15 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "D"

Daemon Daimon_Nas obras herméticas originais e nos clássicos antigos, esta palavra tem um significado idêntico ao de “deus”, “anjo” ou “gênio”.


Dee, John_Dee perscrutou os mundos da ciência e da magia. Um dos homens mais instruídos de seu tempo, já lecionava na Universidade de Paris antes de completar trinta anos. Era um divulgador entusiasmado da matemática, um astrônomo respeitado e um perito em navegação, treinando muitos daqueles que conduziriam as viagens exploratórias da Inglaterra. Ao mesmo tempo, estava profundamente imerso na filosofia hermética e na chamada magia angélico-cristã e devotou a última terça parte de sua vida quase que exclusivamente a este tipo de estudo. Para Dee e para muitos de seus contemporâneos, estas atividades não eram contraditórias, mas aspectos de uma visão consistente do mundo.


Demiurgo_ A palavra Demiurgo significa “Construtor, Artífice” e é habitualmente referida, em termos cosmogónicos, relativamente ao surgimento e formação dos Universos. Foi usada por antigos e notáveis filósofos gregos, nomeadamente por Platão e, a partir daí, por diferentes escolas e autores, com maior ou menor propriedade. Visto que Platão expôs, na medida do possível, e sob os necessários véus, partes relevantes da Ciência Espiritual, é normal que, na exposição da Cosmogonia Oculta, se recorra por vezes a essa palavra.
Poder-se-á imediatamente pensar que “Demiurgo” designa, então, o Deus-Pai Criador de tudo quanto existe; porém, essa é uma formulação simplista e incorreta, que não pode, sem mais, ser subscrita pela Sabedoria Esotérica.


Dervixes_Também chamados de sufis, os dervixes são seguidores do Sufismo, vertente mística do Islã que surgiu no século 7 junto com a doutrina do profeta Muhammad. Inicialmente, os dervixes eram ascetas radicais, que abandonaram a vida material em nome de um completo aprofundamento na fé.
Só mais tarde começaram a se agrupar em irmandades, com características distintas entre si, mas sempre tendo por bandeira o crescimento interior como forma de integração com o criador.
"Enquanto um islâmico comum pode orar a Deus por obrigação, o sufi tem por objetivo unir-se a Ele", diz sheik Muhammad Ragip, representante da ordem dervixe turca Halveti Jerrahi no Brasil. Segundo ele, porém, o fato de relegarem os aspectos materiais não os torna superiores.
"Cada um tem uma função destinada por Deus. O fiel que se preocupa mais com a matéria, mas segue o Corão, também será recompensado por Allah", afirma sheik Ragip.
Além do estudo do Corão, os dervixes têm várias práticas voltadas para o autoconhecimento e a conexão com o Sagrado. Um dos rituais mais conhecidos é o Sama, no qual os místicos giram durante horas, atingindo um profundo estado de transe devocional.
No Sama, há orientações específicas quanto às posturas que o fiel deve adotar: por exemplo, deve-se girar apenas em sentido anti-horário, com a mão direita voltada para o céu e a esquerda para o chão - segundo crêem, dessa forma o poder de Deus o ritual mais conhecido dos dervixes é o Sama, a chamada oração em movimento, em que os fiéis giram por horas, entrando em êxtase profundo entra pela palma da mão direita, passa pelo corpo e então sai pela palma da outra mão, difundindo-se pela terra.


Dionísio_ Deus grego equivalente ao romano Baco, especificamente deus do vinho, das festas, do lazer, do prazer, do pão e mais amplamente da vegetação, um dos mais importantes entre os gregos e o único deus filho de uma mortal. Seu culto deve ter vindo da Trácia, Lídia ou Frígia para a Grécia aproximadamente no oitavo século a.c. e onde inicialmente com sua forma de touro, freqüentemente liderava as Maenads barulhentas, bacantes, sátiros, ninfas e outras figuras disfarçadas para os bosques. Eles dançavam, esquartejavam animais e comiam suas carnes cruas, em um ritual que originalmente nada tinha a ver com o vinho. Outro animal cuja forma era assumida por ele era o cabrito. Isso porque para salvá-lo do ódio de Hera, seu pai, Zeus, o transformou nesse animal e quando os deuses fugiram para o Egito para escapar da fúria de Tifon, foi transformado em um bode. Assim, seus adoradores cortavam em pedaços um bode vivo e o devoravam cru, acreditando estar comendo a carne e bebendo o sangue do deus. se estabeleceu inicialmente com muitas restrições, principalmente da aristocracia. Apenas gradualmente é que foram os componentes licenciosos e fálicos do culto moderados, de forma que tomou um lugar seguro na religião dos gregos, inclusive é observado que Homero não o citou como um dos grandes deuses olímpicos. Era filho de Zeus e da princesa Sêmele, filha de Cadmo e Harmonia. Descoberta mais uma traição de Zeus, a sua enciumada esposa Hera disfarçou-se de Beroe e convenceu Sêmele de que ela deveria pedir uma prova de que seu amante era realmente Zeus. Ela dirigiu-se ao amante e ele prometeu que qualquer coisa que ela pedisse lhe seria atendido. Porém ela, como mortal, selou seu destino quando pediu ao seu amante, caso ele fosse o verdadeiro Zeus, que viesse ter com ela vestido em todo seu esplendor, tal como andaria no Olimpo. Como era um juramento divino, Zeus lançou-se ao alto, juntou as névoas obedientes e as nuvens de tempestade, relâmpagos, ventos e trovões, e o corpo mortal de Sêmele não foi capaz de suportar todo aquela carga de energia celestial e ela foi queimada até as cinzas. Seu bebê, ainda incompleto, saiu do útero de sua mãe, e alojou-se na coxa de seu pai, até que se completasse a sua gestação e depois o pai enviou o bebê para ser criado pelo casal Ino, sua tia, e Atamas. Entretanto, Hera descobriu que o bebê havia nascido e que estava sendo criado escondido dela e, indignada, levou Atamas à loucura. Atamas caçou o próprio filho, Learcus, como se fosse um veado, matando-o, e Ino, para livrar seu outro filho, Melicertes, da loucura do pai, o atirou ao mar, onde foi transformado no deus do mar Palaemon, em homenagem a quem Sísifo instituiu os jogos do Istmo. Finalmente, Zeus iludiu Hera transformando-o em um cabrito, e Hermes o levou para ser criado pelas ninfas de Nisa, na Ásia, quem Zeus posteriormente transformou em estrelas, dando-lhes o nome de Híades. Quando ele cresceu, descobriu a videira e também a maneira de extrair da fruta o seu suco e transformá-lo em vinho e passou a ensinar a cultura da uva.

Ele foi o primeiro a plantar e cultivar as parreiras, a poda dos seus galhos e o fabrico da bebida e assim o povo passou a cultuá-lo como deus do vinho.

Ensinando sua arte o deus vagou pela Ásia e foi até a Índia, chegou até Cibela, na Frígia, onde a deusa Réia, mãe dos deuses, o purificou e o ensinou os ritos de iniciação e, então, se dirigiu à Trácia. Na sua volta à Grécia, puniu quem se interpôs em seu caminho e triunfou sobre seus inimigos além de se salvar dos perigos que Hera estava sempre colocava em seu caminho e instituiu seu próprio culto. Mais tarde ele resgatou a mãe Sêmele dos ínferos e a levou ao Olimpo, onde Zeus a transformou em deusa. Nas lendas romanas, tornou-se Baco, que se transformou em leão para lutar e devorar os gigantes que escalavam o céu e depois foi considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses. Mais tarde, seu culto se tornou tão difundido que veio a ser cultuado em um momento histórico particular, até mesmo em Delfos, o santuário-chefe de Apolo.

Nos festivais realizados em sua homenagem, que eram basicamente festas da primavera e do vinho, também foi acrescentadas performances dramáticas, especialmente em Atenas, de forma que seu culto pode ser visto ligado ao gênero dramático. Em geral é representado sob a forma de um jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça, e, na outra, um dardo enfeitado com folhagens e fitas. Também aparece com o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, com uma coroa de pâmpanos na cabeça e dirigindo um carro puxado por leões. Suas seguidoras embriagadas eram chamadas de bacantes e é considerado também o deus protetor do teatro. Em sua honra promoviam-se festas dionisíacas e os ditirambos, que nas origens do teatro grego eram uma espécie de canto coral constituído de uma parte narrativa, recitada pelo cantor principal, ou corifeu, e de outra propriamente coral, executada por personagens vestidos de faunos e sátiros, considerados companheiros desse deus.


Druidas_Os Druidas eram sacerdotes e sarcedotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade: a Deusa. Mas eles sabiam que todas as nossas idéias a respeito da divindade eram apenas parciais e imperfeitas percepções do divino. Assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais seriam que aspectos de um só Ser supremo - qualquer que fosse a sua denominação - vistos sob a ótica humana.

Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais de suas cerimônias. Os druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da Europa ocidental, incluindo a Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do extremo norte da península ibérica (Portugal e Espanha). Dominavam muito bem todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatônicos. A mulher tinha um papel preponderante na cultura druídica, pois era vista como a imagem da Deusa, detentora do poder de unir o céu a terra. Assim, o mais alto posto na hierarquia sacerdotal druídica era exclusividade das mulheres.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "C"

Cabala_ A Cabala é um método simples e preciso que averigua e define a posição do ser humano no universo.
A sabedoria da Cabala nos diz por que o homem existe, por que nasce, por que vive, qual é o propósito de sua vida, de onde vem e para onde vai quando completa sua vida neste mundo.
A Cabala é um método para alcançar o mundo espiritual. Ensina-nos sobre ele, e ao estudá-lo vamos desenvolvendo um sentido adicional. Com a ajuda deste sentido podemos estabelecer contato com os mundos superiores.
A Cabala não é um estudo abstrato ou teórico, mas pelo contrário, muito prático. O homem aprende sobre si mesmo, quem é e como é. Aprende o que deve fazer agora para mudar, etapa por etapa, passo a passo. Enfoca seu estudo para seu próprio interior.
Toda a experimentação se realiza sobre si mesmo, em si mesmo. É por isso que a Cabala se denomina “A Sabedoria Oculta”. Através dela, a pessoa experimenta mudanças internas, que só esta sente ou sabe que estão acontecendo. É uma atividade, própria, específica e peculiar, ocorre no interior do ser humano.
A palavra “Cabala” se deriva do verbo em hebreu “lekabbel”, isto é, receber. A Cabala descreve os motivos das ações como “o desejo de receber”. Este desejo se refere à recepção de diversas classes de influências. Para isso, cada um está disposto, em geral, a investir um grande esforço. A questão é: Como alcançar o máximo de influências pagando o preço mínimo? Cada um tenta responder a esta pergunta a sua maneira.
Este desejo de receber se desenvolve e cresce de acordo a uma ordem determinada. No início, procura o prazer dos sentidos, depois vai atrás do dinheiro e a honra. Um desejo ainda mais poderoso retorna sedento de poder.
Talvez depois desenvolva a busca da espiritualidade, a qual representa a cúspide da pirâmide. Quem reconhece quão grande é esta meta, começa a buscar os meios para alcançá-la. Ao passar pelos períodos do desejo, a pessoa se familiariza com suas habilidades e limitações.
A Cabala se ocupa do que não podemos capturar nem controlar. Não sabemos como são criados os sentimentos. Maravilhamos-nos ante as experiências do doce, o amargo, o agradável, o áspero, etc. Não conseguimos construir instrumentos científicos para examinar nossos sentimentos, nem sequer no campo da Psicologia, da Psiquiatria e demais ciências humanas. Os fatores da conduta permanecem ocultos a nosso entendimento.
A Cabala é como a matemática dos sentimentos; toma todos nossos sentimentos e desejos, os divide e dá uma fórmula matemática exata para cada fenômeno, a cada nível, para cada tipo de compreensão e de sentimento. É um trabalho de sentimentos combinados com intelecto.
Para os principiantes, a cabala utiliza geometria, matrizes e diagramas. Os que avançam encontrarão uma ciência exata que examina os sentimentos. Ao estudar, sentirão cada sentimento, e ao mesmo tempo o compreenderão. Saberão que nome lhe dar, segundo seu poder, direção e caráter.
A sabedoria da Cabala é um método antigo e provado, mediante o qual o ser humano pode receber uma consciência superior, alcançando a espiritualidade. Este é seu objetivo real no mundo. Se alguém sente um desejo e um anelo de espiritualidade, poderá dar-lhe leito mediante a sabedoria da Cabala, outorgada pelo Criador.
A palavra “Cabala” descreve a meta do cabalista: alcançar tudo aquilo do que o ser humano seja capaz, como ser pensante, a mais elevada de todas as criaturas.
A Astrologia Cabalística emprega o arquétipo da ARVORE DA VIDA para dar luz sobre as tendências mais importantes da personalidade de um ser humano concreto e assim ajudar-lhe a se conhecer para potencializar as boas tendências e metamorfosear as más.
Em nosso caso trabalhamos com a Cabala hebréia cristianizada por considerar que o MISTÉRIO DO GOLGOTA produz uma nova situação no planeta e novas possibilidades para o gênero humano.
Para aqueles que sua ARVORE DA VIDA lhes mostra um THIFERET muito ativo a eleição de um caminho espiritual avaliado pela Tradição ou a eleição de um caminho iniciativo será da maior importância. Mas, muitos caminhos iniciativos - os genuínos- também costumam ter um fundamento na Cabala.

