22 novembro, 2011

Prefeitura demite professora por "bruxaria"


A professora Marisa Barbosa, 49 anos, há dois anos luta para tentar retomar sua vida e as aulas no município de Santa Adélia.
Marisa Barbosa, professora do primário, teria sido acusada de praticar bruxaria dentro da sala de aula, além de ter sido demitida pela Prefeitura de Santa Adélia e supostamente não ter recebido as verbas indenizatórias.
Marisa relembra que em meados de março de 2009, a direção da escola municipal em que ela trabalhava a chamou para lhe dar uma advertência.
“Eu fui chamada e acusada de ter dado sal com pimenta para uma criança de cinco anos dentro da sala de aula. Na época a diretora disse que a mãe havia me acusado e que por isso eu iria assinar uma advertência. Fiquei indignada e disse que não ia assinar, foi quando começou o meu tormento”, conta a professora.
Com 16 anos de profissão, Marisa se viu obrigada a fazer um boletim de ocorrência contra a diretora da escola e contra a mãe do aluno que a acusou.
Os registros foram feitos na delegacia, porém desde então Marisa não foi mais ouvida pela Prefeitura e não teria conseguido mais pegar aulas.
“Eu fui acusada de ter um caldeirão em minha casa. Acusada de fazer feitiço para as crianças gostarem de mim, enfim, me acusaram de barbaridades dentro daquela escola que eu nunca fiz e nunca tive condições de provar. Nem sequer ouviram as mães dos meus alunos”, lamenta a professora.
AFASTAMENTO
No mesmo ano (2009), no mês de setembro, Marisa foi afastada, tendo em vista que foi instaurado um processo administrativo na Prefeitura. Enquanto aguardava a decisão, a professora conseguiu ministrar aulas em outros municípios. Porém, com a situação financeira apertando cada vez mais, Marisa passou a fazer faxina para sustentar a casa e o filho de cinco anos.
“Eu fui afastada com uma mão na frente e outra atrás. Preciso saber exatamente do que eu estou sendo acusada. Quero entender o que aconteceu. Minha vida e minha profissão foram destruídas e nem sei por que”, desabafa.
JUDICIAL
A professora esperou a conclusão do processo administrativo e como não teve o problema resolvido, entrou na justiça em busca de seus direitos e suas respostas.
O advogado de Marisa, Francelino Spósito, que cuida de sua defesa, destacou não saber os reais motivos da ação contra Marisa.
“Entramos com o pedido de cautelar contra a Prefeitura e agora queremos que eles apresentem as provas adquiridas do processo administrativo. Minha cliente recebeu a cópia desse processo, porém nele falta uma parte que não foi entregue. A Marisa foi lesada financeiramente e profissionalmente. São esses danos que nós queremos e vamos reparar”, apontou Spósito.
O processo que corre na 2ª Vara do Trabalho de Catanduva, foi contestado pela Prefeitura de Santa Adélia e a defesa da professora pediu a impugnação, tendo em vista que a Prefeitura não teria apresentado a discriminação das verbas pagas, dentre outros pedidos da defesa.
PREFEITURA
A Prefeitura foi procurada para comentar sobre o assunto e em nota afirmou que: “No ano de 2009, foi aberto processo administrativo para apurar denúncias contra a funcionária. Sendo constituída Comissão processante, conforme determina a lei. Referido processo teve seu tramite normal, inclusive sendo assegurado o direito do contraditório e ampla defesa, onde a servidora foi devidamente representada por advogado, sendo que ambos foram intimados de todos os atos processuais. No final do processo, diante das provas apresentadas, a Comissão decidiu pela aplicação da pena de demissão, expedindo-se portaria. Diante desta pena aplicada, foi feita a rescisão contratual, recebendo as verbas corretamente”, esclareceu a nota assinada pelo advogado e procurador de Santa Adélia Sérgio Donato Júnior.
Fonte: O Regional

