11 julho, 2011

Dragões

Os dragões são animais fabulosos, geralmente representados como uma enorme serpente alada que expele fogo pelas narinas. Seu tipo biológico situa-se entre o réptil e o dinossauros: cabeça ornada com uma crista, chifres, presas, couro grosso e nodoso cobrindo todo o corpo até a cauda, provido de esporas, possivelmente de tecido ósseo ou cartilaginoso. Com poderes extraordinários, o hálito dos Dragões é considerado venenoso e seu sangue, quando derramado em batalha ou na hora da morte, é igualmente fatal para aquele que for atingido por respingos dos líquidos. A palavra dragão é originária do termo grego drakôn, usado para definir grandes serpentes.
Os dragões encontram conforto em lugares frios, escuros e úmidos; por isso, cavernas são as moradas ideais para dragões, além da penumbra e do frescor, são locais de fácil defesa e apropriado para guardar tesouros e reservas de alimento. As colinas próximas a grupamentos humanos ou rebanhos de mamíferos foram os lugares preferidos na hora de escolher a toca. Há dragões que habitam em águas: mares, lagos, rios e pântanos.
No Ocidente, os primeiros relatos sobre dragões aparecem em escrituras judaicas e gregas. Na Europa, as lendas sobre os monstros antropófagos e cuspidores de fogo ou "de respiração pestilenta", ganharam espaço na imaginação popular. As histórias falam de cidades e vilarejos ameaçados e raptos de donzelas cruelmente assassinadas, degoladas ou empaladas, salvo quando algum virtuoso cavaleiro intervém na situação devidamente guarnecida de uma espada mágica.

No Leste Europeu, os Dragões estão ligados a tradições que supostamente adoravam divindades descendentes dos antigos Nagas indianos cuja representação, a figura de um Dragão, significa a Sabedoria, seja usada para o bem ou para o mal. O famoso Vlad Tepes, ou conde Drácula, foi um membro da Sociedade Secreta dos Dragões em sua região e seu apelido "Drácula", significa, precisamente, Dragão. Nesta tradição há uma clara associação entre Dragões e Sabedoria, uma relação histórica com raízes plantadas na mais remota antiguidade.
Os Dragões aparecem nas tradições mitológicas de quase todos os povos do mundo. No Oriente, os Dragões não são necessariamente perversos. Na China, são figuras de grande destaque. Festas folclóricas são dedicadas a eles. Os dragões simbolizam o próprio povo chinês que se auto-proclamam "Long De Chuan Ren" (Filhos do Dragão). Para os chineses, o dragão é uma criatura mítica e divina relacionada à abundância, prosperidade e boa fortuna. Templos são construídos em honra aos Dragões e para eles são queimados incensos e dirigidas orações.
Eles são os governantes dos rios, da chuva, lagos e mares. Habitam nas águas, voam nos céus e percorrem as entranhas da Terra e dos Oceanos; aos seus movimentos subterrâneos são atribuídos fenômenos tectônicos como tremores de terra, terremotos e maremotos. Os dragões chineses são classificados em categorias:
1. Dragão com Chifres (Lung),

2. Dragão Celestial, que mantém e protege as moradas dos Deuses;

3. Dragão Espiritual, gerador de chuva;

4. Dragão dos Tesouros Escondidos, Guardião das Riquezas;

5. Dragão Serpente, habitante das águas;

6. Dragão Amarelo, também aquático, que teria presenteado o legendário imperador Fu Shi com os elementos da escrita.

Os quatro últimos são os Dragões-Rei, regentes dos quatro mares dos quatro pontos cardeais.
"Junto com o Unicórnio, a Fênix e a Tartaruga, era considerado um dos quatro primeiros animais que ajudaram na criação do mundo. O dragão não tinha rivais em sabedoria e em poder para conceder bênção. O imperador da China era suposto ser descendente de um dragão e ter dragões a seu serviço. Estudantes chineses cuidadosamente categorizaram dragões por diversos critérios como na classificação por Tarefas Cósmicas:

Dragões Celestiais: Estes dragões protegiam os céus, suportavam os lares das divindades e os defendiam da decadência. Somente estes dragões tinham cinco garras e somente a insígnia Imperial era permitida a descrevê-los.
Dragões Espirituais: Estes controlavam o clima do qual a vida era dependente. Eles tinham que ser apaziguados, pois se fossem tomados por raiva ou simples negligência, desastres iriam se seguir.

