23 novembro, 2007

Liberdade de Culto e Religião



Dia 7 de janeiro: Dia da Liberdade de Culto
Dia 22 de setembro: Dia do Orgulho Pagão




No Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos está escrito: "Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade".


E também, no Artigo II, podemos ler: "Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição".

Percebe-se, no texto, lendo-o atentamente, que são apontadas nele quatro tipos de liberdade:


- liberdade religiosa
- liberdade de pensamento
- liberdade civil
- liberdade política


Podemos afirmar que liberdade religiosa (ou de culto) estaria inserida também na liberdade de pensamento e, portanto, na civil e, portanto, na política e vice-versa em cada ponto citado. Liberdade, na verdade, trata-se de uma única e simples palavra: sinônimo de respeito com a individualidade do próximo, do irmão, do estrangeiro. Quando a concedemos a alguém, ganhamos nosso próprio direito de usufruí-la.


Em tempo: no Brasil, o primeiro político a se preocupar com a liberdade religiosa do cidadão brasileiro foi o escritor Jorge Amado. Eleito deputado federal, em 1945, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) de São Paulo, Jorge Amado participou da Assembléia Constituinte, em 1946, tendo sido autor da Lei da Liberdade de Culto Religioso.


Fique por dentro dos seus direitos religiosos, assegurados por Lei, garantidos pela Constituição Federal!


Denuncie abusos, opressões e violências a quaisquer tipo de cultos ou representantes religiosos.Respeitar o próximo é o primeiro passo ao respeito mútuo!
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LEI DO CÓDIGO PENAL
TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO




Ultraje a culto
Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; vilipendiar, publicamente, ato ou objeto de culto religioso:
Pena - Detenção, de um a nove meses, ou multa.


Impedimento ou perturbação de culto
Art. 209. Impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso:
Pena - Detenção, de um a nove meses, ou multa.


Aumento de pena
Parágrafo único -
A pena é aumentada até a metade, se o crime é praticado mediante violência ou grave ameaça, além da correspondente à violência.


CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS


Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
Art. 210. Impedir ou perturbar enterro; ou cerimônia de cremação ou funerária:
Pena - Detenção, de um a nove meses, ou multa.


Aumento de pena
Parágrafo único -
A pena é aumentada até a metade, se o crime é praticado mediante violência ou grave ameaça, sem prejuízo da correspondente à violência.



Violação de sepultura
Art. 211. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena - Detenção, de um a três anos.


Aumento de pena
Parágrafo único -
A pena é aumentada até um terço, cumulada com a de multa, se o crime é cometido com o fim de lucro.



Destruição, subtração, ou ocultação de cadáver
Art. 212. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver, parte dele ou suas cinzas:
Pena - Detenção, de dois a quatro anos.


CONSTITUIÇÃO FEDERAL


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:


Inciso VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;


Inciso VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;


Inciso VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;


Inciso XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;


Inciso XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;


Inciso XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;


Inciso XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.


O tempo das fogueiras




A caça às Bruxas 1450 - 1750... 
Milhares mortos em nome de deus. 
Nunca será esquecido... 
Não pode ser esquecido... 
Nunca mais...


Após a Igreja Católica ter sido formada e haver adquirido poder, os costumes dos Pagãos foram vistos como uma ameaça ao sistema religioso recentemente estabelecido e a adoração dos Deuses da religião Antiga, foi banida.
Os antigos festivais foram superados pelos novos feriados religiosos da Igreja, e os antigos Deuses da Natureza e da Fertilidade, transformados em terríveis e maléficos demônios e diabos.
A igreja patriarcal chegou até a transformar várias Deusas pagãs em diabos masculinos e maus, não somente para corromper deidades da Religião Antiga, como, também para apagar o fato de o aspecto feminino ter sido objeto de adoração.
No ano de 1233, o Papa Gregório IX, instituiu o Tribunal Católico Romano, conhecido como Inquisição, numa tentativa de terminar com a heresia. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXIII) declarou oficialmente que a Bruxaria, e a Antiga Religião dos Pagãos constituíam um movimento e uma "ameaça hostil" ao Cristianismo. Os bruxos tornaram-se heréticos e a perseguição contra todos os Pagãos, espalhou-se como fogo selvagem por toda a Europa.
É interessante notar que, antes de uma pessoa ser considerada herética, ela tem, primeiro, que ser cristã, e os Pagãos nunca foram cristãos.

Eles sempre foram Pagãos.


