Polaridade. Tudo tem o seu pólo oposto para o perfeito equilíbrio e funcionamento contínuo do ciclo do Universo. Somente os lados opostos uns aos outros conseguem se unir, transformando-se em uma parte do conjunto do Universo.
6- Lei do Ritmo. As coisas estão sempre em constante movimento e esta lei explica o ritmo desses movimentos. É através da seqüência circular e repetida de um mesmo movimento ou caminho que se compõe o resultado da transformação.
7- Lei da Vibração. Nada neste mundo está em repouso, tudo está em constante movimento. Tudo tem a sua infinita vibração, embora algumas coisas pareçam estar em repouso, na verdade estão dentro de um Universo que não para de vibrar.

Leprechaun_Leprechauns são originários da Irlanda e, como os irlandeses, são criaturas um tanto imprevisíveis. Uma hora estão alegres, cantando e assobiando: de repente, ficam arredios e irritados sem causa aparente. Como acontece com todos esses seres, é importante que você veja o leprechaun, antes que ele o veja , pois ele se torna então mais cooperativo e talvez possa levá-lo a um de seus potes de ouro escondido. Mas ele é muito astuto e traquina, capaz de desaparecer num piscar de olhos. O ouro é um prêmio raro. Gostam de fumar seus cachimbos com toda calma e dificilmente podem ser enganados. Adoram música e dança. Mas não vivem em comunidades porque são briguentos. Preferem o isolamento e o sossego de suas pequenas casas construídas nas raízes das grandes árvores irlandesas. Após o seu trabalho diário o leprechaun gosta de se divertir à noite. Ele é conhecido como Cluricaun. Ele invade as adegas de vinho de surpresa e "curte” sua bebedeira desenfreada no lombo dos carneiros ou cães pastores noite adentro.
Se algum dia você encontrar um leprechaun escondido na floresta, prenda-o com firmeza em sua mão e não desvie os olhos dele por um só instante. Se piscar, mesmo que por fração de segundo, ele desaparecerá de sua vista. Mas, se conseguir mantê-lo aprisionado pela força de seu olhar, o leprechaun lhe revelará, em troca da liberdade, onde se esconde o pote de ouro que fica no final do arco-íris. Conta-se como Jimmy, um menino que pensava conhecer tudo sobre elementais precisou ser muito esperto para dominar um leprechaun.

Lévi, Eliphas_nome de baptismo Alphonse Louis Constant, foi um escritor francês, e ocultista. O maior ocultista do Sec. XIX, como muitos o consideram, era filho de um modesto sapateiro. Possuía uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha que este. Desde sua infância demonstrava um grande caráter de seu talento para o desenho, seus pais introduziram-no para o ensinamento religioso.
Depois disso, aos dez anos de idade ingressou na comunidade do presbitério da Igreja de Saint-Louis em Lille, onde aprendeu o catecismo com o seu primeiro mestre, abade Hubault, que fazia seleções dos garotos mais inteligentes. Eliphas Levi foi encaminhado por Hubault ao seminário de Saint-Nicolas Du Chardonnet, para concluir seus estudos preparatórios. A vida familiar para ele havia acabado neste momento,. No seminário, teve a oportunidade de aprofundar-se nos estudos da filologia, e quando completara seus dezoito anos já era apto para ler a bíblia em seu contexto original.
No ano de 1830, foi transferido para o seminário de Issy para estudar Filosofia. Dois anos depois, ingressou em Saint-Sulpice para estudar Teologia. Foi nesse tempo que esteve em Issy que escreveu seu primeiro drama bíblico, Nemrod. No seminário de Saint-Sulpice criou seus primeiros poemas religiosos, considerados de demasiada beleza.
Eliphas Levi foi ordenado diácono em 19 de dezembro de 1835, em Maio de 1836, teria sido ordenado sarcedote, se não tivesse confessado ao seu superior o amor por Adelle Allenbach, cuja primeira comunhão ele havia realizado. Suas convicções receberam um choque tão grande, que Levi sentiu-se jogado fora da carreira eclesiástica. Por resultado de uma publicação de uns escritos de sua Bíblia da liberdade foi posto preso durante oito meses, incluindo 300 francos de multa, acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contras as bases que sustentam a sociedade, de espalhar ódio e a insubordinação. Depois de tanto constrangimento, (Eliphas concluiu seus estudos) e de tantos parênteses na sua vida, enquanto esteve preso, teve contato com os estudos de Swedenborg. Segundo Eliphas mesmo afirmava, que, tais escritos não contêm toda a verdade, mais conduz os neófitos com segurança na senda.
Deixando a prisão, realizou pequenos trabalhos, principalmente pinturas de quadros, murais nas igrejas da região e colaborações jornalísticas. Mesmo com esses contratempos da sua vida (que os considerava materiais), não deixou jamais de enriquecer seus conhecimentos e aperfeiçoar sua erudição. Em Swedenborg, encontrou os grandes magos da Idade Media que o introduziram no Adeptado, entre eles foram Guillaume Postel, Raymond Lulle e Henry Corneille Agrippa.

Levitação_é a suspensão ou deslocamento de um corpo ou objeto no ar, sem o auxílio de forças mecânicas, violando assim a lei da gravidade.
No laboratório, a levitação pode ser cientificamente produzida com a utilização de forças eletrostáticas, eletromagnéticas ou ondas acústicas. Uma aplicação industrial da tecnologia de levitação magnética são os trens Maglev que flutuam a cerca de dez centímetros acima dos trilhos num “colchão magnético”, eliminando-se as rodas convencionais e o atrito com o chão, o que aumenta bastante a velocidade de deslocamento.
Ilusionistas profissionais deliciam suas platéias fazendo suas assistentes “flutuar no ar”, sem nenhum apoio visível, porém o que nos interessa neste artigo é a denominada “levitação metafísica”, um tipo de dom paranormal atribuído a santos ou místicos, bruxas, médiuns espíritas, faquires indianos e praticantes da Meditação Transcendental.
Na história do cristianismo há registros de mais de 200 santos que teriam levitado pelo menos uma vez à vista de testemunhas. Os casos mais famosos são os de S. José de Cupertino e Santa Teresa de Ávila, e o mais recente é o da Santa Marie-Françoise des Cinq Plaies, falecida em 1791.
Na segunda metade do século 19, após o surgimento dos primeiros fenômenos espíritas demonstrados pelas irmãs Fox em Hydesville, N.Y., E.U.A., cresce o interesse do público pelos fenômenos de levitação produzidos por médiuns, tais como Daniel Douglas Home, Eusapia Palladino, Stainton Moses, Mrs. Guppy e Willy Schneider.
Daniel Douglas Home é sem dúvida tido como o expoente maior da levitação, considerando a quantidade, complexidade e qualidade das suas levitações. Um dos seus melhores casos aconteceu em 16 de dezembro de 1868 envolvendo respeitados membros da sociedade londrina: Lorde Adare, Lorde Lindsay e o capitão Charles Wynne viram D. D. Home elevar-se no ar, flutuar para fora, através de uma janela e entrar por outra, a 24 metros de altura, numa grande e elegante casa de Londres.
D. D. Home tornou-se conhecido inicialmente por levitar e por fazer certos objetos levitarem (em certa ocasião foi um grande piano). Não foi o único a possuir essa capacidade de supostamente desafiar a lei da gravidade, mas certamente foi o mais hábil de todos os levitadores; tinha extraordinária habilidade de manipular o público e sabia escolher com precisão as platéias e os momentos certos para exibir suas qualidades. E soube exatamente quando parar, antes que o público ficando mais crítico e atrevido começasse a avançar sobre os médiuns em plena atividade, revelando seus truques.
Nos tempos modernos o único caso sensacional de testes de levitação cientificamente controlados foi o de Nina Kulagina, uma paranormal russa dos anos 1960. Ela demonstrou suas habilidades a cientistas ocidentais que a observaram levitar pequenos objetos dos mais diversos tipos, tais como, copos, bolas de ping-pong e fósforos, porém nunca levitou a si própria. Contudo, é bom notar que todos esses feitos são comumente reproduzidos por ilusionistas no palco, e que mesmo os cientistas mais céticos e bem-intencionados podem ser enganados pelos truques de mágicos experientes, como James Randi provou em 1979 no seu Projeto Alfa.
Quanto às condições sob as quais Nina Kulagina operava, estavam longe do mínimo aceitável em termos de controles científicos básicos. Testes eram freqüentemente realizadas em sua casa ou em quartos de hotel e nunca nenhum controle rígido lhe foi aplicado devido ao fato de que uma demonstração sua poderia requerer várias horas de concentração prévia, e mesmo assim não havia nenhuma garantia de sucesso. Infelizmente, nenhum especialista em prestidigitação esteve presente às demonstrações de Kulagina.

