17 julho, 2010

Submission



Ó Alá, enquanto permaneço aqui ferida e com meu espírito quebrado, eu ouço em minha mente a voz do juiz me pronunciando culpada.
A sentença que tenho que cumprir está nas suas palavras: "À mulher e ao homem culpados de adultério ou fornicação açoitai-os com cem chicotadas; não deixai a compaixão vos comover em favor deles, em um assunto prescrito por Alá, se vós acreditais em Alá e no Último Dia; e deixai que um grupo de fiéis testemunhem sua punição."
Há dois anos, em um belo dia, na feira (souk) meus olhos foram surpreendidos pelos de Rahman, o mais belo homem que já encontrei.
Depois daquele dia, sempre que ia à feira, não fazia nada além de notar sua presença.
Eu me estremeci quando soube que sua estada ali não era coincidência.
Um dia ele me sugeriu que nos encontrássemos em segredo e eu disse 'sim'.
Com o passar dos meses nossa relação se aprofundou.
Ainda mais, além do nosso amor, uma nova vida se iniciou.
Nossa felicidade não passou desapercebida e, em pouco tempo, olhos invejosos deram lugar à línguas maliciosas;
'Vamos ignorar essas pessoas', eu e Rahman dissemos, 'e acreditar na piedade de Alá'. Talvez por sermos ingênuos, jovens e apaixonados pensamos que sua divindade estivesse do nosso lado.
Nós compartilhamos afeto, confiança e um grande respeito um pelo outro, como Alá poderia nos reprovar?

Por que ele o faria?

Quando tinha dezesseis anos, meu pai me revelou na cozinha:
"Você vai se casar com Aziz; ele é de uma família honesta e cuidará bem de você".
O dia do meu casamento foi uma celebração para nossas famílias, mas não para mim. Quando em nossa casa, meu esposo se aproximou de mim, desde então, eu me recuo dos seus toques.
Sinto repulsa pelo seu cheiro, mesmo que ele tenha acabado de se banhar.
Ainda assim, ó Alá, eu obedeço a seus comandos sancionados pelas Suas palavras. Quando o empurro, deixo-lhe me pegar, pois ele cita o Senhor: "Perguntarm-Lhe à respeito das maldições das mulheres: "They ask thee concerning women's courses”
Ele disse: elas são uma injúria e profanação, então, mantende-vos longe das mulheres quando amaldiçoam, e não vos aproximai delas até que estejam limpas. Mas, quando estiverem purificadas, vós podeis vos aproximar delas de qualquer forma, em qualquer hora ou lugar ordenado à vós, por Alá, pois Alá ama aqueles que se voltam para ele constantemente e ama aqueles que se mantêm puros e limpos."
Ó Alá, altíssimo!
Você diz que os 'homens são os protetores e mantenedores da mulher, porque você lhes deu mais (força) do que ao outro'.
Eu sinto, pelo menos uma vez por semana, a força do punho do meu marido na minha cara.
Ó Alá, altíssimo!
A vida com meu marido é difícil de levar, mas submeto minha vontade a Você.
Meu marido me sustenta, portanto, sou devotamente obediente, e guardo na ausência do meu marido o que Você me mandaria guardar.
Mas meu marido, mantenedor e protetor teme deslealdade e má conduta da minha parte; ele me acusa de ser ingrata a ele; ele sempre acha uma razão para duvidar de minha lealdade. E, depois de uma série de ameaças e avisos ele começa a me bater.
Ó Alá, benevolente e misericordioso.
Assim como Você pede da mulher crente, baixo meu olhar e guardo minha modéstia.
Eu nunca exibo minha beleza ou ornamentos; nem sequer minha face e mãos.
Eu nunca piso forte a fim de chamar atenção aos meus ornamentos escondidos, nem sequer em festas.
Eu nunca saio de casa, a não ser que seja extremamente necessário; e então somente com a permissão do meu pai.
Quando eu saio, dobro meu véu sobre meu colo como Você determina.
De vez em quando eu peco, eu fantasio sentir o vento soprando por meus cabelos ou o sol em minha pele, talvez na praia, eu sonho acordada sobre uma longa jornada ao redor do mundo, imaginando todos os lugares e pessoas lá fora.
É claro, eu nunca verei esses lugares ou conhecerei essas pessoas,
porque é tão importante guardar minha modéstia a fim de obedecê-lo, Ó Alá.
Então, alegremente, faço como Você diz e cubro meu corpo dos pés à cabeça exceto quando estou em minha casa e somente com membros da família. De forma geral, sou feliz com minha vida.
Porém, as coisas mudaram desde que o irmão do meu pai, Hakim, veio morar conosco. Ele espera até eu estar sozinha em casa e vem ao meu quarto, então ele me manda fazer coisas para ele, tocá-lo nos lugares mais íntimos.
Desde que ele veio morar conosco eu me acostumei a usar o véu dentro de casa a fim de detê-lo.
Contudo, isto não o impediu.
Duas vezes ele tirou meu véu, rasgou minhas roupas íntimas e me estuprou.
Quando contei para minha mãe, ela disse que iria falar com meu pai, mas meu pai a mandou - e a mim - não questionar a honra de seu irmão.
Eu sinto dor sempre que meu tio vem me ver.
Eu me sinto presa, como um animal pronto para o abate e estou cheia de culpa e vergonha; e me sinto abandonada, mesmo cercada de familiares e amigos.
Ó Alá,
Hakim se foi, agora que sabe que estou grávida.
O veredicto que matou minha fé no amor está em Seu Livro Sagrado.
Fé em Você..., submissão a Você... parece... auto-engano.
Ó Alá, provedor e ceifador da vida.
Você clama a todos os fiéis para voltarem-se para Você a fim de alcançar a salvação.
Eu não fiz nada minha vida inteira a não ser voltar-me para Você.
E, agora que rogo pela minha salvação, sob meu véu,
Você permanece silencioso como a sepultura que desejo.

