23 outubro, 2011

A preservação histórica e cultural de um berço religioso e as formas jurídicas para sua realização


Entrevista com a advogada da União Wicca do Brasil, a Dra.Marcelli Bassani
Por conta dos mais recentes acontecimentos no cenário religioso do nosso país, onde templos estão sendo desapropriados, derrubados e tendo seus terrenos destinados para fins alheios aos religiosos e pior ainda, não tendo o seu proprietário ou os cidadãos que utilizavam esses espaços para praticarem a sua fé, de acordo com o que está estabelecido e garantido pela nossa Constituição Federal, nenhum tipo de suporte, ressarcimento ou qualquer outro tipo de ajuda dos órgãos competentes, nós da União Wicca do Brasil, convidamos a Dra. Marcelli Bassani, sócia do escritório Alves e BassaniAdvocacia e responsável pelo departamento jurídico da União Wicca do Brasil, a esclarecer algumas questões quanto ao caso da casa ou construção centenária, localizada no bairro de Neves, no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, que foi o berço da Umbanda no Brasil e no Mundo.

Algumas perguntas rondam nossas mentes, mesmo porque, hoje foi com a Umbanda e amanhã poderá ser conosco. Será que todo este transtorno que ocorreu poderia ter sido evitado? Será que o problema foi a falta de documentação legalmente reconhecida que ali funcionava um templo? Enfim Dra. Bassani, nos fale um pouco sobre o caso.

Marcelli Bassani – Diante de um acontecimento tão lamentável, não só para a comunidade umbandista brasileira como para todos os que combatem a intolerância religiosa em geral, o caso da demolição do berço umbandista no Brasil e mundial, merece alguns comentários do ponto de vista jurídico, para que alguns aspectos sejam esclarecidos.
Primeiramente, não há que se discordar do abandono do imóvel pelos herdeiros, que nunca se importaram em preservá-lo, bem como a história que o mesmo agregava. Ademais, deve-se ressaltar o desinteresse tanto do Estado (como ente federativo e como órgão fiscalizador) em preservar a importância histórica do lugar.
Para preservar de imediato o imóvel em seu atual estado e impedir ainda mais a sua perda ou a construção sobre a área, deveria ter sido movida uma ação cautelar ou até mesmo uma Ação Civil Pública com pedido liminar, esta última prevista constitucionalmente e especificamente com caráter reparativo, visando a urgência na paralisação da obra e em conseguinte na preservação do bem, vez que o mesmo atende a todos os requisitos processuais para a interposição de tais peças processuais.
A médio e longo prazo, a melhor saída para a preservação cultural do bem seria o Tombamento do imóvel, com sua imediata restauração.

UWB Para melhores esclarecimentos, nos fale um pouco sobre o que é um Tombamento. As definições e vantagens de um Tombamento Histórico.

Marcelli Bassani – O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

UWB O que pode ser tombado?

Marcelli Bassani – O Tombamento pode ser aplicado aos bens móveis e imóveis, de interesse cultural ou ambiental, quais sejam: fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas etc. Somente é aplicado aos bens materiais de interesse para a preservação da memória coletiva.

UWB – Quem pode efetuar um tombamento?

Marcelli Bassani – O Tombamento pode ser feito pela União, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pelo Governo Estadual, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado ou pelas administrações municipais, utilizando leis específicas ou a legislação federal.

UWB – O ato do tombamento é igual à desapropriação?

Marcelli Bassani – Não. São atos totalmente diferentes. O Tombamento não altera a propriedade de um bem, apenas proíbe que venha a ser destruído ou descaracterizado. Logo, um bem tombado não necessita ser desapropriado.

UWB – Um bem tombado pode ser alugado ou vendido?

Marcelli Bassani – Sim. Desde que o bem continue sendo preservado. Não existe qualquer impedimento para a venda, aluguel ou herança de um bem tombado. No caso de venda, deve ser feita uma comunicação prévia à instituição que efetuou o tombamento, para que esta manifeste seu interesse na compra do mesmo.

UWB – O Tombamento tem a função de preservar esse bem de que forma?