Os Bruxos (junto com um número incalculável de homens, mulheres e crianças inocentes, que não eram Bruxos), foram perseguidos, brutalmente torturados, por vezes violados sexualmente ou molestados, e, então, executados pelas autoridades sádicas, sedentas de sangue da Igreja, que ensinavam que seu Deus era um Deus de amor e compaixão.
A Bruxaria na Inglaterra tornou-se uma ofensa ilegal no ano de 1541, e, em 1604, foi adotada uma Lei que decretou a pena capital para os Bruxos e Pagãos.
Quarenta anos mais tarde, as 13 colônias na América do Norte, decretaram também a pena de morte para o "crime de bruxaria".
No final do século XVII, os seguidores que permaneciam leais à Religião Antiga, viviam escondidos, e a Bruxaria tornou-se uma Religião subterrânea secreta após uma estimativa de um milhão de pessoas ter sido levados à morte na Europa e mais de trinta condenados em Salem, Massachusetts, em nome do cristianismo.
Embora os infames julgamentos das Bruxas de Salem, em 1692, sejam os mais conhecidos e bem documentados na história dos Estados Unidos da América, o primeiro enforcamento de um Bruxo na Nova Inglaterra realmente aconteceu em Connecticut, em 1647, 45 anos antes que a história contra a Bruxaria se abatesse na Vila de Salem.



Ocorreram outras execuções pré-Salem, em Providence, Rhode Island, em 1622.
O método mais popular de extermínio dos Bruxos na Nova Inglaterra era a forca. Na Europa, a fogueira. Outros métodos incluíam a prensagem até a morte, o afogamento, a decapitação e o esquartejamento.
Durante 260 anos, após a última execução de um Bruxo, os seguidores da Religião Antiga mantiveram suas práticas pagãs ocultas nas sombras do segredo e, somente após as Leis contra a Bruxaria terem sido finalmente revogadas na Inglaterra, foi que os Bruxos e Pagãos, em 1951, oficialmente saíram do quarto das vassouras.

O que dizer aos desinformados



Bem, quando encontramos pessoas que pensam assim, minha primeira recomendação é PACIÊNCIA.


Elas são vítimas de uma desinformação que perdurou muitos séculos, e elas não nos compreenderão da noite para o dia.
Creio que, se essas pessoas forem acessíveis a um diálogo com vocês, seja nosso DEVER tentar explicar a ela que nossa religião é apenas diferente da dela, mas não necessariamente antagônica.
Na verdade, como toda religião, a nossa busca a harmonia pessoal e coletiva e o aperfeiçoamento individual. Creio que esse é o primeiro ponto que vocês devem abordar.


E como a maioria das pessoas que encontramos e que nos discriminam na sociedade brasileira são cristãs, então, devemos explicar-lhes que apenas não somos cristãos, embora não sejamos anti-cristãos.
Isso é muito importante e uma vez que a pessoa escute e compreenda que também buscamos muitos dos ideais cristãos como paz, amor, harmonia, equilíbrio, respeito aos outros e bem estar para todos, então, elas se abrirão melhor a uma conversa mais profunda sobre nossa religião.
Depois desse diálogo inicial, a melhor coisa é mostrar aos cristãos (ou adeptos de outras crenças, mas que também terão referenciais cristãos por terem nascido no maior país católico do mundo) as similitudes entre nossas celebrações da Roda do Ano e as Festas Cristãs - Páscoa e Ostara e Yule e Natal são as mais evidentes.


Normalmente a reação das pessoas será de surpresa, mas a maioria aceitará bem essas comparações e começará a compreender que algumas coisas da religião deles são oriundas das raízes da nossa.
Explique que celebramos os ciclos da Lua e do Sol, que são à base de nossa religião.
Explique o conteúdo comum de um ritual: que não fazemos sacrifícios animais (muito menos humanos), que não acreditamos nem que o tal "Senhor Diabo" exista, muito menos o cultuamos, que nossos atos são controlados por nossa crença na Grande Teia e que tudo o que fazemos nos afeta e temos muito maior noção do que não devemos fazer do que se apenas tivéssemos dez leis a nos controlar.