Licantropia_ A crença de que alguém se transformava num animal, especialmente lobisomens. Na Europa durante a Idade Média, a licantropia era atribuída a bruxaria ou magia. Uma teoria moderna afirma que a comida dos pobres dessa época era contaminada por fungos que causavam alucinações.
O mito do Homem-Lobo se registra desde a Idade Média até nossos dias.
Na Idade Média se cometia grande quantidade de crimes sádicos e sexuais que sempre terminavam por ser atribuídos a seres sobrenaturais, devido à superstição e ao medo da gente.
Alguns trabalhos curiosos comparam esses delitos sobrenaturais antigos com os crimes sexuais seriais executados por criminais contemporâneos, identificando as violações e os assassinatos atribuídos aos temidos homens-lobo com as barbaridades e sevícias levados a cabo pelos assassinos de hoje.
Em psiquiatria, a licantropia aparece como uma enfermidade mental com tendência canibal, onde o doente se imagina estar transformado em lobo e, inclusive, imitando seus grunhidos. Em alguns casos graves esses pacientes se negam a comer outro alimento que não seja carne crua e bem sanguinolenta.
Isoladamente, tanto as tendências eminentemente sociológicas, quanto as psicológicas e orgânicas fracassaram. Hoje em dia fala-se no elemento bio-psico-social. Volta a tomar força os estudos de endocrinologia, que associam a agressividade do delinqüente à testosterona (hormônio masculino), os estudos de genética ao tentar identificar no genoma humano um possível "gene da criminalidade".
Esses transtornos, normalmente diagnosticados como severas psicoses, apresentam concomitantemente um alto grau de histerismo, cursando com idéias delirantes e mudança total da pessoalidade e, como outras psicoses, não sendo possível separar a realidade do imaginado.
Antigamente, sendo as psicoses de difícil tratamento, proliferavam psicóticos esquizofrênicos e outros doentes mentais, como os sádicos, necrófilos e psicopatas em geral, os quais ocorriam à licantropia como via de saída para seus delírios ou seus instintos mórbidos.

Lingam_Lingam de Siva possui três significados, a saber: Lingam como signo ou sinal; Lingam como falo, e Lingam como substância cósmica ou Pradhana (fundamento de tudo). o significado etimológico original da palavra "linga" é signo, uma marca que prova a existência de algo. Dentro da tradição das escrituras, o Lingam aparece no Svetashvatara Upanisah. A forma de pilar se assemelha a do Lingam, o falo ereto. Siva está presente no Lingam, o falo, e o falo é o Seu símbolo. No falo está contida a semente ou Bindu original. Assim como não se pode ver a semente enquanto está no falo, assim Siva está presente de forma invisível no Lingam. O Lingam é, portanto, a forma como Ele reside de modo invisível e pelo qual atua no mundo. Como Prakriti Ele é o corpo sutil de Siva ou Linga Sarira, que é a realidade Absoluta, o Purusha imperecível, e que ontologicamente é anterior a tudo que é perceptível. Desta substância imperceptível, procedem todas as coisas e a ela retornam.

Livro da Formação_Em hebreu, o Sefer Yetzirah, No séc. II d. E. C. surge, de autoria desconhecida, o Sefer Yetzirah ("Livro da Criação"), que trata da origem e leis do universo. Os vários planos da criação formam 10 esferas, as sephirot (plural do hebraico sephirah, "cifras"). O espírito torna-se palavra formando a primeira esfera e, por meio do sopro, a segunda esfera, que dele emana, cria, através da combinação de letras e números as demais esferas; a água é a terceira, que produz a terra, o barro, as trevas, os elementos rudes; o fogo é a quarta; as seis últimas são os quatro pontos cardeais e os dois pólos. Também diz o Sefer Yetzirah que existem 32 caminhos místicos constituídos pelas 22 letras do alfabeto hebraico e os 10 algarismos, que podem ser combinados por meio da interpretação do sentido oculto das palavras (do grego, notarikón), como também da atribuição de valores numéricos às mesmas (guematria) e da manipulação das palavras por meio de anagramas (temurah-"permuta’).

Loudun, Freiras de_No famoso caso da Freiras de Loudon, acontecido em 1633, Urbain Grandier aparece como o grande vilão. Afinal, ele era a autoridade superior daquela paróquia e andava envolvido em escândalos sexuais.
Quando as freiras do Convento de Loudun apresentaram sintomas de possessão, ou histeria, o padre foi acusado de magia negra: o povo acreditava que ele era o responsável pelos fenômenos e o inquérito apurou que Grandier estaria associado a dois demônios, Asmodeus e Zabulon, para produzir os ataques.
Sessenta testemunhas fizeram acusações de adultérios, sacrilégios e outros crimes cometidos mesmo em recintos sagrados, dentro da Igreja.
O processo de Urbain Grandier foi marcado por contradições. Várias religiosas retiraram as denúncias e revelaram terem sido "instruídas" por superiores.
O réu afirmou sua inocência, mesmo submetido a torturas, e manteve esta posição até o momento final, na fogueira.
Nos meses seguintes à morte de Grandier, vários de seus acusadores morreram vitimados por doenças misteriosas e as freiras continuaram a padecer de convulsões. No processo jurídico-eclesiástico contra Urbain Grandier, acusado de enfeitiçar as freiras de Loudun, consta que uma cópia do pacto, um documento escrito foi encontrado entre os papéis do réu, devassados depois de sua prisão.
O costume de formalizar tais pactos por escrito foi instituído a partir do século XII (anos 1.100); até então, a maioria dos "acertos" com o Diabo era feita oralmente, na base da confiança mútua na palavra. O trato mais comum garantia que riquezas e honras seriam providenciados pelo Demo que, em paga, receberia a alma do feiticeiro depois de sua morte.
O contrato estipulava um prazo para o desfrute das benesses; findo o prazo, o cobrador infalivelmente apareceria para cobrar o preço acertado.
O "contrato" de Grandier ainda existe. Foi redigido em latim, da esquerda para direita, assinado com sangue, por mais de um demônio, e se encontra na Bibliothèque Nationale, em Paris.

Lug_Deus do Sol celta (o seu nome significa cintilante), aparece por vezes como filho de Belenos (Beli) e de Danu. No entanto, outra versão conta que ele é filho de Cian (pertencente aos Tuatha de Danaan) e de Ethlinn, filha de Balor (rei dos Fomorianos, rivais dos Tuatha de Danaan e deus do mundo subterrâneo). Este cruel deus tinha encarcerado a filha numa torre de cristal (chamada Tór Mor, na ilha Tory) para evitar que ela tivesse um filho, pois lhe foi profetizado que seria morto pelo seu neto. Mas a druida Birog ajudou Cian (que se queria vingar de uma partida que Balor lhe pregara) a entrar na torre, nascendo por conseqüência o belo Lug. Este deus foi salvo das águas, para onde o avô o atirou à nascença, pela druida Birog, que o entregou aos cuidados de Manannan mac Lir. A ama que lhe foi dada chamava-se Tailtiu e foi adotado como filho por Manannan.
Uma variante conta que Ethlinn deu à luz três filhos, tendo um conseguido escapar do lençol onde foram envoltos pelo encarregado por Balor de afogar os bebês. Lug foi então levado por Birog a seu pai, que o mandou para casa do seu irmão, que era ferreiro e lhe ensinou o ofício. Posteriormente passou a estar sob a tutela de Duach (deus do sítio para onde iam os mortos), a quem o entregaram os Tuatha de Danaan.
A profecia cumpriu-se quando, na segunda batalha de Mag Tuireadh contra os Fomorianos, Lug esteve à frente das tropas dos Tuatha de Danaan. Balor matou o rei Nuada com o olhar mortífero que possuía, que foi imediatamente arremessado de volta por Lug ao avô, matando-o.
Podia também ser chamado de Lugos (sendo protetor na Gália da cidade de Lugodunum, hoje denominada Lyon) e Lamfahda (braço comprido, devido à sua habilidade em atirar a lança a longa distância), e era casado com Rosmerta. No entanto teve um filho com Dechtine, chamado Cu Chulainn.
As festas propiciatórias de Lughnasa (nome que em gaélico significa Agosto), foram inspiradas por este deus, como se pode verificar pelo nome.
Lug era o deus da vida por excelência, eternamente jovem e talentoso (dominava diversos campos, desde a História à magia). Uma história conta como se serviu dos seus inúmeros talentos para entrar numa festa da corte em Tara; como só podia entrar que possuísse um talento que não houvesse lá dentro, o deus socorreu-se do estratagema de dizer que tinha muitos dons numa só pessoa, pois na festa haviam apenas pessoas que tinham cada uma habilidade para uma só arte.
Os diversos títulos que lhe foram dados refletem a sua importância, entre os quais se encontram Maicnia (jovem guerreiro) e Samildanach (possuindo muitas habilidades).
Enquanto deus solar e guerreiro, o seu atributo é a lança mágica (representando o fogo), sendo esta lança um dos quatro tesouros dos Tuatha de Danaan. O lince e o corvo foram-lhe associados.