Marcelli Bassani – Sim. O Tombamento é a primeira ação a ser tomada para a preservação dos bens culturais, na medida que impede legalmente a sua destruição. No caso de bens culturais, preservar não é só a memória coletiva, mas todos os esforços e recursos já investidos para sua construção. A preservação somente se torna visível para todos quando um bem cultural se encontra em bom estado de conservação, propiciando sua plena utilização.

UWB – É possível qualquer cidadão pedir um tombamento, mesmo que este bem não seja dele?

Marcelli Bassani – Sim. Qualquer pessoa física ou jurídica pode solicitar, aos órgãos responsáveis pela preservação, o tombamento de bens culturais e naturais.

UWB – Como é um processo de Tombamento?

Marcelli Bassani – O Tombamento é uma ação administrativa do Poder Executivo, que começa pelo pedido de abertura de processo, por iniciativa de qualquer cidadão ou instituição pública. Este processo, após avaliação técnica preliminar, é submetido à deliberação dos órgãos responsáveis pela preservação. Caso seja aprovada a intenção de proteger um bem cultural ou natural, é expedida uma Notificação ao seu proprietário. A partir desta Notificação o bem já se encontra protegido legalmente, contra destruições ou descaracterizações, até que seja tomada a decisão final. O processo termina com a inscrição no Livro Tombo e comunicação formal aos proprietários.

UWB – Existem prazos determinados para a deliberação final de um processo de Tombamento?

Marcelli Bassani – Não. Por se tratar de uma decisão importante e criteriosa, muitos estudos devem ser realizados para instrução do processo e, conforme sua complexidade, cada caso demandará prazos diferenciados. Nesse processo, os proprietários, de acordo com a Lei, têm direito a manifestação.

UWB – Um imóvel tombado pode mudar de uso?

Marcelli Bassani – Sim. O que será considerado é a harmonia entre a preservação das características do edifício e as adaptações necessárias ao novo uso. Atualmente, inúmeras edificações antigas, cuja função original não mais existe, são readaptadas para uma nova utilização.

UWB – Um imóvel tombado ou em processo de tombamento pode ser reformado?

Marcelli Bassani – Sim. Toda e qualquer obra, no entanto, deverá ser previamente aprovada pelo órgão que efetuou o tombamento. A aprovação depende do nível de preservação do bem e está sempre vinculada à necessidade de serem mantidas as características que justificaram o tombamento. A maioria dos órgãos de preservação fornece gratuitamente orientação aos interessados em executar obras de conservação, ou restauração em bens tombados.

UWB – O custo de uma obra de restauração ou conservação é elevado?

Marcelli Bassani – É chamada de restauração as obras executadas em prédios de valor cultural, que tenham como finalidade conservar e revelar seus valores estéticos ou históricos. Uma restauração deve ter caráter excepcional, enquanto que a conservação deve ser uma atividade permanente. Na maioria das vezes, o custo da conservação é semelhante ao de uma obra comum. Quando o imóvel se encontra muito deteriorado, por falta de manutenção, torna-se necessário executar intervenções de maior porte, que encarecem a obra. Outra situação é a dos prédios que contêm materiais, elementos decorativos, ou técnicas construtivas excepcionais. Nesses casos é necessário utilizar mão-de-obra especializada, elevando o custo dos serviços. Contudo, esses exemplares são raros e se constituem, geralmente, em prédios públicos.

UWB – Existe algum incentivo fiscal para proprietários de bens tombados?

Marcelli Bassani – Sim. No imposto de Renda de Pessoa Física, podem ser deduzidos 80% das despesas efetuadas para restaurar, preservar e conservar bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Para tanto, é necessária aprovação prévia do orçamento, pelo IPHAN, e certificado posterior de que as despesas foram efetivamente realizadas e as obras executadas. Essa dedução foi limitada, em 1994, a 10% da renda tributável. No caso de Pessoa Jurídica, podem ser deduzidas 40% das despesas. Essa dedução foi limitada, no mesmo ano, a 2% do imposto de renda devido. Existem alguns municípios que dão incentivos fiscais específicos para conservação dos bens tombados, ou isentam seus proprietários do IPTU.