Diga que nossos rituais são celebrações à vida e que cada pessoa está no mundo para servir aos Deuses sendo feliz.
Diga, também, que você sabe que todas as Deusas são uma Deusa e que todos os Deuses são um Deus, no sentido de que nossas religiões só diferem no MODO pelo qual se comunicam com o Grande Mistério, e não no seu âmago. Não obstante, esclareça que seu modo de ver a vida é diferente e que é implícito a nossa religião compreender as religiões diferentes e aceitar a escolha de cada indivíduo como sagrada. Ressalte, também, que nossa religião nos proíbe de tentar converter os outros a bruxaria, que nunca tentamos fazer ninguém ser um bruxo também.

MAS não se surpreenda se essas pessoas já tiverem respostas prontas aos seus argumentos: se você disser que não crê que o diabo exista, talvez escute 
“A principal armadilha do diabo é fazer você acreditar que ele não existe" ou então "Essa Mãe Terra é só outro nome do diabo".


Não se impressione, muitas pessoas são tão doutrinadas a não conceber nada diferente de sua própria religião que se tornam cegas e surdas.


Quanto a essas, não insista.
Simplesmente mostre a elas que você tem o direito de crer livremente em outra coisa diferente e não gaste seu tempo e o dele em discussões inúteis e cansativas.


Ninguém vai mudar a idéia do outro.
SE a pessoa for muito empedernida, mas ainda aberta ao diálogo, ou seja, se ela disser algo como “Mas você não obedece a bíblia?”, responda: 
"Eu respeito à bíblia como uma obra de história importante no desenvolvimento de muitas religiões, inclusive a sua, mas não sigo a mitologia cristã, e, portanto, a Bíblia não guia minha vida" e acrescente “Eu não creio na mitologia cristã como a maior parte da humanidade não crê".


Por incrível que pareça, a grande maioria dos cristãos não sabe que sua crença não abarca a totalidade da humanidade, aliás, não é nem a maior religião em número de adeptos.
Abrir os olhos dos cristãos dessa ignorância a que eles são levados por muitos de seus sacerdotes, explicando que o mundo é bem mais "não-cristão" do que eles imaginam, muitas vezes é uma boa chacoalhada nas pessoas e ajuda a acabar com preconceitos.
Nessa altura, de duas uma: ou a pessoa passará a ver sua religião como mais uma das muitas religiões do mundo, ou permanecerá em uma postura fanática de que tudo o que você faz “é obra do diabo".


E aí, o que fazer? 
Nada! Pergunte se está muito frio ou muito quente hoje!

Quando o preconceito vem da Família




Esse, certamente, é o caso mais delicado de preconceito. As pessoas que querem se tornar, ou já se tornaram bruxos e enfrentam oposições e até mesmo agressões dentro de casa. São vítimas desse caso especialmente os mais jovens, que mesmo muitas vezes demonstrando uma seriedade inequívoca na escolha de uma religião pagã, são perseguidos, torturados psicologicamente ou coagidos para deixar a Bruxaria de lado.

Não invejo vocês: eis um preconceito que nunca enfrentei pessoalmente, mas já acompanhei muitos casos e sei que uma coisa é verdade: PERSISTAM no Caminho, mesmo se a oposição for pesada, se a Bruxaria é a escolha de seu coração.


Pode ser que vocês tenham que esperar alguns anos para, livres da tutela pessoal e material dos mais velhos, poderem exercer sua liberdade de crença. Sei que muitos de vocês têm seus livros das sombras rasgados, altares atirados pela janela, já soube de casos em que o jovem foi levado a sessões de exorcismo, que, obviamente, nada fizeram, a não ser aumentar o ódio entre pais e filhos. Por isso, seja você que me lê um jovem que deseja praticar Bruxaria, ou seja, o pai não pagão, meu principal conselho a ambos é; DELICADEZA, MÚTUO RESPEITO E NÃO-AGRESSÃO.


Mães e Pais:


- Sei que vocês devem estar assustados com essa tal Wicca, Bruxaria e ou Religião da Deusa, e desejam o melhor para seus filhos, aliás, como todos nós que somos pais e mães. É compreensível que vocês desejem que seus filhos sigam a mesma orientação religiosa que vocês, porque todos desejamos que os filhos sejam nosso espelho. Mas nossos filhos não são nossos, não nos pertencem: vocês terão que aceitar a escolha pagã de seus filhos, como eu mesma, terei que aceitar se meus filhos resolverem se tornar cristãos...

Saibam que enquanto seus filhos estiverem seguindo os princípios da Bruxaria, não realizarão nada de "mau" por seus padrões, porque nossa noção de responsabilidade pessoal e conduta são muitas vezes mais exigentes que a de vocês mesmos e sua religião.