Lughnasadh_Este é o primeiro dos três Sabbaths da colheita. O Deus já dominou o mundo das trevas e agora passará por leves mudanças, seu poder está declinando com o passar dos dias. Por isso, o honramos e agradecemos pela energia dispensada sobre as colheitas. O dia é comumente associado a Lugh, Deus Celta do Sol. Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é o Deus Sol. na Mitologia Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho. Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução. O outro nome do Sabá é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do Coven devem fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida. O Altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época. (01 de Agosto) H. Norte / (01 de Fevereiro) H. Sul.

Lully, Raymond_Poeta, filósofo e teólogo espanhol nascido em Palma de Maiorca, então pertencente ao reino de Aragão, considerado o maior pensador hispânico da Idade Média e considerado o fundador do orientalismo do Ocidente. De origem aristocrática e de juventude dispersiva, mudou radicalmente de comportamento após ter uma visão mística (1265).
Depois de longa peregrinação, que o levou ao norte da África e a Jerusalém, regressou a Maiorca para se dedicar ao estudo da filosofia e da teologia cristãs e da língua e do pensamento árabes. Além de numerosos tratados científicos sobre medicina, geometria e astronomia, destacou-se, sobretudo pela produção literária de inspiração mística.
Após nova experiência mística (1272) no monte Randa de Maiorca, passou a escrever sua principal obra, Ars magna, coletânea de tratados, entre os quais Arbor scientiae ou A árvore da ciência, no qual postulou a existência de princípios científicos gerais nos quais se englobavam os saberes particulares.

Dedicando-se totalmente ao trabalho missionário de pregação de sua Ars Magna para converter infiéis pela via da razão, foi apedrejado em Bugia, Tunísia, e morreu em conseqüência dos ferimentos na viagem de regresso à cidade natal. Sua obra foi decisiva no desenvolvimento da literatura catalã e da mística cristã e influenciou fundamentalmente o racionalista alemão Leibniz, na elaboração de sua teoria metafísica.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "K"

Kardec, Allan_Desde a juventude, Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em 3 de outubro de 1804, em Lyon, na França, já manifestava uma profunda preocupação com a educação da sociedade. Chegou a substituir o mestre Pestalozzi na escola de Yverdun, na Suíça e retornou a Paris, em 1828, cheio de sonhos e de projetos.
Lecionou diversas disciplinas e popularizou o método pedagógico do mestre, revolucionário para a época. Fundou escolas e reformou o ensino francês com seus livros e manuais didáticos.
Foi um dos pioneiros, na França, no campo do ensino para ambos os sexos, especialmente para as mulheres, relegadas a segundo plano pelo sistema de ensino. Chegou a ministrar vários cursos gratuitos em sua residência, fundou escolas e dedicou toda sua vida à educação.

Após estudar o magnetismo desde a juventude, em 1854, aos 50 anos de idade, toma contato com os fenômenos mediúnicos, as chamadas mesas girantes. Sua genial perspicácia o fez perceber que por trás daqueles fenômenos, aparentemente pueris, se ocultava a explicação para muitos problemas existenciais considerados insolúveis.
Dali, adaptando o método experimental das ciências, extraiu uma filosofia laica e espiritualista de bases experimentais, uma ciência de observação, toda uma ética de princípios voltada para o progresso moral e social. Não se limitou à constatação do fato, como o fizeram depois dele os metapsiquistas e parapsicólogos. Foi muito mais além. Estruturou uma filosofia científica que denominou de Espiritismo e criou uma terminologia toda própria, adequada aos fenômenos medianímicos. Elaborou um método, também conhecido como kardecismo, e inseriu essa nova corrente de pensamento no cenário cultural da França e do mundo, em 18 de abril de 1857, com o lançamento de O Livro dos Espíritos, que assinou com o pseudônimo de Allan Kardec. Segundo informações de Espíritos que o auxiliaram na elaboração do Espiritismo, esse nome teria sido o de uma encarnação ao tempo dos celtas, como druida.

Longe de ser uma doutrina para iniciados, com hierarquias e concepções esotéricas e dogmáticas, o Espiritismo logo se mostrou como uma corrente filosófica espiritualista, progressista e progressiva, comprometida com o processo de evolução intelecto-moral da humanidade. Em seu tempo, Kardec era conhecido como o Fundador do Espiritismo, mas também, até pejorativamente, de O Professor Socialista, não no sentido ideológico do termo, mas no de ser um intelectual e pedagogo preocupado com questões de natureza social, relacionadas à educação integral do homem e da sociedade.
Em toda a Kardequiana podemos observar o comprometimento de Kardec com o social, como nessa afirmação categórica na conclusão do artigo Liberdade, Igualdade, Fraternidade (in Obras Póstumas, 1890): “A aspiração por uma ordem superior de coisas é indício da possibilidade de atingi-la. Cabe aos homens progressistas ativar esse movimento pelo estudo e a aplicação dos meios mais eficazes”.

Em outro artigo, o Fundador do Espiritismo analisa de modo mais aprofundado as causas morais de muitos conflitos sociais, e sustenta com firmeza sua tese de que o egoísmo e o orgulho originam boa parte das misérias deste mundo: “para que os homens vivam como irmãos, não basta pregar-lhes lições de moral, é preciso destruir as causas do antagonismo entre eles e combater o que dá origem ao mal: o orgulho e o egoísmo. É este o flagelo em que devem concentrar toda a atenção aqueles que realmente desejam o bem da Humanidade. Enquanto subsistir esse obstáculo, verão paralisados seus esforços, não só pela resistência da inércia como pela de uma força ativa que trabalhará sem cessar para destruir sua obra, porque toda idéia grande, generosa e emancipadora arruína as pretensões pessoais” (O Egoísmo e o Orgulho, Obras Póstumas).
Para o Espiritismo, o processo histórico é evolutivo e avança quando entram em choque os interesses de grupos antagônicos entre si, gerando os conflitos sociais, necessários ao progresso da Humanidade. Kardec, sensível a essa idéia, a desenvolve e observa que “em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicação das causas da destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.” (A Geração Nova, A Gênese).
A preocupação com o poder também não ficou de fora das conjecturas de Allan Kardec. Ele defendia a tese de que no seu exercício é fundamental, além do preparo intelectual, a moralidade. Em termos práticos, essa idéia consubstancia-se no que denominou de aristocracia intelecto-moral, composta por um corpo dirigente animado por sentimentos de justiça e de caridade. Segundo Kardec, o Espiritismo é o precursor dessa aristocracia do futuro em função de seu poder de moralização: “Sendo uma potência como filosofia, o Espiritismo, neste nosso século da razão, só teria a perder se pretendesse transformar-se em poder temporal. Não será, portanto ele que irá organizar as instituições sociais do mundo regenerado, mas os próprios homens, levados por suas idéias de justiça, de caridade, de fraternidade e solidariedade desenvolvidas por efeito de sua nova crença.” (Questões e Problemas, Obras Póstumas).
Nos últimos anos de sua vida, preocupado com a continuidade do Espiritismo, elaborou todo um programa organizacional de estruturação e propagação da Doutrina, que ainda hoje serve de modelo para os espíritas seguidores de suas idéias. Um de seus últimos desejos foi a estruturação de uma espécie de comunidade espírita, que seria construída em um terreno de sua propriedade, que deixou para tal empreendimento.
Kardec foi, portanto, no sentido intelectual orgânico, ou seja, um pensador humanista voltado para a práxis, empreendedor e ativista. Fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, a Revista Espírita, escreveu cerca de 30 obras num curto espaço de 12 anos. Viajou por toda a França divulgando a idéia espírita através de conferências e incentivou a criação de grupos de estudos espíritas por toda a Europa. Foi um grande idealista, comprometido com a educação e a construção de uma nova sociedade, alicerçada em bases morais. Desencarnou em Paris, em 31 de março de 1869, deixando uma obra que ainda está por ser integralmente assimilada pelas novas gerações.


Kepler, Johannes_nasceu em 27 de dezembro de 1571, no sul da atual Alemanha, que naquela época pertencia ao Sacro Império Romano, em uma cidade chamada Weil der Stadt, região da Swabia. Era filho de Heinrich Kepler, um soldado, e de sua esposa Katharina, cujo sobrenome de solteira era Guldenmann. Seu avô paterno, Sebald Kepler, era prefeito da cidade, apesar de ser protestante (Luterano), numa cidade católica. Esta era a época da Renascença e da Reforma Protestante. Em 1619 Kepler publicou Harmonices Mundi (Harmonia do Mundo), em que derivava que as distâncias heliocêntricas dos planetas e seus períodos estão relacionados pela Terceira Lei, que diz que o quadrado do período é proporcional ao cubo da distância média do planeta ao Sol. Esta lei foi descoberta por Kepler em 15 de maio de 1618. Em 1615-16 houve uma caça às bruxas em sua região nativa, e ele defendeu sua mãe num processo em que ela era acusada de bruxarias. O processo se estendeu até 1920, quando ela foi liberada.