UWB – O Tombamento é a única forma de preservação?

Marcelli Bassani – Não. A Constituição Federal estabelece que é função da União, do Estado e dos Municípios, com o apoio das comunidades, preservar os bens culturais e naturais brasileiros. Além do Tombamento, existem outras formas de preservação. O inventário é a primeira forma para o reconhecimento da importância dos bens culturais e ambientais, por meio do registro de suas características principais. Os Planos Diretores também estabelecem formas de preservação do patrimônio, em nível municipal, por intermédio do planejamento urbano. Os municípios devem promover o desenvolvimento das cidades sem a destruição do patrimônio. Podem ainda criar leis específicas que estabeleçam incentivos à preservação.

UWB – Como é possível impedir a destruição de um bem que interesse preservar?

Marcelli Bassani – Atualmente, pela ação do Ministério Público, qualquer cidadão pode impedir a destruição ou descaracterização de um bem de interesse cultural ou natural, solicitando apoio ao Promotor Público local. Ele está instruído a promover a preservação com agilidade, acionando os órgãos responsáveis da União, Estado ou Município.

UWB – Dra. Bassani, para nós da UWB e para nossos leitores, suas respostas foram bem claras, e nos esclareceu bastante sobre o caso em questão. Ficamos agradecidos. A senhora gostaria de fazer mais alguma colocação sobre o caso para finalizar?

Marcelli Bassani – Sim. Diante do exposto, resta evidenciado que neste momento, existindo vontade para preservar um imóvel tão importante culturalmente para o Brasil e para o Mundo, deve-se buscar medidas protetivas imediatas para que cesse o ato que pode ser considerado uma violência à memória religiosa e  inicie-se uma preservação histórico e cultural da única religião genuinamente brasileira, e que para isto a religiosidade não deve ser usada como empecilho, pois acima das crenças individuais a Constituição Federal nos assegura um estado laico (sem religião) e busca preservar todas as formas de manifestação religiosa, sejam elas quais forem.

A Dra. Marcelli Bassani é responsável pelo departamento jurídico da UWB, onde vem ajudando ativamente a comunidade wiccana e pagã a resolverem quesões de intolerância religiosa, problemas referentes a legalização de Templos e a demais assuntos que chegam até a União Wicca doBrasil.

18 outubro, 2011

Crianças africanas são sequestradas para a realização de rituais de bruxaria na Europa


Números obtidos pela BBC mostram que nos últimos quatro anos pelo menos 400 crianças foram sequestradas, levadas para a Grã-Bretanha e resgatadas pelas autoridades britânicas.
Um relatório do Departamento de Estado americano afirma que Uganda se transformou em um dos principais países de onde saem estas crianças e cerca de 9 mil delas desapareceram no país nos últimos quatro anos.
A maioria desapareceu de vilarejos nos arredores da capital, Campala. Muitas delas, estariam sendo levadas para a Europa para ser exploradas ou usadas em rituais de curandeiros.
A reportagem da BBC em Uganda, entrou em contato com Yunus Kabul, que afirmou que sequestra crianças para curandeiros há anos.
Sem saber que estava sendo filmado pela câmera escondida da BBC, Kabul alegou que poderia conseguir até cem crianças e tem contatos em todo o país.
Em um hotel isolado, Kabul disse que não tem dificuldade em arrumar uma criança pelos meios oficiais, mas também pode fazer isto de forma ilegal, sequestrando a criança.
Quanto à polícia, Kabul conta que leva a criança para uma área distante, para que os policiais não a encontrem. O preço da operação é de mais de US$ 15 mil (quase R$ 27 mil) por criança. Neste momento, o repórter da BBC se retirou da negociação.
Destino
A Grã-Bretanha surgiu como um dos principais destinos das crianças sequestradas na África.
Christine Beddoe, da organização de caridade britânica que combate o tráfico Ecpat-UK, afirma que os traficantes podem ser qualquer um.
"Podem ser pessoas poderosas, pessoas ricas e também pessoas envolvidas em bruxaria. O tráfico de crianças envolve curandeiros e outras pessoas nas comunidades que praticam estes rituais", afirmou.
Algumas das crianças que foram sequestradas e levadas para a Grã-Bretanha contam sobre como os curandeiros, ameaçando as vítimas de morte, fazem cortes nas crianças para extrair o sangue.
A popularidade dos curandeiros está crescendo na Grã-Bretanha. Centenas fazem propaganda de seus rituais que custam cerca de 350 libras (mais de R$ 900).
Estes rituais geralmente envolvem ervas, mas alguns envolvem sangue humano.
Com uma câmera escondida a reportagem da BBC entrou em contato com dez curandeiros, todos ofereceram poções com ervas. Mas dois deles também ofereceram rituaisl envolvendo sangue humano, o que é ilegal.