Dragões Terrestres: Estes lordes dos rios controlavam seus fluxos. Cada rio tinha seu próprio dragão que governava de um palácio bem abaixo das águas.







Dragões Subterrâneos: Estes dragões eram guardiães dos preciosos metais e jóias enterrados na terra. Cada um possuía uma grande pérola que podia multiplicar qualquer coisa que tocasse.
Também foram classificados pela cor:
Azul: Augúrio do Verão

Vermelho e Negro: Dragões destas cores eram bestas ferozes cujas lutas causavam tempestades e outros desastres naturais.

Amarelo: Estes eram os mais afortunados e favoráveis dos dragões. Não podiam ser domados, capturados ou mesmo mortos. Apenas apareciam em tempos apropriados e somente se houvesse uma perfeição a ser encontrada.

Os Dragões chineses podiam tomar a forma humana ou de uma fera se desejassem e tinham uma bizarra coleção de fobias. Temiam o ferro, mas para criaturas que eram vistas como mestres de tais elementos e quase divinos, também temiam outras estranhas coisas como centopéias ou fios de seda tingidos em cinco cores.

O Japão também tinha seus dragões. Chamados de Tatsu, eles eram bastante relacionados com os Dragões Chineses. Assim como eles, também tinham diferentes subtipos, entretanto geralmente tinham somente três garras e eram mais parecidos com cobras.

Na mitologia chinesa, muito mais antiga que a dos judeus, também há um gênesis. O Paraíso chinês, chamado Jardim da Sabedoria, era habitado pelos "Dragões da Sabedoria".
Localizava-se no Planalto de Pamir, entre os picos mais elevados da cordilheira dos Himalaias.
Pesquisadores de diferentes áreas, geólogos, arqueólogos ou teosóficos, que defendem a hipótese de uma origem mais recuada para a espécie humana, admitem que possa ter ocorrido um período de transição no qual seres humanos conviveram com sáurios ou grandes répteis. A estudiosa H. P. Blavatsky assinala em sua Doutrina Secreta (2003), citando o naturalista Curvier: "Se existe algo que possa justificar a existência de hidras e de outros monstros cujas figuras foram tantas vezes reproduzidas pelos historiadores da Idade Média, este algo é incontestavelmente o plesiossauro."
O Plesiossauro é um réptil marinho semelhante a um lagarto. Tinha grandes proporções, alguns chegando a 9 metros de comprimento; era dotado de poderosas nadadeiras. Blavatsky escreveu no final do século XIX, época em que houve um intenso movimento na área da pesquisa arqueológica e paleontológica. Muitos fósseis eram descobertos por pesquisadores independentes. Na Alemanha, foi descoberto um sáurio voador, o pterodátilo, com 78 pés de comprimento, asas membranosas com envergadura em torno de meio metro, vigorosas presas e corpo de réptil. Na Filadélfia, o Dr. Cope estudou o fóssil de um monossauro e concluiu que era uma serpente alada, da espécie do pterodátilo, cujas vértebras indicam mais aproximação com ofídios do que com lacertídeos (BLAVATSKY, 2003 - p 223). Em 1886, o geólogo Charles Gould escreveu em seu antológico Mythical Monsters:
Muitos dos chamados animais míticos, que através dos séculos e em todas as nações serviram de tema para ficções e fábulas, entram legitimamente no campo da História Natural simples e positiva e podem ser considerados não como produto de uma imaginação exuberante, mas como criaturas que realmente existiram e das quais... só chegaram até nós descrições imperfeitas e inexatas, provavelmente muito refrangidas pelas névoas do tempo; tradições de seres que, em outra era, coexistiram com o homem, alguns deles estranhos e horrendos ...é menos difícil admitir todas essas maravilhosas histórias de deuses e semideuses, de gigantes e anões, de dragões e monstros de toda espécie como transformações do que acreditar que sejam invenções. ...Se são invenções, devemos crer que selvagens incultos fossem dotados de um poder de imaginação e criação poética muito superior ao dos povos civilizados de nossos dias.
Em Black Dragon Wash, Utah, essa milenar - e por sinal muito evoluída - cultura deixou nas rochas a perfeita, e além de tudo belíssima, representação artística de um Pterodátilo, a temível fera alada da Pré-história, fato que inequivocamente poderia atestar a sua imensa antigüidade.
Apesar destas descobertas e de muitas mais, a arqueologia oficial não admite a existência de seres como dragões em qualquer época, embora nos ladrilhos babilônicos, nos murais pré-colombianos, na mitologia nórdica, nos desenhos japoneses, pagodes e monumentos, na Biblioteca Imperial de Pequim e em muitos outros documentos históricos figurem reproduções perfeitas de plesiossauros e pterodátilos.
A questão da veracidade ou não da existência remota de animais como os dragões assume maior importância quando relacionada com as dúvidas em torno da idade da raça humana sobre a Terra. Se as histórias e figuras de dragões são mais que fruto da imaginação dos povos, se forem vistos como registros de visões reais, como documentos históricos, por mais remota que seja a época a qual se refira, isto seria uma prova da enorme antigüidade do homem sobre o planeta reforçando, inclusive, as teorias que falam de civilizações avançadas que desapareceram completamente, vitimadas por catástrofes.

