21 outubro, 2007

Tradições


Falar sobre Tradição não é um assunto simples dentro da Bruxaria.
De acordo com o dicionário “Tradição é um método específico de ação, atitude ou ensinamentos que são passados de geração para geração”.
Por exemplo, na Wicca consiste em um conjunto de rituais, ética, instrumentos e crenças que são passados para os iniciados de um determinado coven, ela mesma é subdividida em diversas Tradições, cada uma com sua própria estrutura, rituais e mitos próprios passados de praticante para praticante.
Mas todas elas seguem um mesmo princípio:

A celebração da Deusa e do Deus através de rituais sazonais ligados à Lua e ao Sol, os Sabaths e Esbaths.
O respeito à Terra, que é encarada como uma manifestação da própria Deusa.
A magia é vista como uma parte natural da Religião e é utilizada com propósitos construtivos, nunca destrutivos.
O proselitismo é tido como inadmissível.


Modificada de uma Tradição para outra, a filosofia, os ritos, as concepções são diversas e diferentes e isso acontece, às vezes, dentro de uma mesma linha. Com uma certa freqüência, algumas Tradições não reconhecem um iniciado em outra, o que faz com que muitos praticantes da Bruxaria se iniciem em mais de uma Tradição distinta.
Existem alguns pontos divergentes entre as diversas Tradições, como por exemplo, o Livro das Sombras.
Cada uma possui seu próprio onde são descritos seus Ritos sagrados e as idéias sobre a Divindade. Em alguns casos é comum os integrantes de uma Tradição afirmar que o seu Livro é o único descendente do primeiro Livro das Sombras redigido.
Outro ponto de divergência entre as Tradições relaciona-se à hierarquia. Algumas são extremamente hierárquicas, enquanto em outras a hierarquia é inadmissível e tida como tabu.
Algumas Tradições aceitam e incentivam seus membros a praticarem Bruxaria sozinhos, enquanto em outras é terminantemente proibido a prática mágica de qualquer tipo fora do Coven e sem a supervisão do Alto Sacerdote ou da Alta Sacerdotisa. Devido à grande quantidade de tradições existentes, e da pouca ou nenhuma informação disponível sobre elas, torna-se difícil escolher uma definida.

Algumas Tradições
Por necessidade, estas definições são gerais, pois cada Bruxo mesmo que faça parte de uma Tradição específica poderia definir seu caminho como sendo diferente.

Tradição 1734: A tradição 1734 de Wiccan foi desenvolvida por Robert Cochrane, um poeta britânico e o filósofo. Procurou restaurar “a velha religião”.
A tradição 1734 é desenvolvida fora de uma série da correspondência entre Robert Cochrane e Joseph Wilson, um americano.
A tradição 1734 não há nenhuma estrutura hierárquica oficial. Focaliza no meditação.
A tradição 1734 usa um arranjo diferente da colocação dos elementos e de seus rituais do que a maioria de tradição de Wiccan.
Tipicamente britânica é às vezes uma Tradição eclética baseado nas idéias do poeta Robert Cochrane, um auto-intitulado Bruxo hereditário que se suicidou através da ingestão de uma grande quantidade de beladona. 1734 é usado como um criptograma (caracteres secretos) para o nome da Deusa honrada nesta tradição.

Tradição Alexandrina: Uma Tradição popular que começou ao redor da Inglaterra em 1960 e foi fundada por Alex Sanders. A Tradição Alexandrina é muito semelhante a Gardneriana com algumas mudanças menores e emendas. Esta Tradição trabalha à maneira de Alex e Maxine Sanders, que diziam terem sido iniciados por sua avó em 1933. A maioria dos rituais são muito formais e embasados na Magia cerimonial. É também uma tradição polarizada, onde a Sacerdotisa representa o princípio feminino e o Sacerdote o princípio masculino. Os rituais sazonais, na maior parte são baseados na divisão do ano entre o Rei do Azevinho e o Rei do Carvalho e diversos dramas rituais tratam do tema do Deus da Morte/Ressurreição. Como na Tradição Gardneriana a Sacerdotisa é elevada à autoridade máxima. Entretanto, os precursores para ambas Tradições foram homens. Embora similar a Gardneriana, a Tradição Alexandrina tende a ser mais eclética e liberal. Algumas das regras estritas Gardnerianas, tais como a exigência do nudismo ritual, são opcionais.
Alex Sanders intitulou-se a certa altura “Rei das Bruxas”, considerando que o grande número de pessoas que tinha iniciado na sua tradição lhe dava esse direito. Nem os seus próprios discípulos o levaram muito a sério, e para a comunidade Pagã no geral esse título foi apenas motivo de troça, quando não de repúdio. Janet e Stewart Farrar são os mais famosos Bruxos que divulgaram largamente a Tradição Alexandrina em suas publicações.

Tradicional Britânica:
Uma Tradição com uma forte estrutura hierárquica e graus. Os Rituais estão centrados na Tradição Céltica e Gardneriana.
Wicca Céltica: Uma Tradição muito telúrica, com enfoques na natureza, os elementos e elementais, algumas vezes fadas, plantas, etc. Muitas “Bruxas Verdes” (Green Witches) e Adeptos do Druidismo seguem este caminho, centrado no panteão Céltico antigo e em seus Deuses e Deusas.


Tradição Caledoniana ou Caledonni: Uma tradição que tenta preservar os antigos festivais dos escoceses e às vezes é chamada de Tradição Hecatina.


Tradição Picta: É uma das manifestações da Bruxaria tipicamente escocesa. Na maioria das vezes é uma forma solitária da Arte. Seu enfoque prático é basicamente mágico e possui poucos elementos religiosos e filosóficos.