Índia diz que já desenterrou corpo e retirou lista da boca da mãe morta


Ela afirmou que sua intenção era rogar uma praga nos vizinhos por vingança
Depois de assombrar uma rua inteira de Camacan, no Sul do estado, a mulher que colocou os nomes dos vizinhos na boca da própria mãe morta se arrependeu. “O que eu fiz foi errado. Não quero o mal de ninguém”, disse ontem Marileide Dias Conceição, 30 anos.
Marileide acredita que a mãe foi vítima de magia negra feita pelos vizinhos
Através do radialista Agnaldo Santos, primeiro a divulgar o caso no blog O Tempo, o CORREIO falou com Marileide por telefone. Ela afirmou que sua intenção era rogar uma praga nos vizinhos por vingança, por acreditar que eles fizeram um ritual de magia contra sua mãe - a índia pataxó Marinei dos Santos Rodrigues, 51 anos, que morreu na sexta da semana passada com diagnóstico de câncer.
A filha da índia também insistiu que já desenterrou a mãe e retirou a lista da boca da defunta. Como prova, apresentou um papel amassado com dezenas de nomes. “Cavei sozinha. Tirei o papel e enterrei minha mãe de novo”. Mas nada convence os vizinhos, que temem ser alvo de uma maldição. “Nenhuma mulher consegue desenterrar um caixão sozinha”, apostou a dona de casa Cibele Oliveira dos Santos, 24 anos, que rasgou o papel mostrado por Marileide.
“Queremos que a índia seja desenterrada”, completou. Em meio ao pânico, há também ceticismo. A dona de casa Ilzeni Maria Ribeiro, 38 anos, destacou que não acredita em feitiçaria, apesar de ter os nomes das duas filhas, de 11 e 13 anos, na lista. “Só acho um desrespeito. Por isso, quero que desenterre a morta”.
No domingo, dezenas de pessoas foram à delegacia para cobrar do delegado a exumação do corpo, mas o caso acabou no fórum, onde foram informados que um advogado precisa solicitar a exumação formalmente. “A prefeita ficou de arrumar um advogado, mas, até agora, nada”, cobrou Cibele Oliveira Santos.

14 outubro, 2011

Campanha Pró-Pretinhos



Durante a Idade Média, como tantos outros absurdos e crimes que foram cometidos em nome do deus cristão e na tentativa do estabelecimento de uma supremacia religiosa em relação as crenças campesinas, nasce mais esta estranha e errônea associação, entre Gatos Pretos e Crenças Diabólicas.

Os felinos tão bem cultuados no paganismo no simbolismo e referência aos animais sagrados se tornam através do catolicismo, especialmente os gatos de pelagem negra, dispositivos para sentenciar pessoas como praticantes e cultuadoras do diabo.
O diabo que consta nos mitos católicos na figura do anjo caído nunca pertenceu às crenças da Bruxaria, tal como o dualismo: luz versus trevas, branco versus negro, etc. Este fato somente ocorreu devido as distorções e marginalizações causadas no chamado período das trevas.

Entretanto, dada a sabida influência deste período na construção de valores sociais que perduram, infelizmente até os tempos atuais, mesmo que muitas vezes apenas no inconsciente coletivo, gerou fortes - e completamente infundados - preconceitos, gerando uma grande dificuldade na adoção destes animais.
Como os meses de outubro e novembro é um período de muita ignorância do imaginário popular e meses onde há aumento dos números de felinos abandonados e maltratados estamos nesta!
Pelos medicamentos genéricos veterinários

Você tem o DIREITO de não gostar de animais,
mas tem o DEVER de RESPEITÁ-LOS...