Traduzido pelo Programa de Educação Tutorial em Ciência Política - PET/POL – UnB

Cineasta holandês Theo van Gogh é assassinado (02/11/2004)

Theo van Gogh é diretor de "Submission", filme que suscitou grande polêmica recentemente na Holanda sobre o Islã. Depois de "Submission", o cineasta passou a receber ameaças e andava com proteção policial. No entanto, não desejava essa vigilância e despistava seus seguranças.

Ele também estava terminando um longa-metragem sobre o assassinato em 2002 do líder da direita populista holandesa Pim Fortuyn.

Segundo a polícia, Theo van Gogh foi esfaqueado e depois atingido por vários tiros. Há um suspeito preso, mas a polícia não revelou sua identidade.

Van Gogh dirigiu quase 20 filmes, escreveu três livros e colaborou com uma dezena de jornais e revistas. Seu filme "Loos" (1989) foi exibido na 13ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

"Submission"

"Submission" é um curta-metragem de dez minutos que relata a violência exercida contra as mulheres muçulmanas. Foi escrito por Ayaan Hirsi Ali, uma refugiada somali, que deixou de ser muçulmana, e é membro do parlamento holandês.

Já houve ameaças de morte contra Ayaan Hirsi Ali. Desde agosto, quando o filme foi levado ao ar por uma TV na Holanda, ela vive acompanhada por um segurança. Um marroquino está preso, acusado de ameaçá-la de morte.

O filme alerta para os abusos, incesto, casamentos forçados e o suicídio de jovens mulheres muçulmanas imigrantes. "Submission" (submissão) mostra várias situações em que as mulheres são subjugadas pelos homens. Uma das mulheres é forçada a casar com um homem que odeia; outra é estuprada pelo próprio tio e fica grávida; e uma terceira é chicoteada após ter tido relações com o namorado.

O motivo mais forte, porém, que causa controvérsia, são as imagens de versos do Alcorão escritos no corpo das mulheres. Nas costas de uma mulher lê-se que um homem pode, ordenado por Deus, tomar a sua mulher quando, onde e como quiser.

A polícia holandesa deve investigar se a direção de Theo van Gogh em "Submission" tem alguma relação com seu assassinato.

21 junho, 2010

A Declaração da Deusa Negra


A Deusa Negra fala conosco pelas bocas de Lilith, Kali, Tiamat, Hécate, Nix, A Madonna Negra, Nêmesis, Morgana, Cerridwen, Perséfone, Ereshkigal, Arianrhod, Durga, Inanna e muitas outras.
Eu sou as trevas por trás e por baixo das sombras.
Eu sou a ausência de ar que espera no início de cada respiração.
Eu sou o fim antes que a vida recomece, a deterioração que fertiliza o que vive.
Eu sou o poço sem fundo, o esforço sem fim para reivindicar o que é negado.
Eu sou a chave que destranca todas as portas.
Eu sou a glória da descoberta, pois eu sou o que está escondido, segregado e proibido.
Venha a mim na Lua Negra e veja o que não pode ser visto, encare o terror que é só seu.