Kyteler, Dame Alice_Primeira pessoa acusada de bruxaria na Irlanda. Julgamento de Dame Alice Kyteler pelo Bispo de Ossory. Ela refugiou-se na Bretanha, onde tinha amigos "bem colocados"; diziam que o Bispo era um deles e a julgou depois que esta cortou relações.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "J"


Jacinto_É a pedra da criatividade, imaginação e saúde. Era comum encontrá-la presente nas coroas das rainhas. Sua maior particularidade é a mudança a sua cor vermelho-alaranjada para o azul, quando submetida a altas temperaturas. É curioso observar que o vermelho é ligado ao sangue, à cura da saúde e o azul é a tranqüilidade, o equilíbrio. Por isso, esta pedra representa a temperança.
O jacinto é a pedra dos nativos de Libra, pois tem como característica justamente o equilíbrio que ele precisa encontrar para viver melhor. O uso desta pedra é ótimo para fortalecer a espiritualidade e encontrar soluções para os problemas.


Jade_é uma pedra ornamental que entrou na Europa vinda da China e da América Central.

YU ou YU CHI, ou "coisa bem preciosa" - era o nome dado ao jade na China. Esta pedra, usada há mais de 2000 anos na civilização chinesa para produzir objetos e jóias, tem poderes de cura. O jade em pó era usado para dores de estômago. Faixas pequenas de jade asseguravam a imortalidade de quem as usava. Em suas propriedades também está incluída proteção contra relâmpago. Pedaços de jade em ideogramas e estatuetas representavam sol, céu, Terra e cosmos.

Do outro lado do mundo, no continente americano, a civilização maia usava o mineral jade para fazer objetos para seus rituais religiosos de uma forma mais rudimentar do que a utilizada pela arte chinesa.
Foi somente em 1863 que europeus especialistas em pedras preciosas descobriram que o nome "Jade" estava sendo usado para dois diferentes minerais. Entretanto, esses dois minerais tinham características de formação muito e tão semelhantes que era difícil distinguir um do outro.

Jade é o nome dado a dois minerais, nefrita e jadeíta, e que se apresenta em uma grande variedade de cores, sendo a pedra verde a mais conhecida e a mais valiosa também. Jade é uma pedra dura, compacta, muito colorida, amplamente usada em esculturas delicadas e jóias. Os minerais de jade têm uma estrutura característica, muito unida, de finos cristais em forma de agulha, que os torna muito resistentes e adequados à escultura de formas delicadas e objetos finos.
Pounamu, o jade da Nova Zelândia. A jade, chamada de Pounamu na Nova Zelândia, é uma pedra da linha da nefrita muito importante na cultura maori. Este recurso mineral é encontrado em pedras dos rios da Ilha do Sul.
A Pounamu é o termo maori não só para a nefrita, como para a bowenite, que é outro diferente tipo de mineral, porém da linha das nefritas. A nefrita e a bowenite eram os maiores recursos minerais do povo que ocupava a Nova Zelândia antes da chegada dos europeus.
O mineral bowenite, de cor escura, é uma pedra sagrada para as tribos maoris, é considerada um grande talismã e é usada como amuleto. Ele serve para protegê-los dos inimigos e dos espíritos maléficos que poderiam fazer mal às suas vidas.
Já o amuleto feito em jade verde, o tiki, é de grande valor por sua beleza, raridade e pela ligação com os ancestrais que o usaram. Estas peças, normalmente, vêm com certificado de autenticidade, atestando que foram feitos na Nova Zelândia.
Os maoris classificam a pounamu em quatro tipos, de acordo com suas cores: kawakawa, kaharangi, tangiwai e inanga.
Os objetos de jade neozelandês são normalmente encontrados em sítios arqueológicos e muitos são expostos em museus.

James, William_teve a sua formação aberta a diversas influências. Interessado em várias disciplinas, escreveu sobre todos os aspectos da psicologia humana, do funcionamento cerebral às experiências religiosas. Ensinou psicologia e filosofia na Universidade de Harvard e é considerado o pai do pragmatismo. Também participou da Sociedade Americana para Pesquisas Científicas. Sua primeira grande obra, de 1890, foi "Princípios de Psicologia". Em 1897, escreveu sobre a adoção de uma crença religiosa, em "A Vontade de Crer" e em 1902, "As Variedades da Experiência Religiosa: Estudo sobre a Natureza Humana".


Joana D’Arc_
Joana d’Arc foi uma das mulheres mais fortes e guerreiras que o mundo já conheceu. Nasceu em 1412, no vilarejo de Domrémy, França. Pertencia a uma família de camponeses, foi educada para ser uma boa esposa, para isso aprendia as prendas domésticas. Fora isso, não recebera outro tipo de educação, era praticamente analfabeta. Ao completar 13 anos a jovem passou a ouvir vozes sagradas: São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida. A primeira orientação feita pelas vozes à Joana foi de que a menina deveria permanecer virgem para obter a salvação de sua alma. Mais tarde as vozes passaram a orientá-la sobre política, dizendo que deveria coroar o príncipe herdeiro do trono, Carlos, mais conhecido como delfim, e salvar a França dos ingleses. Joana foi concebida no ápice da Guerra dos Cem Anos, conflito que se iniciou em 1337 e teve fim em 1453. A situação francesa era crítica tanto na política como na economia. A Igreja estava enfraquecida devido às limitações do papado, para sobreviver em meio aos poderosos a Igreja saiu em busca de alianças. Joana foi capturada, levada para a fortaleza de Beaulieu e, logo em seguida, para o castelo de Beaurevoir. Tentou escapar de ambas as prisões, mas não obteve êxito, Joana foi vendida pelos borguinhões por 10 mil libras aos ingleses. Em 1430, foi levada a julgamento no tribunal inglês, sendo conduzido pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon. Todas as acusações eram de ordem religiosa: bruxa, herege, idólatra, entre outras. Martírio que durou seis meses, sua sentença foi ser queimada viva.
Cumpriu-se então a sentença, Joana foi queimada viva em uma fogueira aos 19 anos de idade. Foi o fim da heroína francesa.


Jung, Carl Gustav_Dentre todos os conceitos de Carl Gustav Jung, a idéia de introversão e extroversão são as mais usadas. Jung descobriu que cada indivíduo pode ser caracterizado como sendo primeiramente orientado para seu interior ou para o exterior, sendo que a energia dos introvertidos se dirige em direção a seu mundo interno, enquanto a energia do extrovertido é mais focalizada no mundo externo.
Entretanto, ninguém é totalmente introvertido ou extrovertido. Algumas vezes a introversão é mais apropriada, em outras ocasiões a extroversão é mais adequada, mas, as duas atitudes se excluem mutuamente, de forma que não se pode manter ambas ao mesmo tempo. Também enfatizava que nenhuma das duas é melhor que a outra, citando que o mundo precisa dos dois tipos de pessoas. Darwin, por exemplo, era predominantemente extrovertido, enquanto Kant era introvertido por excelência.
O ideal para o ser humano é ser flexível, capaz de adotar qualquer dessas atitudes quando for apropriado, operar em equilíbrio entre as duas.

Júpiter_Júpiter é o quinto planeta a partir do Sol e o maior de todos: distância do Sol: 778.330.000 km, diâmetro equatorial: 142.984 km; diâmetro polar: 133.708 km, massa: 1,900 e 27 kg. Júpiter tem duas vezes mais massa que todos os outros planetas juntos. Júpiter, o Deus dos Deuses, suprema autoridade do Olimpo e patrono de Roma. Zeus era filho de Cronos (Saturno). Júpiter é o quarto objeto mais brilhante no céu. É conhecido desde os tempos pré-históricos. A descoberta de Galileu, em 1610, das quatro luas de Júpiter, Io, Europa, Ganimédes e Calisto (hoje conhecidas como luas Galileanas), foi a primeira constatação de um centro de movimento que, claramente, não estava centrado na Terra. Esse foi um ponto significativo a favor da teoria heliocêntrica de Copérnico; Por defender abertamente a teoria de Copérnico, Galileu foi aprisionado a mando da Inquisição, forçado a abjurar suas crenças e condenado ao cárcere pelo resto de sua vida.
Os planetas gasosos não têm superfícies sólidas, seu material gasoso simplesmente tornar-se mais denso com a profundidade. O que vemos quando olhamos para esses planetas é o topo das nuvens em suas atmosferas.
Júpiter é cerca de 90% hidrogênio e 10% de hélio, com traços de metano, água, amônia e "rochas". Isso se aproxima muito da composição da Nebulosa Solar primordial da qual todo o sistema solar se originou. Saturno tem uma composição similar, mas Urano e Netuno têm muito menos hidrogênio e hélio.
As cores vivas que se observam nas nuvens de Júpiter podem ser o resultado de sutis reações químicas dos elementos traços na atmosfera de Júpiter, envolvendo talvez o enxofre, cujo composto assume uma ampla variedade de cores, mas os detalhes são desconhecidos.
As cores correlacionam-se com a altitude das nuvens: azuis, as mais baixas, seguindo-se as marrons e brancas, até as vermelhas, nas camadas mais altas. Às vezes, vemos as camadas mais baixas através de buracos nas camadas superiores.
Júpiter irradia mais energia para o espaço do que recebe do Sol. O diâmetro Júpiter é quase tão grande quanto é possível a um planeta gasoso. Júpiter tem um forte campo magnético, muito mais forte que o da Terra.
Em julho de 1994, o Cometa Shoemaker-Levy 9 colidiu com Júpiter. Os resultados foram espetaculares. Em dezembro de 1994, os fragmentos dessa colisão ainda eram visíveis. Quando observado à noite, Júpiter parece às vezes a "estrela" mais brilhante do céu (perdendo apenas para Vênus, que nunca é visível a altas horas da noite). As quatro luas galileanas são facilmente visíveis com binóculos; algumas faixas e a Grande Mancha Vermelha podem ser vistas com um pequeno telescópio astronômico.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "I"

