11 setembro, 2006

O Paganismo

Sua origem remonta aos primórdios da humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar sua percepção para os mistérios da vida e da natureza.
Segundo estudiosos, a primeira demonstração da arte devocional foram as Madonas Negras, encontradas em cavernas do período neolítico.
Portanto, as deusas da fertilidade foram os primeiros objetos de adoração dos povos primitivos.
Eles acreditavam que o universo deveria ter sido criado por uma Grande Mãe.
Entre os povos que dependiam da caça, surgiu o culto ao Deus dos Animais e da Fertilidade, também conhecido como Deus de Chifres ou Cornífero.
O Paganismo, ou Bruxaria surgiu no período Neolítico, em várias regiões da Europa, onde hoje se localizam a Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, indo até o Sudoeste da Itália e a região da Britânia na França.
Quando os Celtas invadiram a Europa, quase mil anos antes de Cristo, trouxeram suas crenças que se misturaram às da população local.

Embora a Bruxaria tenha se firmado entre os Celtas, é importante lembrar que a Bruxaria é anterior a eles!

A sociedade Celta era Matrifocal, isto é, o nome e os bens da família eram passados de mãe para filha. Homens e mulheres tenham os mesmo direitos, sendo a mulher respeitada como Sacerdotisa, mãe, esposa e guerreira. O culto da Grande Mãe e do Deus Cornífero predominaram nas regiões da Europa dominadas pelos Celtas, até a chegada dos romanos, que praticamente dizimaram as tribos Celtas, que nessa época já estavam sendo dominadas pelos Druidas, que representavam uma introdução ao patriarcalismo.
Porém, em muitos lugares, a religião da Grande Mãe continuou a ser praticada, pois havia certa tolerância por parte dos romanos.

Foi somente na Idade Média que a Bruxaria foi relegada às sombras com o domínio da Igreja Católica e a criação da Inquisição, cujo objetivo era eliminar de vez as antigas crenças, que eram uma ameaça a um clero muito mais preocupado em acumular bens e riquezas do que a propagar a verdadeira mensagem de Jesus.
Foi a Igreja Católica que inverteu muito dos valores pagãos.
Os chifres, por exemplo, que representavam a fertilidade, coragem e todos os atributos positivos da energia masculina, foram usados para personificar a imagem do Diabo.
Se fôssemos descrever essa época infame, em que milhões de pessoas, em sua maioria mulheres, foram perseguidas, torturadas e assassinadas pela Inquisição, com certeza, escreveríamos um livro com milhares de páginas.
Muitas das vítimas da Inquisição não eram Bruxas, e sim, pessoas com problemas de saúde, doenças mentais, deficiências físicas ou somente o alvo da suspeita e inveja do povo.
Também era comum acusar pessoas para tomar seus bens, pois esses eram divididos entre os inquisidores. Durante o tempo das fogueiras, muitos dos conhecimentos passaram a ser transmitido oralmente, por medida de segurança, e, assim, muito se perdeu.
Por isso, não é correto dizer que a Bruxaria de hoje é a mesma de séculos atrás.
No presente, um grupo de pessoas está redescobrindo e recriando a Nova Bruxaria ou Neo Paganismo, como também é conhecido.

06 setembro, 2006

Canção da lua


Ergo meus braços,saudando
Enquanto ela desliza pela noite,
A Lua dos Mistérios, redonda,
Disco luminoso,
de prata cintilante.
Meu espírito atende a Seu chamado,
E deseja ter as asas para voar,
Para que eu possa buscar
Seu santuário sagrado
Do qual o céu é o símbolo.
Um lugar de segredos ocultos,
De antigos mistérios sagrados,
Um lugar que em outras eras conheci,
E de sabedoria em templos calados.

Esforço-me para tentar lembrar
Tudo o que antes aprendido eu teria,
Os Segredos Esquecidos da Lua,
a Deusa e toda a Sua sabedoria.
Apesar de meus braços voltados para o céu,
Ouço Sua voz em meu interior e sigo esta direção.

Desvendo o labirinto interno,
Confiando em minha opção.
"Não busque no exterior, mas sim no fundo do seu eu".