15 novembro, 2011

Morte Negra




Black Death, trata-se de um filme fantástico passado na época da Idade Média numa Inglaterra devastada pela peste negra. Um grupo de guerreiros católicos que em meio à peste negra, que eles acham que é castigo de deus (exatamente aquele que é amoroso, piedoso e onipresente), os homens em sua incrível ignorância buscam culpados, e a bola da vez em plena inquisição, são as pessoas acusadas de bruxaria. Então eles se encaminham a uma aldeia isolada aonde a doença ainda não chegou para investigar possíveis atos de bruxaria e dizimar o que eles chamam de necrófilos, por usarem magia para dar vida aos mortos. (rsrsrsrs)

07 novembro, 2011

Torturam na Índia a mulher acusada de bruxaria


Nova Delhi, (Prensa Latina) Uma mulher de 55 anos, acusada de práticas de bruxaria, foi golpeada e torturada por seus vizinhos da aldeia de Gurawari, no noroeste estado indiano do Rajastão.
A vítima voltava de um templo a sua casa, quando quatro pessoas, entre elas uma mulher, a interceptaram e começaram a golpeá-la sob pretexto de que estava possuída por um espírito maligno, referiu um servidor público policial à agência IANS.
Em uns minutos um grupo de aldeãos se congregaram no lugar e somaram-se ao ataque, segundo a fonte.
Vários deles a despiram e lhe jogaram pimenta nos olhos e nas partes pudendas enquanto lhe gritavam "bruxa" e a acusavam de ser a causante da doença de várias crianças, indicou o agente.
A mulher, que padecia de uma doença mental, foi conduzida a um hospital em estado crítico, enquanto a polícia busca os atacantes, sem que se reportem detenções.
No Rajastão são bem frequentes casos como este, daí que as autoridades promovam uma lei para condenar a quem intencional ou inadvertidamente realize, instigue, conspire ou ajude a marcar a uma mulher como bruxa, ou participe em torturas físicas ou mentais a essas pessoas.
Fonte: PrensaLatina