Nade até mim através dos mais negros oceanos, até o centro de seus maiores medos. Eu e o Deus das trevas o manteremos em segurança.
Grite para nós em terror e seu será o poder de suportar o insuportável.
Pense em mim quando sentir prazer e eu o intensificarei.
Até o dia em que eu terei o maior prazer de encontrá-lo na encruzilhada entre os mundos.



Sabedoria e a capacidade de dar poderes são os meus presentes.
Ouça-me, criança, e conheça-me por quem eu sou.
Eu tenho estado com você desde o seu nascimento e ficarei com você até que você retorne a mim no crepúsculo final.
Eu sou a amante apaixonada e sedutora que inspira o poeta a sonhar.
Eu sou aquela que te chama ao fim de sua jornada.
Quando o dia se vai, minhas crianças encontram seu descanso abençoado em meus braços.


Eu sou o útero do qual todas as coisas nascem.
Eu sou o sombrio, silencioso túmulo; todas as coisas devem vir a mim e suportar a morte e o renascer para o todo.
Eu sou a Bruxa que não será governada, a tecelã do tempo, a professora dos mistérios.
Eu corto as linhas que trazem minhas crianças até mim.
Eu corto as gargantas dos cruéis e bebo o sangue daqueles sem coração.
Engula seu medo e venha até mim, e você descobrirá a verdadeira beleza, força e coragem.


Eu sou a fúria que dilacera a carne da injustiça.
Eu sou a forja incandescente que transforma seus demônios internos em ferramentas de poder.
Abra-se a meu abraço e domínio.
Eu sou a espada resplandecente que te protege do mal.
Eu sou o cadinho no qual todos os seus aspectos se misturam em um arco-íris de união.



Eu sou as profundezas aveludadas do céu noturno, as brumas rodopiantes da meia-noite, coberta de mistério.
Eu sou a crisálida na qual você irá encarar o que te apavora e da qual você irá florescer vibrante e renovada.
Procure por mim nas encruzilhadas e você será transformada, pois uma vez que você olhe para meu rosto não existe volta.
Eu sou o fogo que beija as algemas e as leva embora.
Eu sou o caldeirão no qual todos os opostos crescem para se conhecer de verdade.
Eu sou a teia que conecta todas as coisas.
Eu sou a curadora de todas as feridas, a guerreira que corrige todos os erros há seu tempo.
Eu faço o fraco forte.
Eu faço humilde o arrogante.
Eu ergo o oprimido e dou poderes ao desprivilegiado.


Eu sou a justiça temperada com compaixão.
Eu sou você, eu sou parte de você, estou dentro de você.
Procure-me dentro e fora e você será forte.


Conheça-me, aventure-se nas trevas para que você possa acordar com equilíbrio, iluminação e plenitude.
Leve meu amor consigo a toda parte e encontre o poder interior para ser quem você quiser.



14 maio, 2010

Mãe e filho albinos são mortos em sacrifício de bruxaria



Dez agressores munidos com armas de fogo e granadas assassinaram os albinos Susann Vyegura e seu filho Desire Vyegura, de cinco anos, no Burundi, um pequeno país na África.

As duas vítimas tiveram seus braços e pernas arrancados, segundo informações de Kassim Kazungu, chefe da Associação Albina do Burundi. Os agressores removeram um olho de Desire e um seio de sua mãe, de acordo com Kazungu. O ataque aconteceu em Cankunko, a apenas 200 Km da capital do país, Bujumbura.

O avô de Desire, que não é albino, também acabou morto quando tentou proteger a vida de sua filha e neto.

Desde 2007 os ataques a albinos africanos são constantes. A Cruz Vermelha Internacional diz que 10 mil foram mortos ou tiveram que se esconder. Os moradores locais acreditam que as partes do corpo dos albinos trazem saúde e sucesso.

"As pessoas acreditam em bruxos mais do que em deus porque eles não podem ver deus", disse Kazungu. "Vai levar muito tempo até que as pessoas mudem, mas se começarmos a educar as crianças poderemos ver uma mudança".

Vicky Ntetema, do grupo Under The Same Sun (Sob o Mesmo Sol), conta que no Burundi de 14 casos de violência contra albinos, 14 pessoas foram incriminadas e presas. Na Tanzânia, onde existe até um mercado negro de órgãos e partes do corpo de albinos, de 57 assassinatos apenas duas pessoas foram condenadas.