04 outubro, 2011

Governo condena matança de curandeiros no Peru

Lima, 3 out (Prensa Latina) O Ministério de Cultura de Peru assumiu a defesa dos curandeiros amazônicos, ante a onda de assassinatos de que têm sido vítimas nos últimos meses, e que envolveriam a autoridades menores.
Segundo esse organismo, em este ano têm sido assassinados 14 xamães da etnia Shawi, na região da floresta nororiental de Loreto, aparentemente por acusações de bruxaria pela morte de um paciente.

O crime mais recente aconteceu nos começos de setembro último, quando, ao sair de sua casa de madrugada, o xamã Silverio Yume Imuna foi assassinado frente a sua esposa.
Esse fato sucedeu na comunidade de Balsapuerto da província de Alto Amazonas, Loreto, e com Yume somaram 14 os curandeiros eliminados violentamente na zona.

A cifra inclui ao primeiro da lista, Mario Apuela Inuma, xamã desaparecido que, segundo o Ministério Público, que pesquisa os crimes, foi assassinado e seu cadáver arrojado a um rio, no 14 de fevereiro último.
No primeiro crime são considerados possíveis autores o prefeito da zona, Alfredo Torres Rucoba, e seu irmão Augusto Torres, conhecidos por sua rejeição a Apuela, mas negam ter a ver com o assunto.
Ao fixar sua posição em torno da série de assassinatos, o Ministério de Cultura assinalou que se trata de "um duplo crime, contra os curandeiros e contra a sabedoria dos povos amazônicos".
A fonte precisou que o curandeirismo andino-amazônico constitui um dos maiores saberes sobre a natureza e o homem desde a visão da cultura indígena.
Anota que dessa cultura prove quase todo o conhecimento das plantas andino-amazônicas que a medicina ocidental aproveita; e demanda pesquisar, esclarecer e sancionar os crimes.
A onda de assassinatos de curandeiros amazônicos acrescenta a expectativa em torno do Primeiro Encontro Internacional de Curandeirismo que se realizará no complexo arqueológico O Bruxo, na região A Liberdade no norte, do 31 de outubro ao 3 de novembro próximos.
O encontro, segundo os organizadores, servirá para a discussão, reflexão e revalorizacão de saberes e tem o objetivo de conservar e revalorizar os conhecimentos da medicina tradicional.
Participarão curandeiros de Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, México, Peru e Itália, que, ademais, ditarão seminários especializados.

03 outubro, 2011

Alexandria


Ágora, no Brasil recebeu o Título de Alexandria.
O filme relata a história de Hipátia (Rachel Weisz), filósofa e professora em Alexandria, no Egito entre os anos 355 e 415 da nossa era. Única personagem feminina do filme, Hipátia ensina filosofia, matemática e astronomia na Escola de Alexandria, junto à Biblioteca. Resultante de uma cultura iniciada com Alexandre Magno, passando depois pela dominação romana, Alexandria é agitada por ideais religiosos diversos: o cristianismo, que passou de religião intolerada para religião intolerante, convive com o judaísmo e a cultura greco-romana.
No filme a atriz Rachel Weisz interpreta uma mulher que não compreende a origem de tanta raiva entre os homens e simplesmente tenta canalizar as suas energias para algo de bem. É impressionante como o filme capta a mais vil intolerância e opressão e é abismal a forma como ele denuncia o desprezo do cristianismo pela condição feminina (o que me leva a grande questão como pode haver mulheres “esclarecidas” que conseguem ser cristãs na atualidade).