Diz a voz clara e suave.
"Mantenha sua Fé em Mim pelos treze meses,
Do Ano Sagrado da Mãe.
"Eu a observo através de seus ciclos,
Como já fiz em vidas passadas,
E sigo sua trilha enluarada,
Que à porta secreta interior me conduz. "

Senhora dos quatro elementos


A Sua Arte,
Senhora, veio à luz.
Quem poderá escapar de seu poder?
Sua forma é um eterno mistério;
Sua presença paira sobre as terras quentes.
Os mares te obedecem,
As tempestades se acalmam.
A sua vontade detém o dilúvio.
E eu, tua pequena criatura,
Faço a saudação:
Minha Grande Rainha,Minha Grande Mãe!


02 setembro, 2006

A Bruxaria Tradicional e a Bruxaria Moderna


Há uma grande confusão, entre os leigos, acerca de Bruxaria Tradicional e Bruxaria Moderna.
A Bruxaria Tradicional tem suas raízes aprofundadas através do período pré-histórico, podendo ser considerada em parte irmã e em parte filha de antigas práticas e cultos xamânicos.
Historicamente, tal e qual os xamãs, o papel social das Bruxas Tradicionais era basicamente dividido entre a prestação de auxílio à população na cura de problemas de saúde (problemas fisícos, da psiquê e do espírito) e o contato com os espíritos dos mortos e dos deuses.

A Bruxaria Moderna, por outro lado, embora se relacione firmemente com a Bruxaria Tradicional, surge historicamente com Gerald Gardner, com a criação da Wicca no ano 1950 da Era Comum.
Apesar de a Bruxaria Tradicional, ao longo de seus estimados mais de 20.000 anos de existência, ter vindo absorvendo elementos estranhos a suas raízes ancestrais, sendo uma religião viva e que evolui continuamente, seu eixo fundamental é bastante distinto do da Bruxaria Moderna, pois Gardner não apenas adotou novos elementos, mas tornou alguns destes em bases fundamentais da Wicca, amalgamando de forma indissolúvel o que teria aprendido como iniciado na Bruxaria Tradicional com conhecimentos adquiridos junto ao druidismo e conceitos de origem claramente oriental.

Dois Princípios Básicos na Bruxaria

A Bruxaria, sendo caracterizada pela liberdade de pensamento, acaba por apresentar um amplo leque de linhas de pensamento e de vertentes de características bastante distintas, entretanto, alguns elementos em comum podem ser apresentados a fim de que se tenha melhor compreensão do significado da bruxaria. Elencamos dois princípio comuns, em especial, que ao mesmo tempo que ajudam a compreensão, afastam conceitos equivocados calcados em histórias infantis e preconceitos medievais à prática da bruxaria.

O Respeito ao Livre-Arbítrio -
Nenhum verdadeiro bruxo buscará doutrinar aqueles que têm outro credo. Para os bruxos, a fé só é verdadeira se resulta de escolha individual e espontânea.
Nenhum verdadeiro bruxo realizará qualquer tipo de magia no intuito de se beneficiar de algo que prejudicará outra pessoa.
Para os bruxos, cada um tem seu próprio desafio a enfrentar.
Usar de qualquer subterfúgio para escapar dos desafios que se apresentam é apenas adiar uma luta que terá de ter lugar nesta ou em outras vidas.
Adiar problemas é o mesmo que acumulá-los para as próximas encarnações.

A Comunhão com a Natureza -
O verdadeiro bruxo respeita a natureza, e por natureza ele entende absolutamente tudo o que não é feito pelo homem, inclusive os minerais.
Quando preserva a natureza, suas preocupações não são a viabilidade da manutenção da vida humana na Terra, o verdadeiro bruxo respeita a natureza simplesmente porque se sente parte dela, porque a ama.
Os bruxos não acham que a natureza está à sua disposição.
Os homens, os minerais, os vegetais e toda a espécie de animal são apenas colegas de caminhada, nenhum mais ou menos importante que o outro.
Ainda assim, matam insetos que lhes incomodam e arrancam mato que cresce nos canteiros de flores sem dramas de consciência.
Não são falsos em suas crenças nem românticos idealistas.
Acreditam que conflitos fazem parte da natureza.

28 agosto, 2006

Caça às bruxas




A caça às bruxas foi uma perseguição religiosa e social que começou no final da Idade Média e atingiu seu apogeu na Idade Moderna.