I Ching_Escrito pelos sábios da antiga China, há mais de 4500 anos o I Ching contém os símbolos que representam todas as relações existentes entre o Céu, o Homem e a Terra. Abrangente e profundo em sua abordagem, inclui os princípios Cósmicos do Universo, Filosofia, Matemáticas, Geometria, Astrologia, Geografia, Geomancia, Medicina Música, Estratégia Militar, Artes Marciais, Arquitetura, Política e Religião.
Na China, tradicionalmente, se utiliza o I Ching em todos os momentos, especialmente para a tomada de grandes decisões e definições de impasses. Decide caminhos políticos e econômicos do governo, auxilia empresários em suas definições, orienta famílias inteiras com relação à mudanças, casamentos, auxilia indivíduos a escolher os melhores lugares para construir suas residências, e ainda prevê as possíveis transformações na vida particular e coletiva das pessoas, oferecendo a oportunidade de que se decida qual o melhor rumo a tomar, sem sofrer conseqüências desagradáveis.
Apesar da quantidade de mestres, Taoístas, Confucionistas e Budistas que escreveram sobre o I Ching, seus símbolos são de tamanha profundidade, que a compreensão é muito difícil. Hoje mais do que nunca se faz necessário que as pessoas estudem e consultem o I Ching, porque ele é uma ponte que liga o conhecimento e sabedoria dos antigos mestres da humanidade ao nosso coração tão perturbado pelas emoções aflitivas, que tanto dano nos causam em nossa saúde física, mental e espiritual.
Podemos assim, consultando o I Ching ao lado de um verdadeiro professor, compreender os movimentos de nossa vida, prever e superar os obstáculos que surgem em nosso caminho, compreender nossas relações familiares, afetivas de trabalho e inclusive encontrar um caminho espiritual.
O Professor: Roque Enrique Severino é estudioso do I Ching há 20 anos. Com larga experiência no tema escreveu o livro: "I Ching - Uma abordagem Psicológica e Espiritual". Costuma dar atendimento individual e empresarial. Com formação em filosofia e psicologia, soma seus conhecimentos ao atendimento, o que enriquece grandemente o resultado de suas consultas. Tem sido conselheiro de diversos empresários de renome no Brasil, auxiliando-os em suas tomadas de decisões e superação de impasses.


Ictiomancia_Consiste em estudar o movimento, a cor, a maneira de se alimentar e a constituição interna dos peixes.

Icu_Conhecido e célebre é o curare, veneno terrível com que os índios ao norte do rio Amazonas matam quase instantaneamente; mas desconhecida e coberta com zeloso segredo era a procedência dos elementos componentes do veneno.
Viajantes procuraram levantar, visitando diversas tribos, o véu do segredo, naturalistas faziam experiências com diversas plantas para assim descobrir a fabricação do mortífero produto.
A princípio, o mundo científico considerava uma estrychnacea, que também cresce na Amazônia, como o principal elemento que se fabricava o curare, até que o então diretor do Museu Nacional, o Dr. J. B. Lacerda, por diversas experimentações provou que o curare era fabricado de uma planta chamada Icú, (Anomospermum grandifolium Eichler), da família das menispermáceas. (Arquivo do Museu Nacional, vol XI, Rio, 1901).
Entre os índios Guaiacas, que habitavam às margens do Orinoco, a fabricação do curare era rodeada de uma cerimônia curiosa, que nos descreve o Dr. J. Bach e, ao que se sabe, as tribos do Alto Amazonas e do Rio Negro, possuíam costume análogo. O chefe da tribo era que realizava um sorteio de três indígenas, que teriam que se sujeitar à fabricação do temido e enérgico veneno.
Eram sorteados dois homens e uma mulher para este fim. Reuniam-se então, 186 elementos da tribo e principiavam a fabricação do curare com as seguintes manipulações:
O morubixaba mandava preparar em uma pequena clareira uma fogueira de fogo lento. Ao seu lado ele tinha duas panelas de barro de tamanhos diferentes. A maior destas estava cheia de uma tintura cor de chocolate claro, na quantidade de mais ou menos 800 gramas e a menor a capacidade de 150 gramas. Poe sua ordem, a panela menor foi colocada sobre a fogueira conservada em fogo lento e um dos índios sorteados esvaziou ou verteu nela uma quantidade de tintura até o meio e introduzia no líquido uma varinha resistente, com a qual o remexia. A evaporação era tão forte que no espaço de duas horas e meia, o índio obtinha 800 gramas da tintura, perfeitamente condensado. Ao término desta operação o indígena completamente estonteado em conseqüência da forte evaporação do veneno, era substituído pelo companheiro do sorteio. Uma hora e meia mais tarde, este último índio também se via obrigado a abandonar a fogueira, também vítima de fortes tonteiras. É revezado então pela mulher, que termina a operação, mas fica sujeita também aos mesmos sintomas.
Durante esta função o chefe da tribo formava com os outros indígenas que assistiam à fabricação, um semicírculo cuja abertura era do lado para onde soprava o vento, de forma que os espectadores não absorviam as evaporações do veneno.
Afirmou o mesmo naturalista, que os índios se negaram de revelar-lhe se segredo. Contou ainda, que teve a oportunidade de observar os efeitos do curare, quando dois remadores de sua canoa forma flechados, sendo que poucos minutos depois de feridos deixaram de existir, observando que não tinham sido acertados em lugares considerados mortais.
O curare era empregado, não só nas flechas lançadas por arcos, como também, em setas desferidas por zarabatanas, dependendo da tribo e destino a ser dado ao animal abatido com tais armas.
A primeira menção sobre estas flechas envenenadas surge na História do Brasil, pelo relato de visitantes espanhóis, que singravam o rio Amazonas, muito antes dos portugueses, pois depois de conquistarem o Império dos Incas, passaram a buscar novas terras, à procura de mais riquezas.
As lendas a respeito de uma cidade repleta de tesouros incalculáveis situada em plena selva amazônica, denominada Manoa, fez com que Gonzalo Pizarro organizasse uma expedição para procurá-la.
Foi então contratado o tenente Francisco de Orellana para enfrentar a feroz resistência imposta pelos indígenas. Esses espanhóis navegaram pelo Amazonas sem jamais terem encontrado a lendária cidade. Entretanto, a partir de certo trecho do percurso, os viajantes passaram a sofrer um grande pesadelo, pois, durante o dia, flechas se abatiam sobre a embarcação, e os homens atingidos por esses primitivos artefatos, morriam a cabo de minutos, apresentando o aspecto de um terrível sofrimento, embora não emitissem um gemido, sequer. Era o curare, o veneno implacável.
Extraído de ervas nativas da Amazônia, preparado seguindo rituais e técnicas centenárias que passam de pais para filhos, o curare permanece ativo por séculos, sendo conhecido o caso de um conservador de certo museu da Europa que se feriu numa ponta de flecha que se encontrava no estabelecimento por mais de trezentos anos e teve morte idêntica à dos exploradores flechados em plena selva.


Realmente é surpreendente!