Aos pais não pagãos de jovens pagãos eu desejo a tranqüilidade de poderem verificar em seu filho as mudanças provocadas pela Bruxaria.

Sei que o comportamento de seus filhos melhorará sensivelmente, da média do comportamento de outros jovens não pagãos. Se eles estiverem praticando nossos preceitos, estarão exercitando o autoconhecimento, a autotransformação para alcançar o equilíbrio, estará tratando as pessoas com mais compaixão e serão muito mais equilibrados e serenos do que a média dos outros jovens da mesma idade.

Vejam, dêem tempo ao tempo: a Bruxaria não fará mal algum a seus filhos, se essa é a escolha sincera de seus corações.


Filhos pagãos de pais não pagãos:


Compreendam que até a maioridade seus pais são responsáveis por vocês e têm até mesmo do direito de tirar-lhes os livros de wicca e bruxaria e os objetos rituais. Não vejam isso com ódio, vejam como uma prova a passar em sua busca do Caminho dos Antigos, porque é isso realmente o que é. Se vocês estão passando por isso, mas ouviram o chamado da Deusa, ela cantará tão alto em seus corações que nenhuma violência, nem nenhuma privação ou castigo a fará calar.

Por isso, mesmo que tempos difíceis se apresentem tenham certeza de uma coisa: um dia, seus pais compreenderão vocês e mudarão de atitude. Basta que à vontade de vocês seja sincera, seja real. E se for, nada tirará vocês do Caminho.
Compreendam que os atos de seus pais não são - mesmo que vocês os percebam assim, - uma agressão a vocês.

São atos de amor: eles querem o melhor para vocês e, talvez, precisem de algum tempo até perceber que o que eles chamam de melhor talvez seja diferente para vocês. Mas um dia, com o amor que eles tem por vocês, eles não ficarão cegos às suas escolhas.


Lembre-se: você é o maior responsável pelo que seus pais saberão do caminho pagão. Saiba responder as questões deles, faça com que eles se informem, se possível. Seu comportamento é um cartão de visitas de sua religião: seja um bruxo de verdade, lute pelo seu aperfeiçoamento todos os dias, compreenda as outras pessoas, não seja preconceituoso, não agrida sem motivo, NUNCA faça de sua religião uma arma contra ninguém.
Não deixe que a Bruxaria seja um argumento que disfarce outros tipos de problemas, como a disputa entre irmãos ou a briga entre pais separados, onde esse pode ser um argumento de que “o outro" está criando o filho errado. Se você estiver em uma situação dessas, nunca deixe a bruxaria ser argumento para começar brigas e disputas.
Ame os Deuses e celebre os ciclos da Lua e a Roda do Ano como você puder. Ninguém é dono de seus pensamentos, nem de sua alma. Você é livre!

O que fazer diante de agressões mais concretas?




Se você está diante de um empedernido agressor das religiões pagãs entenda uma coisa: você está diante de um fanático.


Essa pessoa é feita do mesmo estofo que são os que usam aviões suicidas em nome de uma guerra santa ou os que matam “em nome do deus único".


Não se iluda; você topa com milhares de fanáticos todos os meses.


Sim, eles devem ser respeitados, sim você tem o direito de chamar a polícia se eles realmente estiverem perturbando você ou seus rituais.

Uma palavra de advertência: nunca os subestime.
Vejo sempre nas religiões pagãs uma atitude muito ingênua em relação à capacidade de agressão dessas pessoas.
Não sejam paranóicos, mas tampouco sejam desavisados. As religiões de umbanda e candomblé já sofrem há muitos anos a agressão de fanáticos - especialmente evangélicos - e até homicídios já houve em nome de "acabar com as obras do demônio".
Não estou querendo estimular nenhum preconceito contra ninguém, ainda mais que os fanáticos criminosos são transgressores das verdadeiras normas de suas religiões, mas é muito perigoso esquecermos que fanáticos há em todo canto e talvez um dia se voltem contra nós, aliás, a quantidade de programas de TV, rádio e jornais especializados evangélicos que há, apontam para nós há algum tempo.


E se um candidato evangélico radical chegar à Presidência, certamente, nossas leis de liberdade religiosa correrão seriíssimo perigo. 
LEMBREM-SE DISSO NA HORA DE VOTAR!

Mas, enquanto essa desgraça não ocorrer (e espero que as Senhoras do Destino nunca o permitam), lembre-se: o Brasil é um país onde a liberdade religiosa é garantida pela Constituição Federal.