Antigas religiões pagãs e matriarcais eram tidas como satânicas.


Mulheres eram queimadas em fogueiras sem o menor pretexto. Um tipo de paranóia social. O mais famoso manual de caça às bruxas é o Malleus Maleficarum, ou "martelo das feiticeiras", de 1486.


Num sentido mais amplo, a expressão "caça-às-bruxas" costuma ser utilizada em diversas outras ocasiões.


Como exemplo temos que, durante a Guerra Fria, os EUA perseguiam toda e qualquer pessoa que julgassem ser Comunista, seja por causa fundamentada ou não.
Dessa forma, temos a caça às bruxas comunistas dos EUA.


Aspectos importantes


O número total de vítimas ficou provavelmente por volta dos 50 mil e certamente não mais que 100 mil. No passado chegou-se a dizer que teriam sido 9 milhões e até hoje alguns propagam esse número totalmente equivocado.
Embora tenha começado no fim da Idade Média, a caça às bruxas européia foi bem mais um fenômeno da Idade Moderna, período em que a taxa de mortalidade foi bem maior.


Embora supostas bruxas tenham sido queimadas ou enforcadas num intervalo de cinco séculos -- do século XIV ao século XVIII - a maioria foi julgada e morta entre 1550 e 1650, nos 100 anos mais histéricos do movimento.
O número de julgamentos e execuções tinha fortes variações no tempo e no espaço.
Seria fácil encontrar localidades que, em determinado período, estavam sendo verdadeiros matadouros logo ao lado de regiões praticamente sem julgamentos por bruxaria.


A maior parte das mortes na Europa ocidental ocorreram nos períodos e também nos locais onde havia intenso conflito entre o Catolicismo e o Protestantismo, com conseqüente desordem social.
Ocorriam mais mortes em regiões de fronteira ou locais onde estivesse enfraquecido um poder central, com a ausência da Igreja ou do Estado. Fatores regionais tiveram papel decisivo nos modos e na intensidade dos julgamentos.


Muitos países da Europa quase não participaram da caça às bruxas e 3/4 do território europeu não viu um julgamento sequer. A Islândia executou quatro "bruxas"; a Rússia, dez. A histeria foi mais forte na Suíça, Alemanha e França.


Numa média, 25% das vítimas foram homens, mas a proporção entre homens e mulheres condenados podia variar consideravelmente de um local para o outro. Mulheres estiveram mais presentes que os homens também enquanto denunciantes e não apenas como vítimas.
Até onde se sabe, algumas vítimas adoravam entidades pagãs e, por isso, poderiam ser vistas como estando indiretamente ligadas aos "neopagãos" atuais, mas esses casos eram uma minoria.
Também é verdade que algumas das vítimas eram parteiras ou curandeiros, mas eram uma minoria.
Cronologia


Os períodos de fome e peste do século XIV disseminaram a idéia de que pessoas conspiravam contra os reinos cristãos.
No passado os historiadores consideraram a caça às bruxas européia como um ataque de histeria supersticiosa que teria sido forjada e espelhada pela Igreja Católica.
Seguindo essa lógica, era "natural" supor que a perseguição teria sido pior quando o poder da igreja era maior, ou seja: antes de a Reforma Protestante dividir a cristandade ocidental em segmentos conflitantes.
Nessa visão, embora houvesse ocorrido também julgamentos no começo do período moderno, eles teriam sido poucos se comparados aos supostos horrores medievais. Pesquisas recentes derrubaram essa teoria de forma bastante clara e, ironicamente, descobriu-se que o apogeu da histeria contra as bruxas ocorreu entre 1550 e 1650, juntamente com o nascimento da celebrada "Idade da Razão".


Virtualmente todas as sociedades anteriores ao período moderno acreditavam em magia e formularam leis proibindo que crimes fossem cometidos através de meios mágicos. O período medieval não foi exceção, mas inicialmente não havia ninguém caçando bruxas de forma ativa e esse contexto relativamente benigno permaneceu sem grandes alterações por séculos.
As posturas tradicionais começaram a mudar perto do fim da Idade Média.
No início do século XIV, na parte central da Europa, começaram a surgir rumores e pânico acerca de conspirações malignas que estariam tentando destruir os reinos cristãos através de magia e envenenamento, falava-se de conspirações por parte dos mulçumanos e de associações entre judeus e leprosos ou judeus e bruxas.
Depois da enorme devastação decorrente da peste negra (que vitimou 1/3 da população européia em meados do século XIV) esses rumores aumentaram e passaram a focar mais em bruxas e "propagadores de praga".