06 novembro, 2011

O avanço da rivalidade religiosa


Seguidores da umbanda e do candomblé são vítimas de preconceito, sobretudo dos evangélicos, e a Justiça e a polícia não estão preparadas para lidar com o crime
Terreiro em São Gonçalo (RJ): um dos 847 mapeados somente na região metropolitana da capital
Uma característica atribuída ao povo brasileiro é a tolerância religiosa. O caldeirão de culturas que formou o País teria propiciado a convivência harmônica entre os diferentes credos, ao contrário de outras nações onde violentas disputas derramam sangue inocente. Na prática, porém, a realidade é outra. Seguidores das religiões afro-brasileiras sempre conviveram com a desconfiança alheia. Nos últimos tempos, há indícios de que a situação se agravou. Somente no Rio de Janeiro, são contabilizados, por ano, quase 100 casos de agressões morais ou físicas envolvendo intolerância religiosa em relação aos praticantes de umbanda e candomblé. “Em sua maioria esmagadora, os ofensores são membros das igrejas neopentecostais”, afirmou à ISTOÉ Henrique Pêssoa, delegado da 4a DP, no centro da cidade, que há três anos recebeu uma designação especial e pioneira no Brasil para cuidar de casos que envolvem crimes de viés religioso.
“Cada neopentecostal tem a missão de ganhar adeptos, é uma obrigação religiosa, daí o proselitismo. A missão é clara: divulgar e converter”, explica a antropóloga da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Sonia Giacomini, que pesquisa o tema há 20 anos. Ela diz que o intuito de arrebanhar mais e mais fiéis é bastante organizado. “Existe uma certa logística. Por exemplo, uma igreja é instalada onde havia um cinema pornô, pois ali seria uma área especial para fazer uma conversão, cheia de pessoas vulneráveis”, apontou.
Chamada de “macumbeira safada”, Elisângela Queiroz
não conseguiu registrar a ocorrência numa delegacia
O problema é que a busca por fiéis transforma-se, às vezes, em perseguição. Na Ilha do Governador, na zona norte, há denúncias na 4ª DP de representantes de religiões afrobrasileiras contando que terreiros (os locais onde são realizadas as cerimônias de umbanda e candomblé) estavam sendo destruídos e seus líderes escorraçados da Ilha por traficantes evangélicos neopentecostais. “Ali, criamos a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) porque era extremamente necessário”, diz Ivanir dos Santos, membro da comissão. Este e outros 39 casos em todo o País foram denunciados em um relatório produzido pelo grupo que reúne 12 religiões e entregue ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Martin I. Uhomoibai.
Entre as denúncias, está a da Associação da Resistência Cultural Afro-Brasileira Jacutá de Iansã, que não conseguiu abrir conta-corrente na agência Abílio Machado da Caixa Econômica Federal, em Belo Horizonte (MG). Os diretores contam que esperaram quatro meses para receber a seguinte resposta: o banco é livre para abrir conta de quem quiser, e não queria a associação como correntista. Em São Paulo, a Associação Beneficente de Oyá e Ogun acusa a prefeitura de discriminação por ter lacrado sua sede no bairro de Santa Mariana, sob a alegação de desrespeitar o zoneamento. Segundo eles, o desrespeito se deve unicamente ao fato de eles estarem no local. Até na considerada sincrética Salvador (BA), a prefeitura foi denunciada por ter destruído parcialmente o terreiro Oyá Onipo Neto no bairro de Imbuí. No processo, diz que o terreiro era vizinho à propriedade de um funcionário da prefeitura que não gostava da proximidade com o templo. Os três casos ocorreram em 2008 e ainda estão sendo investigados.
No Rio, um dos terreiros mais antigos do País, de 1908, foi derrubado recentemente. Funcionava no município de São Gonçalo, não muito longe da capital, em uma pequenina casa, que foi posta abaixo para a construção de um galpão. A iniciativa da demolição foi do dono do imóvel, o militar Wanderley da Silva, 65 anos, que desconhecia a importância do endereço. O problema, segundo lideranças religiosas regionais, não foi o ato dele e, sim, o da prefeita de São Gonçalo, Maria Aparecida Panisset (PDT), que teria ignorado os pedidos de umbandistas para salvar o local tombando-o. A prefeitura expediu uma nota dizendo que nada poderia fazer porque a casa era particular. Mas outro caso envolvendo a prefeita Maria Aparecida, que é frequentadora da Primeira Igreja Batista Renovada, provoca dúvidas entre os religiosos.
Cristiano Ramos, diante do Centro Espírita Caboclo Pena
de Ouro, no Rio de Janeiro, que pode ser desapropriado
Maria Aparecida estaria forçando a desapropriação de um local onde funciona outro histórico terreiro, o Centro Espírita Caboclo Pena de Ouro. O presidente da Casa, Cristiano Ramos, diz que a explicação oficial é a construção de um Complexo Poliesportivo no local – embora haja um centro esportivo com características semelhantes na região. O caso virou, em abril, uma disputa judicial. “Tentei negociar várias vezes, mas ninguém quis me ouvir”, diz Ramos, que alega não ter recebido informações sobre indenização até agora. Procurada por IISTOÉ, a prefeitura não deu retorno.
Muitas iniciativas para combater a perseguição ainda dependem de apoio governamental. Por exemplo, o tombamento de templos – que são pedidos e não são atendidos pelas prefeituras –, a morosidade na apuração de denúncias de perseguição e a falta de providências contra policiais que se recusam a investigar casos de intolerância. Para o delegado Henrique Pêssoa, saber a abrangência exata desse tipo de crime, que tem pena de um a três anos de reclusão e multa, é quase impossível. Os registros raramente são feitos de maneira correta e, além disso, a lei não costuma ser cumprida. A bancária Elisângela Queiroz descobriu isso na prática. Chamada de “macumbeira safada” por um colega de trabalho, ela procurou uma delegacia, mas recusaram o registro da ocorrência. “Chegaram a me dizer que era apenas uma briguinha”, contou ela.
Pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas aponta que 0,35% da população declarou ser praticante de religiões afro-brasileiras. O teólogo Jayro de Jesus acredita que é muito mais e até estima um crescimento de quase 70% no número de terreiros nos últimos 30 anos. “Acho que as pessoas estão sendo segregadas e, por isso, não tiveram a altivez de se autodeclarar nos censos”, afirma. Ele faz parte do grupo que está discutindo o mapeamento dos terreiros existentes no Brasil, com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A expectativa é de que os trabalhos comecem no início do próximo ano e durem até 2013. Em um levantamento feito em 2011, foram localizados até agora, somente na região metropolitana do Rio, 847 terreiros. Com os dados obtidos, o próximo passo será a implementação de um Plano Nacional de Proteção Religiosa. Para impedir a propagação de conflitos movidos pela religião, é preciso agir rápido.