Ilha de Páscoa_São apenas 18 km² de terras áridas, originárias das erupções de quatro vulcões, hoje inativos. Pertencente ao Chile, ela é a porção de terra habitada mais isolada do restante da humanidade, em todo o Planeta. Qualquer terra mais próxima está a uma distância de 3000 a 3200km, por isso os pascoanos chamam-na de "umbigo do mundo"; é de imensa solidão, cercada pelas águas perigosas do sul do Oceano Pacífico. Este pequeno pedaço de terra da Oceania foi descoberto, por acaso, pelo almirante holandês Jacob Roggeven, justamente num domingo de Páscoa de 1772; mais tarde, foi rebatizada pelos espanhóis, com o nome do santo protetor de seu imperador, passando a constar nos seus mapas náuticos como Ilha de São Carlos. Atualmente, é designada pelos pasquenses de Rapa-Nui.
A ilha de Páscoa é a terra dos "Moais", gigantescas esculturas, construídas com rochas vulcânicas. Suas dimensões e pesos são variáveis, indo de três a dez metros de altura, com algumas dezenas de toneladas. Feitas com material relativamente frágil, a lava vulcânica petrificada, deveriam ser deslocadas com muito cuidado e com as mãos, pois não haviam máquinas para esse fim naquela época. Tal façanha à luz da razão é inteiramente impossível, levando-se em consideração a natureza do terreno que é acidentado e pedregoso.
São centenas de homens gigantescos espalhados pela pequena superfície da ilha, ao todo, mais de mil. Têm sempre no rosto a mesma expressão e parecem vigiar os horizontes desde todos tempos, com olhar distante e sereno. Colossais, imponentes, insondáveis. Muito se estudou e se estuda sobre eles e, no entanto, continuam sendo um dos mais inexplicáveis mistérios do planeta Terra. Durante milênios os moais estiveram protegidos do restante da humanidade, pela sua localização perdida no sul do Pacífico. Os habitantes primitivos da ilha contam que, a história dos moais é a mesma história deles, ou seja, vieram de uma ilha fadada a desaparecer sob as águas. Sempre que contam esta história, passada de geração em geração, dizem que as monumentais esculturas foram transportadas, das bases dos vulcões onde foram construídas, para plataformas artificiais onde efetivamente estão, pelo "mana", poder sobrenatural que o rei possuía, pois bastava que ele olhasse para uma das estátuas e a mesma se levantaria, "pousando" no lugar desejado.
Os nativos da ilha mais solitária do mundo, tinham desenvolvido uma escrita própria, independentemente do resto do mundo e até hoje indecifrável. Constituía-se de uma série de sinais, gravados com dentes de tubarão, em tábuas de madeira - as "tábuas falantes", no idioma local.

Iluminados_As energias dos Mestres Ascensionados oferecem sua sabedoria e nos guiam no plano da experiência. Eles tem sido muito ativos e sustentam o processo evolutivo global/humano desde o início da vida em Gaia. Com o tempo, as energias dos Mestres Ascensionados projetaram aspectos de si mesmas, para ensinar, guiar e aprender através de experiências diretas em todos os níveis, inclusive no plano físico. Muitos dos Mestres tiveram encarnações terrestres para estimular e sustentar a evolução humana. Esses Seres poderosos são muito maiores que suas encarnações terrestres, as quais refletem apenas uma minúscula fração de suas energias. Também, cada Mestre Ascensionado escolheu uma qualidade ou tema energético dominante para infundir em seu particular campo de experiência.
Os cargos da Grande Fraternidade Branca e da Hierarquia dos Iluminados do Planeta Terra estão em constante alteração, à medida que seus integrantes se elevam para outros cargos na escala evolutiva dos Planetas, do Sistema Solar, da Galáxia ou do Universo.

Incenso_O incenso tem a incumbência de levar a prece para o céu e seu uso é universal, associando o homem à divindade, o finito ao infinito, o mortal ao imortal. Relacionado com o elemento ar, representa a percepção da consciência que está presente em toda parte. Os diferentes perfumes desempenham um papel de purificação, facilitando inclusive, a aproximação do nosso anjo guardião.
Quando queimamos um incenso, modificamos nosso estado emocional e as vibrações do ambiente. Alguns aromas despertam-nos a força interna, agindo como estimulantes, podendo nos tirar de um estado de desânimo e cansaço; outros facilitam o estudo ou despertam a inspiração; e muitos, auxiliam na meditação. Durante a queima, são liberadas substâncias provenientes do amálgama alquímico, com a propriedade de dissolver os miasmas negativos, assim como promover a sintonia com o astral.
É muito agradável às pessoas evoluídas, e, ao contrário, pode aborrecer aqueles que não estão na mesma sintonia. Contribui decisivamente para o recolhimento devocional e o estudo. Reforça a tonicidade áurica, ajudando na obtenção da paz, sentimento de amor e prosperidade.
Como aproveitar integralmente o bastão de incenso:
Antes de acendê-lo: exponha-o uma hora no seu ambiente doméstico ou de trabalho.
Após a queima: as substâncias que permaneceram nas cinzas dinamizadas pelo fogo podem ser colocadas na palma da mão e assopradas ao vento.
Componentes do incenso:
Carvão: absorvente universal capta as baixas vibrações do ambiente para que seja neutralizada pelo sal grosso e incinerados a seguir.
Sal grosso: Atua como esterilizador de emissões maléficas do sentimento humano.

Inquisição_A Inquisição católica romana foi uma das maiores desgraças que ocorreram na história da humanidade. Em nome do deus cristão, sacerdotes católicos montaram um esquema enorme para matar todos os "hereges" na Europa. A heresia era definida da forma como Roma quisesse definir; isso abrangia desde pessoas que discordavam da política oficial, aos filósofos herméticos, judeus, bruxas, e os reformadores protestantes.


Ísis_foi cultuada e adorada em inúmeros lugares, no Egito, no Império Romano, na Grécia e na Alemanha. Quando seu amado Osíris foi assassinado e desmembrado pelo seu irmão Seth que espalhou seus pedaços por todo o Egito, Ísis procurou-os e os juntou novamente. Ela achou todos eles, menos seu órgãos sexual, que substitui por um membro de ouro. Através de magia e das artes de cura, Osíris volta à vida. Em seguida, ela concebe seu filho solar Hórus.


Os egípcios ainda mantêm um festival conhecido como a Noite da Lágrima. Tal festival tem sido preservado pelos árabes como o festival junino de Lelat-al-Nuktah.
No começo só existia o grande, imóvel e infinito mar universal, sem vida e em absoluto silêncio. Não havia nem alturas, nem abismos, nem princípio, nem fim, nem leste, nem oeste, nem norte e nem sul. Das primeiras sombras se desprenderam as trevas e apareceu o caos. Desse ilimitado e sombrio universo surgiu a vida e, com ela, a estirpe dos Deuses.


Conta a mitologia solar que o criador de tudo foi Atum, o Pai dos Pais. A partir do momento que Atum toma consciência de si mesmo, ele tornou-se Rá.
Em sua infinita sabedoria, o Deus consciente, desejou e materializou uma separação entre si mesmo e as águas primordiais, desejando emergir a primeira terra seca em forma de colina a que os egípcios chamaram a "colina benben".
Então Atum criou os outros Deuses. Recolheu seu próprio sêmen na mão, e engolindo-o se fecundou a si mesmo. Vomitou, dando vida a Shu e Tefnut, o ar seco e o ar úmido.
Shu e Tefnut se unem e dão a luz ao Deus Geb, a terra, e a Deusa Nut, o céu, que, por sua vez, quando se uniram fisicamente tiveram quatro filhos: Osíris (Deus da Ordem), Seth (Deus da Desordem) e suas irmãs Ísis e Neftis, nascidos nessa ordem. A nova geração completa o número de nove divindades, a Enéada, que começa com o Deus criador primordial. Na escrita egípcia o três era utilizado para representar o número plural, enquanto que o nove proporciona um meio simbólico de indicar o "todo". A Enéada do Deus Sol é conhecida entre os egiptólogos como a Enéada Heliopolitana.
Osíris, o primogênito, havia herdado de seu pai Geb a terra para governá-la. Já a Deusa Ísis, cujo nome significa "o trono", "a sede" (capital), se uniu a seu irmão Osíris, para sustentar todo o seu poder, estabelecendo-se assim, o primeiro casal real do Egito. Se ele era o rei, soberano da terra, ela ia ser seu trono, a sede eternamente estável, de onde era exercida toda a realeza sobre o Egito.
O Deus Sol Rá tinha tantos nomes que inclusive os Deuses não conheciam todos. Um dia, a Deusa Ísis, Senhora da Magia, se pôs a aprender o nome de todas as coisas, para tornar-se tão importante como o Deus Rá.

Depois de muitos anos, o único nome que Ísis não sabia era o nome secreto de Rá, assim decidiu enganá-lo para descobrir.
A cada dia, enquanto voava pelo céu, Rá envelhecia e até já começava a babar. Ísis recolheu sua baba e modelando-a com terra, deu forma a uma serpente, que depois colocou no caminho de Rá. Esse foi mordido e caiu ao solo agonizante. Ísis disse ao Deus que poderia curá-lo, desde que ele lhe revelasse seu nome secreto. Ele se negou, porém ao notar que o veneno da cobra era potente suficientemente para matá-lo, não teve outra opção a não ser revelá-lo. Com esse conhecimento secreto, Ísis pode apropriar-se de parte do poder de Rá.
No Egito, assim como na Babilônia, o culto da lua precedeu o do sol. Osíris, Deus da lua, e Ísis, a Deusa da lua, irmã e esposa de Osíris, a mãe de Hórus, o jovem Deus da lua, aparecem nos textos religiosos antes da quinta dinastia (cerca de 3.000 a. C.).
É difícil fazer um estudo conciso sobre o significado do culto de Ísis e Osíris, pois, durante muitos séculos nos quais esta religião floresceu, aconteceram mudanças na compreensão dos homens em relação a ele.