Casos de processo por bruxaria foram aumentando lentamente, mas de forma constante, até que os primeiros julgamentos em massa apareceram no século XV.
Ao surgirem as primeiras ondas da Reforma Protestante o número de julgamentos chega a diminuir por alguns anos.
Entretanto, em 1550 a perseguição cresce novamente, atingindo níveis alarmantes em terras católicas e protestantes.
Esse é o período mais histérico e sanguinário da histeria, que vai de 1550 a 1650. Depois desse período os julgamentos diminuem fortemente e desapareceram completamente em torno de 1700.

O Dia das bruxas

A comemoração do Halloween, difundida pelos EUA teve origem nas celebrações pagãs dos celtas. Eles eram um povo pagão, isto é, que viviam em harmonia com o pagus (campo, natureza).

Pagão vem do latim "paganus", que significa "do campo", em oposição ao "urbanus", da cidade.
A origem do Halloween remete às tradições desse povo que habitou a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C.
A história, logo, está bastante distante das abóboras ou da famosa frase Travessuras ou Gostosuras, exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração.
Em sua origem, o Halloween não tinha relação com bruxas.
Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, que ia de 30 de outubro a 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa "fim do verão" na língua celta).
O fim do verão era o ano-novo dos celtas, uma data sagrada e, nesse período, o véu entre nosso mundo e o mundo dos mortos (ancestrais) e dos deuses (mundo divino) fica mais tênue.
Por isso, o Samhain era comemorado por volta do dia 1.º de novembro, com alegria e homenagens aos que já partiram e aos deuses. Para os celtas, os deuses também eram seus ancestrais, os primeiros de toda árvore genealógica.
Com a cristianização, essa celebração se dividiu em duas: o Dia de Finados e o Dia de Todos os Santos.

O primeiro, comemorado no dia 2, surgiu para homenagear os ancestrais, os mortos. O Dia de Todos os Santos surgiu das homenagens aos deuses do Samhain. As entidades pagãs viraram santos católicos. Foi o que aconteceu com a deusa Brighid, que virou Santa Brígida.
Entre o pôr-do-sol do dia 31 de Outubro e 1.º de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês) que deu origem ao nome atual da festa: Hallow Evening - Hallowe'en - Halloween.

A relação da data com as bruxas começou na Idade Média, na Inquisição, quando a Igreja condenava curandeiras e pagãos. Todos eram designados bruxos.
Essa distorção se perpetuou e o Halloween, levado aos Estados Unidos pelos irlandeses (povo de etinia e cultura celta) no século 19, ficou conhecido como Dia das Bruxas.
Atualmente, além das práticas de pedir doces e de se fantasiar que se popularizaram inclusive no Brasil, podemos encontrar pessoas que celebram à moda celta, como os praticantes do druidismo (druida, o sacerdote dos celtas) ou da wicca, também aqui mesmo no Brasil.

Um ritual simples para a noite de 31/10 é o de acender uma vela numa janela de casa, em homenagem a seus ancestrais, para que eles te inspirem e protejam.
Muitos grupos se reúnem e meditam em volta de fogueiras para honrar seus mortos e seus deuses, com oferendas como frutas e flores, e terminam a festa compartilhando comida e bebida, música e dança. Uma boa bebida para essa época é o leite quente com mel, servido com pedaços de maçã e polvilhado com canela. Pode-se acrescentar o chocolate, que na época dos celtas não existia, mas que hoje é muito bem vindo!


27 agosto, 2006

Equívocos mais comuns relacionados à Bruxaria


As Bruxas não são anticristãs

Nem querem acabar com o Cristianismo. As Bruxas, acima de tudo, respeitam as demais religiões, assim como exigem o mesmo respeito pela religiosidade delas. É claro que há muitas mágoas guardadas por tudo o que foi feito na história da humanidade, mas não nos prendemos a isso, e sim a atos do presente. Queremos simplesmente viver e praticar a nossa religião. As Bruxas têm crenças que remontam aos primórdios da humanidade, muito anteriores ao Cristianismo. O Cristianismo tentou suprimir tais sistemas, mas nós não queremos fazer o mesmo.