Cabiros_Os cabiros (kábeiroi, em grego), são deuses ctônicos, propiciadores da fertilidade e das riquezas. Costumam ser representados com martelos e tenazes, como auxiliares de Hefesto e deuses do fogo e da metalurgia e usando barretes pontudos.
Seu nome pode estar relacionado ao do deus indiano Kubera, ao grego kóbalos (espécie de pequenos dáimones), ao eslavo antigo kobi ("espírito protetor"), ao alemão Kobold, ao francês gobelin e ao inglês goblin, palavras aproximadamente equivalentes a "duende".
Seu santuário mais famoso se localizava na Samotrácia, embora seu culto se ramificasse por várias regiões, chegando até mesmo a Mênfis, segundo Heródoto. Embora a origem e a natureza dessas divindades menores sejam interpretadas de maneiras diversas pelos mitógrafos antigos, os Cabiros, segundo a tradição mais comum, eram quatro.
Passavam por filhos de Hefesto e Cabiro ou, segundo outras versões, Hefesto, unindo-se a Cabiro, foi pai de Casmilo, tendo este gerado os outros três: Axiero, Axioquersa e Axioquerso, identificados respectivamente com Hermes, Deméter, Perséfone e Hades. Seus locais de culto, além da Samotrácia, encontravam-se em Lemnos, Imbros e nas vizinhanças de Tebas.
Como divindades de mistérios, não podiam ser invocados impunemente, a não ser por iniciados. Integravam normalmente o cortejo de Hera, a protetora dos amores legítimos, já que o ápice de uma iniciação, télos ho gámos, é exatamente o casamento.
Após a época clássica, os Cabiros se tornaram, como os Dióscuros, Cástor e Pólux, os protetores da navegação, daí o conselho de Orfeu para que os argonautas se iniciassem nos mistérios da Samotrácia.

Cacto_grupos de plantas se tornaram especialistas em viver nas regiões secas, entre os quais estão os cactos – plantas da Família das Cactáceas. Mesmo atravessando longos períodos sem chuvas, eles conseguem permanecer verdes e vigorosos.

Suas formas são variadas, a maioria tem espinhos e alguns dão flores muito vistosas, atraindo insetos, pássaros e até morcegos!

Quanto aos tamanhos, podem ser pequenos (com dois centímetros de altura, por exemplo) ou ter até dez metros de altura. Algumas espécies dão frutos comestíveis. É o caso do cacto mexicano Opuntia Ficus-indica, que produz o conhecido figo-da-índia. Apesar de 92% de sua estrutura ser composta por água, a presença do cacto indica sempre um solo pobre e seco.

Cagliostro, Alessandro_uma das mais contraditórias e expressivas personalidade dos bastidores espiritualistas do "século das luzes". Nascido em 1748, sua curta e intensa existência encerrou a transição de um longo ciclo de obscurantismo e o alvorecer de novas e sublimes luzes espirituais. Suas curas eram extraordinárias. Oferecer de graça o que de graça recebera, era o seu lema, jamais aceitando qualquer tipo de pagamento pelos benefícios prestados, ao contrário, distribuindo os próprios bens aos necessitados que o cercavam. Críticos historiadores infensos ao novo espiritualismo nascente, o próprio processo inquisitorial que Roma cuidadosa e paciente preparou contra Cagliostro para poder matá-lo, atestam o seu grande poder metapsíquico.

"Ele e seus companheiros foram acusados de ter preparado com sortilégios essa revolução, a queda da Bastilha, a perseguição do clero, etc. Mas o certo, que ressalta da própria sentença do Papa, é que Cagliostro foi apenas clarividente como Gazzotte e a senhora Lille, que no mesmo período profetizaram os diversos acontecimentos que se iam dar".

Em 26 de agosto de 1795, a Revolução Francesa, prevista por ele, encontra-o agonizante, em coma, encarcerado no Castelo de Sant´Angelo, em Roma, pelo crime de ser médium.

Caldéia_A Caldeia era uma região no sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A região da Caldéia é uma vasta planície formada por depósitos do Eufrates e do Tigre, estendendo-se a cerca de 250 quilômetros ao longo do curso de ambos os rios, e cerca de 60 quilômetros em largura. Os Caldeus foram uma tribo que viveu no litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte do Império da Babilônia.

Câmara Ardente (Chambre Ardente)_ Tribunal estabelecido pelo rei Luis XIV, para investigar casos de envenenamento ocorridos entre a nobreza francesa, no período de 1679 a 1682. Esses assassinatos estariam relacionados à bruxaria. A expressão “câmara ardente” foi também usada para designar vários outros tribunais que, posteriormente, julgaram casos de feitiçaria e bruxaria.

Campanella, Tomaso_Nascido em Stilo, na Calábria, em 05/09/1568 (faleceu maio 1639), Campanella foi batizado Giovano Domenico Campanella, e depois tomou o nome de Frei Tommaso Campanella, ao receber o hábito dominicano, aos 15 anos (1583), foi a Nápoles em 1589, sem permissão da sua congregação, publicar Philosophia Sensibus Demonstrata (Filosofia Demonstrada pelos Sentidos), em defesa de Telésio. Neste seu trabalho, Campanella reflete a preocupação de Telésio de uma aproximação empírica dos problemas filosóficos. Atitude semelhante Campanella terá mais tarde para com Galileu. A partir de então os escritos de Campanella salientam a necessidade da experiência humana como uma base para a filosofia. O sujeito sensciente (consciência pela via do sentir) sente primeiro a si mesmo e depois o calor, isto é, sente o calor através de si mesmo mudado pelo calor. O livro motivou sua prisão e julgamento por heresia. A audácia de suas idéias e expressões provoca suspeitas e acusações contra ele. Seus pensamentos haviam se afastado tanto da ortodoxia Dominicana que ele foi denunciado à inquisição. Primeiro processo em 1591 e em 1592. É preso sob suspeita de obter conhecimentos de fonte diabólica.

Cassandra_Filha de Príamo e de Hércuba. Recebeu de Apolo o dom de vaticinar o futuro tendo, porém, faltado a uma promessa ao deus, este, para vingar-se, fê-la passar por doida, de modo que, ninguém acreditava nas suas predições. Após a guerra de Tróia, Agamenon levou-a como escrava para a Grécia, onde Clitemnestra a mandou matar.

Castañeda, Carlos_Antropólogo e escritor norte-americano, Carlos César Araña Castañeda nasceu em 1925, em Cajamarca, no Peru. Embora o autor tenha afirmado que nasceu em São Paulo, no Brasil, no seio de uma família abastada de origem italiana, dez anos antes, registros de imigração publicados pela revista norte-americana Time contradizem as suas pretensões.
Não obstante, perduram duas versões quanto ao seu percurso de vida. Enquanto que algumas fontes indicam que em 1948 acompanhou a família na sua mudança para Lima, dando ingresso no Colegio Nacional de Nuestra Señora de Guadalupe e estudando depois Pintura e Escultura na Escola Nacional de Belas Artes, outras dizem ter sido criado pelos avós no interior do Brasil, levado para um colégio interno em Buenos Aires, entrando nos Estados Unidos da América aos quinze anos de idade.
De 1955 a 1959, estudou Parapsicologia na City College de Los Angeles, passando depois à Universidade da Califórnia como estudante de Antropologia e tomando a cidadania norte-americana.
No Verão de 1960 terá conhecido um tal Don Juan Matus, um velho índio pertencente à tribo yaqui, numa estação de camionagem em Nogales, no estado do Arizona. Começando a uma longa amizade, Castañeda veio a descobrir que Don Juan era um feiticeiro, um diablero , pelo que decidiu tornar-se seu discípulo. No curso da sua iniciação, foi-lhe apresentado Don Genaro Flores, um índio mazateca que teria participado no seu processo de aprendizagem. A aprendizagem dependeu particularmente da utilização de alucinógenos, tais como o cacto peyotl e cogumelos psilocibos , como meios para despertar a consciência e alargar a percepção. Temendo um esgotamento nervoso, Castañeda decidiu parar com as experiências em 1965.
Em 1968 publicou The Teachings of Don Juan: a Yaqui Way of Knowledge (Os Ensinamentos de Don Juan), um relato das suas vivências junto dos índios mexicanos. A obra foi apresentada como tese de licenciatura e aceite pela Universidade da Califórnia, que a publicou pela primeira vez, detendo sobre ela os direitos de autor.
Nesse mesmo ano, regressou ao México, dando início a uma segunda fase de aprendizagem que durou até 1971, e da qual resultaria A Separate Reality: Further Conversations With Don Juan (1971). Seguiu-se, em 1972, Journey To Ixtlan: The Lessons of Don Juan , que seria aceite pela sua universidade como tese de doutoramento.
Não obstante o fato de ter visto a sua obra reconhecida a nível acadêmico, têm sido levantadas dúvidas quanto à credibilidade científica de Castañeda, quer pelo fato de nunca ninguém ter visto Don Juan, quer pela ausência de expressões do idioma yaqui. Castañeda publicou onze livros, todos eles dedicados ao onirismo xamânico, que marcaram fortemente a direção do movimento New Age .

Catarina de Médicis_Rainha francesa de origem italiana. Nasce em Florença, filha de Lorenzo de Médici, duque de Urbino. Casa-se aos 14 anos com Henrique, filho do rei Francisco I da França. Mãe de dez filhos tenta influir no reinado do marido, que assume o trono como Henrique II entre 1547 e 1559.
No entanto, é preterida em favor da amante do rei, Diana de Poitiers. Após a morte de Henrique II e de seu filho mais velho, Francisco II, Catarina obriga Diana a devolver as jóias da coroa, com as quais fora presenteada, e a se retirar da corte.
Sobe ao trono Carlos XI, ainda menor de idade, em 1560, e Catarina torna-se regente da França. Esforça-se por conter os conflitos religiosos que dividem o país, procurando manter imparcialidade em relação aos protestantes (ou huguenotes), liderados por Gaspar de Coligny, e aos católicos, liderados pela casa de Guise.
Durante as guerras civis, contudo, que começam em 1562, fica contra os huguenotes. Os confrontos entre os dois grupos são abrandados em 1570 com a instituição da liberdade de culto, mas dois anos mais tarde, no dia 24 de agosto, Coligny é executado e as tropas dos Guise matam 300 mil huguenotes, no episódio conhecido como Noite de São Bartolomeu.
Durante o período em que permanece no poder, até 1574, amplia o palácio do Louvre, constrói o palácio das Tulherias e aumenta o acervo da biblioteca de Paris. Morre em Blois em 15.