Bruxaria Cerimonial: Usa a Magia cerimonial para atingir uma conexão mais forte com as divindade e perceber seus propósitos mais altos e suas habilidades. Seus Rituais são freqüentemente derivações da Magia Cabalística e Magia Egípcia. Embora certamente, mas não de forma intencional, este caminho é infestado freqüentemente por egoístas e pessoas inseguras que usam a Magia Cerimonial para duas finalidades (adquirir tudo aquilo que querem, atingir níveis mais altos para poderem olhar de cima). Estes atributos não são uma regra em todos os Bruxos Cerimoniais, e há muitos Bruxos sinceros neste caminho.

Tradição Diânica: Algumas Bruxas Diânicas só enfocam seus culto na Deusa, são muito politicamente ativos, e feministas. Outras simplesmente enfocam seu culto na Deusa como uma forma de compensar os muitos anos de domínio Patriarcal na Terra. Algumas usam este título para denotar que são “as Filhas de Diana”, a Deusa protetora delas. Há Bruxas Diânicas que são tudo isto, algumas que não são nada disto, e outras que são um misto disto. A Arte Diânica possui duas filiais distintas: Uma filial, fundada no Texas por Morgan McFarland que dá a supremacia à Deusa em sua thealogy, mas honra o Deus Cornífero como seu Consorte Amado e abençoado. Os membros dos Covens dividem-se entre homens e mulheres. Esta filial é chamada às vezes “Old Dianic” (Velha Diânica), e há alguns Covens descendentes desta Tradição, especialmente no Texas. Outros Covens, similares na thealogy, mas que não descendem diretamente da linha de McFarland, e que estão espalhados por todo EUA.
A outra filial, chamada às vezes de Feitiçaria Feminista Diânica, focaliza exclusivamente a Deusa e somente mulheres participam de seus Covens e grupos. Geralmente seus rituais são livres e não são hierárquicos, usando a criatividade e o consenso para a realização de seus rituais. São politicamente um grupo feministas. Há uma presença lésbica forte no movimento, embora a maioria de Covens estejam abertos a mulheres de todas as orientações.

Tradição Georgina: Esta Tradição foi criada por George Patterson, que se auto intitulou como sendo um “Sumo Sacerdote Georgino”. Quando começou o seu próprio Coven, chamou-o de Georgino, já que seu prenome era George. Se há uma palavra que melhor pode descrever a Tradição de George, seria “Eclética”. A Tradição Georgina é um composto de rituais Celtas, Alexandrinos, Gardnerianos e tradicionais. Mesmo que a maior parte do material fornecido aos estudantes sejam Alexandrinos, nunca houve um imperativo para seguir cegamente seu conteúdo. Os boletins de noticias publicados pelo fundador da Tradição estavam sempre cheio de contribuições dos povos de muitas outras Tradições. Parece que a intenção do Sr. Patterson era fornecer uma visão abrangente aos seus discípulos.

Ecletismo:
Um Bruxo eclético é aquele que funde idéias de muitas Tradições ou fontes. Assim Como no caldeirão de uma Bruxa, são somados elementos para completar a poção que é preparada, assim também são somadas várias informações de várias Tradições para criar um modo mágico de trabalhar. Esta "Tradição" que realmente não é uma Tradição é flexível. Geralmente, são criados rituais e Covens de estrutura livre.


Tradição das Fadas ou Fairy Wicca: Há várias facções da Tradição das Fadas. Segundo os membros desta Tradição, seus ritos e conhecimentos tiveram origem entre os antigos povos da Europa da Idade do Bronze, que ao migrarem para as colinas e altas montanhas devido às guerras e invasões ficaram conhecidos como Sides, Pictos, Duendes ou Fadas. Uma Bruxa desta Tradição poderia ser ou trabalhar com energias da natureza e espíritos da natureza, também conhecidos como fadas, Duendes, etc. Alguns dos nomes mais famosos desta Tradição são Victor e Cora Anderson, Tom Delong (Gwydion Penderwyn), Starhawk, etc. .
Os seus Precursores são Victor Anderson - nasceu em 1917 e dizia-se descendente de Havaianos e Africanos. Ele foi iniciado no Coven Harpy, em Bend, Oregon, ainda em sua adolescência. O Coven Harpy era um Coven da Fairy Tradition (Tradição das Fadas), que se distinguia muito dos Círculos Gardnerianos e Neo-Pagãos vigentes até então. O Coven Harpy se dissolveu na época da segunda guerra mundial. Victor Anderson casou-se com Cora em 1944 e juntos começaram a introduzir outros conhecimentos e práticas, inclusive materiais das Tradições Gardneriana a Alexandrina, à Tradição das Fadas e resultou no que mais tarde passou a ser chamada de Fairy Wicca ou Feri Faith. Em 1960, Victor e Cora conheceram Gwydion Pendderwen que se tornou um dos mais renomados iniciados do casal Anderson. Gwydion espalhou os conhecimentos da Fairy Wicca na comunidade Neo-Pagã dos anos 70 até meados de 80. Infelizmente Gwydion morreu em um acidente de automóvel em 1981, mas deixou belos cânticos e invocações utilizadas até hoje na liturgia da Tradição. Abaixo dois textos tradicionais da Fairy Wicca, um escrito por Gwydion e outro por Victor Anderson:

O Nome
Por Gwydion Pendderwen
“Ela é a uivadora dos muitos ventos”.
Seu nome é as cinco estações do ano.
Amante do primeiro Senhor
Mãe de dúzias de Deuses que andam pelos caminhos estrelados
Irmã e Esposa do Portador da Luz
Mulher Ela é, de nobre poder da paixão
Branca e azul ao mesmo tempo e ainda o Arco-íris,
Negra como o nulo sonho escuro “ ”.

Bênçãos
Por Victor Anderson - do livro "Espinhos da Rosa de Sangue" editado em 1970
“Tu de todos os sagrados, ultrajados e sábios nomes”.
Mãe de rameiras e iniqüidades,
Que suporta o fiel na destruição e chamas,
Confessando ações vis e blasfêmias.
Pela Terra, Seu corpo fértil, Abençoada Seja.
E pelas Águas Viventes do Seu útero,
Pelo Ar, Seu sopro que se move no mar,
Pelo chamado de vida da grama verde da tumba,
Pelo Fogo, Seu Espírito,
Abençoada Seja com poder!
As Crianças de Seu Amor nascem entre a destruição
Possa haver Luz e clareza nas horas negras
Brilhe Lua Branca, Cresça nos caminhos
De cada um , eterno caminho apaixonado.
Abençoe e ilumine a todos,
Evo-he ““.