A Bruxaria não é um culto

Um culto é, originalmente, um grupo de pessoas que segue um líder. Como na Bruxaria não há a existência de líderes (muitas vezes, as bruxas praticam sozinhas em suas casas, sem pertencerem a um grupo), não pode ser considerada como um culto.

As Bruxas não cultuam o diabo

Buscamos reviver as crenças de um período que remonta aos primórdios da humanidade, um período muito anterior ao Cristianismo. O diabo foi uma criação do Cristianismo e não tem absolutamente nada a ver com as crenças pagãs. Obviamente atribuir as práticas das bruxas ao diabo era conveniente, visto que as religiões cristãs recriminam qualquer ato não-cristão como um ato "do diabo". Há cultos ao diabo por todas as partes do mundo, mas estes nada têm a ver com a Bruxaria, tratando-se apenas de pessoas que praticam uma inversão do Cristianismo. Cada um tem as suas crenças, mas felizmente esta não é a nossa. Repetindo, com todas as letras: AS BRUXAS NÃO CULTUAM O DIABO. Celebramos os deuses antigos na Natureza.

Os deuses antigos não são demônios

Alguns cristãos fundamentalistas afirmam que qualquer pessoa que não pratique a forma de Cristianismo deles é satanista por definição, e incluem sob essa denominação judeus, muçulmanos, kardecistas, budistas, hinduístas, metodistas, prebisterianos, entre muitos outros. As bruxas celebram a Natureza, só isso.

As Bruxas não assassinam pessoas

Diversos atos maléficos de pessoas perturbadas são atribuídos à Bruxaria. Diversas vezes, vemos no noticiário coisas como "Ritual de Bruxaria leva à morte três pessoas" ou "Bruxa em Pernambuco afirma comer carne humana". Isso é ridículo. Essas pessoas não são, nem de perto, praticantes da Bruxaria. São doentes mentais, criminosas, e devem ser presas.

Não existem "ex-bruxas”

Cansamos de ver em programas televisivos evangélicos pessoas que se intitulam "ex-bruxas". Em tais programas, essas pessoas contam ao pastor-apresentador como faziam "trabalhos" para acabar com a vida das pessoas. Isso não existe. O que essas pessoas faziam (se chegaram a fazer alguma coisa) não tem absolutamente nada a ver com Bruxaria. A regra de ouro das bruxas é: "Sem prejudicar ninguém, faça o que quiser", pois sabemos que tudo o que fizermos voltará para a gente - é a lei do eterno retorno, que é vista em tudo na Natureza. As bruxas sabem que, se fizerem o mal, tudo voltará para elas de forma muito maior, assim como se fizerem o bem. Por isso, é claro que ninguém vai desejar o mal de ninguém, nem querer prejudicar ninguém. Pessoas com má índole existem em todos lugares, independente de sua religião. E, se uma pessoa é assim, isso significa que ela é uma pobre coitada que um dia pagará por seus atos, e não uma pessoa que pode ser considerada bruxa.

As Bruxas não praticam "magia negra”

Magia Branca e Magia Negra são termos errôneos e causam muita confusão.

As Bruxas não são proselitistas

Você jamais encontrará uma bruxa distribuindo folhetos sobre Bruxaria nas esquinas da sua cidade, simplesmente porque acreditamos que a religiosidade de cada pessoa é absolutamente pessoal e só ela pode saber o que é bom para ela. A Bruxaria é uma opção pessoal, como qualquer outra religião, e os interessados devem correr atrás do aprendizado, se assim desejarem de coração.

A Bruxaria não é um ato de rebeldia

Pelo menos àqueles que a praticam de modo sério. Há certamente muitos jovens (e até adultos, por que não?) que buscam um meio de escape para fugir da sociedade opressora que os cerca, e dizem-se bruxos ou buscam a Bruxaria apenas para colocarem-se contrários ao sistema. Infelizmente, esta é uma realidade, mas uma realidade que tentamos mudar através de sites como este. A Bruxaria não é um sistema de auto-ajuda e seus praticantes são pessoas sérias e idôneas, e não um bando de malucos.