A FACE OCULTA DOS DRAGÕES
A existência dos Dragões, como animais pré-históricos, contemporâneos a uma raça humana arcaica, pode ainda ser contestada, mas sua realidade como elemento cultural, seu caráter de poderoso símbolo presente no imaginário popular e nas alegorias religiosas de todo o mundo, isto é um fato inegável. Rico em conteúdos semióticos, o Dragão, ora representa o bem, ora representa o mal.
Uma visão geral do histórico dos Dragões mostra um ser paradoxal, que encarna, ao mesmo tempo, o bem e o mal. É o monstro que aterroriza os mortais, é a besta do apocalipse, o aliado da magia, o raptor de donzelas medievais; mas também é um símbolo de sabedoria, força física, poder, proteção e boa fortuna. Este caráter, aparentemente multifacetado dos dragões é o resultado de milênios de sincretismos entre culturas de todo o mundo. O aspecto maligno do dragão é notavelmente acentuado no Ocidente, onde foi associado à figura do diabo por conta de suas "aparições", quase sempre alegorias mal interpretadas, nas escrituras cristãs como no apocalipse.
Todavia, a simbologia tradicional se mantém. Os dragões jamais perderam seus atributos positivos e somente pela via das deturpações podem ser identificados com o mal. Ao contrário, o folclore envolvendo Dragões em guarda de tesouros é uma adaptação popular para os Dragões Guardiães do Éden, Guardiães da Árvore da Vida e da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. São guardiães da Sabedoria e ainda abrigam outros significados: representam a energia cósmica criadora, a eternidade e o próprio cosmos, que repousa enrodilhado sobre si mesmo, círculo de serenidade, e quando desperta em turbilhões, desdobrando suas espirais no infinito, manifestando-se em todas as coisas que existem no Universo.

A imagem do Dragão associada à sabedoria contém uma mensagem de profundo alcance. A imagem diz que a Sabedoria não se relaciona com qualquer tipo de fraqueza. Não há conflito entre força, poder e felicidade, boa fortuna, compaixão e bom senso. O signo original, concebido em épocas insuspeitadas da história humana, referia-se à Regeneração Psíquica e à Imortalidade. Hermes considerava a serpente o mais espiritual de todos os seres.

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14 junho, 2011

Primeiro eclipse total da Lua será nesta quarta-feira

O primeiro eclipse total da Lua a ocorrer neste ano será visível nesta quarta-feira, do início ao fim, em regiões do leste da África, na região central da Ásia, no Oriente Médio e no oeste da Austrália, caso o tempo seja favorável. Parte do fenômeno poderá ser visto da América do Sul.
Sequência de fotos tiradas em 2007 mostra eclipse da Lua; fenômeno pode ser visto novamente nesta quarta



Os cientistas estipulam que o evento completo deve durar cinco horas e meia, sendo uma hora e 40 minutos só de eclipse total. A última vez que aconteceu uma exposição tão longa assim foi em julho do ano 2000.
Conforme o satélite "entrar" na sombra da Terra, ele vai mudar gradualmente de cor, variando do cinza metálico para tonalidades laranjas e vermelhas.
Ao contrário dos eclipses solares, o lunar pode ser visto a olho nu, sem prejudicar a visão.

06 junho, 2011

Hera

Hera para os gregos, Juno para os romanos, a Rainha do Olimpo, governava junto ao seu marido Zeus. Ela era filha de Cronos e Réia, a Grande Mãe deusa titã e foi criada na Arcádia. Teve como ama as Horas, ou as Três Estações.


O pouco que sabemos, vem da "Ilíada" de Homero, onde ganha fama de esposa ciumenta. É que em culturas patriarcais antigas, os homens tinham por regra, satirizar toda e qualquer mulher que alcançava algum poder.