Nos primeiros registros, Osíris, parece ser um espírito da natureza, concebido como o Nilo ou como a lua, o qual, pensava-se, controlava as enchentes periódicas do rio. Era o Deus da umidade, da fertilidade e da agricultura. Durante o período da lua minguante, Seth, seu irmão e inimigo, um demônio de um vermelho fulvo incandescente, devorava-o. Dizia-se que Seth tinha se unido a uma rainha etíope negra para ajudá-lo na sua revolta contra Osíris, provavelmente uma alusão à seca e ao calor, que periodicamente vinham do Sudão, assolavam e destruíam as colheitas da região do Nilo.
Seth era o Senhor do Submundo, no sentido de Tártaro e não de Hades, usando-se termos gregos. Hades era o lugar onde as sombras dos mortos aguardavam a ressurreição, correspondendo, talvez, à idéia católica do purgatório. Osíris era o Deus do Submundo neste sentido, Tártaro é o inferno dos condenados, e era deste mundo que Seth era o Senhor.
Nas primeiras formas do mito, Osíris era a lua e Ísis a natureza, Urikitu, a Verde da história caldéia. Mas, posteriormente, ela tornou-se a lua-irmã, mãe e esposa do Deus da lua. É neste ciclo que este mito primitivo da natureza começou a tomar um significado religioso mais profundo. Os homens começaram a ver na história de Osíris, que morreu e foi para o submundo, sendo depois restituído à vida pelo poder de Ísis, uma parábola da vida interior do homem que iria transcender a vida do corpo na terra.
Os egípcios eram um povo de mente muito concreta, e concebiam que a imortalidade poderia ser atingida através do poder de Osíris de maneira completamente materialista. Era por essa razão que conservavam os corpos daqueles que tinham sido levados para Osíris, através da iniciação, como conta o "Livro dos Mortos"; com efeito, acreditavam que, enquanto o corpo físico persistisse, a alma, ou Ka, também teria um corpo no qual poderia viver na Terra-dos-bem-aventurados, como Osíris que, no texto de uma pirâmide da quinta dinastia, é chamado de "Chefe daqueles que estão no Oeste", isto é, no outro mundo.
Ísis e Osíris eram irmãos gêmeos, que mantinham relações sexuais ainda no ventre da mãe e desta união nasceu o Hórus-mais-velho. No Egito, nesta época, era hábito entre os faraós e as divindades a celebração de núpcias entre irmãos, para não contaminar o sangue.
A história continua contando que quando Osíris tornou-se rei, livrou os egípcios de uma existência muito primitiva. Ensinou-lhes a agricultura e a feitura do vinho, formulou leis e instruiu como honrar seus deuses. Depois partiu para uma viagem por todo o país, educando o povo e encantando-o com sua persuasão e razão, com a música, e "toda a arte que as mesas oferecem".

Enquanto ele estava longe sua esposa Ísis governou, e tudo correu bem, mas tão logo ele retornou, Seth, que simbolizava o calor do deserto e da luxúria desenfreada, forjou um plano para apanhar Osíris e afastá-lo. Confeccionou um barril do tamanho de Osíris. Então convidou todos os Deuses para uma grande festa, tendo escondido seus setenta e dois seguidores por perto. Durante a festividade, mostrou seu barril que foi admirado por todos. Prometeu dá-lo de presente àquele que coubesse nele. Então todos entraram nele por sua vez, mas ele se ajustou somente a Osíris. Neste momento, os homens escondidos apareceram e, rapidamente lacraram a tampa do barril. Levaram-no e jogaram no rio Nilo. Ele boiou para longe e alcançou o mar pela "passagem que é conhecida por um nome abominável".
Este evento ocorreu no décimo sétimo dia de Hator, isto é, novembro, no décimo oitavo ano de reinado de Osíris. Ele viveu e reinou por um ciclo de vinte e oito períodos ou dias, porque ele era a lua, cujo ciclo completa-se a cada vinte e oito dias.
Quando Ísis foi sabedora dos acontecimentos fatídicos, cortou uma mecha de seu cabelo e vestiu roupas de luto e vagou por todos os lugares, chorando e procurando pelo barril. Foi seu cachorro Anúbis, que era filho de Néftis e Osíris, que a levou até o lugar onde o caixão tinha parado na praia, no país de Biblos. Ele havia ficado perto de uma moita de urzes, que cresceram tanto com sua presença, que se tornou uma árvore que envolveu o barril. O rei daquele país mandou cortar a tal árvore e de seu tronco fez uma viga para a cumeeira de seu palácio, sem sequer imaginar que o mesmo continha o barril.
Ísis para reaver seu marido, fez amizade com as damas de companhia da rainha daquele país e acabou como enfermeira do príncipe. Ísis criou o menino dando-lhe o dedo ao invés de seu peito para mamar.
Os nomes do rei e da rainha são: Malec e Astarte, ou Istar. Bem sugestivo, pois nos faz ver que Ísis teve que recuperar o corpo de Osíris de sua predecessora da Arábia.
Acabou tendo que se revelar para a rainha e implorou pelo tronco da árvore que continha o corpo de Osíris. Ísis retirou o barril da árvore e levou-o consigo em sua barcaça de volta para casa. Ao chegar, escondeu o caixão e foi procurar seu filho Hórus, para ajudá-la a trazer Osíris de volta à vida.
Seth que havia saído para caçar com seus cachorros, encontra o barril. Abriu-o e cortou o corpo de Osíris em catorze pedaços espalhando-os. Aqui temos a fragmentação, os catorze pedaços que obviamente referem-se aos catorze dias da lua.
Ísis soube do ocorrido e saiu à procura das partes do corpo. Viajou para longe em sua barcaça e onde quer que acuasse uma das partes fazia um santuário naquele lugar. Conseguiu reunir treze das peças unindo-as por mágica, mas faltava o falo. Então fez uma imagem desta parte e "consagrou o falo, em honra do qual os egípcios ainda hoje conservam uma festa chamada de” Faloforia “, que significa” carregar o falo ““.
Ísis concebeu por meio dessa imagem e gerou uma criança, o Hórus-mais-jovem.
Osíris surgiu do submundo e apareceu para o Hórus-mais-velho. Treinou-o então para vingar-se de Seth. A luta foi longa, mas finalmente Hórus trouxe Seth amarrado para sua mãe.

Os cerimoniais do Egito eram relacionados com esses acontecimentos. A morte de Osíris, interpretada todos os anos, bem como as perambulações de Ísis e suas lamentações, tinham um papel conspícuo. O mistério final de sua ressurreição e a demonstração pública, em procissão, do emblema de seu poder, a imagem do falo, completavam o ritual. Era uma religião na qual a participação emocional da tristeza e alegria de Ísis tinha lugar proeminente. Posteriormente, tornou-se de fato uma das religiões nas quais a redenção era atingida através do êxtase emocional pelo qual o adorador sentia-se um com Deus.
É pelo poder de Ísis, através de seu amor, que o homem afogado na luxúria e na paixão, eleva-se a uma vida espiritual. Ísis, antes de tudo, é provedora da vida. Comumente é representada amamentando seu filho Hórus, pois ela é a mãe que nutri e alimenta tudo que gera. Ísis com seu bebê no colo acabou transformada na virgem maria com o menino jesus.

Embora Isis fosse considerada como mãe universal ela era venerada como protetora das mulheres em particular. Sendo aquela que dá a vida, que presidia sobre vida e morte, ela era protetora das mulheres durante o parto e confortava aquelas que perdiam seus entes queridos. Em Ísis, as mulheres encontravam o apoio e a inspiração para prosseguirem com suas vidas. Ísis proclamava ser, em hinos antigos, a deusa das mulheres e dotava suas seguidoras de poderes iguais aos do homem.

Esta Deusa é também freqüentemente representada como uma Deusa negra. Este fato está diretamente associado ao período de luto de Ísis (morte de Osíris), quando ela vestia-se de preto ou ela própria era preta.
As estátuas pretas de Ísis tinham também um outro sentido. Plutarco declara que "suas estátuas com chifres são representações da Lua Crescente, enquanto que as estátuas com roupa preta significavam as ocultações e as obscuridades nas quais ela segue o Sol (Osíris), almejando por ele. Conseqüentemente, invocam a Lua para casos de amor e Eudoxo diz que Ísis é quem os decide".
No Solstício de Inverno, a Deusa, na forma de vaca dourada, coberta por um traje negro, era carregada sete vezes em torno do Santuário de Osíris morto, representando as perambulações de Ísis, que viajou através do mundo pranteando sua morte e procurando pelas partes espalhadas de seu corpo. Este ritual era um procedimento mágico, que tencionava prevenir que a seca invadisse as regiões férteis do Nilo, pois a ressurreição de Osíris era, naquela época, um símbolo da enchente anual do Nilo, da qual a fertilidade da terra dependia.
Muita conhecida de todos os nós é a história de Hórus, o filho de Ísis, a Deusa do Egito, tanto quanto os também tão estimados e conhecidos Maria e o menino Jesus no cristianismo. Entretanto, existem algumas diferenças entre os dois: a Ísis é adorada como uma divindade maternal muito antiga. Algumas vezes é representada com um disco do sol (ou lua) na cabeça, flanqueada à direita e à esquerda por dois chifres de vaca. A vaca era e é por seu úbere dispensador de leite o animal-mãe, usado em muitas culturas como símbolo materno. Outra diferença fundamental entre Ísis e Maria é também o fato de Ísis ter sido venerada como a grande amada. Ainda no ventre materno ela se casou com seu irmão gêmeo Osíris, que ela amava acima de tudo.