Por: Juliana Dal Piva e Michel Alecrim, IstoÉ

23 outubro, 2011

A preservação histórica e cultural de um berço religioso e as formas jurídicas para sua realização


Entrevista com a advogada da União Wicca do Brasil, a Dra.Marcelli Bassani
Por conta dos mais recentes acontecimentos no cenário religioso do nosso país, onde templos estão sendo desapropriados, derrubados e tendo seus terrenos destinados para fins alheios aos religiosos e pior ainda, não tendo o seu proprietário ou os cidadãos que utilizavam esses espaços para praticarem a sua fé, de acordo com o que está estabelecido e garantido pela nossa Constituição Federal, nenhum tipo de suporte, ressarcimento ou qualquer outro tipo de ajuda dos órgãos competentes, nós da União Wicca do Brasil, convidamos a Dra. Marcelli Bassani, sócia do escritório Alves e BassaniAdvocacia e responsável pelo departamento jurídico da União Wicca do Brasil, a esclarecer algumas questões quanto ao caso da casa ou construção centenária, localizada no bairro de Neves, no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, que foi o berço da Umbanda no Brasil e no Mundo.

Algumas perguntas rondam nossas mentes, mesmo porque, hoje foi com a Umbanda e amanhã poderá ser conosco. Será que todo este transtorno que ocorreu poderia ter sido evitado? Será que o problema foi a falta de documentação legalmente reconhecida que ali funcionava um templo? Enfim Dra. Bassani, nos fale um pouco sobre o caso.

Marcelli Bassani – Diante de um acontecimento tão lamentável, não só para a comunidade umbandista brasileira como para todos os que combatem a intolerância religiosa em geral, o caso da demolição do berço umbandista no Brasil e mundial, merece alguns comentários do ponto de vista jurídico, para que alguns aspectos sejam esclarecidos.
Primeiramente, não há que se discordar do abandono do imóvel pelos herdeiros, que nunca se importaram em preservá-lo, bem como a história que o mesmo agregava. Ademais, deve-se ressaltar o desinteresse tanto do Estado (como ente federativo e como órgão fiscalizador) em preservar a importância histórica do lugar.
Para preservar de imediato o imóvel em seu atual estado e impedir ainda mais a sua perda ou a construção sobre a área, deveria ter sido movida uma ação cautelar ou até mesmo uma Ação Civil Pública com pedido liminar, esta última prevista constitucionalmente e especificamente com caráter reparativo, visando a urgência na paralisação da obra e em conseguinte na preservação do bem, vez que o mesmo atende a todos os requisitos processuais para a interposição de tais peças processuais.
A médio e longo prazo, a melhor saída para a preservação cultural do bem seria o Tombamento do imóvel, com sua imediata restauração.

UWB Para melhores esclarecimentos, nos fale um pouco sobre o que é um Tombamento. As definições e vantagens de um Tombamento Histórico.

Marcelli Bassani – O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

UWB O que pode ser tombado?

Marcelli Bassani – O Tombamento pode ser aplicado aos bens móveis e imóveis, de interesse cultural ou ambiental, quais sejam: fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas etc. Somente é aplicado aos bens materiais de interesse para a preservação da memória coletiva.

UWB – Quem pode efetuar um tombamento?

Marcelli Bassani – O Tombamento pode ser feito pela União, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pelo Governo Estadual, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado ou pelas administrações municipais, utilizando leis específicas ou a legislação federal.

UWB – O ato do tombamento é igual à desapropriação?

Marcelli Bassani – Não. São atos totalmente diferentes. O Tombamento não altera a propriedade de um bem, apenas proíbe que venha a ser destruído ou descaracterizado. Logo, um bem tombado não necessita ser desapropriado.

UWB – Um bem tombado pode ser alugado ou vendido?

Marcelli Bassani – Sim. Desde que o bem continue sendo preservado. Não existe qualquer impedimento para a venda, aluguel ou herança de um bem tombado. No caso de venda, deve ser feita uma comunicação prévia à instituição que efetuou o tombamento, para que esta manifeste seu interesse na compra do mesmo.