Fonte: Virgula

15 abril, 2010

Hoje é dia de Bast

Bastet, Bast, Ubasti, Ba-en-Aset ou Ailuros (palavra grega para "gato") é uma divindade solar e deusa da fertilidade, além de protetora das mulheres grávidas.

Também tinha o poder sobre os eclipses solares. A deusa está presente no panteão desde a época da II dinastia. Era representada como uma mulher com cabeça de gato, que tinha na mão o sistro, instrumento musical sagrado. Por vezes, tinha na orelha um grande brinco, bem como um colar e um cesto onde colocava as crias. Podia também ser representada como um simples gato.

Por vezes é confundida como Sekhmet, adquirindo neste caso o aspecto feroz de leoa. Certa vez, Rá ordenou a Sekhmet que castigasse a humanidade por causa de sua desobediência. A deusa, que é representada com cabeça de leoa, executou a tarefa com tamanha fúria que o deus Rá precisou embebedá-la com cerveja para que ela não acabasse exterminando toda a raça humana. O que acabou originando a deusa Bastet.



Era a esposa de Ptah, com quem foi mãe de Nefertum e Mihos. A esta deusa é tradicionalmente consagrado o dia 15 de abril. O seu centro de culto estava na cidade de Bubastis, na região oriental do Delta do Nilo. Nos seus templos foram criados gatos que eram considerados como encarnação da deusa e que eram por essa razão tratados da melhor maneira possível. Quando estes animais morriam eram mumificados, sendo enterrados em locais reservados para eles.






Essa última imagem é do gato em que eu sou sua humana de estimação.

21 março, 2010

Sentença de Morte por Bruxaria


A Anistia Internacional pediu ao rei da Arábia Saudita para suspender a execução de uma sentença de morte nacional libanesa, cujos o encargo referente a “bruxaria” foi confirmado por um tribunal na semana passada.
Se os tribunais superiores rejeitarem o seu recurso, Ali Hussain SIBAT, um ex-apresentador de televisão, de uma estação de televisão libanesa por satélite, pelo "crime" de haver dado conselhos e previsões sobre o futuro poderá ser executado a qualquer momento.
Outro homem não identificado, também condenado à morte em Julho de 2009 por um
tribunal, por motivos relacionados com a "feitiçaria" pode ainda estar em risco de execução.
Ali Hussain SIBAT foi preso pela Mutawa'een (polícia religiosa) sob a acusação de "bruxaria" em maio de 2008, enquanto ele estava na Arábia Saudita, para realizar uma forma de peregrinação muçulmana.
Seu advogado no Líbano acredita que Ali Hussain SIBAT foi preso por que os membros da Mutawa'een o reconheceram a partir do show de TV, que foi ao ar na emissora
de TV Sheherazade.
Depois que ele foi preso, Ali Hussain SIBAT sofreu pesadas interrogações. Por fim, seus interrogadores disseram-lhe para escrever o que ele fazia para ganhar a vida, assegurando-lhe que, se ele assim o fizesse, ele estaria autorizado a ir para casa, depois de algumas semanas.
Este documento foi apresentado em tribunal como uma "confissão" e usado para condená-lo.
Ele foi condenado à morte por um tribunal de Madina, em 9 de Novembro de 2009,
depois de audiências do tribunal secreto onde ele não tinha qualquer representação legal ou de assistência.
Em janeiro de 2010, o Tribunal de Recurso, aceitou examinar um recurso de Ali
Hussain SIBAT contra a sentença de morte, em razão de que era uma sentença
prematura.
O Tribunal de Apelação disse que todas as alegações feitas contra Ali Hussain SIBAT deveriam ser verificadas, e que se ele realmente tivesse cometido o crime, ele deveria vir a ser convidado a se arrepender.
Mas em 10 de março, um tribunal em Madina confirmou a sentença de morte. O juiz disse que ele merecia ser condenado à morte porque ele havia praticado "feitiçaria" publicamente por vários anos perante milhões de telespectadores e que suas ações fizeram dele um infiel.
O órgão também disse que não haveria nenhuma maneira de verificar se seria sincero o seu arrependimento, se ele viesse a se declarar arrependido, de modo que a imposição da pena de morte seria para dissuadir outras pessoas de participarem de "feitiçarias", para que não haja um aumento no número de "magos estrangeiros" na Arábia Saudita.
O caso foi enviado ao Tribunal de Recurso, para a aprovação da pena de morte.
O crime de "feitiçaria" não é definido em lei na Arábia Saudita, mas é usado para punir as pessoas, incluindo os direitos à liberdade de pensamento, de consciência, de religião, crença e expressão.
A criminalização é incompatível com o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, tal como estabelecido no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
As autoridades da Arábia Saudita prenderam dezenas de pessoas por “bruxaria", em 2009, e continuaram a prender as pessoas sob essas mesmas acusações.
A última execução conhecida por “bruxaria" foi a do cidadão egípcio Mustafa Ibrahim, de 2 de Novembro de 2007. Ele havia sido preso em maio de 2007 na cidade de Arar, onde trabalhou como farmacêutico, e foi acusado de "desvio da fé" por possuir uma cópia degradada do Alcorão.
Pelo menos 158 pessoas foram executadas na Arábia Saudita em 2007 e pelo menos 102 em 2008.
Em 2009, 69 pessoas são conhecidas por terem sido executados, incluindo quase 20 estrangeiros.
Desde o início de 2010, pelo menos oito pessoas foram executadas na Arábia Saudita.
A Anistia Internacional apelou às autoridades para liberar Ali Hussain SIBAT e um outro homem (não identificado ainda) incondicionalmente, vez que eles foram condenados unicamente por terem realizado o exercício pacífico do seu direito à liberdade de expressão.
A organização pediu às autoridades para que desistam de cobrar e condenar as pessoas por “apostasia", uma vez que viola o legítimo exercício do direito à liberdade de expressão e liberdade de religião.

