Eu olho pra mim e não me reconheço
Sou o verso, o anverso, o meio
Eu olho pra mim e não me reconheço
Sou página em branco esperando a escrita
Eu olho pra mim e não me reconheço
Sou a morte lançada à beira da estrada
Eu olho pra mim e não me reconheço
Passeiam em mim crocodilos e serpentes
Eu olho pra mim e não me reconheço
Conto horas, minutos, frações
Eu olho pra mim e não me reconheço
Um elo fora da corrente
Eu olho pra mim e não me reconheço
Percebo, não ouço... é latente
Eu olho pra mim e não me reconheço
Um grito preso na garganta
Eu olho pra mim e não me reconheço
Sou só eu e eu
Eu olho pra mim e não me reconheço
A lâmina, o algoz, a sentença
Eu olho pra mim e não me reconheço
Ainda posso calar se esse for o preço
Mas nada apagará as visões da mente
Eu olho pra mim e não me reconheço
Dois olhos Negros que me vêem através da Lua...
Nina Mardol
Ananuê, Guinevere!
ResponderExcluirSou Nina e "Conversa com a Lua Negra" é muito importante pra mim... Aliás, acredito que poemas são como filhos. Trabalhava Hécate quando ele veio. Que bom que gostou dessa minha "cria".
Onde o achou?
Abençoada seja.
Mardol
)O(
jul/2007