Se Hera foi uma mulher disposta a contendas conjugais, realmente é porque ela estava coberta de motivos. Zeus era um homem libertino, promíscuo e infiel. Praticamente nenhum de seus filhos foi concebidos dentro dos limites de seu casamento oficial. O único deus que nasceu da união legítima de Zeus e Hera foi Ares, o deus da guerra, o mais medíocre dos deuses gregos. Visualiza-se aqui uma sociedade contemporânea, configurada em uma família patriarcal. Zeus é o pai, o chefe, o "cabeça do casal". Muito embora os conflitos persistentes, a supremacia de Zeus é escancarada.


Zeus, pai dos deuses e dos homens era um nórdico. Ele e sua paternidade de Wotan (Odim), vieram do norte junto com demais tribos, cujo sistema social era patrilinear. Já Hera, representa um sistema matrilinear. Ela era a Rainha de Argos, em Samos e possuía no Olimpo um templo distinto de Zeus e anterior a este. Seu primeiro consorte foi Heracles. Quando os nórdicos conquistadores chegam a Olímpia, massacram a população e concedem às mulheres a lúgubre escolha entre a morte ou a submissão à nova ordem. Hera reflete, portanto, uma princesa nativa que foi coagida, mas não subjugada por este povo guerreiro. Assim, sabe-se agora o devido motivo porque o único filho de Zeus e Hera tenha sido Ares, o deus da guerra. Realmente Zeus e Hera viviam em "pé de guerra” dentro do Olimpo.


Hera foi extremamente humilhada com as aventuras de Zeus. Ele desonrou o que ela considerava de mais sagrado: o casamento. Favoreceu seus filhos bastados em detrimento de seu legítimo e pisoteou seu lado feminino quando ele mesmo deu à luz a sua filha Atenas, demonstrando que não precisava dela nem para conceber.


Nos dias atuais, embora a mulher através de árduas penas tenha conquistado seu espaço, os casamentos não se modificaram tanto assim. Permanecemos em uma sociedade patriarcal e o casamento ainda é considerado como uma instituição de procriação.


As mulheres continuam a sofrer violências domésticas e profissionais e a busca do tão almejado casamento por amor com satisfação sexual plena é castrado pelas concepções obsoletas cristãs. Mas, muito embora todas estas limitações e deficiências do casamento, a mulher sente-se profundamente atraída por ele. Romanticamente todas sonham em compartilhar a tarefa de criar seus filhos e estabelecer uma unidade chamada "família".


Na Arcádia, ao ser celebrada como a Grande Deusa dos tempos pré-homéricos, Hera possuía três nomes. Na primavera era Hera "Parthenos" (Virgem). No verão e no outono tomava o nome de Hera "Teleia" (Perfeita ou Plena) e no inverno chamava-se Hera "Chela" (viúva). Hera, a antiga deusa tríplice não tinha filhos, de modo que, os mistérios da maternidade não estão aqui simbolizados, mas sim os mistérios das fases da mulher "antes" do casamento, na "plenitude" do casamento e "depois" na viuvez. As três facetas de Hera também se ligam às três estações e às três fases da Lua.


Hera renovava anualmente a sua virgindade banhando-se na fonte Cânata, perto de Argos, local consagrado especialmente a ela. Assim, vemos que ela traz em si o arquétipo da eterna renovação, semelhante ao ciclo da Lua em suas fases. Através deste ato, ela une o ciclo lunar, o ciclo menstrual e o ciclo anual da vegetação.


O seu mito era associado à vaca, o que revela o seu vínculo com a fecundidade e com o nascimento. Seus outros símbolos são a via-láctea, o lírio e a iridescente pena da cauda do pavão, que continha olhos, simbolizando a cautela de Hera.


A vaca sempre foi associada a deusas da Grande-Mãe como provedoras e nutridoras, enquanto a via-láctea, em grego gala significa "leite da mãe", reflete uma crença anterior às divindades olímpicas, de que ela surgiu dos seios da Grande Mãe. Isso depois se torna parte da mitologia de Hera, que conta que o leite que jorrou de seus seios formou a via-láctea. As gotas que caíram sobre a Terra tornaram-se lírios, símbolo do poder de autofertilização feminino da deusa.





Cerridwen

Sou a beleza da terra verde
Lua branca entre as estrelas,
O mistério das águas e o
Desejo no coração dos homens.
Levanta-te e venha a mim,
Eu a acolherei no meu útero e no
Meu caldeirão da transformação
Onde você será misturada e fervida
Reconstituída e depois reciclada, pois
Sou a alma da natureza que dá vida ao universo.
De mim procede todas as coisas
E todas as coisas voltarão a mim.
Estou sempre mudando e transformando
Nada morre que não nasça outra vez
Nada existe sem ter morrido.
Quando vier a mim, será bem-vinda!