 

02 outubro, 2011

Superstições


Algumas superstições são tão arraigadas nas sociedades modernas que todo mundo, de leigo a cientista, sucumbe a esses atos!
1 – DÁ AZAR ABRIR UM GUARDA-CHUVA DENTRO DE CASA
Embora alguns historiadores acreditem que esta crença vem de tempos antigos egípcios, as superstições a cerca dos guarda-sóis dos faraós eram realmente muito diferentes e, provavelmente não relacionadas a crença moderna do guarda-chuva. A maioria dos historiadores acha que o alerta contra guarda-chuva dentro de casa se originou muito mais recentemente, na Inglaterra vitoriana.
Em “Extraordinary Origins of Everyday Things” (Origens Extraordinárias de Coisas Cotidianas) (Harper, 1989), o cientista e autor Charles Panati escreveu: “Em Londres do século XVIII, quando os guarda-chuvas à prova d’água de metal começaram a se tornar uma visão comum, o seu mecanismo rígido tornava um verdadeiro perigo para ser aberto dentro de casa. Um guarda-chuva abrindo de repente em um quarto pequeno poderia ferir gravemente um adulto ou uma criança, ou quebrar um objeto. Mesmo um acidente menor poderia provocar palavras desagradáveis ou uma briga, sinal de má sorte em uma família ou entre amigos. Assim, a superstição surgiu como um elemento para impedir as pessoas de abrirem um guarda-chuva dentro de casa”.
2 – É MÁ SORTE ANDAR DEBAIXO DE UMA ESCADA INCLINADA
Esta superstição realmente tem origem há 5.000 anos no Egito antigo. Uma escada encostada a uma parede forma um triângulo, e os egípcios consideravam esta forma sagrada. Para eles, triângulos representavam a trindade dos deuses, e passar por um triângulo era profaná-los.
Essa crença fez seu caminho através dos tempos. “Séculos mais tarde, os seguidores de Jesus usurparam a superstição, interpretando-a à luz a sua morte”, explicou Panati. “Como uma escada descansou contra o crucifixo, tornou-se um símbolo de maldade, morte e traição. Andar sob uma escada trazia desgraça”.
Na Inglaterra, em 1600, os criminosos eram obrigados a caminhar debaixo de uma escada em seu caminho para a forca.
3 – ESPELHO QUEBRADO DÁ SETE ANOS DE AZAR
Na Grécia antiga, era comum que as pessoas consultassem “videntes de espelho”, que diziam suas fortunas através da análise de suas reflexões. Como o historiador Milton Goldsmith explicou em seu livro “Signs, Omens and Superstitions” (Sinais, Presságios e Superstições, 1918), “a adivinhação era realizada por meio de água e um espelho. Isto era chamado catoptromancia. O espelho era mergulhado na água e uma pessoa doente era convidada a olhar para o copo. Se sua imagem aparecia distorcida, ela corria o risco de morrer; se clara, ela viveria”.
No primeiro século dessa era, os romanos acrescentaram uma ressalva para a superstição. Naquela época, acreditava-se que a saúde das pessoas mudava em ciclos de sete anos. Uma imagem distorcida resultante de um espelho quebrado, portanto, significava sete anos de má saúde e infortúnio, em vez de morte.
4 – QUANDO VOCÊ DERRAMAR SAL JOGUE UM POUCO SOBRE SEU OMBRO ESQUERDO PARA EVITAR AZAR
Derramar sal tem sido considerado azar por milhares de anos. Cerca de 3.500 a.C., os sumérios antigos anulavam a má sorte de derramar sal jogando uma pitada sobre seus ombros esquerdos. Este ritual se espalhou para os egípcios, os assírios e, mais tarde, os gregos.
A superstição reflete o quanto as pessoas valorizavam o sal como tempero para o alimento. A etimologia da palavra “salário” mostra o quão altamente valorizamos isso. De acordo com Panati, “O escritor romano Petrônio, no Satyricon, originou não vale o seu sal como opróbrio para os soldados romanos, que recebiam subsídios especiais de porções de sal, chamados salarium – “dinheiro sal” -, a origem da nossa palavra salário’”.
5 – BATER NA MADEIRA PARA EVITAR A DECEPÇÃO
Embora os historiadores digam que isso pode ser um dos costumes mais prevalentes nos Estados Unidos, sua origem é muito duvidosa. “Alguns atribuem isso ao rito religioso antigo de tocar um crucifixo ao fazer um juramento”, Goldsmith escreveu. Alternativamente, “entre os camponeses ignorantes da Europa, pode ter tido o seu início o hábito de bater bem forte para manter o mau espírito longe”.