História da Tradição
A Fairy Wicca ou Tradição das Fadas tem em comum com as outras vertentes da Arte uma tradição linear de mistérios e poder. Seus membros acreditam na comunicação direta com a Divindade. Isto é um contraste com algumas outras Tradições que praticam o psicodrama ritual em larga escala. Entre as características que mais distingue a Fairy Wicca está o uso do Poder das fadas, que caracteriza a linhagem desta vertente Wiccana, pois segundo os membros desta Tradição, seus ritos e conhecimentos tiveram origem entre os antigos povos da Europa da Idade do Bronze, que ao migrarem para as colinas e altas montanhas, devido às guerras e invasões, ficaram conhecidos como Sides, Pictos, Duendes ou Fadas.
Nesta Tradição é dada uma forte ênfase à expansão da consciência. É uma Tradição voltada à exploração espiritual. Os Fairy Wiccans respeitam profundamente a sabedoria da natureza e tudo o que a envolve. Os Deuses não são vistos como forças psicológicas, arquetípicas ou manifestação do inconsciente coletivo, mas são reais, com um sistema de moralidade diferente do nosso próprio e nós teríamos responsabilidade com cada um deles. Há um corpo específico de cantos e material litúrgico da Tradição. Muito disto se originou com Victor Anderson e Gwydion Pendderwen que forneceram um arsenal para muitos Círculos em funcionamento, cuja criatividade poética é altamente estimada. As práticas mágicas da Fairy Wicca (ou Feri, como Victor chama) são altamente invocatórias, encorajam a manifestação direta dos Deuses através de práticas como "Puxar a Lua Para Baixo", que confere talentos psíquicos ou sensibilidade especial para algumas práticas específicas.
Os Ritos da Fairy Wicca possuem diversos estilos e podem ser tirados de muitas fontes. Há uma linhagem iniciatória traçada desde Victor e Cora Anderson e Gwydion Pendderwen. As energias trabalhadas nesta Tradição incluem:
o a visualização do fogo azul;
o um corpo de material poético e litúrgico;
o Deuses e arquétipos específico da Tradição;
o a doutrina dos Três Selfs;
o o uso de um cíngulo de cor específica;
o um sentido de "tribo" ou "clã” para o Coven;
o a veneração ao Deus Cornífero como o Filho Amado e Consorte da Deusa.

Hoje existem várias facções da Tradição das Fadas, mas podemos apontar como característica inerente à maioria dos praticantes dela o uso dos espíritos da natureza, conhecidos como Fadas, Duendes, Gnomos, etc. em seus rituais. Embora o Victor Anderson seja reconhecido mundialmente como o professor-fundador desta Tradição, é possível identificar influências que formaram a Fairy Wicca antes de sua forma presente evoluir para ser o que é hoje.
Há influência de uma dispora africana muito forte, principalmente Dahomeana, e a Teoria do 3 Selfs (Selves-em inglês correto) foi trazida da Magia Kahuna. O material de Victor não é a única fonte dentro da Tradição e existem inúmeros outros.
A Fairy Wicca é uma Tradição extremamente aberta à evolução e cada iniciado traz uma direção nova às suas práticas e rituais. Alguns praticantes, como Gwydion e Eldri Littlewolf, enredaram em caminhos Xamânicos, além de trabalharem extensivamente com a Religião Céltica. Outras influências (como a Meditação Tibetana e Magia Cerimonial) começaram a fazer parte da Tradição com Gabriel Caradoc. Victor, Gwydion, Caradoc, Brian Dragon e Paladin escreveram lindas poesias e liturgias para rituais que são utilizadas até hoje pelos praticantes da Fairy Wicca em todo o mundo. As aulas de Gabriel forneceram treinamentos excelentes na liturgia da Tradição e seus estudantes continuam a transmitir seus ensinamentos. Francesca De Grandis, que compôs Sharon Knight, adicionou sua inspiração para o corpo de material litúrgico da Tradição e Starhawk usou os conceitos desenvolvidos na Fairy Wicca, expressando suas convicções e práticas, mas fornecendo explicações mais claras sobre o conceito dos 3 selfs e uso do Pentáculo de Ferro.

O Conceito do Self e os Pentáculos
Na Fairy Wicca, o conhecimento humano é dividido em 3 Selfs, Eus ou almas, como também são chamados. Eles são:
o Self Jovem;
o Self Discursivo;
o Self Profundo.
Os 3 Selfs podem nos ajudar a compreender como somos, como funcionamos e integrar as várias partes do nosso ser. O Self é o Eu, a individualidade e a identidade de cada ser humano. Cada pessoa utiliza mais um tipo de Self que o outro e, segundo a Fairy Wicca, é isso que a caracteriza cada um de nós. Além disso, podem ser muito úteis na hora de manipular a energia nos trabalhos mágicos. Abaixo uma pequena correspondência dos 3 Selfs:

Self Jovem: representa a mente inconsciente, ao hemisfério direito do cérebro. Nos comunicamos com ele através de símbolos, imagens e sensações. É ele que nos impulsiona a seguir em direção de nossos sonhos mais recontidos e a arriscar. Está associado à energia elemental do corpo (Raith), já que é através dele que recebemos energia e vitalidade. O Self Jovem percebe o fluxo das energias e se comunica sem a necessidade de palavras. Ele trabalha com o mundo das puras sensações que podem ser visuais ou auditivas. O Self Jovem contém toda a memória das experiências passadas, que emergem através dos instintos. No corpo humano, sua força está concentrada no Chakra Básico. Sua energia é gerada através da água e ar puros, exercícios físicos, sexo e através do transe.
Self Discursivo: representa a mente consciente, o hemisfério esquerdo do cérebro. É ele que organiza o que é concebido pelo Self Jovem. Ele funciona através da análise. É com ele que julgamos, inquerimos, culpamos e nos deixamos culpar. É ele que forma a realidade escondida por trás das aparências, racionaliza e define as experiências sensoriais. Aqui se encontra presente os nossos instintos sociais e necessidades. No corpo humano sua força está concentrada no Chakra Cardíaco. Sua energia é gerada através da combinação da energia de todos os seres.
Self Profundo: é o Divino que existe dentro de cada um de nós e não há referências psicológicas para explicá-lo. O Self profundo representa o espírito, a essência, que existe além do matéria, espaço e tempo. Ele é a junção das polaridades. Ele é o espírito que nos impulsiona e guia. Está associado diretamente ao Self Jovem e indiretamente ao Discursivo. É através dele que estabelecemos conexão com o Divino e a possibilidade de conhecer o passado, presente e futuro. A sua força está concentrada em nossa aura e no nosso Chakra Coronário. Sua energia é gerada pelo Universo e ritos sagrados.

O Pentáculo de Ferro
O Pentáculo de Ferro é um dos principais símbolos, utilizados na Tradição das Fadas, para possibilitar que cada pessoa trabalhe suas habilidade mágicas. Através dele aprendemos a dar forma às energias, transformar-se e explorar os 5 pontos do nosso Pentáculo interno:
o Sexo: que é a energia Primal;
o Self: o nosso Eu;
o Paixão: as emoções;
o Orgulho: A auto-estima;
o Poder: O poder interior.
Cada um desses pontos está associado a uma ponta do Pentagrama e o intuito de trabalhar com o Pentáculo de Ferro é fazer com que as 5 pontas estejam em perfeito equilíbrio e harmonia. O Pentáculo de Ferro é apenas uma das 3 formas principais de desenvolver e fortalecer o poder em cada pessoa segundo esta Tradição. Além dele existem mais outras duas que são consideradas essenciais:

O Pentáculo de Pérola
Que possui as pontas do amor, sabedoria, conhecimento, lei e poder.

O Pentáculo de Chumbo
Que possui as pontas do nascimento, Iniciação, consumação, repouso e morte

Tradição Gardneriana: Fundada por Gerald Gardner nos anos de 1950 na Inglaterra. Esta tradição contribuiu muito para Arte ser o que é hoje. A estrutura de muitos rituais e trabalhos mágicos em numerosas tradições são originárias do trabalho de Gardner. Algumas das reivindicações históricas feitos pelo próprio Gardner e por algumas Bruxas Gardnerianas têm que ainda serem verificadas (e em alguns casos são fortemente contestadas), porém, esta Tradição apoiou muitas Bruxas modernas. Gerald B. Gardner é considerado "o avô" de toda a Neo-Wicca. Foi iniciado em um Coven de Newforest, na Inglaterra em 1939. Em 1951 a última das leis inglesas contra a Bruxaria foi banida (primeiramente devido à pressão de Espiritualistas) e Gardner publicou o famoso livro ”Witchcraft Today”, trazendo uma versão dos rituais e as tradições do Coven pelo qual foi iniciado.
Gardnerianismo é uma tradição extremamente hierárquica. A Sacerdotisa e o Sacerdote governam o Coven, e os princípios do amor e da confiança presidem. Os praticantes desta Tradição trabalham "Vestidos de Céu" (nus), além de manterem o esquema de Seita Secreta. Nos EUA e Inglaterra os Gardnerianos são chamados de "Snobs of the Craft" (Snobes da Arte), pois muitos deles acreditam que são os únicos descendentes diretos do Paganismo purista.Cada Coven Gardneriano é autônomo e é dirigido por uma Sacerdotisa, com a ajuda do Sacerdote, Senhores dos Quadrantes, Mensageiro, etc. Isto mantém o linhagem e cria um número de líderes e de professores experientes para o treinamento dos Iniciandos. A Bíblia Completa das Bruxas (The Witches Bible Complete) escrita por Janet e Stuart Farrar, como também muitos livros escritos por Doreen Valiente têm base nesta Tradição e na Tradição Alexandrina em muitos aspectos.

Tradição Hecatina: Uma Tradição de Bruxos que buscam inspiração em Hécate e tentam reconstruir e modernizar os rituais antigos da adoração a esta Deusa. É algumas vezes chamadas de Tradição Caledoniana ou Caledonii.

Bruxo Hereditário ou Tradição Familiar: Um Bruxo que normalmente foi treinado por um ente familiar e/ou pode localizar sua história familiar em outro Bruxo ou Bruxos. Os Bruxos Hereditários são pessoas que têm, ou supõem ter, uma ascendência Pagã (mãe, tia e avó são os alvos mais visados). A maioria dos Hereditários não aceitam a infiltração de outras pessoas fora de sua dinastia, porém algumas Tradições Familiares “adotam” alguns membros, escolhidos “a dedo” em seu segmento.

Bruxa de Cozinha: Uma Bruxa prática que é freqüentemente eclética enfoca e centra sua magia e espiritualidade ao redor do “forno e do lar”.
Seax-Wicca ou Wicca Saxônica: Fundada em 1973, pelo autor prolífico, Raymond Buckland que era, naquele momento, um Bruxo Gardneriano. Uma das primeiras tradições precursoras em Bruxos solitários e o auto-iniciados. Estes dois aspectos fizeram dela um caminho popular.
Bruxo Solitário: Uma pessoa que pratica a Arte só (mas pode se juntar às festividades de Sabbat em um Coven ou com outros Bruxos Solitários ocasionalmente). Um Bruxo Solitário pode seguir quaisquer das Tradições, ou nenhuma delas. A maioria de Bruxos ecléticos são Solitários.
Tradição Strega: Começou ao redor na Itália em 1353. A história controversa sobre esta Tradição pode ser achada em muitos locais e em muitos livros. Aradia ...Gospell of the Witches (Aradia...A Doutrina das Bruxas) é um deles.