18 março, 2010

Salem


Não é privilégio da Inquisição o pavor e a perseguição das pessoas acusadas de "bruxaria": Na Vila de Salem, uma Colônia da Baía de Massachustts (New England), onde hoje é a cidade de Danvers, famoso ficou o julgamento e a condenação à morte de várias pessoas acusadas de feitiçaria.

Em janeiro de 1692, Elizabeth Parris de nove anos e Abigail Willams de onze, começaram a exibir comportamento estranho, como blasfêmias, gritos, ataques apoplécticos convulsivos, estados de transe etc. Logo outras meninas de Salem começaram a demonstrar comportamento semelhante e, incapazes de determinar qualquer causa física para os sintomas e comportamentos, os médicos concluíram que as meninas estavam sob influência de Satanás.

Orações e jejuns comunitários foram organizados pelo Reverendo Samuel Parris, pai de Betty e tio de Abigail Willians. Para descobrir a identidade das bruxas, Jonh, um índio, assou um bolo feito com centeio e urina das garotas enfeitiçadas e, pressionadas para identificar a fonte de suas aflições, as meninas nomearam três mulheres, inclusive Tituba, índia escrava do Reverendo Parris, além de Sarah Good e Sarah Osborne.

Embora Osborne e Good tenham alegado inocência, Tituba confessou ter visto o Diabo, o qual aparecia para ela "as vezes como um porco e as vezes como um grande cachorro", tendo ainda Tituba testemunhado que havia uma conspiração de bruxas em Salem.

Em 1º de março, os magistrados John Hathorne e Jonathan Corwin examinaram Tituba e as outras duas mulheres na casa de reuniões de Salem. Tituba confessou a feitiçaria praticante. Nas semanas seguintes outras pessoas da cidade testemunharam que eles tinham sido prejudicados pelas bruxarias e, tendo continuado a caça às bruxas, foram feitas acusações contra diversas pessoas, principalmente mulheres cujo comportamento estava perturbando de alguma maneira a ordem social e convenções do tempo. Alguns acusados tinham registros criminais, inclusive de feitiçaria, mas outros eram devotos e pessoas consideradas na comunidade.

Martha Carey é acusada de feitiçaria em 12 de março. A enfermeira Rebecca é denunciada em 19 de março. Martha Carey foi examinada pelos magistrados em 21 de março e Rebecca em 24 de março. E seguiram-se várias acusações e exames dos supostos feiticeiros.

Abigail Hobbs, Bridget Bishop, Giles Corey, e Mary Warren foram examinados em 19 de abril. Só Abigail Hobbs confessou.

Sarah Osborne morreu na prisão de Boston em 10 de maio.

