A professora Marisa Barbosa, 49 anos, há dois anos luta para
tentar retomar sua vida e as aulas no município de Santa Adélia.
Marisa Barbosa, professora do primário, teria sido acusada
de praticar bruxaria dentro da sala de aula, além de ter sido demitida pela
Prefeitura de Santa Adélia e supostamente não ter recebido as verbas
indenizatórias.
Marisa relembra que em meados de março de 2009, a direção da
escola municipal em que ela trabalhava a chamou para lhe dar uma advertência.
“Eu fui chamada e acusada de ter dado sal com pimenta para
uma criança de cinco anos dentro da sala de aula. Na época a diretora disse que
a mãe havia me acusado e que por isso eu iria assinar uma advertência. Fiquei
indignada e disse que não ia assinar, foi quando começou o meu tormento”, conta
a professora.
Com 16 anos de profissão, Marisa se viu obrigada a fazer um
boletim de ocorrência contra a diretora da escola e contra a mãe do aluno que a
acusou.
Os registros foram feitos na delegacia, porém desde então
Marisa não foi mais ouvida pela Prefeitura e não teria conseguido mais pegar
aulas.
“Eu fui acusada de ter um caldeirão em minha casa. Acusada
de fazer feitiço para as crianças gostarem de mim, enfim, me acusaram de
barbaridades dentro daquela escola que eu nunca fiz e nunca tive condições de
provar. Nem sequer ouviram as mães dos meus alunos”, lamenta a professora.
AFASTAMENTO
No mesmo ano (2009), no mês de setembro, Marisa foi
afastada, tendo em vista que foi instaurado um processo administrativo na Prefeitura.
Enquanto aguardava a decisão, a professora conseguiu ministrar aulas em outros
municípios. Porém, com a situação financeira apertando cada vez mais, Marisa
passou a fazer faxina para sustentar a casa e o filho de cinco anos.
“Eu fui afastada com uma mão na frente e outra atrás.
Preciso saber exatamente do que eu estou sendo acusada. Quero entender o que
aconteceu. Minha vida e minha profissão foram destruídas e nem sei por que”,
desabafa.
JUDICIAL
A professora esperou a conclusão do processo administrativo
e como não teve o problema resolvido, entrou na justiça em busca de seus
direitos e suas respostas.
O advogado de Marisa, Francelino Spósito, que cuida de sua
defesa, destacou não saber os reais motivos da ação contra Marisa.
“Entramos com o pedido de cautelar contra a Prefeitura e
agora queremos que eles apresentem as provas adquiridas do processo
administrativo. Minha cliente recebeu a cópia desse processo, porém nele falta
uma parte que não foi entregue. A Marisa foi lesada financeiramente e
profissionalmente. São esses danos que nós queremos e vamos reparar”, apontou
Spósito.
O processo que corre na 2ª Vara do Trabalho de Catanduva,
foi contestado pela Prefeitura de Santa Adélia e a defesa da professora pediu a
impugnação, tendo em vista que a Prefeitura não teria apresentado a
discriminação das verbas pagas, dentre outros pedidos da defesa.
PREFEITURA
A Prefeitura foi procurada para comentar sobre o assunto e
em nota afirmou que: “No ano de 2009, foi aberto processo administrativo para
apurar denúncias contra a funcionária. Sendo constituída Comissão processante,
conforme determina a lei. Referido processo teve seu tramite normal, inclusive
sendo assegurado o direito do contraditório e ampla defesa, onde a servidora
foi devidamente representada por advogado, sendo que ambos foram intimados de
todos os atos processuais. No final do processo, diante das provas
apresentadas, a Comissão decidiu pela aplicação da pena de demissão,
expedindo-se portaria. Diante desta pena aplicada, foi feita a rescisão
contratual, recebendo as verbas corretamente”, esclareceu a nota assinada pelo
advogado e procurador de Santa Adélia Sérgio Donato Júnior.
Fonte: O Regional
Um comentário:
Muito interessante.
Copiei e divulgarei tudo bem?
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