Cátaros_O mesmo século XII que assistiu ao zelo religioso expressado nas cruzadas, foi também, paradoxalmente, uma época de crescente desilusão com a Igreja católica e com as maneiras terrenas do clero. Desde suas origens humildes como uma entre as muitas seitas do Império romano, a Igreja tornara-se uma instituição de riqueza e privilégio. Com freqüência, padres e bispos viviam no luxo, ao mesmo tempo em que se entregavam a práticas espúrias tais como perdoar pecados em troca de dinheiro. Em grande parte, foi como reação contra o fausto e o esplendor indecoroso da Igreja que o catarismo se enraizou, primeiramente no norte da Itália, e depois por todo o sul da França.
Com medo da repressão da Igreja, os primeiros cátaros mantiveram sua fé em segredo. Em pouco tempo, porém, a seita atraiu tantos seguidores, que pôde passar a agir abertamente sob a proteção de senhores feudais poderosos, capazes de desafiar o papa. No sul da França, o catarismo e outro movimento vagamente semelhante, conhecido como waldensianismo, tornaram-se, na prática, as religiões oficiais.
As teologias cátara e católica estavam em nítido conflito. Do ponto de vista católico, a salvação vinha através do sofrimento físico de Jesus, um ser espiritual que havia ingressado na carne de modo a redimir a humanidade morrendo na cruz. Segundo os cátaros, a redenção da humanidade não vinha da morte de Cristo, e sim do exemplo de vida que levou a terra. Os cátaros negavam também que o mundo físico imperfeito pudesse ter sido criado por um Deus perfeito; tal como os gnósticos e maniqueístas antes deles, os cátaros rejeitavam a visão bíblica da criação e, com efeito, todo o Antigo Testamento. Um cátaro alcançava a salvação mediante o conhecimento da verdadeira origem e destino da humanidade e através da renúncia ao mundo satânico da carne, de uma vida de abstinência e pobreza.
Ao contrário dos católicos, os cátaros acreditam na reencarnação; se uma pessoa fracassasse em uma vida, alegavam, teria a oportunidade de ter sucesso em outra. Rejeitavam o batismo, a cruz como símbolo, a confissão individual e todos os ornamentos religiosos. Os serviços eclesiásticos eram simples e podiam ser realizados em qualquer parte. Consistiam de uma leitura do evangelho, um sermão breve, uma bênção e a Oração do Senhor. A abordagem “de volta ao básico” da liturgia feita pelos cátaros antecipou a simplicidade de algumas das seitas protestantes de épocas posteriores.
O catarismo tinha duas classes, ou graus. Os leigos eram conhecidos como crentes. Não se exigia que seguissem as rígidas regras de abstinência reservadas para os perfecti, ou bonhommes (homens bons) eleitos, que formavam a hierarquia da igreja cátara. Qualquer pessoa que desejasse juntar-se aos perfecti, homem ou mulher, teria que enfrentar um período de prova nunca inferior a dois anos. Durante esse tempo, a pessoa renunciava a todos os bens terrenos, vivia comunalmente com outros perfecti e se abstinha de vinho e carne. Para evitar as tentações da carne, os iniciados não podiam ter qualquer contato com o sexo oposto e faziam um voto de jamais dormir nus. No final do período de prova, o noviço recebia o consolamentum, um rito que combinava características de batismo, confirmação e ordenação, conduzido em público diante de uma grande congregação. Nesse rito, o iniciando respondia a uma série de perguntas feitas por um veterano da igreja, e depois prometia viver uma vida de pobreza, abstinência e obediência a Deus e aos evangelhos.
A igreja católica fez o que pôde para combater a expansão da heresia cátara. Em primeiro lugar, tentou atrair os cátaros de volta ao rebanho despachando missões de catequese formadas por monges cistercianos, lideradas pelo chefe da ordem, o futuro São Bernardo de Clairvaux. Os monges fizeram poucas conversões, e a recalcitrância dos hereges desanimou Bernardo, cujos esforços para alcançá-los foram respondidos por vaias e apupos pelas ruas de Toulouse.
As regiões cátaras do sul da França estavam sob o controle político do conde Raymond VI de Toulouse, também seguidor da fé cátara. O diálogo entre as autoridades cátaras e as católicas interrompeu-se quando um escudeiro do conde assassinou um enviado especial do papa Inocêncio III a Toulouse. O assassinato deixou o papa tão enraivecido que ele, literalmente, não conseguiu falar durante dois dias. Então, ele declarou que os cátaros eram “piores que o próprio sarraceno” (termo cristão para os mulçumanos) e convocou uma cruzada para varrer a heresia de uma vez por todas. Seu apelo foi respondido com presteza por muitos cavaleiros franceses, levados a agir por diversas razões. Tratava-se da primeira cruzada dirigida contra o inimigo na Europa, de modo que não exigia nem o tempo, nem as despesas necessárias para uma cruzada na Terra Santa. Também, além da salvação prometida a todos os que se unissem à cruzada por quarenta dias pelo menos, os recrutas podiam contar com a posse dos despojos materiais do território conquistado.
A cruzada (Albigense) foi lançada em 1209, com vinte mil cavaleiros montados à frente de um enorme exército. Em sua primeira grande vitória, os cruzados tomaram a cidade de Beziers e massacraram quase todos os habitantes, entre eles muitos que se consideravam católicos leais.


Quando perguntaram ao legado papal como distinguir entre hereges e católicos, dizem que ele respondeu:

“Matem-nos a todos. Deus se encarregará dos seus”.
Contudo, a fé cátara era forte e as legiões papais enfrentaram um a longa luta. Quase quarenta anos se passaram antes que os cruzados esmagassem a última resistência armada e células secretas de fiéis cátaros sobreviveram por mais meio século. Uma medida do peso do catarismo sobre seus seguidores pode ser vista na disposição destes para o martírio. Milhares de pessoas, diante da opção entre a morte e a conversão ao catolicismo, negaram-se a renunciar a sua fé. Morreram, às vezes de fome, acorrentados às paredes de calabouços, mas em geral queimados publicamente em grandes piras. Diante da perseguição e da tortura, alguns optaram pelo rito cátaro da Endura, uma forma santificada de suicídio pelo jejum.
Assim, por mais um quarto de século se estenderia esta guerra e em 1243 o arremedo de resistência da região havia cessado quase que completamente. Dentre os pontos que ainda resistiam, o mais importante foi Montségur.

Sitiada durante dez meses e resistindo bravamente, capitulou em março de 1244.
Mesmo parecendo exterminado, o catarismo não morreu. Grupos isolados continuaram a exercê-lo influenciando vários outros grupos que depois chegaram ao Languedoc: valdenses, hussitas, adamitas, anabatistas e os camitas, que depois se refugiaram em Londres no início do século XVIII.
Os intelectuais modernos têm por hábito considerar os cátaros como sendo sábios, místicos ou "iniciados" detentores de segredos cósmicos. Isto fortalece o poder de uma lenda que diz respeito a um TESOURO CÁTARO.

Entretanto, esta lenda parece ter foros de realidade.
Naquela época corria a notícia de que os cátaros possuíam um fabuloso tesouro místico, muito mais importante do que a riqueza material. No cerco de Montségur, isto é fato, se tem a notícia de que dois fugitivos, dois perfecti, desceram o monte na calada da noite, arriscando as suas vidas para salvarem um precioso tesouro. Foram bem sucedidos!
Presumia-se que este fabuloso tesouro estava escondido em Montségur e depois de salvo nunca mais se ouviu comentários a seu respeito. O fato é que pelo menos vinte, dos que vigiavam Montségur e que pertenciam à milícia invasora, tornaram-se perfecti, devido à impressão neles provocada por algo que presenciaram num festival organizado pelos cátaros, numa trégua que lhes foi concedida devido ao seu fornecimento de reféns , para que pudessem comemorar um certo dia 14 de março.

Celtas_Era um povo formado por indivíduos fortes e altos. Dedicavam-se muito à arte da guerra, embora também tenham desenvolvido muito o aspecto artístico, principalmente o artesanato. Conheciam técnicas agrícolas desenvolvidas para a época como, por exemplo, o arado com rodas. Fabricavam jóias, armaduras, espadas e outros tipos de armas, utilizando metais. Fabricavam carros de guerra desenvolvidos, que chegavam a provocar medo nos inimigos.
Possuíam uma religião politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Faziam seus rituais religiosos ao ar livre. No calendário celta havia diversas festas místicas como, por exemplo, o Imbolc (em homenagem a deusa Brígida). Esta festa marcava o início da época do plantio das sementes. As cerimônias e os rituais ficavam sob responsabilidade dos druidas, o sacerdote dos celtas.

Os belgas foram à última tribo de celtas que chegou na região da Britânia. Os belgas estabeleceram-se na área onde hoje é a Inglaterra. Foram habitar nas florestas e nas clareiras da região, ao contrário dos outros povos celtas que preferiram morar nas regiões montanhosas.

O príncipe belga mais conhecido deste período foi Cimbelino. Com sua capacidade de conquistas, tornou-se senhor de quase toda região sudeste da Inglaterra. Fundou nesta área a cidade de Camulodunum, próxima a cidade inglesa atual de Colchester.


Ceromancia_ A ceromancia é a leitura da sorte por meio da interpretação da chama e da cera da vela. A palavra vem da junção de cero (cera) e mancia (forma de adivinhação).
A leitura pode feita de duas formas: queimar uma vela e lançar a cera sobre uma superfície lisa, seca e preferencialmente de madeira. Devem ser feitas perguntas diretas e objetivas. Depois que a cera esfriar na superfície, deve observar as figuras formadas. São elas que representam os problemas e as possíveis soluções para a pergunta feita.
Para utilizar essa técnica é preciso estar em um lugar calmo e silencioso.


Chacras_Em Sânscrito, Chacra significa "roda". Os chacras são vórtices, centros energéticos, por onde entra e sai à energia vital. Antes de mais, é necessário saber que não somos apenas um corpo físico.
Tal como todos os sistemas do Universo, o Ser Humano é um ser energético e, mais do que isso, ele é um verdadeiro transformador de energia.
O ser humano é composto por vários corpos, desde o mais denso (Físico) ao mais subtil (Causal), por Centros Energéticos (Chacras), por Canais (Nadis), Meridianos, Órgãos, Glândulas, Músculos, Plexos de Nervos, etc.
Todo este composto energético é resultante da dinâmica entre a energia Yin (feminina, receptiva) e de energia Yang (masculina, ativa).


Os quatro Corpos:
Corpo Físico (formado pelo Corpo Físico Denso e pelo Corpo Físico Etéreo) e que todos sabemos o que é, porque o vemos;
Corpo Emocional (corpo subtil, de maior vibração energética, onde se alojam as emoções);
Corpo Mental (corpo ainda mais subtil e de maior vibração energética, onde se alojam os pensamentos, as idéias, etc.);
Corpo Causal (corpo mais subtil ainda e de maior vibração energética que faz a ligação às Energias de Planos Superiores e mais subtis).