Em 27 de maio o recém chegado governador, Sir William Phips, fundou um Tribunal especial de Oyer e Terminer composto de sete juízes para julgamento dos casos de bruxaria. Compuseram o Tribunal: William Stoughton, Nathaniel Saltonstall, Bartholomew Gedney, Peter Sergeant, Samuel Sewall, Wait Still Winthrop, John Richards, John Hathorne, and Jonathan Corwin.

Os julgamentos foram baseados nas confissões, em atributos sobrenaturais como marcas etc, e com base nas reações das meninas atingidas pela bruxaria. Foi considerado inclusive que o diabo poderia assumir o aspecto de uma pessoa inocente.

Em 2 de junho Bridget Bishop foi o primeiro a ser considerado culpado e condenado à morte. Nathaniel Saltonstall abandonou o tribunal insatisfeito com seus procedimentos. Sendo Bishop enforcado em Salem em 10 de junho de 1692. Bridget Bishop: "Eu não sou nenhum bruxo. Eu sou inocente. Eu não entendo nada disso".

Giles Corey alegou inocência da acusação de feitiçaria, mas subseqüentemente recusou levantar-se diante do tribunal. Esta recusa significou que ele não podia ser julgado legalmente. Porém, os examinadores dele escolheram sujeitá-lo a interrogatório mediante tortura, colocando pesadas pedras em cima de seu corpo. Ele sobreviveu a esta brutal tortura durante dois dias e morreu.

Em 19 de julho Rebecca Nurse, Martha Carey, Susannah Martin, Elizabeth Howe, Sarah Good, e Sarah Wildes foram executadas.

A sentença de Martha Carey, datada de 10 de junho, informa que: "O Tribunal de Oyer e Terminer, reunido na Casa de Reuniões da Aldeia de Salem, tendo ouvido o testemunho de diversas pessoas, considerou Carey culpada do crime de 'heresia', acusada de ter ajudado e auxiliado bruxas, causado dores e sofrimentos para sua família e demais parentes; matado umas quarenta e cinco aves raras e vários suínos na Aldeia de Danvers e em suas proximidades; posto uma 'maldição do diabo' nas meninas de Parris e em Goody Laurence, causando muita doença e miséria; comido vidro quebrado..."

Segue ordem para o Xerife George Corwin "confinar Martha Carey na cadeia da prisão de Salem até 19 de julho de 1692, ocasião em que, quando o sol estiver alto, ela será executada. Dê-lhe um gorro preto e leve-a segura para a Colina da Execução em Salem e coloque-a na forca. Ela será pendurada pelo pescoço até a morte. Possa Deus perdoar sua alma má". (Documento que se encontra no Peabody Essex Museum, juntamente com outros 551 documentos, todos referentes aos julgamentos das bruxas de Salem)

Em 19 de agosto, George Jacobs, Martha Carrier, George Burroughs, John Proctor, and John Willard foram enforcados.

Margaret Scott, Mary Easty, Alice Parker, Ann, Pudeator, Wilmott Redd, Samuel Wardwell, e Mary Parker foram enforcadas em 22 de setembro.

O tribunal foi dissolvido pelo Governador Philips em 29 de outubro, depois de executadas 20 pessoas.