Nos rituais antigos egípcios, executados para obter a ressurreição, o olho de Hórus tinha papel muito importante e era usado para animar o corpo do morto cujos membros tinham sido reunidos. Hórus, filho e herdeiro por excelência, é invocado também, para que impeça a ação do répteis que estão no céu, na terra e na água, os leões do deserto, os crocodilos do rio.

Protetor da realeza, Hórus desempenha ainda, o papel capital do Deus da cura. A magia de Hórus desvia as flechas do arco, apazigua a cólera do coração do ser angustiado.
Ísis era invocada nas antigas escrituras como a senhora da cura, restauradora da vida e fonte de ervas curativas. ela era venerada como a senhora das palavras de poder, cujos encantamentos faziam desaparecer as doenças.

À noção de magia liga-se também, imediatamente ao nome de Ísis, que conhece o nome secreto do Deus supremo. Ísis dispõe do poder mágico que Geb, o Deus da Terra, lhe ofereceu para poder proteger o filho Hórus. Ela pode fechar a boca de cada serpente, afastar do filho qualquer leão do deserto, todos os crocodilos do rio, qualquer réptil que morda. Ela pode desviar o efeito do veneno, pode fazer recuar o seu fogo destruidor por meio da palavra, fornecer ar a quem dele necessite. Os humores malignos que perturbam o corpo humano obedecem a Ísis. Qualquer pessoa picada, mordida, agredida, apela a Ísis, a da boca hábil, identificando com Hórus, que chama a mãe em seu socorro. Ela virá, fará gestos mágicos, mostrar-se-á tranqüilizadora ao cuidar do filho. Nada de grave irá lesar o filho da grande Deusa.

Ísis aparece em na nossa vida para dizer que é hora de meditar. Você tem desperdiçado sua energia maternal sem guardar um pouco para si mesma? Sua mãe lhe deu todo o amor que você precisou? Pois agora é tempo de você se dar "um colo" para curar as mágoas do passado. Todos nós precisamos de cuidados maternos, independente de sermos donzela, mãe ou mulher madura.

Ísis, Deusa da lua, também é Mãe da Natureza. Ela nos diz que para este mundo continuar a existir tudo que é criado um dia precisa ser destruído. Ísis determina que não deve haver harmonia perpétua, com o bem sempre no ascendente. Ao contrário, deseja que sempre exista o conflito entre os poderes do crescimento e da destruição. O processa da vida, caminha sobre estes opostos. O que chamamos de "processo da vida", não é idêntico ao bem-estar da forma na qual a vida está neste momento manifesta, mas pertence ao reino espiritual no qual se baseia a manifestação material.

Com certeza, se a morte e a decadência não tivessem dotados de poderes tão grandes quanto as forças da criação, nosso mundo inteiro já teria alcançado o estado de estagnação. Se tudo permanecesse para sempre como foi primeiramente feito todas as capacidades de "fazer" teriam sido esgotadas há séculos. A vida hoje estaria hoje totalmente paralisada. E, assim, inesperadamente, o excesso de bem, acabaria em seu oposto e tornar-se-ia excesso de mal.

Ísis, tanto na forma da natureza, como na forma de Lua, tinha dois aspectos. Era criadora, mãe, enfermeira de todos e também destruidora.
O nome Ísis significa "Antiga" e era também chamada de "Maat", a sabedoria antiga. Isto corresponde a sabedoria das coisas como são e como foram, a capacidade inata inerente, de seguir a natureza das coisas, tanto na forma presente como em seu desenvolvimento inevitável, uma relação à outra.
O traje de Ísis só era obtido através da iniciação, era multicolorido e usado em muitos cerimoniais religiosos.

O véu multicolorido de Ísis é o mesmo véu de Maias, que nos é familiar no pensamento hindu. Ele representa a forma sempre mutante da natureza, cuja beleza e tragédia ocultam o espírito aos nosso olhos. A idéia é a de que o Espírito Criativo vestia-se de formas materiais de grande divindade e que todo o universo que conhecemos era feito daquela maneira, como a manifestação do Espírito do Criador.
Plutarco expressa essa idéia quando diz: “Pois Ísis é o princípio feminino da natureza e aquela que é capaz de receber a inteireza da gênese; em virtude disso ela tem sido chamada de enfermeira e a que tudo recebe por Platão e, pelo multidão, a dos dez mil nomes, por ser transformada pela Razão e receber todas as formas e idéias".
Um hino dirigido a Ísis-Net exprime essa mesma idéia de véu da natureza que esconde a verdade do mistério dos olhos humanos. Net era uma forma de Ísis, e era considerada como Mãe-de-todos, sendo de natureza tanto masculina como feminina. O texto em que esse hino está registrado data de cerca de 550 a.C., mas é provavelmente muito mais antigo.
Salve, grande mãe, não foi descoberto teu nascimento!
Salve, grande deusa, dentro do submundo que é duplamente escondido, tu, a desconhecida!
Salve, grande divina, não foste aberta!
Ó, abre teu traje.
Salve, coberta, nada nos é dado como acesso a ela.
Venha receber a alma de Osíris, protege-adentro de tuas duas mãos.

O véu de Ísis tem também significados derivados.
Se diz que o ser vivo é pego na teia ou véu de Ísis, significando que no nascimento o espírito, a centelha divina, que está em todos nós é preso ou incorporado na carne. Significa dizer, que todos nós ficamos emaranhados ou presos na teia da natureza. Essa teia é a trama do destino ou circunstâncias. É inevitável que devamos ser presos pelo destino, mas freqüentemente consideramos este enredamento como infortúnio e queremos nos libertar dele. Se aceitarmos esta situação de o ser vivo estar preso a teia de Ísis, acabaremos encarando a trama de nossa vida de maneira diferente, pois é somente deste modo que o espírito divino pode ser resgatado. Se não fosse aprisionado desta forma, vagaria livremente e nunca teria oportunidade de transformar-se. Portanto, o espírito do homem precisa estar preso à rede de Ísis, caso contrário, não poderá ser levado em seu barco para a próxima fase de experiência.

A Dança dos Sete Véus tem sua origem em tempos remotos, onde as sacerdotisas dançavam no templo de Isis. É uma dança forte, bela e enigmática. Ela também reverencia à vida, os elementos da natureza, imita os passos dos animais e das divindades numa total integração com o universo. O coração da bailarina é tão leve quanto a pluma da Deusa Maat e é exatamente por isso que os véus são necessários, pois é deles que os deuses se servem para sutilizar o corpo da mulher. Os véus de Ísis, ao serem retirados, nos transmitem ensinamentos. Quando a bailarina usa dois véus, ao retirá-los nos diz que o corpo e espírito devem estar harmonizados. A Dança do Templo, que é usado três véus, homenageia a Trindade dos deuses do Antigo Egito: Ísis, Osíris e Hórus. A Dança do Palácio, com quatro véus representa a busca da segurança e estabilidade e ao retirá-los a bailarina nos demonstra o quanto nos é benéfico o desapego das coisas materiais. Na Dança dos Sete Véus, cada véu corresponde a um grau de iniciação.
Os sete véus representam os sete chacras em equilíbrio e harmonia, sete cores e sete planetas. Cada planeta possui qualidades e defeitos que influenciam no temperamento das pessoas e a retirada de cada véu representa a dissolução dos aspectos mais nefastos e a exaltação de suas qualidades.

Significado das cores:

Vermelho: libertação das paixões e vitória do amor
Laranja: libertação da raiva e dos sentimentos de ira
Amarelo: libertação da ambição e do materialismo
Verde: saúde e equilíbrio do corpo físico
Azul : encontro da serenidade
Lilás: transmutação da alma, libertação da negatividade
Branco: pureza, encontro da Luz.

Toda mulher deixa transbordar seu essência através da dança. Todas aquelas emoções reprimidas, sentimentos esquecidos, afloram. Toda e qualquer mulher que consegue penetrar nos mistérios e ensinamentos dessa prática, se revelará de forma pura e sublime e alcançará o êxtase ao dançar.