Em Sânscrito, Chacra significa "roda". Os chacras são vórtices, centros energéticos, por onde entra e sai à energia vital.
Os chacras estão alojados no nosso Corpo Físico Etérico que é um corpo energético com uma vibração mais elevada e subtil que a do Corpo Físico Denso e que envolve este completamente; ambos estão ligados por correntes de energia, tal como os outros corpos; o Corpo Físico Etéreo absorve do ambiente níveis subtis de energia e conduz esta energia para o Corpo Físico Denso, através das glândulas endócrinas; o sistema endócrino controla o equilíbrio hormonal do Corpo Físico Denso; desse equilíbrio depende o equilíbrio das nossas emoções; do equilíbrio das nossas emoções depende o equilíbrio da nossa atividade mental... e, por conseguinte, da nossa saúde.
Cada chacra está associado a uma parte de nós mesmos, a uma parte da nossa consciência, a um dos nossos corpos subtis, a uma cor, a uma nota musical, determinados órgãos, funções e sistemas físicos, glândulas, plexo de nervos, a um dos nossos sentidos,
a um dos elementos (Terra, Fogo, Água, Ar, Éter).
Quando um chacra, mesmo que dos menores, está em desequilíbrio, todo o sistema de chacras fica desequilibrado, pois eles estão todos inter-relacionados. Todos os chacras são igualmente importantes e necessários.
Um chacra é determinado pela intersecção de dois ou mais nadis (canais por onde circula a energia). Sabemos que existem mais de 72.000 nadis, portanto, é fácil ter uma idéia de quantos chacras existem no corpo humano. Alguns muito pequenos, e cada um com uma função muito específica correspondendo diretamente a certos órgãos, glândulas e tipos de emoções.
Os chacras estão todos interligados e ficam desequilibrados tanto por "excesso", como por "defeito", ou seja, por hiper atividade ou atividade reduzida. A maior parte das vezes os desequilíbrios são provocados por bloqueios que têm origem nas emoções; porém, é preciso compreender que o processo também é inverso. Este processo está intimamente relacionado com a nossa consciência, e é por isso muito importante realçar que não são os exercícios "exaustivos" para alinhar chacras que fazem aumentar o nosso nível de consciência, mas é exatamente o inverso: quanto maior é o nosso nível de consciência, mais harmoniosamente funcionam os nossos chacras .
Existem sete chacras principais, alojados ao longo da coluna vertebral,

três inferiores:(assim chamados porque localizados abaixo do coração)Chacra Raiz , Chacra do Hara e Chacra do Plexo Solar;

três superiores (porque localizados acima do coração): Chacra Laríngeo, Chacra Frontal e Chacra da Coroa;

e um ao centro, o Chacra Cardíaco que é o ponto de encontro dos dois tipos de energia: Espírito e Matéria.

Circe_Circe, figura legendária da mitologia grega, é retratada como filha de Hélio, deus-sol e da ninfa Pérsia. Por ter envenenado seu marido, o rei dos sármatas, que habitava o Cáucaso, foi obrigada a exilar-se na ilha de Eana, localizada no litoral oeste da Itália.
O nome da ilha “Eana" se traduz como "prantear" e dela emanava uma luz tênue e fúnebre. Esta luz identificava Circe, como a "Deusa da Morte". Era também associada aos vôos mortais dos falcões, pois assim como estes, ela circundava suas vítimas para depois enfeitiçá-las.
O grito do falcão é "circ-circ" e é considerado a canção mágica de Circe que controla tanto a criação quanto a dissolução. Sua identificação com os pássaros é importante, pois eles têm a capacidade de viajar livremente entre os reinos do céu e da terra, possuidores dos segredos mais ocultos, mensageiros angélicos e portadores do espírito e da alma.
Antigos escritores gregos citavam-na como "Circe das Madeixas Trançadas", pois podia manipular as forças da criação e destruição através de nós e tranças em seus cabelos. Como o círculo, ela era também a tecelã dos destinos.
Circe era considerada a Deusa da Lua Nova, do amor físico, feitiçaria, encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vinganças, magia negra, bruxaria, caldeirões.
O arquétipo de Circe é, antes de tudo, a figura de uma mulher independente, consciente de seus desejos e sua feminilidade. Circe representa o amor, a paixão irracional e um poder incrível. Ela nos traz à luz da nossa força interior, que não só representa a sexualidade, mas também os tesouros do inconsciente.
A grande mensagem contida no mito Circe reside no fato de nos permitir ver e aceitar os desafios que nossa jornada nos propõe e de assumirmos a responsabilidade de nossas escolhas. Circe nos encoraja a fazermos bom uso de nosso poder interior, para ditarmos o caminho de nosso próprio destino.

Circe nos diz que:
Depois da dor, vem o saber
Do saber, surge o crescimento
O crescimento nos leva a transformação
Da transformação emana o poder.

Círculo_Quem deseja realizar práticas meditativas, relaxamento, limpeza espiritual ou rituais variados deverá escolher um lugar especial que será seu Centro de Poder ou Círculo Sagrado.
Escolha-o com calma, e uma vez que o encontre saiba que deverá nutrir este espaço todos os dias, mantendo-o limpo, organizado e livre de qualquer forma de energia negativa, pois é neste lugar que se darão as tuas comunicações com o Universo. Quando o tenha definido, senta-te por um momento no chão, toca cada lugar com tuas mãos, caminha ou deita-te onde sente que seja o teu Círculo Sagrado. É importante que marques este lugar de alguma maneira como teu espaço. A seguir inunda este lugar com tua energia inspirando e expirando pela boca como se estivesse enviando um vento de luz brilhante ou chamas douradas que queimam todos os detritos presentes no ambiente, estas chamas movem-se em todas as direções. Em certo momento notarás que o lugar está limpo, pois ele adquire um aspecto brilhante, onde se pode perceber luzes que cintilam ao teu redor; então será a hora de realizar respirações mais pausadas e longas, para que desta forma possas expandir tua consciência e tua aura. Poderás notar que existe uma aquietação, ou um aumento de temperatura, mas certamente em poucos dias sentirás diferença entre fazer um exercício dentro de teu Círculo Sagrado ou realizar a mesma prática sem nenhum tipo de cuidado ou sem delimitar um lugar adequado.
Uma das funções do Círculo De Poder é conter, fortalecer e intensificar as energias criadas e invocadas no ritual. Também serve para proteger de influências hostis ou distrações externas.
O perímetro onde se realiza o ritual deve ser adequado em tamanho e funcionalidade, pois depois que se cria o círculo para realizar um exercício não se deve abandonar o lugar, pois tal procedimento poderá desfazer a função protetora de um espaço sagrado e permitir que energias contrárias entrem para perturbar ou causar algum problema no decorrer do ritual.
O círculo mágico está posicionado entre os mundos da realidade concreta e o mundo dos Deuses. Dentro dele atuamos além de tempo, limite e espaço.

Clariaudiência_Clariaudiência segundo a Doutrina Espírita é a faculdade mediante a qual o médium ouve vozes, sons, palavras, ruídos, sem a utilização do sentido da audição física, que estão além da percepção normal de nossa audição física comum.

Clarividência_A clarividência é a capacidade de ver com clareza. É a visão da própria alma, que percebe a realidade num nível mais amplo e elevado. Seu surgimento é conseqüência natural do desenvolvimento espiritual humano na medida em que a pessoa devota-se ao crescimento interior e aproxima-se de estados de consciência sutis.

Concentração_A concentração é o uso da mente focada em um determinado objeto; é a capacidade de abstrair-se num ponto, focar um alvo e mantê-lo pelo tempo que desejar. Por isso é uma tarefa difícil que exige muito controle mental. Ao tentar a concentração vai notar que não conseguirá por muito tempo, pois divagará em outros pensamentos que invadirão sua mente sem serem convidados. A mente não pára nunca de produzir pensamentos, por isso é tão difícil controlá-la. Aprender a se concentrar exige, em muitos casos, uma mudança de paradigmas.

Condores, Cidade dos_Em 1965 foi descoberta na região de Payatea , no versante oriental dos Andes , uma imensa cidade de 42 quilômetros quadrados (Do Bulletin mensuel de la Religion do Soleil Inca , Soleil Inca , 25 Passage des Princes , Paris .) É conhecida como a Cidade dos Condores por causa das numerosas esculturas dessas aves de rapina encontradas nos muros.
Também foram encontradas figuras que representam criaturas com grandes auréolas sextavadas e raios solares em volta da cabeça. A arquitetura da Cidade de Condores é de estilo muito diferente de todos os outros encontrados no Peru, e suas origens parecem se perder no tempo , ou pelo menos ter a mesma idade da Tiahuanaco antiga , que era antediluviana. Em certos meios circula a opinião de que essa misteriosa cidade , desconhecida do rei Pachacutec em 1450 e dos chachepoyas que moram naquela região da Amazônia peruana , foi possivelmente uma colônia muito progressiva da Atlântida.

Cone de poder_As bruxas e bruxos trabalham com energias. Esse cone de poder nada mais é do que você trabalhar a energia de forma a direcioná-la para seu objetivo. Você foca a sua intenção dentro do ritual.

Conjuro_Imprecação mágica na qual se evocam os Deuses ou as energias do outro mundo.

Consciência_A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência, sentiência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia, e ciência cognitiva.
Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência. Consciência fenomenal é o estado de estar ciente, tal como quando dizemos "estou ciente" e consciência de acesso se refere a estar ciente de algo, tal como quando dizemos "estou ciente destas palavras".

Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte.

Corpus-Hermeticum_O conjunto de textos denominado Corpus Hermeticum escrito entre 100 e 300 d.C. no Egito, resulta de um complexo sincretismo religioso, de múltiplas influências. Ocorreu no período da Pax Romana (Paz Romana), que colocou o Egito em contato com o restante do Império. Escrito na primeira pessoa por Toth ou Hermes Trismegisto (três vezes sagrado), contando as coisas que lhe revelou seu contato com o nous, espécie de divindade absoluta. Durante os séculos seguintes, atribuiu-se erroneamente a esses textos uma exagerada antigüidade, situando-o na época das grandes pirâmides. Tal atributo lhe valeu uma leitura reverente e atenta que teve importante influência na ciência do Renascimento, quando quase tudo o que fora escrito na Antigüidade era lido como revelação fundamental.

Correspondências_O Bruxo usa a correspondência para controlar as forças sobrenaturais. A lógica atrás dessas associações é obvia. Mercúrio, o mais rápido planeta que órbita ao redor do Sol, corresponde a mercúrio, o mais móvel dos metais. Vênus, sob o nome grego de Afrodite, pode ter sido identificada com o cobre porque a ilha de Chipre, o maior produtor de cobre da Antiguidade, era lugar consagrado a essa deusa. Marte está associado ao cavalo, ao ferro, à guerra e à cor vermelha (sangue). É sabido também que a cor vermelha está associada, até hoje, à paixão, à rebelião, à sexualidade, etc.

Cósmica, Consciência_Consciência, conhecimento, de que, como ser vivo, cada pessoa se encontra ligada a todos os seres do Universo.

Coven_Coventículo ou Conciliábulo é o nome dado a um grupo de bruxos(as), que se unem num laço mágico, físico e emocional, sob o objetivo de louvar a Deusa e o Deus, tendo em comum um juramento de fidelidade à Arte e ao grupo, dentro do Coven deverá prevalecer a união, pois um Coven é, antes de mais nada, uma família. Tradicionalmente, ele abriga o máximo de treze pessoas. Quando esse número excede, há uma divisão, e cria-se então os Clãs, formados de vários grupos originados de um Coven inicial comum. Num grupo tão pequeno, todos tornam-se de vital importância, e a falta de qualquer membro é facilmente sentida. Um Coven mantém encontros periódicos para o treinamento, exercícios, troca de experiências, comemoração dos Sabás e Esbás, além de trabalharem juntos em outros rituais. A disciplina é essencial na formação de uma consciência mágica comum ao grupo e de uma Egrégora. Covens liberais e democráticos em excesso se embaralham em coisas simples. Um pouco de ordem na casa, objetividade e disposição para abrir mão das suas próprias opiniões em pró do grupo sempre ajudam a concentrar esforços numa mesma direção.
Cada Coven tem seu próprio símbolo e nome, suas regras, suas características, seu método de estudo e "carisma mágico próprio". Covens próximos podem e devem trocar influências, porém sempre respeitando a individualidade de cada membro. Mais que tudo, um Coven é um organismo vivo, pulsante, que responde segundo seus membros. Se alguém está doente, mal-intencionado, desequilibrado, angustiado, isso tudo se reflete no desempenho do grupo, nos resultados dos rituais. Por outro lado se há alguém extremamente bem, feliz, disposto, energizado, isso também é dividido com os membros que sentem a energia do Coven. O Coven une seus membros muito além do plano físico, até mesmo no emocional. A união é uma simbiose mágica. O que um sente é notado por todos, o que um passa é sentido por todos.

Reza o ditado: "Os laços de um Coven são mais fortes que o sangue" .