CALDEIRÃO


O caldeirão tem sua base mitológica na tradição celta. O vaso de prata era chamado de "Caldeirão de Regeneração". O sangue despejado dentro dele devia formar uma bebida regeneradora ou um banho. Também está registrado que o caldeirão deveria ferver até que produzisse "três gotas da graça da inspiração", desta forma é conhecido como o Caldeirão da Inspiração.


Este caldeirão da deusa Cerridwen foi o precursor do Santo Graal. Afirma-se que no Graal havia uma fusão do caldeirão mágico do paganismo celta e do cálice sagrado do cristianismo, com os produtos tornados místicos e gloriosos.


A simbologia o torna uma ferramenta de transformação, mas também como a imagem do ventre materno. Acredita-se que o caldeirão é capaz de transforma a base material em espiritual, a mortal em imortal e de formar a bebida da imortalidade e inspiração.
O caldeirão do renascimento é um tema que se repete em muitos contos célticos.


MÃE DA VIDA E MORTE


Para os galeses, Cerridwen é uma Deusa Tríplice (donzela, mãe e mulher idosa), cujo animal totêmico é uma grande porca branca. Ela é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e do conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o mesmo poder que leva as almas para a morte, traz a vida. De seu ventre parte toda a vida e a vida provém da morte. Do interior de seu caldeirão emanam porções, com as quais Cerridwen comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus adoradores. Seu aspecto caracterizado em corpo de uma velha, representa o conhecimento de todos os mistérios que só a idade e a experiência podem proporcionar. Ela é a Deusa que devemos reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa do caos e da paz, da harmonia e da desarmonia.


Deusa da lua, dos grãos, da natureza. A porca branca comedora de cadáveres representando a Lua. Associa-se a morte, a fertilidade, a inspiração, a astrologia, as ervas, os encantamentos, o conhecimento...


Conta-se que Cerridwen, com a bebida de seu caldeirão transformava um homem comum em um rei. Sua história vem do País de Gales medieval e se encontra escrita em "The Mabinogi” (1977) de Patrick K. Ford. Cerridwen, viveu à margem de Llyn (lago), casada com Tegid Foel,com quem teve dois filhos. Um era belo, mas o outro muito feio, chamado de "Morfran" (grande corvo). Pensou então que o único remédio contra esta adversidade, seria torná-lo sábio. Para tanto, ela juntou ervas e fez para ele uma poção mágica. Demorou um ano e um dia para terminar a tal poção. Gwion, seu assistente estava encarregado de vigiar o fogo e a poção, mas foi advertido para não bebê-la. Entretanto, quando três gotas a poção saltaram do caldeirão, Gwion empurra o filho de Cerridwen e as bebe. Instantaneamente, ele possuía a sabedoria do mundo, sabia até mesmo que Cerridwen tinha a intenção de matá-lo. Ele fugiu e ela foi atrás dele, no que se chamou de "Caçada Mágica".


Gwion transformou-se em uma lebre e Cerridwen em um cão, transformou-se então em um salmão e ela em uma lontra. Por último transforma-se em um grão de trigo, mas a Deusa em corpo de uma galinha o come. Nove meses mais tarde Cerridwen deu à luz em Taliesin, o maior dos Trovadores Celtas. Depois de tê-lo em seu seio, não conseguiu mais matá-lo. Ela então o coloca a deriva em uma barca coberta.


Elphin, filho de um rico proprietário de terras, salvou o bebê e lhe deu o nome de Taliesin (semblante radiante). A criança reteve todo o conhecimento e sabedoria adquiridos pela poção e tornou-se um importante e talentoso Bardo.


A história de Cerridwen e de Gwion é uma história de transformação de forma e caça mítica, que se dá entre as energias femininas e masculinas. Essa interação dinâmica de energias é o que move o mundo.


As energias masculinas e femininas convergem na concepção e no momento da criação. É o bailado coreográfico destas energias que formam a base para o equilíbrio e a harmonia do nosso universo. A tradição Druida explica que todo o aspecto feminino tem um aspecto masculino complementar.