Tradição Teutônica ou Nórdica: Teutônicos são um grupo de pessoas que falam o norueguês, fosso, islandês, sueco, o inglês e outros dialetos europeus que são considerados “idiomas Germânicos”. Um Bruxo teutônico acha freqüentemente inspiração nos mitos tradicionais e lendas, Deuses e Deusas das áreas onde estes dialetos se originaram.



Tradição Asatrú: Teve suas origens no Norte da Europa e é uma das facções das Tradições Teutônica e Nórdica. Esta Tradição é praticada hoje por aqueles que sentem uma ligação com os nórdicos e teutônicos e que desejam estudar a filosofia e religiosidade da antiga Escandinávia, através dos Eddas e Runas. Encoraja um senso de responsabilidade e crescimento espiritual, freqüentemente embasados nos conceitos atribuídos aos nobres guerreiros de tempos ancestrais.


Tradição Algard:
Uma americana iniciada nas Tradições Gardneriana e Alexandrina, chamada Mary Nesnick, fundou essa "nova" tradição que reúne ensinamentos de ambas tradições sob uma única insígnia.

Bruxaria Tradicional: Todo Bruxo tradicional dará uma definição diferente para este termo. Um Bruxo tradicional é aquele que freqüentemente prefere o título de Bruxo a Wiccano e define os dois como caminhos muito diferentes. Um Bruxo tradicional fundamenta seu trabalho mágico em métodos históricos da tradição, religiosidade e geografia de seu país.

Tradição Galesa de Gwyddonaid: Uma Tradição Galesa Céltica da Wicca, que adora o panteão galês de Deuses e Deusas. Gwyddonaid foi quem grosseiramente traduziu a ignóbil obra galesa "Árvore da Bruxa (Tree Witch)" e propagou esta forma de trabalhar magicamente.
As Tradições
Veja resumo por datas abaixo, respectivamente pela ordem: Ano de Fundação / Nome da Tradição e/ou Fundador.
1951 Gerald Gardner e seu Coven
1953 Tradição Traditionalist (Cochrane) Witchcraft
1954 Tradição Rhean.
1955 Tradição Boread.
1957 Tradição 'Brighton Coven Craft’
1963 Tradição Alexandrian Witchcraft
1964 Tradição 1734
1965 Tradição 'Sara Cunningham's Family’
1966 Tradição The Regency
1968 Tradição Ordem da Silver Crescent
1968 Ordem Majestic / Tradição Majestic.
1968 Tradição Church and School of Wicca.
1967 Tradição Alexandrian Witchcraft (Ramo Alemão)
1969 Tradição American / Mohsian
1970 Tradição Alexandrian Witchcraft (U.S.A.)
1970 Tradição Dianic (MacFarland) Witchcraft de Wicca Feminista
1970 Tradição Pagan Way Witchcraft
1970 Tradição American Celtic (Sheban)
1970 Tradição Sisterhood and Brotherhood of Wicca
1970 Tradição Du Bandia Grasail Line
1970 Tradição Church of the Eternal Source
1970 Tradição Sicilian Witchcraft (na América)
1972 Tradição Keepers of the Ancient Mysteries
1972 Tradição Seax-Wicca
1973 Tradição Kingstone
1973 Tradição Americana da Assembly of Wiccan
1973 Tradição Open Goddess Tradition
1973 Tradição Druidic Craft of the Wise
1974 Tradição Dianic Feminist Witchcraft
1974 Tradição Isian
1974 Tradição Western Isian
1974 Tradição Algard Witchcraft
1974 Tradição American Traditional Witchcraft
1975 Tradição Blue Star Witchcraft
1975 Tradição Minoan Brotherhood
1975 Tradição Maidenhill Tradition
1975 Tradição Ganymede/Chthonioi branch
1975 Tradição Gardnerian-Eclectic Witchcraft
1975 Tradição Halifax
1975 Tradição Ravenwood
1976 Tradição Cerridwen
1976 Tradição Glainn Sidhr Witchcraft
1976 Tradição 'The Tradition'
1976 Tradição The Roebuck / Ancient Celtic Church
1977 Tradição Temple of Danann
1978 Tradição Hyperborean
1978 Tradição Celtic Wicca (Nossa Senhora do Encantamento)
1979 Tradição Odyssian Tradition (Wiccan Church of Canada)
1980 Tradição Unicorn
1980 Tradição Minnesota Church of Wicca
1980 Tradição Celtic Traditionalist (Fox woods) Witchcraft
1982 Tradição Minoan Sisterhood
1982 Tradição Alexandrian Witchcraft (Irlanda)
1983 Tradição Aquarian Tabernacle
1984 Tradição Communitarian Witchcraft / Wicca Communitas
1983 Tradição Windblown
1985 Tradição New Albion
1985 Tradição Pagans for Peac
1985 Tradição Pagan Way Witchcraft
1985 Tradição Caledonii Tradition
1986 Tradição do NFG branch
1986 Tradição Rainbow Wheel
1986 Tradição North wind
1986 Tradição Sacred Grove
1987 Star Kindler
1987 Tradição Star Kindler
1990 Tradição Eleusinian Tradition
1990 Tradição Blackring Witchcraft
1990 Tradição Serpentstone
1990 Tradição Star Sapphiran
1990 Tradição Crystal Moon
1990 Tradição Chthonian Tradition
1990 Tradição Ceili Sidhe
1991 Tradição Protean
1991 Tradição Neo-Alexandrian Witchcraft (Canadá)
1991 Tradição Black Forest
1991 Tradição Protean
1991 Tradição Califórnia Gardnerian (CalGard) Witchcraft
1992 Tradição Tuatha De Danann Tradition
1993 Tradição Daoine Coire
1994 Tradição Cornfield Tradition
1996 Tradição Aglaian
1996 Tradição Reformada
1996 Tradição Oldenwilde Traditional Witchcraft
1997 Tradição Knight Phases
1997 Prytani Tradition (Clan Ragan)
1997 Tradição Morganan Tradition
1997 Tradição Elemental Spirit
1977 Tradição Brighton Traditional Craft
1997 Tradição Dragon's Weave
1998 Tradição Earthwise
1998 Tradição Evergreen Tradition.