6 – SEMPRE “DEUS ABENÇOE” UM ESPIRRO
Na maioria dos países de língua inglesa, é educado responder a um espirro de outra pessoa dizendo “Deus te abençoe”. No Brasil, também há o costume de dizer simplesmente “Saúde”.
Apesar de encantamentos de boa sorte terem acompanhado em todas as culturas os espirros durante milhares de anos (todos em grande parte ligados à crença de que o espirro expulsa espíritos malignos), esse costume em particular começou no século VI d.c., por ordem expressa do papa Gregório (rsrsrs).
A peste terrível estava se espalhando através da Itália na época. O primeiro sintoma era espirros crônicos graves, e isso muitas vezes era rapidamente seguido de morte. O papa pediu que os saudáveis orassem pelos enfermos, e ordenou que respondessem a espirros, ao invés do normal “Que você possa desfrutar de boa saúde” pelo mais urgente “deus te abençoe!”.
Se uma pessoa espirrasse quando estivesse sozinha, o papa recomendou que dissesse para si mesma uma oração em forma de “deus me ajude”.
7 – PENDURAR UMA FERRADURA EM FORMA DE U PARA A BOA SORTE
A ferradura é considerada um amuleto de boa sorte em uma ampla gama de culturas. A crença em seus poderes mágicos remonta aos gregos, que pensavam que o elemento ferro tinha a capacidade de afastar o mal. Não só o ferro, mas a forma da lua crescente para os gregos no século IV era um símbolo de fertilidade e boa sorte.
A crença nos poderes talismânicos de ferraduras passou dos gregos para os romanos, e deles para os cristãos. Nas Ilhas Britânicas na Idade Média, quando o medo da bruxaria era galopante, as pessoas penduravam ferraduras de cabeça para baixo em suas casas e portas. As pessoas pensavam que as bruxas temiam cavalos, e fugiam de qualquer lembrança deles. (kkkkkkkkkkkkkkk)
8 – UM GATO PRETO CRUZAR SEU CAMINHO É SORTE/AZAR
Muitas culturas concordam que os gatos pretos são presságios poderosos – mas eles significam coisa boa ou má?
Os antigos egípcios reverenciavam todos os gatos, pretos ou não, e foi lá que começou a crença de que um gato preto cruzar seu caminho traz boa sorte. Sua reputação positiva é registrada novamente muito mais tarde, no início do século XVII na Inglaterra: o rei Charles I tinha um gato preto como animal de estimação. Após a sua morte, ele disse ter lamentado que sua sorte tivesse ido embora. A suposta verdade da superstição foi reforçada quando ele foi preso no dia seguinte e acusado de alta traição.
Durante a Idade Média, as pessoas em muitas outras partes da Europa tinham uma crença bastante oposta. Elas achavam que os gatos pretos eram os “familiares”, ou companheiros, de bruxas, ou mesmo as próprias bruxas disfarçadas, e que um gato preto cruzar seu caminho era uma indicação de má sorte – um sinal de que o diabo estava vendo você.
Esta parece ter sido a crença dominante que os peregrinos trouxeram quando vieram para a América, o que talvez explique a forte associação entre os gatos pretos e a bruxaria que existe no país até hoje.
9 – O NÚMERO 13 DÁ AZAR
O medo do número 13 tem suas origens na mitologia nórdica. Em um conto bem conhecido, 12 deuses foram convidados para jantar no Valhalla, a sala do banquete magnífico em Asgard, a cidade dos deuses. Loki, o deus da discórdia e do mal, chegou de bicão, aumentando o número de participantes para 13. Os outros deuses tentaram expulsar Loki, e na luta que se seguiu, Balder, o favorito entre eles, foi morto.
Os escandinavos evitavam jantares de 13 membros e não gostavam do número 13 em si, crença que se espalhou para o resto da Europa. Ela foi reforçada na era cristã pela história da última ceia, em que Judas, o discípulo que traiu Jesus, foi o décimo terceiro convidado da ceia.
Muitas pessoas ainda se assustam com o número, mas não há evidências estatísticas de que 13 dá azar.