16 fevereiro, 2010

Cotidiano


O ressurgimento do Sagrado Feminino nos traz uma nova visão espiritual. A espiritualidade centrada no culto à Deusa implica no respeito à natureza e à vida em todos as suas manifestações, no cultivo da compaixão e aceitação nossa e dos outros, no reconhecimento da intuição e sabedoria existentes – mesmo que latentes – em todos nós, na celebração alegra da unidade com toda a criação. Para sentir o poder da Deusa, comece a perceber o sagrado em tudo que a cerca, em cada dia, em cada lugar. Talvez precise de algum tempo para notar e experimentar conscientemente momentos, vivências, encontros, que antes passavam de forma fugaz sem que você percebesse o seu valor. Adquirindo uma nova consciência a sua vida torna-se mais rica, um acontecimento ou encontro não mais é algo fortuito, as “coincidências” passam a ser faceta da sincronicidade cósmica. A mulher tem um enorme poder dentro de si. Não é o poder sobre alguém ou contra alguém, é o seu poder inato e ancestral, a sua intuição, percepção, compreensão, compaixão, criatividade, amor e conexão – consigo mesma, com os outros, com o Divino. Nas antigas tradições e culturas o poder criativo e renovador da Deusa eram o símbolo da própria vida, a Terra e a mulher eram consideradas sagradas sendo suas representações. Nos cultos e mistérios femininos honravam-se os ciclos eternos que marcavam a vida do renascimento à morte, e desta para um novo início através do renascimento. Vida e morte eram interligadas de forma misteriosa e divina, competindo às mulheres as tarefas de recepcionar e cuidar da vida, assistir e auxiliar as transições e servir como intermediarias entre o humano e o divino. O poder da Deusa possibilita a expansão do potencial emocional, mental, criativo e espiritual inatos em cada mulher. O poder da mulher está na sua sabedoria, as compreensões intuitivas, imparciais e sábias dos processos e das surpresas da vida. Nem toda mulher pode ser jovem, bonita, culta, rica, mas todas as mulheres podem se tornar sábias, permanecendo serenas no meio do tumulto. As mulheres que almejam o poder da Deusa cultivam formas diferentes de espiritualidade, buscando expandir sua consciência, honrando a vida em tudo ao seu redor e transformando o mundano em sagrado. A chave para a transformação espiritual é o enriquecimento e o aprofundamento de sua vida interior, podendo assim acessar e confiar no seu Eu Superior. Para nutrir e embelezar nossas vidas podemos usar inúmeros recursos, simples ou elaborados, como alguns dos seguintes:
1. Crie um espaço sagrado no seu lar, não somente através de um altar, mas usando sua inspiração, imaginação e amorosidade para que todos se sintam bem, protegidos, nutridos e amados;
2. Crie momentos sagrados – para si mesma ou compartilhando-os com amigos e familiares, caminhando na natureza, ouvindo música, lendo, enriqueça a sua mente e eleve o espírito;
3. Entre em comunhão com a natureza, honrando a Deusa em todos os seus aspectos e manifestações. Não basta encher sua casa de plantas se você não entrar em contato real e profundo com a Terra, a chuva, o vento, as nuvens, o Sol, a Lua e os animais;
4. Respire e consagre seu corpo como a morada da sua alma durante esta encarnação.
Procure viver de forma saudável, fazendo suas opções com consciência, sem se agredir e sem culpar – a si ou aos outros – pelos seus problemas ou compulsões.
Coma bem para viver melhor.
5. Manifeste sua criatividade. A mulher que não dá vazão construtiva à sua imensa capacidade criativa pode torná-la em energia destrutiva – contra si ou contra os outros;
6. Coloque em prática os ensinamentos espirituais. Não se contente em ler inúmeros livros ou participar de cursos e workshops se você não pratica aquilo que aprendeu. Para mudar, precisa viver de forma consciente, reconhecer e transmutar seus pensamentos negativos e ser sincera nas avaliações – suas e dos outros.
Todas as experiências da vida são aprendizados cujas lições podem contribuir para sua transformação.
Algumas mensagens levam momentos para serem assimiladas, outras, meses ou anos. Quando começar a compreender o significado dos acontecimentos da sua vida, você começou a crescer de fato e assim poderá abrir novas portas na sua vida, se usar a chave certa;
7. Encontre o equilíbrio entre o falar e o silenciar, se movimentar ou se aquietar. Procure se relacionar com pessoas que compartilham das mesmas buscas. Cultive a Deusa dentro de você reconhecendo a sacralidade do seu corpo, da sua mente, das suas emoções, da sua vida. E ao reconhecer a Deusa dentro de si, você se tornará uma com Ela.

05 janeiro, 2010

Cronograma Histórico das Bruxas


a.e.c = antes da era cristã
d.e.c. + depois da era cristã


Cerca de 12000 a 10000 a.e.c.Encontradas estatuetas de uma Deusa da Fertilidade; Pinturas rupestres na França e Espanha descrevem danças circulares e um Deus (ou um sacerdote representando um Deus) vestindo peles de animais e chifres;
Cerca de 6000 a.e.c. A Bretanha tornou-se uma ilha - anteriormente, era unida ao continente europeu;
De 6000 a 5000 a.e.c. Início da agricultura no Oriente; antes viviam da caça (isso significa que o conceito de fertilidade da terra foi acrescentado ao da fertilidade humana e dos rebanhos - assim, novos ritos e crenças foram adicionados à religião e à magia); A agricultura também trouxe ao paganismo a importância do Sol e da Lua na vida das pessoas (colheitas, ciclos, morte, renascimento etc.);