UWB – O Tombamento tem a função de preservar esse bem de que forma?

Marcelli Bassani – Sim. O Tombamento é a primeira ação a ser tomada para a preservação dos bens culturais, na medida que impede legalmente a sua destruição. No caso de bens culturais, preservar não é só a memória coletiva, mas todos os esforços e recursos já investidos para sua construção. A preservação somente se torna visível para todos quando um bem cultural se encontra em bom estado de conservação, propiciando sua plena utilização.

UWB – É possível qualquer cidadão pedir um tombamento, mesmo que este bem não seja dele?

Marcelli Bassani – Sim. Qualquer pessoa física ou jurídica pode solicitar, aos órgãos responsáveis pela preservação, o tombamento de bens culturais e naturais.

UWB – Como é um processo de Tombamento?

Marcelli Bassani – O Tombamento é uma ação administrativa do Poder Executivo, que começa pelo pedido de abertura de processo, por iniciativa de qualquer cidadão ou instituição pública. Este processo, após avaliação técnica preliminar, é submetido à deliberação dos órgãos responsáveis pela preservação. Caso seja aprovada a intenção de proteger um bem cultural ou natural, é expedida uma Notificação ao seu proprietário. A partir desta Notificação o bem já se encontra protegido legalmente, contra destruições ou descaracterizações, até que seja tomada a decisão final. O processo termina com a inscrição no Livro Tombo e comunicação formal aos proprietários.

UWB – Existem prazos determinados para a deliberação final de um processo de Tombamento?

Marcelli Bassani – Não. Por se tratar de uma decisão importante e criteriosa, muitos estudos devem ser realizados para instrução do processo e, conforme sua complexidade, cada caso demandará prazos diferenciados. Nesse processo, os proprietários, de acordo com a Lei, têm direito a manifestação.

UWB – Um imóvel tombado pode mudar de uso?

Marcelli Bassani – Sim. O que será considerado é a harmonia entre a preservação das características do edifício e as adaptações necessárias ao novo uso. Atualmente, inúmeras edificações antigas, cuja função original não mais existe, são readaptadas para uma nova utilização.

UWB – Um imóvel tombado ou em processo de tombamento pode ser reformado?

Marcelli Bassani – Sim. Toda e qualquer obra, no entanto, deverá ser previamente aprovada pelo órgão que efetuou o tombamento. A aprovação depende do nível de preservação do bem e está sempre vinculada à necessidade de serem mantidas as características que justificaram o tombamento. A maioria dos órgãos de preservação fornece gratuitamente orientação aos interessados em executar obras de conservação, ou restauração em bens tombados.

UWB – O custo de uma obra de restauração ou conservação é elevado?

Marcelli Bassani – É chamada de restauração as obras executadas em prédios de valor cultural, que tenham como finalidade conservar e revelar seus valores estéticos ou históricos. Uma restauração deve ter caráter excepcional, enquanto que a conservação deve ser uma atividade permanente. Na maioria das vezes, o custo da conservação é semelhante ao de uma obra comum. Quando o imóvel se encontra muito deteriorado, por falta de manutenção, torna-se necessário executar intervenções de maior porte, que encarecem a obra. Outra situação é a dos prédios que contêm materiais, elementos decorativos, ou técnicas construtivas excepcionais. Nesses casos é necessário utilizar mão-de-obra especializada, elevando o custo dos serviços. Contudo, esses exemplares são raros e se constituem, geralmente, em prédios públicos.

UWB – Existe algum incentivo fiscal para proprietários de bens tombados?

Marcelli Bassani – Sim. No imposto de Renda de Pessoa Física, podem ser deduzidos 80% das despesas efetuadas para restaurar, preservar e conservar bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Para tanto, é necessária aprovação prévia do orçamento, pelo IPHAN, e certificado posterior de que as despesas foram efetivamente realizadas e as obras executadas. Essa dedução foi limitada, em 1994, a 10% da renda tributável. No caso de Pessoa Jurídica, podem ser deduzidas 40% das despesas. Essa dedução foi limitada, no mesmo ano, a 2% do imposto de renda devido. Existem alguns municípios que dão incentivos fiscais específicos para conservação dos bens tombados, ou isentam seus proprietários do IPTU.