Cristalomancia_é o uso dos cristais ou pedras semipreciosas para supostamente prever o futuro; podendo ser por meio da uma bola de cristal ou de jogos com pequenas pedras.A bola de cristal é um instrumento das artes adivinhatórias, muito popular entre os videntes. A cristalomancia é também muito praticada pelas bruxas, mais com um propósito filosofico.

Cristianismo_Ao contrário do que se pensa, o
cristianismo não foi imediatamente adotado pelo povo europeu ao ser declarado religião oficial do Império Romano. Esta conversão dos Romanos ao catolicismo teve motivos políticos, e não teve grande penetração fora dos centros urbanos. A grande massa da população permaneceu fiel a seus deuses antigos. Os cultos antigos, então, receberam a denominação pejorativa de "pagãos" (pagani, plural de paganu, "morador do campo"), por ter como foco de resistência à nova religião o povo dos campos, longe das cidades e das zonas de comércio e ensino.

Os
missionários cristãos, com o tempo, passaram a ter mais aceitação nas cidades, mas continuavam sendo repelidos no campo, nas montanhas e nas regiões distantes, verdadeiros enclaves da Antiga Religião. Houve ainda uma tentativa de reativar o paganismo e o culto aos Deuses antigos como religião oficial do Império Romano. Esta última esperança deveu-se ao Imperador Juliano (conhecido como "O Apóstata"), que reinou no século IV AC. Mas, como sabemos, essa tentativa não foi frutífera, derrubada pela própria conjuntura da época, onde já se pressentia o poder de manipulação, domínio e intriga do cristianismo, evidenciado nos séculos seguintes.

Um dos ardis utilizados pelos cristãos era o de apropriar-se de festividades pagãs como orações religiosas de sua própria religião. Assim, por exemplo, o festival do solstício de inverno, onde se comemorava o nascimento do Deus-Sol, transformou-se no Natal cristão. Também o festival de Samhain, comemorado em intenção dos mortos, recebeu o nome de Dia de Todos os Santos, logo seguido pelo dia de Finados. A despeito destas tentativas, as tradições pagãs continuaram mantendo sua força. A partir de um decreto do Papa Gregório, os cristãos também se apossaram dos locais sagrados da Antiga Religião e, derrubando os templos ali existentes, erigiram suas igrejas. Os Deuses de cada santuário foram transformados em santos e santas (um exemplo é Santa Brígida, da Irlanda, na verdade a Deusa Bhríd, protetora do fogo e dos partos).

Quando os cristãos deram-se conta da importância da Deusa-Mãe para as pessoas, aumentaram a proeminência da virgem maria no culto cristão. Mitos e práticas pagãs foram, sistematicamente, absorvidas, distorcidas e transformadas em ritos cristãos. Esculturas de temas pagãos foram incluídos em igrejas e capelas.

O maior exemplo de sincretismo entre costumes pagãos e cristãos é o cristianismo irlandês, que ainda hoje conserva hábitos célticos mesclados a liturgias cristãs. Os padres tinham a seu favor o tempo, o poder e a força. Os pagãos tinham que lutar sozinhos contra a profanação de seus templos, crenças e costumes. Desta maneira, o povo simples dos campos foi acostumando-se à nova religião, e gradualmente, foi sendo convertido. Mas os sacerdotes restantes da Antiga Religião não se renderam à nova ordem. Juntamente com pessoas ainda fiéis às antigas crenças, mantiveram o culto ao Deus de Chifres e à Deusa Mãe.

As
crenças pagãs, enfatizando a adoração aos Deuses e a realização dos festivais de fertilidade, foram amalgamando-se à magia popular, criando a Bruxaria Européia. A magia popular consistia em um conjunto de feitiços feitos com o uso de ervas, bonecos e diversos outros meios. Estes feitiços tinham como objetivo a cura, a boa sorte, atrair amores, e fins menos nobres, como a morte de algum inimigo. São práticas desenvolvidas a partir do que restara da magia simpática pré-histórica, unidas ao conhecimento xamânico dos povos bárbaros.

Os teólogos cristãos passaram então a sustentar que a
Bruxaria não existia. Assim, pretendiam terminar com a credibilidade dos bruxos e anular sua influência. Foi um período de relativa paz para a Arte. Mas logo os cristãos perceberam que seus esforços para exterminar completamente o paganismo não haviam dado resultado. Fizeram então mais uma tentativa: transformaram o Deus de Chifres na personificação do Mal, do Antideus, do Inimigo.

A natureza dos Deuses pagãos é completamente diferente da do todo-poderoso "senhor de bondade" dos cristãos. Nossos Deuses são quase "humanos", pois têm características tanto "boas" quanto "más". A teologia cristã já pressupunha a existência de um antagonista a seu jeová (o "Satan" hebraico do Antigo Testamento e o "diabolos" do Novo): um Inimigo. Ele ainda não possuía forma definida e, quando era representado, o era em forma de serpente, como a que persuadiu Adão a comer a fruta da árvore da Sabedoria. Dando a seu satã a forma do Deus de Chifres (notadamente de deuses agropastoris como Pã e Sileno, dotados de cascos de bode e pequenos cornos), os cristãos conseguiram iniciar um clima de terror e medo em relação aos praticantes da Antiga Religião, o que os forçou a praticarem seus ritos em segredo.

Mas a era mais triste da Arte ainda estava por vir: a
Era das Fogueiras. A situação da igreja até o século XIII era caótica. Facções adversárias lutavam entre si, cada uma degladiando-se em favor de um dogma. Nos numerosos concílios realizados, ora uma das facções impunham sua visão, ora outra. Isso favorecia um desmoralizante "entra-e-sai" de dogmas, o que desacreditava a Igreja. Algumas destas facções também criticavam a corrupção e o jogo de poder dentro da classe sacerdotal, e levantavam dúvidas sobre o poder espiritual do papado. Foi então criado um instrumento de repressão: o Tribunal de Santa Inquisição consistia em um corpo investigatório ignorante, brutal e preconceituoso, dirigido pela ordem dos Dominicanos.

Sua função primordial era a de acabar com as facções que se opunham a Igreja (denominadas "heréticas"), através do extermínio sistemático de seus membros. Exemplos destas facções "heréticas" eram os cátaros, os gnósticos e os templários. Com o tempo, os cristãos perceberam outro uso para seu Tribunal. Ainda persistiam Cultos aos Deuses Antigos, e, graças a transformação do Deus de Chifres no Demônio dos Cristãos, eram acusados de delitos absurdos, como o canibalismo, a destruição de lavouras (acusar de tal crime uma Religião dedicada à manutenção da fertilidade das colheitas é, no mínimo, ridículo) e muitos outros. Foi então proclamada, em 1484, a Bula contra os Bruxos, pelo Papa Inocêncio VIII.

Neste documento, ele relacionava os crimes atribuídos aos bruxos e dava plenos poderes à Inquisição para prender, torturar e punir todos aqueles que fossem suspeitos do "crime de feitiçaria". Em 1486 foi publicado o Malleus Malleficarum ("Martelo das Feiticeiras"), escrito pelos dominicanos Kramer e Sprenger. O livro, absurdo e misógino, era um manual de reconhecimento e caça aos bruxos, e, principalmente, às bruxas (o livro trazia afirmações surpreendentes, como: "quando uma mulher pensa sozinha, pensa em malefícios"). A partir daí, a Igreja abandonou completamente a postura de ignorar a Bruxaria: pelo contrário, não acreditar na sua existência era considerada a maior das heresias. Iniciou-se então um período de duzentos anos de terror, conhecido entre os bruxos como "Era das Fogueiras".

Mas os bruxos (e também os hereges e inocentes: doentes mentais, homossexuais, pessoas invejadas por poderosos, mulheres velhas e/ou solitárias) não pereciam só em fogueiras: eram também enforcados e esmagados sob pedras. Isso quando não pereciam nas torturas, as quais são tão cruéis e sádicas que não merecem nem ser mencionadas. A
Inquisição tornou-se uma válvula de escape para as neuroses da época: em época de forte repressão sexual, condenavam-se mulheres jovens, que eram despidas em frente a um grupo de "investigadores", tinham todo seu corpo revistado diversas vezes, a procura de uma suposta "marca do diabo" e, por fim, eram açoitadas, marcadas a ferro e violentadas. Terminavam condenadas e executadas como bruxas. Seu crime: serem mulheres jovens, belas e invejadas. Anciãs que moravam sozinhas, geralmente em companhia de alguns animais, como gatos (daí a lenda da ligação dos gatos com as bruxas), eram alvo de desconfiança e logo declaradas "feiticeiras", e assim, assassinadas. A maioria das vítimas dos tribunais de Inquisição não eram verdadeiros praticantes da Arte, mas muitos bruxos pereceram na mão dos cristãos. Aproximadamente nove milhões de crimes como este foram cometidos durante a Inquisição, ironicamente em nome de uma religião que se dizia "de amor". Nunca uma religião demonstrou tanta necessidade de exterminar seus antagonistas como o cristianismo.

A perseguição aos bruxos não se resumiu apenas aos países católicos: espalhou-se pela Europa protestante. Os protestantes não se guiavam pelo Malleus Malleficarum, mas davam razão à sua paranóia através do uso de uma citação do Antigo Testamento: "não deixarás que nenhum bruxo viva". Na
Era das Fogueiras, os praticantes da Antiga Religião adotaram o único comportamento que lhes possibilitaria a sobrevivência: "foram para o subterrâneo", ou seja, mantiveram o máximo de discrição e segredo possível. A sabedoria pagã só era passada por tradição oral, e somente entre membros da mesma família ou vizinhos da mesma aldeia. Como técnica de proteção, os próprios bruxos ajudaram a desacreditar sua imagem, sustentando que a Bruxaria não passava de lenda, ou disseminando idéias de bruxos como figuras cômicas e caricatas, dignas de pena e riso. Por volta do final do século XVII, a perseguição aos bruxos foi diminuindo gradativamente, estando virtualmente extinta no século XVIII. A Bruxaria parecia, finalmente, ter morrido. Mas os grupos de bruxos ("covens") resistiam, escondidos nas sombras. Algo que surgiu nos primórdios da humanidade não morreria assim tão facilmente.

Crowley, Aleister_ Crowley nasceu em 1875, filho de um pastor de uma seita fundamentalista protestante, que também era dono de uma fábrica de cerveja. Seu pai morreu cedo, deixando boas lembranças no menino, mas sua mãe, segundo ele, era uma "estúpida criatura", e as brigas da adolescência logo fizeram com que sua mãe o chamasse de "Besta", apelido que adotou posteriormente e que lhe trouxe boa parte da fama. Na escola se mostrou brilhante e obediente, até que foi culpado injustamente de um pequeno delito e foi posto de castigo, a pão e água, o que piorou sua já fraca saúde. Decidiu ser um homem santo, e cometer o maior pecado, como em uma lenda dos Plymouth Brothers (culto de seu pai) que afirmava que o maior santo cometeria o maior pecado. Na Universidade Crowley finalmente se encontrou. Com muito dinheiro e livre da repressão da família, exerceu todas as atividades pelas quais ficou conhecido: alpinismo, poesia, enxadrismo, sexo e magia, e, dizem, foi excepcional em cada uma delas. Crowley travou contato com a Golden Dawn, uma ordem maçônica de prática ritualística e iniciatória que esteve em seu auge no fim do século passado, quando Crowley a freqüentou. Subiu rapidamente pelos graus da ordem, mas foi barrado por um grupo de pessoas que chegaram a afirmar que a "ordem não era um reformatório". Crowley era desconsiderado pelos intelectuais e desprezado pela burguesia, fato que o pode ter levado a suas inúmeras viagens e expedições de alpinismo.
Crowley pode parecer extremamente arrogante e narcisista em seus escritos, mas isso não parece ser verdade, se examinamos sua vida a fundo. Ele sempre buscou o reconhecimento e aprovação das pessoas, e quando notou que isso não era possível, mantendo sua crítica atroz aos absurdos do puritanismo inglês, ele resolveu aparecer fazendo escândalos, reais ou falsificados, ao estilo do estereotipo "falem mal, mas falem". A Golden Dawn recusou iniciação a Crowley, mas seu chefe, McGreggor Mathers não.
Seus trabalhos mágicos e estudos místicos o levaram as mais diversas partes do mundo, experimentando com todas as formas de catarse e intoxicação, que considerava como bases da religião.
A crença de que existe um grupo de iniciados secretos que carregam o conhecimento humano e são os verdadeiros "chefes" da terra é compartilhada no sentido estritamente literal por muitas pessoas e seitas. Crowley aceitou essa idéia de uma forma ou de outra até o fim da vida, mas empregou diversas interpretações para estas entidades, algumas baseadas na psicologia.
Mas, desiludido com a Golden Dawn, passou alguns meses afastado da magia, e pouco a pouco se reaproximou, trabalhando sozinho. Então numa viagem ao Cairo em 1904, recém casado, sua esposa começou a falar algumas coisas estranhas das quais ela não poderia ter conhecimento. Ela o mandou invocar o deus Hórus.