17 outubro, 2007

O Preconceito


A chave para enfrentar o preconceito é, como sempre, a coragem de assumir as diferenças.


E a coragem de assumir uma postura de vida realmente democrática, onde se aceite o conviver na diversidade.


Isso é o modo de viver de uma verdadeira Bruxa: respeitar e ser respeitada, em uma sociedade pluralista e livre, onde ela exerce, como qualquer outra, o direito à cidadania.


Respeito se conquista com educação das pessoas que nada sabem sobre nós, mesmo se esse for o trabalho de mais de uma geração.


Também se conquista com a demonstração do que é a Bruxaria pela nossa própria vida, com a harmonia tranqüila de quem realmente conhece os Deuses.


Não precisamos convencer ninguém, mas a nossa visibilidade social é a única garantia de que os tempos da fogueira jamais voltarão.

15 outubro, 2007

Deus na Escola (VETADO)




Governo veta projeto de lei "Deus na Escola" em São Paulo




O governador de São Paulo, José Serra, vetou o projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa que implementava o ensino religioso como atividade extracurricular e facultativa no ensino fundamental da rede estadual.

fontes: FolhaOnline e G1

13 outubro, 2007

Por que nos dizemos bruxos e bruxas?


O termo bruxaria é um termo que sempre desperta reações. Ele está tão associado a coisas "escuras e maléficas" que algumas pessoas questionam se devíamos mesmo usar este termo para identificar estas práticas neopagãs que fazemos uso, como instrumental de nossa ligação com a DEUSA.
Mas voltemos ao passado, vamos voltar ao tempo em que mulheres e homens diferentes, que incomodavam os poderes estabelecidos, eram cruelmente torturados.
Poucos percebem que a tortura, para confessar bruxaria, era uma tortura similar a que os serviços secretos ainda usam hoje, para extrair informações sobre as reais práticas dos que eram depois sacrificados a fogueira, num ritual necromante, para imprimir na anima mundi, na alma do mundo, um medo à magia, ao conhecimento dos povos naturais.


07 outubro, 2007

Ser Bruxa (o)


É ser uma pessoa sensível, às vezes, muito mais do que se gostaria de ser. Não é ser paranormal, nem ter superpoderes, nem ser adivinho, ou sequer lidar com oráculos, como o tarô, as runas ou qualquer outro.
Ser bruxo é amar o feminino em harmonia com o masculino. É potencializar o melhor dessas duas polaridades e compreender que são interdependentes e complementares.
Às vezes é ser meio "bicho esquisito", sim. Não acredito que se interessem por Bruxaria, e, menos ainda que sejam bruxas, pessoas muito convencionais, muito adaptadas ao padrão social. Até porque, a Bruxaria é uma religião mais solta, menos dogmática, não hierarquizada, que responsabiliza a nós mesmos pela nossa vida, que nos ensina a buscar o contato direto com os Deuses, e não delegar poder a outros sacerdotes que não sejam nós mesmos, e a maioria das pessoas não querem isso.
Os verdadeiros bruxos e bruxas não precisam que nenhuma organização lhes outorgue o título, lhes reconheça como tal. Até por que isso é a maneira patriarcal, cartesiana de se organizar e de agir, que nada tem a ver com esse novo-velho modo de agir que tentamos resgatar, que é uma visão de mundo e uma atitude mais ligada à Deusa, ao feminino e ao masculino adulto, e não ao masculino infantil representado pelo patriarcado.
Os que ainda se prendem a tais bobagens não são os verdadeiros bruxos; podem até ser os que se encontra com mais facilidade, mas isso é bem diferente.
São os que ainda não entenderam bem a fundo a magnitude da mudança proposta pela Wicca.

A Bruxaria está para ocultismo como o punk está para o rock. Faz parte dele, mas diferencia-se pela rebeldia, pelo "faça você mesmo", em oposição a métodos rígidos, ao virtuosismo, ao racionalismo, ao modo de pensar patriarcal que se baseia em conhecimento teórico em detrimento ao conhecimento emocional, visceral. Ou seja, saia da platéia e vá para o palco, ainda que você só saiba três acordes.
Expresse-se! O mais importante para um bruxo é o amor. O amor acima de tudo.
Ser bruxo é respeitar que muitos pensam de forma diferente disso, e nem assim devem ser inimigos, pois a tolerância religiosa e o respeito à diversidade são cruciais para todos nós, seres humanos. O nosso ponto de vista é o melhor apenas para nós; o do outro é, certamente o melhor para ele e tudo bem se continuar sendo, pois não podemos nem tencionamos fazer proselitismo. Apenas todos devem poder se expressar livremente e ser respeitados. Isso é um dos primeiros aprendizados espirituais, não só da Wicca, pois eu disse "espiritual" e não "religioso"; uma das coisas muito bonitas que eu encontrei na
Wicca foi esse ensinamento de não promover a religião, e sim, deixar que as pessoas se atraiam por ela naturalmente, se tiver que ser.
Hoje sei que ser bruxo não é para qualquer um, não. Já pensei que quem quisesse poderia se tornar um, descobri que não. Precisa de um dom, sim. Mas não quero dizer com isso que sejamos só melhores por termos esse dom, podemos ser piores, em muitos aspectos, pois sofrem mais as pessoas mais sensíveis. Preocupo-me com as pessoas que querem ser bruxas por achar que todos os seus problemas se resolverão, ou que isso lhes dará um motivo para empinar os narizes e se acharem melhores que outros... E preocupo-me também pelos que se deixam iniciar por outrem, apenas por acharem que isso é o correto, que suas iniciações precisam ser reconhecidas por tal organização. Eu, já tendo passado por ambas, não acredito em outra forma de iniciação mais poderosa do que a auto iniciação.