UWB – O Tombamento é a única forma de preservação?

Marcelli Bassani – Não. A Constituição Federal estabelece que é função da União, do Estado e dos Municípios, com o apoio das comunidades, preservar os bens culturais e naturais brasileiros. Além do Tombamento, existem outras formas de preservação. O inventário é a primeira forma para o reconhecimento da importância dos bens culturais e ambientais, por meio do registro de suas características principais. Os Planos Diretores também estabelecem formas de preservação do patrimônio, em nível municipal, por intermédio do planejamento urbano. Os municípios devem promover o desenvolvimento das cidades sem a destruição do patrimônio. Podem ainda criar leis específicas que estabeleçam incentivos à preservação.

UWB – Como é possível impedir a destruição de um bem que interesse preservar?

Marcelli Bassani – Atualmente, pela ação do Ministério Público, qualquer cidadão pode impedir a destruição ou descaracterização de um bem de interesse cultural ou natural, solicitando apoio ao Promotor Público local. Ele está instruído a promover a preservação com agilidade, acionando os órgãos responsáveis da União, Estado ou Município.

UWB – Dra. Bassani, para nós da UWB e para nossos leitores, suas respostas foram bem claras, e nos esclareceu bastante sobre o caso em questão. Ficamos agradecidos. A senhora gostaria de fazer mais alguma colocação sobre o caso para finalizar?

Marcelli Bassani – Sim. Diante do exposto, resta evidenciado que neste momento, existindo vontade para preservar um imóvel tão importante culturalmente para o Brasil e para o Mundo, deve-se buscar medidas protetivas imediatas para que cesse o ato que pode ser considerado uma violência à memória religiosa e  inicie-se uma preservação histórico e cultural da única religião genuinamente brasileira, e que para isto a religiosidade não deve ser usada como empecilho, pois acima das crenças individuais a Constituição Federal nos assegura um estado laico (sem religião) e busca preservar todas as formas de manifestação religiosa, sejam elas quais forem.

A Dra. Marcelli Bassani é responsável pelo departamento jurídico da UWB, onde vem ajudando ativamente a comunidade wiccana e pagã a resolverem quesões de intolerância religiosa, problemas referentes a legalização de Templos e a demais assuntos que chegam até a União Wicca doBrasil.

18 outubro, 2011

Crianças africanas são sequestradas para a realização de rituais de bruxaria na Europa


Números obtidos pela BBC mostram que nos últimos quatro anos pelo menos 400 crianças foram sequestradas, levadas para a Grã-Bretanha e resgatadas pelas autoridades britânicas.
Um relatório do Departamento de Estado americano afirma que Uganda se transformou em um dos principais países de onde saem estas crianças e cerca de 9 mil delas desapareceram no país nos últimos quatro anos.
A maioria desapareceu de vilarejos nos arredores da capital, Campala. Muitas delas, estariam sendo levadas para a Europa para ser exploradas ou usadas em rituais de curandeiros.
A reportagem da BBC em Uganda, entrou em contato com Yunus Kabul, que afirmou que sequestra crianças para curandeiros há anos.
Sem saber que estava sendo filmado pela câmera escondida da BBC, Kabul alegou que poderia conseguir até cem crianças e tem contatos em todo o país.
Em um hotel isolado, Kabul disse que não tem dificuldade em arrumar uma criança pelos meios oficiais, mas também pode fazer isto de forma ilegal, sequestrando a criança.
Quanto à polícia, Kabul conta que leva a criança para uma área distante, para que os policiais não a encontrem. O preço da operação é de mais de US$ 15 mil (quase R$ 27 mil) por criança. Neste momento, o repórter da BBC se retirou da negociação.
Destino
A Grã-Bretanha surgiu como um dos principais destinos das crianças sequestradas na África.
Christine Beddoe, da organização de caridade britânica que combate o tráfico Ecpat-UK, afirma que os traficantes podem ser qualquer um.
"Podem ser pessoas poderosas, pessoas ricas e também pessoas envolvidas em bruxaria. O tráfico de crianças envolve curandeiros e outras pessoas nas comunidades que praticam estes rituais", afirmou.
Algumas das crianças que foram sequestradas e levadas para a Grã-Bretanha contam sobre como os curandeiros, ameaçando as vítimas de morte, fazem cortes nas crianças para extrair o sangue.
A popularidade dos curandeiros está crescendo na Grã-Bretanha. Centenas fazem propaganda de seus rituais que custam cerca de 350 libras (mais de R$ 900).
Estes rituais geralmente envolvem ervas, mas alguns envolvem sangue humano.
Com uma câmera escondida a reportagem da BBC entrou em contato com dez curandeiros, todos ofereceram poções com ervas. Mas dois deles também ofereceram rituaisl envolvendo sangue humano, o que é ilegal.