Dessa invocação surgiu um texto pequeno, de três capítulos, intenso e esquisito, ditado por um dos "ministros" da forma de Hórus conhecida por "Hoor-Paar-Kraat", Harpócrates, Hórus, a criança. Aiwass era o nome dessa entidade, depois reconhecida como o Sagrado Anjo Guardião do próprio Crowley. Com isso três coisas estão subentendidas: Aiwass era um dos "mestres" que regiam o presente Éon, dedicado ao Deus Hórus, seu mentor; era também uma entidade não totalmente separada de Crowley, embora devesse ser tratado como tal alguns poderiam dizer que ele era o self junguiano de Crowley, outros, maldosamente, que era sua Sombra; Crowley demorou cerca de 5 anos para acatar o que o texto dizia. Uma das profecias previa a morte de seu filho, que acabou por morrer mesmo, de doença desconhecida.
Quando finalmente aceitou o Livro da Lei estava em contato com um corpo germânico de iniciados, que em outro livro dele ("The Book of Lies") encontraram um segredo de magia sexual que pensavam ter o monopólio no ocidente. Nem Crowley havia entendido o que tinha escrito, mas aceitou mesmo assim um alta posição hierárquica na Ordem. Era a Ordo Templi Orientis, que até hoje detém os direitos sobre os textos de Crowley posteriores a 1910.
A O.T.O. existe até hoje. Além da O.T.O. que tinha bases maçônicas, Crowley criou um corpo próprio, designado como A.:.A.:.., esse corpo, muito mais velado, deveria servir como que "escola de treinamento" para os "mestres" da humanidade.

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "B"

Babilônia_ antigo reino da Mesopotâmia, conhecido originalmente como Sumer e depois como Sumer e Acad, entre os rios Tigre e Eufrates, ao sul da atual Bagdá, Iraque.
A civilização babilônica, que existiu do século XVIII ao VI a.c., era, como a suméria que a precedeu, de caráter urbano, embora baseada mais na agricultura do que na indústria. O país era constituído por 12 cidades, cercadas de povoados e aldeias. No alto da estrutura política estava o rei, monarca absoluto que exercia os poderes legislativos, judiciais e executivos. Abaixo dele havia um grupo de governadores e administradores selecionados. Os prefeitos e conselhos de anciãos da cidade eram encarregados da administração local.
Os babilônios modificaram e transformaram sua herança suméria para adequá-la a sua própria cultura e maneira de ser e influenciaram os países vizinhos, especialmente o reino da Assíria, que adotou praticamente por completo a cultura babilônica.
As escavações arqueológicas realizadas permitiram que fossem encontradas importantes obras de literatura. Uma das mais valiosas é a magnífica coleção de leis (século XVIII a.C.) denominada Código de Hamurabi, que, junto com outros documentos e cartas pertencentes a diferentes períodos, proporcionam um amplo quadro da estrutura social e da organização econômica do império da Babilônia.
Mais de 1200 anos se passaram desde o glorioso reinado de Hamurabi até a conquista da Babilônia pelos persas. Durante esse longo período, a estrutura social e a organização econômica, a arte e a arquitetura, a ciência e a literatura, o sistema judicial e as crenças religiosas babilônicas, sofreram considerável mudança. Baseados na cultura do Sumer, os feitos culturais da Babilônia deixaram uma profunda impressão no mundo antigo e particularmente nos hebreus e grego. A influência babilônica é evidente nas obras de poetas gregos como Homero e Hesíodo, na geometria do matemático grego Euclides, na astronomia, astrologia, heráldica e na Bíblia.
Uma das primeiras cidades construídas no mundo é mencionada em documentos escritos há mais de 5000 anos a.c.
Foi edificada numa parte do mundo onde nasceram as mais velhas civilizações, nas margens do rio Eufrates, no Iraque, no Vale da Mesopotâmia.
Cresceu em importância há 4.000 anos, quando um grande rei, Hamurabi, governou-a. Conquistou ele todas as cidades e tribos ao redor e dirigiu sabiamente o seu reino. Suas leis, escritas em caracteres cuneiformes, em blocos de barro, foram descobertas por arqueólogos. Outros desses blocos demonstraram que a Babilônia devia ter sido, então, uma cidade com muitas casas confortáveis e templos magnificentes.
Os sacerdotes desses templos administravam todas as finanças de toda a Babilônia.
Depois da morte de Hamurabi, a Babilônia foi conquistada sucessivamente por muitas tribos; seu segundo período de grandeza não foi atingido senão no ano de 600 a.C. Pouco antes disso, os assírios (que dominaram com crueldade grande parte da região) foram derrotados por uma tribo de caldeus, cujo chefe se tornou rei da Babilônia. seu filho, Nabucodonosor, conquistou gradualmente outras tribos e determinou, então, transformar Babilônia na mais bela cidade do seu tempo. Construiu enormes muralhas e torres para protegê-la contra os inimigos. Edificou templos e palácios que foram enfeitados com lindos mosaicos coloridos e transparentes.
De mais fama foram os jardins suspensos, que ele construiu para satisfazer sua esposa. As vegetações desse jardim cresciam em terraços construídas uns acima dos outros, sendo que podiam ser vistos de qualquer ponto da cidade.

Bacon, Roger_A grande cadeia de pensadores britânicos que se propuseram a encontrar na prática experimental a base do conhecimento tem seu primeiro elo em Roger Bacon, o Doctor Mirabilis (Admirável doutor).
Roger Bacon nasceu por volta de 1220, perto de Ilchester, Somerset, numa família de posses. Pôde estudar em Paris e mais tarde em Oxford, com Robert Grosseteste, um dos gênios da época. Mais tarde ingressou na ordem franciscana, com cujas autoridades teria constantes problemas ao longo da vida.
Embora Bacon aceitasse que o saber era produto da revelação, considerava que o homem devia utilizar, para a busca do conhecimento, as faculdades racionais que Deus lhe concedera. Contra a escolástica, defendia o papel prioritário da investigação científica, aceitando o método aristotélico indutivo-dedutivo e insistindo em que seu êxito dependia do conhecimento exato e extenso dos fatos. Como se dedicar à ciência era aproximar-se da alquimia e, de certo modo, da magia, teve vários de seus textos científicos proibidos de circular.
Em 1251, comentou, na Universidade de Paris, o tratado pseudo-aristotélico De plantis (Sobre as árvores), e escreveu brilhantes observações sobre a física e a metafísica de Aristóteles, enquanto se aprofundava nos autores árabes que introduziram na Europa os pensadores gregos. Escreveu uma gramática do grego e começou outra do hebraico. Provou ainda que vários textos da Bíblia estavam adulterados e muitos traduções de Aristóteles erradas.
Em 1257, o ministro geral dos franciscanos, são Boaventura, o colocou sob vigilância em Paris e proibiu a publicação de seus escritos. Bacon, porém, se fez amigo do núncio apostólico na Inglaterra (o futuro papa Clemente IV), que o apoiou. Escreveu então Opus majus (Obra maior), que, como Communia naturalium (A natureza do dia-a-dia), sumarizava os conhecimentos da época. Seguiram-se Opus minus (Obra menor) e Opus tertius (Obra terceira), a primeira com observações e experiências sobre a multiplicação das espécies, a segunda um tratado de alquimia. Com a morte de Clemente IV, suas obras foram novamente condenadas e Bacon encarcerado durante 14 anos, por determinação da ordem.
A audácia e a novidade da pesquisa científica valeram a Bacon o cognome de Doctor Mirabilis. Propôs a reforma do calendário, fez experiências de óptica e de propagação da força, anteviu as propriedades das lentes convexas, que poderiam se transformar em telescópio ou microscópio, as conseqüências práticas do uso da pólvora, os navios de propulsão mecânica e a possibilidade de vôo de engenhos mais pesados que o ar. Tratou ainda dos problemas de uma viagem de circunavegação.

Bamberg_De 1623 a 1632, o estado de Bamberg – mais tarde descrito como o “templo do terror” – foi governado pelo fanático príncipe-bispo Gottfried Von Dornheim. Conhecido como o “bispo feiticeiro”, ele estabeleceu uma organização de caça a feiticeiras extremamente eficientes, sob o comando do bispo assistente Friedrich Förner, assessorado por um conselho de advogados. Prisões especiais foram erguidas, ficando famosa a chamada Hexenhaus, ou a “Casa das feiticeiras”. No mínimo 600 pessoas foram queimadas nessa década, sob a acusação de feitiçaria.
Era considerado essencial que o acusado confessasse a prática de feitiçaria e, nesse sentido, nenhum esforço era poupado. Os meios empregados incluíam: tostar a vítima numa caldeira de ferro incandescente, beliscar-lhes a pele com pinças quentes, esmagar suas pernas, deslocar as clavículas e esmagar os dedos.
Era extremamente perigoso expressar qualquer dúvida quanto à culpa dos acusados ou à ação da corte e os métodos usados, para obter a confissão. As autoridades estavam determinadas a não deixar que o acusado, um vez preso, escapasse à sua sorte.
Isso foi provado pelo próprio vice-chanceler de Bamberg, Dr. Ham, que tinha mostrado sinais de liberalidade para com os acusados: ele próprio foi acusado de feitiçaria, admitiu sua culpa sob torturas e denunciou outro cinco burgos-mestres do estado. Isso não o salvou: em 1628, o Dr. Ham, sua esposa e sua filha foram queimados, sob a acusação de serem uma súcia de feiticeiros.
A caça às feiticeiras, em Bamberg, envolvia uma indústria inteira, que ia desde os juízes até os fornecedores de lenha para queimar os acusados. Todas as despesas eram pagas com o patrimônio do próprio acusado. Se alguém demorasse em confessar, os métodos de tortura atingiam requintes de perversidade: penas em chamas, com ácido sulfúrico, passadas pelas axilas ou pelos órgãos genitais, ou ainda banhos com água fervente, na qual o ácido era adicionado.
Muitas vezes a riqueza do acusado é que provocava a denúncia, prisão, tortura e execução do mesmo. Por isso, a traição entre amigos era coisa comum.
Tudo terminou quando refugiados foram relatar ao imperador os detalhes do simulacro da justiça em Bamberg: leis mais amenas foram baixadas, dando oportunidade de defesa ao acusado. Mas isso não era obra apenas da Contra-reforma: o luterano Benedict Carpzov admitiu ter determinado a execução de, pelo menos, 20 mil pessoas, na Saxônia. Com o gradual declínio da crença na existência do diabo, o medo às feiticeiras abrandou. E, com isso, não houve mais necessidade de mandar queimar, para salvar a alma do acusado.
Em 1630 morreu o bispo Förner e, dois anos depois, foi seguido por seu mestre, o príncipe-bispo Dornheim. Também, a invasão da Alemanha por Gustavo Adolfo, da Suécia, contribuiu para alterar a situação: o réu sueco era protestante. Foi necessária a presença de um herege em solo católico para que cessassem as atrocidades que estavam sendo cometidas em nome da religião. Só assim, colocou-se um ponto final em uma das mais negras páginas da intolerância e da ignorância humana.