Como podemos constatar na história de Cerridwen, mudar a própria forma é algo que todas as Deusas Celtas podem fazer. Mas nós seres humanos também não mudamos? Todos os dias ao levantarmos, tomarmos banho e nos vestirmos, podemos estar vestindo muitas faces, dependendo da situação.
A transmutação de forma é marketing para se alcançar resultados máximos.
As Deusas e Deuses Celtas estão ligados a vários animais e aos Elementos. Ao transmutar-se e tornar-se Uno com um animal, a Deusa ou Deus ganha mais poder.
Nós, como as divindades, podemos mudar de forma para amimais poderosos e de grande auxílio. Você pode se transformar em um tigre em uma reunião de vendas, acho que será de grande ajuda.


Ao nos tornarmos todas as coisas e mergulharmos na unidade, poderemos entrar em contato com a nossa verdadeira natureza.


Cabe também acrescentar que, Cerridwen vivia ao lado do lago e era encarregada do caldeirão do renascimento, Morgana era a Senhora do Lago que leva Artur de barco à um local nas proximidades de Avalon, com intuito de curar suas feridas.


Cerridwen chega em nossas vidas anunciando um tempo de morte e renascimento. Quando algo está para morrer, devemos permitir que se vá para que algo novo possa nascer. Não devemos encarar a morte como um fim, mas um renascimento A nossa presença aqui é tão pungente! A pequena faixa de claridade que chamamos nossa vida está suspensa na escuridão de dois desconhecidos. Há a escuridão do desconhecido, na nossa origem. Emergimos subitamente desse desconhecido e inicia-se a faixa de claridade denominada vida Depois, há a escuridão do fim, quando desaparecemos mais uma vez de volta ao desconhecido.
Talvez você tenha chegado ao final de um ciclo, de um relacionamento, de um emprego e esteja com medo de deixá-los ir embora. Ou até sente que está morrendo, quando apenas uma parte de você tem de dar lugar ao novo. Mas saiba, que no lado inferior da vida, sempre existirá a morte. Se viver a sua vida ao máximo, não terá medo da morte e do que ela significa, pois ela pode tornar-se o momento de libertação mais profundo de sua natureza. Quando aprender a abrir mão de certas coisas, aprenderá a morrer espiritualmente de pequenas formas durante a vida. Imagine esse ato de abrir mão, multiplicado mil vezes no momento da morte. Essa liberação pode proporcionar uma vinculação divina completamente nova. Os místicos sempre reconheceram que, para se aprofundar na presença divina do íntimo, é necessário exercitar o desprendimento. Quando começamos a nos deixar levar, é espantoso como a nossa vida enriquece. As coisas falsas as quais nos agarramos desesperadamente se afastarão, dando espaço para que somente o verdadeiro se aprofunde dentro de nós.


A totalidade só é conquistada no momento que dissermos sim e dançarmos com a morte e o renascimento Cerridwen diz a você que sempre receberá de volta o que der a ela, portanto entregue-se e renascerá.


RITUAL

Cerridwen está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundos. Seus rituais são realizados na Lua Minguante, que é seu símbolo. Sua cor é o negro e por isso recebe o título de NIGREDO, Senhora da Noite. Para realizar seu ritual e dar boas vindas à lua minguante você vai precisar de:


• 1 Vela Branca
• 1 Vela Vermelha
• 1 Vela Preta
• O Caldeirão com Água
• A Taça com Água
• O Athame
• Folhas de Louro ou Eucalipto


Disponha as 3 velas em forma de triângulo sobre o altar de forma que a preta fique a esquerda, a branca à direita e a vermelha no topo do triângulo, coloque o caldeirão no meio do triângulo formado pelas velas, coloque a taça abaixo do triângulo de velas então chame por Cerridwen:


Oh antiga Deusa que reside no Norte aquela que conhece o passado de todas as coisas, ouça o meu chamado e que minha invocação seja agradável aos seus olhos, Oh Nigudo senhora da sabedoria e compreensão. Cerridwen Mãe Celeste que a Lua Minguante seja bem vinda e que seus poderes de exterminar com todas as coisas negativas se espalhe sobre o mundo, transmutando os Karmas, solucionando os problemas, curando as doenças, afastando as intrigas, a inveja, os obstáculos e problemas que nos impedem de chegar à plena felicidade.
Oh Deusa da Inspiração e Criação, venha em nosso auxílio!

Espalhe as folhas de louro ou eucalipto sobre o altar coloque o athame em cima das mesmas dizendo:


Mãe do caldeirão sagrado que sua face minguante seja bem vinda a este mundo para que tenhamos paz, saúde e bons presságios. Que assim seja e que assim se faça para o bem de todos.