Você não pode acionar alguém por dizer que sua religião é "demoníaca", porque a Constituição também garante o direito de livre expressão, mas você pode acionar por dano a imagem alguém que diga que você Fulano de Tal comete homicídios rituais ou “só faz maldades", ou "cultua o demônio", porque isso corresponde à calúnia ou difamação, que são crimes previstos no Código Penal.

Um esclarecimento: muitas pessoas acham que "a wicca precisa ser legalizada".


Ledo engano: não há necessidade disso no Brasil, onde qualquer religião tem abrigo constitucional automático.

Nas horas em que você estiver sendo agredido, lembre-se: cabeça fria. Não devolva os insultos, deixe que insultem você e tenha sempre testemunhas. Isso se você pensa em processar a pessoa.


Ah, sim, sempre! Descubra nome e endereço do agressor.

Mesmo que pretenda acionar a pessoa, lembre-se: você representa nossa comunidade em uma situação dessas, e isso é sua responsabilidade. Como um bom Sacerdote ou Sacerdotisa, mantenha a calma e seja superior, mas NUNCA se deixe humilhar por isso.


Comporte-se com dignidade, controle e não se transforme você no agressor.
Se você vem recebendo ameaças, vá imediatamente à polícia: só a ameaça já é um crime. Se você celebra em lugares públicos, desde que avise previamente as autoridades, a força policial têm OBRIGAÇÃO de garantir o bom andamento de seu ritual (mesmo que entre eles haja algum fanático religioso).

Previna-se contra agressões físicas. Elas podem acontecer em lugares onde os ânimos estão exaltados.


Mais uma vez, procure o apoio das instituições: você tem o direito de ter a religião que quiser, por mais que isso agrida a consciência cristã ou pagã de muitos.

Antes que eu esqueça: se alguém diz que a Bruxaria é uma seita, não uma religião (o que sempre é dito em tom de deboche ou para minimizar a importância de sua crença), explique o verdadeiro conceito de seita: seita é um conjunto de adeptos de uma religião estabelecida, que dela se desvincula e passa a seguir pressupostos diferentes.


Um bom exemplo de seita no Brasil é a chamada igreja católica brasileira, que se distinguiu da católica romana.


Como todos podem ver, não é o caso da Bruxaria, que não deriva de nenhuma outra religião e, pois, não é uma seita.

20 novembro, 2007

Como Lidar com os Agressores


Em primeiro lugar, ter presente muita COMPREENSÃO.


As religiões que pregam "verdades únicas" ou "o deus único" muitas vezes, como entre cristãos e muçulmanos, são embasadas em atividades de conversão.


O que isso significa?


Significa que para elas, é corretíssimo e significa a obediência a ditames imprescindíveis de sua religião, que eles convertam as pessoas a sua própria religião. Então, desde os mais calmos, até os mais fanáticos TODOS eles, não obstante se harmonizem com a idéia de que possam existir religiões diferentes, CRÊEM PIAMENTE QUE SÓ A RELIGIÃO DELES É "A CORRETA" E, PORTANTO ACREDITAM ESTAREM FAZENDO UM BEM A VOCÊ TENTANDO AFASTÁ-LO DA BRUXARIA.


Obviamente, isso não justifica o desrespeito à sua escolha, MAS, é claro que até o cristão mais liberal (se for mesmo cristão e agir de acordo com sua religião) será também alguém que é um catequizador em particular, tentará fazer você "mudar de lado", no dizer deles.


Por isso, não se assuste: se você for obrigado - e todos nós somos - a conviver com o papo de evangelização, acostume-se a calá-lo com frases bem colocadas e gentis, mas firmes.


Imaginemos um diálogo:


“Você precisa ler a Bíblia e largar a bruxaria. Você precisa aceitar Jesus” ou coisa assim. Responda: "Sinto muito, tenho minha própria crença e não vivo a mitologia judaico-cristã”.


Ou "Sou uma Sacerdotisa de minha religião e meu sacerdócio é minha livre escolha".


Ou dê uma tirada de bom humor: “- A bruxaria é falta de Deus em seu coração” ·


Diga: “- Ih amigo, acho que é excesso, eu tenho um monte de Deuses e Deusas em meu coração!”


Normalmente a seriedade ou a brincadeira terá o efeito de você ser deixado em paz.