Bardo Thödol_ O Bardo Thödol é uma obra que fala da concepção budista-tibetana sobre o post mortem. Foi escrito no século VII, compilado por mestres budistas. Seu conteúdo, porém, muito mais antigo, reúne crenças tibetanas sobre o que acontece depois da morte do corpo físico humano. Também chamado de O Livro dos Mortos Tibetano, a expressão "Bardo Thödol" é mais apropriadamente traduzida como "A Libertação Pelo Entendimento na Vida após a Morte". "Bardo" é uma palavra composta: BAR significa "Entre" ― DO, significa "Dois". O Bardo Thödol é um livro de instruções que objetiva fornecer as informações necessárias para que o espírito obtenha a Libertação alcançando o "estado de Buda", de Iluminado, habitando "Terras Búdicas", livre da reencarnação inevitável, porém ainda capaz de voltar a viver em um dos cinco mundos de seres animados, por vontade própria, se desejar auxiliar os encarnados em seu processo de evolução.

De certa forma, o Bardo Thödol é a ciência de que permite ao espírito transcender a lei do carma pelo entendimento do fenômeno da vida em sua TOTALIDADE CONTÍNUA.
Um entendimento que permite superar a forte cadeia que prende o SER humano a uma existência de sofrimento: a cadeia formada pelo binômio DESEJO-CULPA.

Belomancia_Sistema de adivinhação através de flechas lançadas no ar. Foi utilizado pelos caldeus, gregos e árabes.

Berosus_250 a. c., Berosus, astrólogo babilônico, impressionou o mundo clássico com os seus escritos, conseguindo fundar uma escola para astrólogos na ilha de Cos. Nos quatrocentos anos que se seguiram, os gregos adaptaram a astrologia caldeia às suas próprias tradições, tornando-a cada vez mais formal e complicada. Divulgaram um sistema de diagnóstico pela astrologia, reservado até esse momento aos soberanos e desenharam um método para calcular o destino individual baseando-se no momento do nascimento.

Blake, Willian_foi o primeiro dos grandes poetas Românticos ingleses, como também pintor, impressor, e um dos maiores gravadores da história inglesa. Suas imagens incluem o poeta do século 17, John Milton, descendo dos céus na forma de um cometa e caindo sobre o teto do pintor. Blake freqüentemente é chamado de místico, mas isto não é realmente preciso. Ele escreveu deliberadamente no estilo dos profetas hebreus e escritores apocalípticos. Ele pressentiu que seus trabalhos eram como expressões de profecias, enquanto seguia nos passos de Milton. Na realidade, ele acreditou claramente que foi a incorporação viva do espírito de Milton. Aos 67 anos começou os desenhos para o "Inferno” da Divina Comédia de Dante, e foi tão dedicado que aprendeu o italiano para aprofundar melhor no universo de Dante; trabalhando nestes desenhos até os últimos dias de sua vida.

Blavatsky, Helena Petrova_Helena Patrovna Hahn Fadéef nasceu em Ekaterinoslav, Rússia; em 30 de julho de 1831. Era filha de Pedro Hahn da família Macklenburg e de Helena Fadéef, família nobre que lhe concedeu uma educação completa: pianista e conhecimento profundo em idiomas e literatura.
Em sua infância, alguns presságios atribuíam a Helena um aspecto misterioso e catastrófico. Em seu batizado, acidentalmente a túnica do sacerdote foi incendiada, ferindo e assustando alguns que estavam presentes na cerimônia. Anos mais tarde, Helena brigou com um colega e ameaçou enviar-lhe um diabo que lhe faria cócegas até a morte. O garoto aterrorizado correu, escorregou e caiu num rio morrendo afogado.
Após a morte de sua mãe, foi enviada para a companhia de seu avó, o governador de Saratov, que vivia num castelo que diziam ser encantado. Aos cinco anos era capaz de hipnotizar; e aos quinze utilizava-se da clarividência.
Esteve na França e Inglaterra em 1845 e em 1848. Contra sua vontade, casou-se aos 17 anos com o general Nicephore V. Blavatsky, 51 anos, governador de Etivan. Porém, seu matrimônio durou apenas três meses. Helena fugiu de casa e foi para Constantinopla, onde permaneceu o tempo necessário para legalizar o processo de separação.
No Egito conviveu com um mestre Copta que a iniciou em ciências ocultas. Através desse mestre, tomou conhecimento das Estâncias de Dzyan; um livro guardado num mosteiro tibetano que continha ensinamentos ocultos da sabedoria Oriental antiga. No ano de 1851 em Londres, recebeu a missão de um mestre hindu de fundar uma sociedade espiritualista transcendental.
A partir deste momento, deu início a sua peregrinação pelo mundo, passando por Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Índia, Ceilão e Nepal. Conheceu as colônias holandesas e Cingapura em 1853, sempre bancada por seu pai e a herança de uma tia. Sua volta ao mundo se estendeu até 1867, chegando a residir em Cáucaso e Ucrânia. Helena ainda permaneceu alguns meses no Tibet, onde recebeu a Iniciação. Seguiu para o Cairo, Palestina e Grécia, onde foi ferida na Batalha de Mentana. De volta a Londres, conhece Kout Houmi Lal Singh, um misterioso personagem com quem passou a se corresponder.
Helena recebeu As Estâncias de Dzyan de um grupo ocultista indiano. Porém, em uma viagem a Calcutá, passou a ser pressionada para devolvê-lo; caso contrário, sua vida seria abalada por diversas infelicidades. Helena adoeceu, mas ainda perambulou pela Europa. No decorrer dos anos, fatos estranhos a atormentaram: o navio que viajava explodiu em 1871 e ainda foi vítima de uma tentativa de assassinato. Assustada com essas ocorrências decide ceder as pressões e entregar o livro.
No ano de 1872 em Paris, Madame Blavatsky, como também era conhecida, tentou pela primeira vez fundar uma sociedade ocultista. Nessa longa peregrinação, Helena desenvolveu suas habilidades psíquicas através de treinamentos e experiências ritualísticas. No mesmo ano foi residir em Nova York, entrando em contato com o movimento espírita Irmão Eddy, com os Mórmons e estudou Vodu.
Depois de breves viagens pela Europa Oriental em 1873, retornou para Nova York. No ano seguinte, conheceu o norte americano Cel. Henry Steel Olcott, com quem fundou a Sociedade Teosófica em 1875. Dois anos mais tarde, lançou Isis sem Véu, que contêm mais de 1.300 páginas e esgotou-se no primeiro dia de lançamento; deu continuidade aos primeiros conceitos sólidos da Sociedade. Helena também lançou a revista The Theosophist; e a sede da Sociedade foi transferida para Madras, Índia. Por todo este período, sofreu pressão de grupos indianos para que nada fosse revelado sobre As Estâncias de Dzyan.
No ano seguinte, viajou para a Europa, mas se estabeleceu na Índia. Em 1885, adoeceu e foi para a Alemanha, onde deu início ao trabalho de A Doutrina Secreta. Em maio de 1887, foi morar em Londres, e lançou a segunda revista Lúcifer (Lúcifer significa literalmente Portador da Luz). Publicou A Doutrina Secreta e fundou a Escola Esotérica em 1888. Em 1889 publicou A Chave para a Teosofia e A Voz do Silêncio. Finalmente em 1890, estabeleceu definitivamente a sede da Sociedade Teosófica em Londres; aonde veio a falecer em 8 de maio de 1891, sendo cremada no Working Crematorium.
Helena Blavatsky foi um dos principais ícones da ciência e ocultismo do século XIX. Seus Mestres a chamavam de Upasika. Na Rússia era conhecida pelo seu pseudônimo literário, Radha Bai, e considerada a reencarnação de Paracelso.
Blavatsky é a responsável pela introdução do conhecimento oriental do Ocidente, incluindo os conceitos de Karma e Reencarnação; além de expor ao mundo a idéia de que todas as religiões partem de uma única base primitiva.
Suas obras A Doutrina Secreta, Isis sem Véu, A Voz do Silêncio e O Simbolismo Arcaico das Religiões, teriam sido inspiradas através da leitura por clarividência de As Estâncias de Dzyan. O crítico inglês William Emmett Coleman, calculou que para escrever Isis sem Véu, Blavatsky precisaria ter estudado 1400 livros por ela desconhecidos.
Mas sua grande contribuição é, sem dúvida alguma, a Sociedade Teosófica. Após mais de cem de sua fundação, possui adeptos em toda parte do mundo e permanece estabelecida como uma das principais bases de conhecimento da atualidade.

Bosch, Hieronymus_Conhecido e admirado - Jheronimus (ou Jeroen) Anthonissen van Aken — o Hieronymus Bosch — nasceu por volta de 1450 na província holandesa do Brabante Setentrional, muito provavelmente na pequena cidade de 's-Hertogenbosch, da qual é quase certo que derivou seu sobrenome artístico.
Acredita-se que a família era originária de Aachen, na Alemanha, conforme sugere o sobrenome, e estabelecera-se na Holanda ainda no início do século XV. A hipótese muito mais viável é a de que Bosch tenha participado da Irmandade da Vida Comum, uma das muitas confrarias religiosas que proliferavam em 's-Hertogenbosch. Criada no século XIV por Gerhard Grote, discípulo do grande místico e eremita flamengo Jan van Ruysbroeck, e levada para a cidade de Bosch na primeira metade do século XV, esta Irmandade pregava um novo espírito de vida religiosa, combatia ao mesmo tempo as seitas heréticas e a corrupção do clero. A firme devoção de seus adeptos levava-os a renunciar aos apelos do mundo e a partilhar tudo que possuíam. As idéias da Vida Comum provavelmente exerceram forte influência sobre a religiosidade e a arte de Bosch, que as teria apreendido tanto nas reuniões a que provavelmente comparecia como nas obras de místicos flamengos contemporâneos que também as adotavam.

Bozzano, Ernesto_Nascido em Gênova, a 9 de janeiro de 1862, quarto filho de um total de cinco irmãos de uma família abastada.
Em 1948, escreveu Bozzano ao médico Dr. Humberto Torres, havendo nascido numa família espírita tive, à minha disposição, os numerosos livros que meu pai adquiriu e além disto, durante toda a minha vida, a ventura de presenciar vários dos interessantes fatos neles relatados.
Sua primeira abordagem no estudo do Espiritismo foi a da negação do fenômeno. O estudo pormenorizado dos mesmos levou-o a tornar-se mais tarde um de seus mais importantes escritores. Era um pensador positivista.

Suas primeiras incursões nos estudos do fenômeno espírita, através dos trabalhos de Alexandre Aksakov em “Animismo e Espiritismo“ e “Os Fantasmas da Sala de Estar (Phantasms of the Living)“ de Gurnes Myers, converteram-no definitivamente em um pesquisador psíquico.
Bozzano começou a escrever artigos sobre mediunidade a partir de 1900.
Em 1920 ele conheceu Gastone De Boni que, após a morte de Bozzano, herdou todo o seu material científico.
Foi Presidente de Honra do 5° Congresso Espírita Internacional, realizado de 1 a 10 de setembro de 1934, em Barcelona, Espanha. Por sua atuação e obra recebeu uma belíssima medalha de ouro dos espíritas ingleses, que continha a seguinte frase “Ao grande Mestre da Alma, Ernesto Bozzano, que abriu novos horizontes radiosos à humanidade sofredora, de seus amigos e admiradores“.
Ernesto Bozzano produziu mais de sessenta obras em toda a sua vida, estas obras estão disponíveis em português, na chamada “Obras completas de Bozzano“, suas monografias foram colecionadas no livro “Seleções“ da mesma série, Ed. Livraria Allan Kardec Editora, 1949. Traduções de Francisco Klors Wernek.
As suas obras mais importantes são “Animismo ou Espiritismo“, “Metapsíquica Humana“, “Enigmas da Psicometria“, “Fenômenos Psíquicos“ entre outros. Foi ele também um dos primeiros a estudar os fenômenos Metapsíquicos produzidos por animais onde se destacam o caso dos cavalos de Elberfeld, onde um fazendeiro ensinou aos seus animais a fazerem operações matemáticas. Ainda hoje existem dúvidas quanto a estes feitos, porém àquela época os fatos foram estudados e considerados reais.
Ernesto Bozzano morreu em 24 de junho de 1943, em Savona, Itália. Ele nunca negligenciou nas suas pesquisas, tendo participado de inúmeras sessões com Eusapia Palladino, um dos maiores médiuns de efeitos físicos que se tem notícias até os dias de hoje.