Não usamos "símbolos satânicos”

O pentagrama ao contrário do que dizem, não é um símbolo satanista. Ele é um símbolo muito antigo usado até por Pitágoras; seus seguidores o usavam para simbolizar o seu respeito pela beleza matemática do universo. Em muitos lugares e épocas, ele foi utilizado como um símbolo geométrico sagrado. O fato de satanistas usarem o pentagrama não significa que eles são bruxos (da mesma forma como usam o crucifixo e não são cristãos).
As Bruxas não usam drogas em seus rituais
Muito pelo contrário: querendo estar cada vez mais próximas à Natureza, a maioria das bruxas busca uma alimentação e hábitos saudáveis, o que descarta imediatamente o uso de drogas. Além disso, realizar um ritual torna-se praticamente impossível sem a pessoa estar consciente de seus atos. Drogas: estamos fora!

As Bruxas não praticam orgias

Também não somos pedófilos, comedores de carne humana e outros absurdos que são ditos por aí. As bruxas celebram a fertilidade da Natureza e consideramos o ato de fazer amor um ato totalmente sagrado. Algumas bruxas gostam de realizar seus ritos nuas porque acreditam que, desta forma, sua energia flui melhor. Porém, trata-se de uma escolha pessoal e não há abusos ou sequer malícia. Viemos nus ao mundo e o pecado foi colocado na mentalidade humana com o decorrer dos tempos. As bruxas trabalharem nuas em seus rituais não significa que elas sejam “pecadoras" ou que estejam praticando sexo; só estão nuas.

O certo e o errado na Bruxaria




Como definir o que é certo e o que é errado na Bruxaria?
Como definir o que é certo e o que é errado em nossas vidas?

Temos algo chamado consciência.
Outra coisa chamada responsabilidade.
Respeitar o livre-arbítrio não é uma "lei" da Bruxaria, mas é um código ético que a maioria das Bruxas respeita. Não há de fato como saber exatamente o que é certo e o que pode ser errado, mas temos certos parâmetros pessoais que moldam nossas atitudes.
Certamente você deve estar achando a atitude de Marianinha errada, quando ela faz um feitiço para conquistar Zezinho.
De alguma forma, você sabe que interferir no livre-arbítrio das pessoas pode não ser o mais correto.
Entremos então em outro caso.
Suponhamos que a avó de uma Bruxa esteja muito doente.
A velhinha já está quase no fim da vida, mas sua neta a ama muito e quer o seu bem. Dessa forma, ela (a bruxa) realiza um ritual de cura com o objetivo de fazer a sua avó sobreviver ao seu tratamento. Consegue. Porém, alguns dias depois a sua avó vem em sonho e pede-lhe que a deixe morrer, pois já está cansada demais da vida e deseja descansar.
Esse é apenas um dos infinitos exemplos de como a Magia usada de forma "certa" pode acabar sendo "errada". A bruxa queria apenas o bem para a sua avó, mas interferiu em seu livre-arbítrio para escolher se era isso mesmo o que ela queria. De toda essa discussão, a única conclusão que podemos tirar é que o conceito de bem ou mal é relativo e que o respeito ao livre-arbítrio é uma das ferramentas mais importantes da ética das bruxas.



Como saber que atitude tomar?

Você pode estar passando por uma situação semelhante.
Se não passou ou está passando, provavelmente ainda irá passar muitas vezes. As indecisões com relação à intervenção (ou não) na vida das pessoas sempre nos fazem pensar.
E está certo.
Devemos realmente ponderar muito antes de realizar um feitiço, pois este só será realizado se as intenções forem verdadeiramente fortes.
Há diversas maneiras de se tomar uma decisão a esse respeito. O mais óbvio, claro é confiar na intuição.
Mas muitas vezes acabamos nos envolvendo tanto no problema que já não sabemos se a nossa intuição está sendo influenciada por nossos sentimentos. De qualquer forma, é sempre preferível confiar nela que em qualquer outra coisa.
Outra atitude que você pode tomar é a consulta aos oráculos. Se você costuma lidar com eles, podem ser de grande ajuda nessa hora. Deite as cartas, lance as runas, pergunte ao pêndulo, observe a água e o fogo. Cada um tem o seu oráculo preferido, que se dá melhor.
Jamais se esquecendo de que a intuição não está nunca separada da interpretação dos mesmos.