Com um acompanhamento de um Wicca mais experiente, sim, mas o momento é solitário. A experiência é muito mais forte se você estiver sozinho. É como um parto, o médico ajuda, mas foi ele que lhe deu a vida? É ele que legitima sua existência? Que lhe dá seu sobrenome? Então, porque se preocupar com quem iniciou quem lhe iniciou? Uma linhagem?! Uma tradição? Que tolice. Tem gente que chega a inventar seu histórico na Wicca pra se sentir mais "legítimo". Isso é ridículo demais.
O que precisamos ter é pelas pessoas que, na vida real, nos orientaram e transmitiram seus conhecimentos a nós; nossos professores sempre devem ser lembrados com carinho e muito respeito. Não importando se eles foram homens ou mulheres, dessa ou daquela nacionalidade, tradição ou nível de instrução. E mesmo que eles não sejam mais nossos amigos, pelos desvios de percursos naturais, jamais devemos negá-los. Ninguém aprende nada totalmente sozinho, precisamos sempre do outro para alguma coisa. Ainda assim, paradoxalmente, a nossa única preocupação deve ser criar sua própria tradição e ser o seu único seguidor. Essa é a realidade última da magia e da vida.
Esse é o segredo. Ou era para quem souber entender.


Claudia Hauy

06 outubro, 2007

Encantamento de Sintonia com a Deusa



Grande Mãe! 
É teu nome que invoco!
E pelo poder dos quatro elementos, água, fogo, terra e ar,
pela quintessência e pelo Consorte,
peço a graça de:
ser teu reflexo entre os homens e mulheres da Terra.
Que eu veja o mundo com seus olhos.
Que eu tenhar a iniciativa para guiar meu caminho pela estrada mais correta.
Conquistar sua proteção.
Fazer o que quiser, sem prejudicar ninguém.
Ter clareza para discernir a luz da treva.
Alcançar com êxito meus desígnios.
Preservar meus amigos.
Respeitar todo ser vivo na face da Terra e fora dela.
Levar o amor dentro e fora de mim.
Ter o amor mágico em meu corpo, alma e espírito.
Ser a virgem, a amante, a mãe, a sábia, ter mil nomes.
Expandir idéias e sentimentos em todos os corações.
Ter estabilidade em todos os níveis.
Lidar adequadamente com mudanças inesperadas.
Conquistar abundância e prosperidade em todos os níveis.
Ter em mim o poder da transmutação.
E também o encanto da sedução e da paixão.
Que eu possa sempre atravessar as brumas,
as fronteiras do tempo e do espaço
e que se revele o que me é permitido.
Pela Deusa eu caminho.
E nas mãos Dela entrego minha vida.
MEU CORPO É A DEUSA.
MINHA MENTE É A DEUSA.
MINHA ALMA É A DEUSA.
E ASSIM É.

Tatiana Menkaiká

Hino ao Sol




Este texto foi escrito por Akenaton (Aquele que agrada a Aton), também conhecido como Amenófis IV. Aton é uma das variantes do nome do deus Sol.

No canto, é possível ler a seguinte descrição: "... E assim ocorreu que, encontrando-se o faraó na caça do leão, em pleno dia, seus olhos avistaram um disco brilhante pousado sobre uma rocha, e o mesmo pulsava como o coração do faraó, e seu brilho era como o ouro e a púrpura. O faraó se colocou de joelhos ante o disco" . Nesse canto, no Ill Hino, o faraó continua a narração dizendo: " ... Oh!, disco solar que com teu brilho ofuscante pulsas como um coração e minha vontade parece tua. Oh!, disco de fogo que me iluminas e teu brilho e a tua sabedoria são superiores à do Sol."

Depois dessa visão, o faraó mudou seu nome para Akenaton e decidiu transformar a religião egípcia: de politeísta (crença em vários deuses) em monoteísta (crença em apenas um ser supremo). E escolheu como deus supremo Aton, o deus sol.

Os sacerdotes protestaram, mas enquanto Amenófis IV estivesse no poder, ninguém poderia fazer nada. Após sua morte, o Egito voltou a ser politeísta, e os sacerdotes amaldiçoaram Akenaton, apagando todos os vestígios de sua existência.



"Adoração de Harakhte que se alegra no horizonte,
No seu nome de Luz que está em Aton, vivendo eternamente para sempre,
E do Aton vivo que está em festa, senhor de tudo aquilo que circunda Aton
Senhor do céu, senhor da terra, senhor da Casa de Aton em Akhet Aton
Rei do Vale e rei do Delta que vive da verdade (Ma'et);
Senhor dos Dois Países, Nefer-kheperu-Rá Ua'-en'Rá
Filho de Rá que vive da verdade (Ma'et)
Senhor das coroas Akhenaton sublime de duração;
E da grande esposa real que ele ama,
A senhora das Duas Terras Nefer-nefru-Aton Nefertite,
Viva, sã, jovem eternamente para sempre.


Ele diz:


Tu surges belo no horizonte do céu
Ó Aton vivo, que deste início ao viver.
Quando te ergues no horizonte oriental, todas as terras enches de tua beleza.
Tu és belo, grande, resplandecente, excelso sobre todo o país;
Os teus raios iluminam as terras
Até o limite de tudo o que criaste.
Tu és Rá e conquistas até o seu limite.
Tu as unes para teu filho amado.
Tu estás longe, mas os teus raios encontram-se sobre a Terra,
Tu estás diante (da gente), mas eles não vêem o teu caminho.


Quando tu vais em paz ao horizonte ocidental,
A terra fica na escuridão como morta
Os que dormem encontram-se em suas camas,
As cabeças cobertas com mantas,
Um olho não vê o outro.
Se roubassem seus bens que se acham debaixo de suas cabeças,
Eles nem perceberiam.
Todos os leões saem de suas cavernas;
Todas as serpentes, elas mordem.
A escuridão é (para eles) claro.
Jaz a terra em silêncio.
Seu criador repousa no horizonte.