Brighid_também conhecida por Brigit, Bríde, Briget, Briid é uma Deusa muito popular na Irlanda, cultuada em todos os territórios onde os celtas se instalaram.
A palavra "Brig", em irlandês arcaico, significa força, poder. Segundo alguns filósofos, tal correlação pode estar por detrás da existência da existência de guerreiros chamados Brigands ou "soldados de Brighid".
Os brigantes, uma confederação de tribos celtas que se instalou em pontos tão diversos quanto a Armórica (França), a Grã-Bretanha e o sul da Irlanda, derivam seu nome da Deusa Brigantia, aparentemente mais uma variação de Brighid. Na Gália, a Deusa Brigindo é outra faceta desta deidade, enquanto que Brigantia é o nome original das cidades de Bragança em Portugal e de La Coruña na Galícia (Espanha). Mas é na Irlanda que encontraremos os elementos dessa Deusa melhor preservados.
Brighid, que significa "luminosa” é uma Deusa tríplice do fogo da inspiração, da ferraria, da poesia, da cura e da adivinhação. Isto é, as funções que lhe atribuem são triplas, correspondentes às três classes da sociedade indo-européia:

- Deusa da inspiração e da poesia - Classe Sacerdotal.

- Protetora dos reis e dos guerreiros - Classe Guerreira

- Deusa das técnicas - Classe de artesãos, pastores e agricultores.

Brighid é filha de Dagda,o Bom Deus, pertencendo assim, aos Tuatha De Danann. Dagda é o líder e o Grande Pai conhecido como o Poderoso do Conhecimento. Um rei da sabedoria Dagda é a Boa Mão, um mestre da vida e da morte, e aquele que traz prosperidade e abundância. Gêmeo de Sucellos como o regente da luz durante a metade do ano. O poder e o conhecimento de Dagda é dado por um sopro, chamado "AWEN" através de um beijo no escolhido como sucessor para Chefe Trovador dos Druidas. O "AWEN" é o sopro de Deus (Dagda) que guia e instrui, tornando um trovador diferente dos outros.

Há lendas que alegam ser ela a esposa de Tuireann, com quem teve três filhos (Brian, Iuchar e Iucharba), que posteriormente matam Cían, o pai de Lugh.

Uma outra versão nos diz que Brighid tinha como marido Bres, o malfadado líder dos Tuatha De Danann. Dessa união nasce Rúadan, o qual morre em combate na Segunda Batalha de Moytura. Ao encontrá-lo sem vida, lamenta sua morte em uma tradição que viria a ser conhecida como “(keening) (irlandês-caoineach), e que ainda hoje é preservada nas áreas rurais da Irlanda. os” keenings' eram lamentos emitidos por mulheres face ao falecimento de um membro da família ou da comunidade. Se constituíam em choros pungentes, quase bestiais, descritos por observadores como o som de "um grande número de demônios infernais".

Como Deusa, Brighid, é uma entidade fortemente vinculada com a inspiração e a criatividade, tanto que na tradição Britânica dos Druidas foi assimilada como a "Deusa dos Bardos", por ser a "musa" que inspirava àqueles grandes sacerdotes similares aos Brahamanes da Índia. Atualmente se diz que Brighid é o veículo e guardiã do "Awen", o sopro de seu pai (Dagda), ou a "consciência da inspiração", um estado muito variado de magnitude e cujos mistérios mais profundos parecem indicar um estado elevadíssimo de consciência, parecido ao Shamadi ou transe Yóguico.
"AWEN" é a força mental que inspira à criatividade.
Brigit também foi uma Deusa muito vinculada à curas com ervas e lhe eram atribuídos mágicos conhecimentos das propriedades curativas das plantas. Como conhecedora desses mistérios é uma Divindade vinculada à Bruxaria, já que as bruxas sempre foram, na antiguidade, mulheres de avançada idade que possuíam um vasto conhecimento sobre as propriedades naturais e intrínsecas das plantas para todo o tipo de uso medicinal.

A Deusa era ainda uma grande guerreira que afugentava as tropas inimigas de qualquer exército quando era invocada, e também, infundia valor ao exército que apadrinhava. Brighid apareci freqüentemente de maneira imensa e feroz lançando gritos de raiva frente aos exércitos que pretendia afugentar. Desse mesmo modo, os Celtas antes das batalhas lançavam gritos selvagens e ininteligíveis com o único propósito de amedrontar à seus adversários.

Algumas vezes, Brighid é identificada com Danann (Deusa principal, Mãe dos Deuses da Tradição Celta) e é considerada como a Mãe de todas as coisas.
Lady Gregogy, em "Gods an Fighting Men", diz dela:

“Brigit...era uma poetisa, e os poetas a adoravam, pois seu domínio era muito grande e muito nobre. E, era assim mesmo, uma curadora, e realiza trabalhos de ferreiro, fui ela quem deu o primeiro assobio para chamar-se uns aos outros no meio da noite. E, um lado de seu rosto era feio, porém o outro muito belo. E, o significado de seu nome era Breo-saighit, flecha de fogo".
Brighid assumiu inúmeros aspectos e atributos através dos tempos. Suas cores sagradas são o vermelho, o laranja e o verde. Cada uma dessas cores representa um atributo de Brighid. O vermelho simboliza o fogo da forja, da lareira que aquece e alimenta. O laranja representa a luz solar, pois antes da ascensão patriarcal de Deuses como Bel e Lugh o patamar de Deuses solares, era a Brighid que o Sol era consagrado. O verde representa as fontes e ervas que curam, no papel de Brigit como Curandeira.

Bruno, Giordano_ Sempre contestador, não tarda a atrair contra si próprio opiniões contrárias e perseguições. Em 1576 abandona o hábito ao ser acusado de heresia por duvidar da Santíssima Trindade. Inicia, então, uma peregrinação que marcou sua vida. Defensor do humanismo, corrente filosófica do Renascimento defendia o infinito cósmico e uma nova visão do homem. Embora a filosofia da sua época estivesse baseada nos clássicos antigos, dentre os quais principalmente Aristóteles, Bruno teorizou veementemente contra eles. Sua forma e conteúdo são muito semelhantes às de Platão, escrevendo na forma de diálogos e com a mesma visão.
Nômade por natureza e modo de vida, Bruno baseou sua filosofia apoiado nas suas intuições e vivências fora do comum. Defendeu teorias filosóficas que misturavam um neo-platonismo místico e panteísmo. Acreditava que o Universo é infinito, que Deus é a alma universal do mundo e que todas as coisas materiais são manifestações deste principio infinito. Por tudo isso, Bruno é considerado um pioneiro da filosofia moderna. Ao contrário do que se pensa comumente, Giordano Bruno não foi queimado na fogueira por defender o heliocentrismo de Copérnico.
Um dos pontos chaves de sua teoria é a cosmologia, segundo a qual o universo seria infinito, povoado por milhares de sistemas solares, e interligado com outros planetas contendo vida inteligente. John Gribbin, em seu livro "Science: A History 1543-2001" explica que Bruno participava de um movimento chamado Hermetismo, que se baseava em escrituras que, de acordo com o que era dito, teriam se originado no Egito. Entre outras referências, esse movimento utilizava os ensinamentos do deus egípcio Thoth, cujo equivalente grego era Hermes, conhecido pelos seguidores como Hermes Trimegistus. Bruno teria abraçado a teoria de Copérnico porque ela se encaixava bem na idéia egípcia de um universo centrado no Sol. Deus seria a força criadora perfeita que forma o mundo e que seria imanente a ele. Bruno coaduna com os poderes humanos extraordinários, mas enfrentou abertamente a Igreja Católica e seus preceitos.

Bruxa_ É ser uma pessoa sensível, às vezes, muito mais do que se gostaria de ser. Não é ser paranormal, nem ter superpoderes, nem ser adivinho, ou sequer lidar com oráculos, como o tarô, as runas ou qualquer outro.
Ser bruxo é amar o feminino em harmonia com o masculino. É potencializar o melhor dessas duas polaridades e compreender que são interdependentes e complementares.
Às vezes é ser meio "bicho esquisito", sim. Não acredito que se interessem por Bruxaria, e, menos ainda que sejam bruxas, pessoas muito convencionais, muito adaptadas ao padrão social. Até porque, a Bruxaria é uma religião mais solta, menos dogmática, não hierarquizada, que responsabiliza a nós mesmos pela nossa vida, que nos ensina a buscar o contato direto com os Deuses, e não delegar poder a outros sacerdotes que não sejam nós mesmos, e a maioria das pessoas não querem isso.
Os verdadeiros bruxos e bruxas não precisam que nenhuma organização lhes outorgue o título, lhes reconheça como tal. Até por que isso é a maneira patriarcal, cartesiana de se organizar e de agir, que nada tem a ver com esse novo-velho modo de agir que tentamos resgatar, que é uma visão de mundo e uma atitude mais ligada à Deusa, ao feminino e ao masculino adulto, e não ao masculino infantil representado pelo patriarcado.
Os que ainda se prendem a tais bobagens não são os verdadeiros bruxos; podem até ser os que se encontra com mais facilidade, mas isso é bem diferente.

A Bruxaria está para ocultismo como o punk está para o rock. Faz parte dele, mas diferencia-se pela rebeldia, pelo "faça você mesmo", em oposição a métodos rígidos, ao virtuosismo, ao racionalismo, ao modo de pensar patriarcal que se baseia em conhecimento teórico em detrimento ao conhecimento emocional, visceral. Ou seja, saia da platéia e vá para o palco, ainda que você só saiba três acordes.

Ser bruxo é respeitar que muitos pensam de forma diferente disso, e nem assim devem ser inimigos, pois a tolerância religiosa e o respeito à diversidade são cruciais para todos nós, seres humanos. O nosso ponto de vista é o melhor apenas para nós; o do outro é, certamente o melhor para ele e tudo bem se continuar sendo, pois não podemos nem tencionamos fazer proselitismo. Apenas todos devem poder se expressar livremente e ser respeitados.
Hoje sei que ser bruxo não é para qualquer um, não. Já pensei que quem quisesse poderia se tornar um, descobri que não. Precisa de um dom, sim. Mas não quero dizer com isso que sejamos só melhores por termos esse dom, podemos ser piores, em muitos aspectos, pois sofrem mais as pessoas mais sensíveis. Preocupo-me com as pessoas que querem ser bruxas por achar que todos os seus problemas se resolverão, ou que isso lhes dará um motivo para empinar os narizes e se acharem melhores que outros... E preocupo-me também pelos que se deixam iniciar por outrem, apenas por acharem que isso é o correto, que suas iniciações precisam ser reconhecidas por tal organização. Eu, já tendo passado por ambas, não acredito em outra forma de iniciação mais poderosa do que a auto iniciação.
A experiência é muito mais forte se você estiver sozinho. O que precisamos ter é pelas pessoas que, na vida real, nos orientaram e transmitiram seus conhecimentos a nós; nossos professores sempre devem ser lembrados com carinho e muito respeito. Não importando se eles foram homens ou mulheres, dessa ou daquela nacionalidade, tradição ou nível de instrução. E mesmo que eles não sejam mais nossos amigos, pelos desvios de percursos naturais, jamais devemos negá-los. Ninguém aprende nada totalmente sozinho, precisamos sempre do outro para alguma coisa. Ainda assim, paradoxalmente, a nossa única preocupação deve ser criar sua própria tradição e ser o seu único seguidor.