A convivência com os não pagãos


A maioria de nós não vive em famílias completamente pagãs e temos que aprender a harmonizar essa questão. Precisamos criar mecanismos de convivência onde todos sejam respeitados e ninguém seja obrigado a fazer o que não crê.


Por exemplo, comemore seu Yule ou Litha junto com a festa de natal de sua família, use nossos costumes para partilhar sua celebração com seus familiares.


Quando eles perceberem que as celebrações são celebrações da vida em si, nada mais terão contra a Roda do Ano, tenho certeza.


Tenho visto muitos cristãos alegremente dançarem em volta do mastro de Beltane. Participar e celebrar são atividades que, desde que expliquemos ás pessoas que não farão nenhum compromisso com nossa religião, são ocasiões de aproximação de diferenças, não de conflitos.


E nas outras atividades importantes da vida social? Por exemplo, uma pagã casará com um católico.


O que eles farão? Um handfasting ou uma cerimônia cristã? Os dois? Nenhum deles?


Creio que a resposta variará muito em todos os casos, porém, creio que se ambos são absolutamente convictos da necessidade das bênçãos de sua religião, podem muito bem fazer ambas as cerimônias, desde que a sacerdotisa ou sacerdote oficiantes do handfasting e o sacerdote cristão SAIBAM que a união envolve pessoas de diferentes crenças.


Por favor, não há sentido algum em um pagão praticante ou iniciado abjurar (dizer que abdica) de suas crenças mais sagradas para poder se fingir de cristã e realizar um casamento...

Se não houver harmonia nessa realização das cerimônias, então talvez seja melhor que não se faça nenhum dos ritos, realizando apenas a cerimônia civil.


E também é hora de pensar: casamento significa - mesmo que as pessoas tenham a mesma religião, concessões mútuas e acordos.


É essa mesma a união que você deseja?


É preciso pensar com cuidado e sem preconceitos, sabendo que se você quiser respeito á sua escolha pagã também terá que fazer concessões á religião do parceiro. 
A mesma coisa deve ser decidida em casos de bebês: será um batizado cristão ou uma unção de recém nascido?


Aí a questão se torna mais delicada: o batismo católico coloca a criança dentro da religião católica (embora algumas bênçãos de igrejas protestantes não o façam).


Será que a mãe Sacerdotisa da Deusa deixará isso acontecer? Mais uma vez o casal é que poderá resolver a questão.


Talvez seja melhor que a criança não receba nem uma cerimônia, nem a outra. 
Talvez seja melhor que receba as duas, embora a cristã equivalha a uma rejeição expressa às bênçãos pagãs...


Outra coisa: se você for convidado para madrinha ou padrinho de batizado, a lógica recomenda que NÃO ACEITE, em se tratando do batizado católico. Só alguém que é membro da Igreja católica pode validamente, e de acordo com seus ensinamentos, ser padrinho ou madrinha.

Agradeça o convite, e assuma que AGORA VOCÊ TEM UMA RELIGIÃO DIFERENTE.


Seja coerente com sua escolha religiosa, mesmo que isso implique em você não ser "comadre" daquela irmã ou amiga de que gosta tanto. Há mil maneiras de você ser próxima à criança, não renegue sua religião por um instante de glória social ou pretenso estreitamento de laços de amizade como "madrinha".


A convivência com outros parentes cristãos ou adeptos de outras religiões patrifocais, como pais, sogras, irmãos, tios e tias podem ser muito difíceis.

Recomendo sempre a mesma postura: compreensão calma e tranqüilidade, embora, jamais recomende a covardia.



FIRMEZA EDUCADA é a melhor postura, "Não sogra, não terei meu filho batizado por um padre", "Não amiga, agradeço muito o convite, mas não posso ser madrinha e seu bebe"; "Desculpem, não rezarei o pai nosso, mas me mantenho de mãos dadas com vocês em sinal de respeito, embora essa oração nada signifique para mim e eu recorra a meus Deuses pelas mesmas bênçãos que vocês almejam".


Se por motivos sociais você precisar comparecer a uma missa de formatura, a um culto evangélico, a um culto umbandista ou do candomblé, a uma sessão kardecista, um culto messiânico ou uma cerimônia Rosa-cruz, por exemplo, aja da mesma maneira: silencio respeitoso e não participante. Se você agir assim o tempo e sua FIRMEZA EDUCADA trarão a você RESPEITO. Respeito que você nunca alcançará se estiver acostumada à mentira e à dissimulação.