Na aurora tu reapareces no horizonte.
Resplandeces como Aton para o dia sereno.
Tu eliminas as trevas e lanças teus raios.
As Duas Terras estão em festa:
Acordadas e atentas sobre os dois pés.
Tu as fizestes levantar.
Lavam os seus membros,
Pegam as suas roupas,
Os seus braços estão em adoração ao seu nascimento.
A terra inteira se põe a trabalhar.
Todo animal goza de sua pastagem.
Árvores e relvas verdejam.
Os pássaros voam de seus ninhos,
Com as asas (em forma de) adoração à tua essência (ka),
Os animais selvagens pulam em seus pés.
Aqueles que vão embora, aqueles que pousam,
Eles vivem quando tu te levantas para eles.
As barcas sobem e descem a corrente
Porque todos os caminhos se abrem quando tu surges.
Os peixes do rio movem-se deslizando em tua direção
Os teus raios chegam ao fundo do mar.


Tu que procuras que o germe seja fecundado nas mulheres,
Tu que fazes a descendência nos homens,
Tu que fazes viver o filho no seio de sua mãe,
Que o acalentas para que não chore,
Tu, nutriz de quem ainda está no colo,
Que dás o ar para fazer viver tudo o que crias.
Quando cai do colo para a terra o dia do nascimento,
Tu lhe abres a boca para falar
E provês as suas necessidades.


Quando o pintinho está no ovo (loquaz na pedra)
Tu ali dentro lhe dás o para viver.
Tu o completas para que quebre a casca
E dela sai para piar e completar-se
E caminhe com seus dois pés recém-nascidos.


Quão numerosas são as tuas obras!
Elas são irreconhecíveis aos olhos (dos homens)
Tu, Deus único, afora de Tu nenhum outro existe.
Tu criaste a Terra ao teu desejo,
Quando Tu estavas só,
Com os homens, o gado, e todos os animais selvagens.
E tudo o que dá sobre a Terra - e anda sobre seus pés -
E tudo aquilo que está no espaço - e voa sobre suas asas.
E os países estrangeiros, a Síria, a Núbia, e a terra do Egito.
Tu colocaste todo homem em seu lugar,
Proveste as suas necessidades,
Cada um com o seu alimento


E é contada sua duração em vida.
As suas línguas são ricas de palavras,
E também seus caracteres e suas peles.
Tens diferenciado os povos estrangeiros.
E feito um Nilo Duat (isto é, o mundo subterrâneo)
Leva-o aonde queres para dar vida às pessoas,
Assim como tu as criaste.
Tu, senhor de todas elas,
Que te cansas por elas,
Ó Aton do dia, grande em dignidade!


E todos os países estrangeiros e distantes,
Tu fazes que também eles vejam.
Puseste um Nilo no céu que desce para eles (isto é, a chuva)
E que faz ondas sobre os montes como um mar
E banha seus campos e suas regiôes.
Quão perfeitos os teus conselhos todos,
Ó Senhor da eternidade!
O Nilo do céu é teu (presente) para os estrangeiros
E para todos os animais do deserto que caminham sobre os pés:
Mas o Nilo verdadeiro vem de Duat para o Egito.


Os teus raios trazem a nutrição para todas as plantas;
Quando Tu resplandeces, elas vivem e prosperam para ti.
Tu fazes as estações
Para que se desenvolva tudo o que tu crias:
O inverno para refrescá-las,
O ardor para que te degustem.


Tu fizeste o céu distante
Para brilhares nele
E para ver tudo, Tu único
Que resplandeces na forma de Aton vivo,
Nascido é luminoso, distante e também vizinho.
Tu apresentas milhões de formas de Ti, Tu único:
Cidades, povoados, campos, caminhos, rios.
Todo olho vê a ti diante de si
E tu és o Aton do dia sobre (a Terra).


Quando te afastas
E (dorme) todo olho do qual criaste a visão
Para não te ver sozinho.
(e não se verá mais) o que tu criaste,
Tu estás (ainda) no meu coração.
Não há nenhum outro que te conheça
Exceto o teu filho Nefer-kheperu-Rá Ua-en-Rá
Tu fazes com que ele seja instruído em teus ensinamentos e em teu valor.
A Terra está em tua mão
Como tu a tens criado.
Se tu resplandeces, eles vivem,
Se tu te pões no horizonte, eles morrem;
Tu és a própria duração da vida.
E se vive de ti.


Os olhos vêem beleza, enquanto Tu não te pões.
Deixa-se todo trabalho quando Tu te pões à direita (isto é, no Ocidente).
Quando tu resplandeces, dás vigor ao rei,
E agilidade para todos
Desde quando fundaste a Terra.


Tu te levantas para o teu filho
Que saiu do teu corpo
O rei do Vale e do Delta que vive da verdade,
O Senhor dos Dois Países Nefer-kheperu-Rá
O filho de Rá que vive da verdade,
O Senhor das coroas Akhenaton
Sublime de duração de vida:
E da grande esposa real, a senhora dos Dois Países Nefer-neferu-Aton Nefertite
Viva, jovem para sempre na eternidade."


"A Literatura Egípcia"

05 outubro, 2007

Deus na Escola


Foi aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Projeto-de-Lei que institui a adoção do Manual "Deus na Escola".


O ensino religioso é facultativo nas escolas de ensino fundamental do Estado.


Para entrar em vigor, o projeto precisa da sanção do governador do Estado, José Serra.
Se você NÃO está de acordo com esse Projeto-de-Lei e defende a separação entre Estado-Igreja, preencha o formulário abaixo para encaminhar a manifestação.


Sua manifestação será enviada diretamente ao e-mail do Governador José Serra e da Secretária de Educação do Estado de São Paulo, Dra. Maria Helena Guimarães de Castro.



Enviem URGENTEMENTE para sua rede de contatos.

Formulario para assinar : aqui
Fontes: 1 e 2