Índia diz que já desenterrou corpo e retirou lista da boca da mãe morta


Ela afirmou que sua intenção era rogar uma praga nos vizinhos por vingança
Depois de assombrar uma rua inteira de Camacan, no Sul do estado, a mulher que colocou os nomes dos vizinhos na boca da própria mãe morta se arrependeu. “O que eu fiz foi errado. Não quero o mal de ninguém”, disse ontem Marileide Dias Conceição, 30 anos.
Marileide acredita que a mãe foi vítima de magia negra feita pelos vizinhos
Através do radialista Agnaldo Santos, primeiro a divulgar o caso no blog O Tempo, o CORREIO falou com Marileide por telefone. Ela afirmou que sua intenção era rogar uma praga nos vizinhos por vingança, por acreditar que eles fizeram um ritual de magia contra sua mãe - a índia pataxó Marinei dos Santos Rodrigues, 51 anos, que morreu na sexta da semana passada com diagnóstico de câncer.
A filha da índia também insistiu que já desenterrou a mãe e retirou a lista da boca da defunta. Como prova, apresentou um papel amassado com dezenas de nomes. “Cavei sozinha. Tirei o papel e enterrei minha mãe de novo”. Mas nada convence os vizinhos, que temem ser alvo de uma maldição. “Nenhuma mulher consegue desenterrar um caixão sozinha”, apostou a dona de casa Cibele Oliveira dos Santos, 24 anos, que rasgou o papel mostrado por Marileide.
“Queremos que a índia seja desenterrada”, completou. Em meio ao pânico, há também ceticismo. A dona de casa Ilzeni Maria Ribeiro, 38 anos, destacou que não acredita em feitiçaria, apesar de ter os nomes das duas filhas, de 11 e 13 anos, na lista. “Só acho um desrespeito. Por isso, quero que desenterre a morta”.
No domingo, dezenas de pessoas foram à delegacia para cobrar do delegado a exumação do corpo, mas o caso acabou no fórum, onde foram informados que um advogado precisa solicitar a exumação formalmente. “A prefeita ficou de arrumar um advogado, mas, até agora, nada”, cobrou Cibele Oliveira Santos.

14 outubro, 2011

Campanha Pró-Pretinhos



Durante a Idade Média, como tantos outros absurdos e crimes que foram cometidos em nome do deus cristão e na tentativa do estabelecimento de uma supremacia religiosa em relação as crenças campesinas, nasce mais esta estranha e errônea associação, entre Gatos Pretos e Crenças Diabólicas.

Os felinos tão bem cultuados no paganismo no simbolismo e referência aos animais sagrados se tornam através do catolicismo, especialmente os gatos de pelagem negra, dispositivos para sentenciar pessoas como praticantes e cultuadoras do diabo.
O diabo que consta nos mitos católicos na figura do anjo caído nunca pertenceu às crenças da Bruxaria, tal como o dualismo: luz versus trevas, branco versus negro, etc. Este fato somente ocorreu devido as distorções e marginalizações causadas no chamado período das trevas.

Entretanto, dada a sabida influência deste período na construção de valores sociais que perduram, infelizmente até os tempos atuais, mesmo que muitas vezes apenas no inconsciente coletivo, gerou fortes - e completamente infundados - preconceitos, gerando uma grande dificuldade na adoção destes animais.
Como os meses de outubro e novembro é um período de muita ignorância do imaginário popular e meses onde há aumento dos números de felinos abandonados e maltratados estamos nesta!
Pelos medicamentos genéricos veterinários

Você tem o DIREITO de não gostar de animais,
mas tem o DEVER de RESPEITÁ-LOS...