3000 a.e.c. Neolíticos começam a se estabelecer na Bretanha (povos que vieram do Norte da Ásia e, com isso, trouxeram consigo muitos cultos do Além Mundo, como por exemplo, de Ísis e Osíris no Egito, em seus conceitos essenciais);
3350 a.e.c. Zodíaco de Glastonbury;

2000 a.e.c. Povos do início da Idade do Bronze chegam à Bretanha atraídos pelas minas de estanho; Construção dos aterros circulares;

1800 a.e.c. Construção de Stonehenge e da maioria dos monumentos megalíticos;

1103 a.e.c.Refugiados de Tróia fundam Londres (data aproximada);

Século V a.e.c. Povos célticos da Idade do Ferro invadiram a Bretanha e ocuparam partes do sudeste. Trouxeram armas de ferro e utensílios, e acredita-se que tais povos trouxeram os druidas como seus sacerdotes, mas é possível que os druidas fossem sacerdotes de tribos ainda mais antigas;

55 a.e.c. Tentativa fracassada de Júlio César de conquistar a Bretanha;
43 d.e.c. Um exército romano desembarca na Bretanha e ocupa o país durante 40 anos;

61 d.e.c. A Revolta de Boudicca (Boadicea); Massacre dos druidas pelo Império Romano;
120 d.e.c. A Bretanha é incorporada ao Império Romano por meio de tratado;

324 d.e.c. Por decreto do Imperador Constantino, o Cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano;
410 d.e.c. Queda de Roma e fim do domínio romano na Bretanha;

553 d.e.c. O Conselho de Constantinopla declara a doutrina da reencarnação como sendo uma heresia;

597 d.e.c. Santo Agostinho traz o Cristianismo Papal para a Bretanha, agora extensivamente estabelecido entre os anglos, saxões e dinamarqueses;
607 d.e.c. Recusa dos cristãos célticos em reconhecer a supremacia de Roma; Massacre dos bispos célticos; Incêndio da biblioteca de Bangor;
Século VIII "Liber Poenitentialis", de Theodore, proíbe a prática da dança usando máscaras de animal, especialmente as de animais de chifres;
900 d.e.c. O Rei Edgar lamentou o fato de que os Antigos Deuses eram muito mais adorados em seus domínios do que o Deus cristão;

906 d.e.c.Regino, em seu "De Eclesiástica Disciplinis", apresenta o famoso "Canon Episcopi", denunciando as "mulheres más" que cavalgavam pela noite "com Diana, a deusa dos pagãos", obedecendo-a como uma deusa e sendo chamados ao seu serviço em certas noites. Esse texto serviu de autorização para a morte de milhares de pessoas;
1066: A conquista Normanda;
1090 a 1270: A era das Cruzadas que terminou em fracasso;
1100: Morte de William Rufus;
1207: Papa Inocêncio III começou a pregar as Cruzadas Albigenses, dirigidas contra os cátaros no Sul da França;
1290: Eduardo I expulsa os judeus da Bretanha;
1303: O Bispo de Coventry foi acusado de Bruxaria pelo papa;
1307 a 1314: Perseguição dos Cavaleiros Templários;
1316 a 1334: Período do papado de João XXII, autor de alguns dos primeiros decretos formais contra a Bruxaria;
1324: Julgamento de Dame Alice Kyteler pelo Bispo de Ossory. Ela refugiou-se na Bretanha, onde tinha amigos "bem colocados"; diziam que o Bispo era um deles e a julgou depois que esta cortou relações;
1349: Fundação da Ordem da Jarreteira por Eduardo III;
1406: Rei Henrique IV instrui o Bispo de Norwich a procurar e prender as bruxas e feiticeiros na sua diocese;
1430: Julgamento de Joana D'Arc;
1484: Bula Papal do Papa Inocêncio VIII, "Summis desiderantes affectibus", um ataque aos hereges e bruxas;
1486: Publicação do "Malleus Malleficarum", sinal da perseguição severa e difundida;
1541: A lei da Bruxaria foi aprovada no reinado de Henrique VIII. Isso indica que as bruxas eram reconhecidas como uma seita herética e confirma a velha história da "era das fogueiras”;
1547: A lei de Henrique VIII foi revogada por Eduardo VI;
1562: Outra lei da Bruxaria foi aprovada, no reinado de Elizabeth I. Na primeira ofensa, a punição era a exposição ao ridículo e, depois de três condenações, morte;
1563: O Parlamento da Rainha Mary, Rainha dos Escoceses, aprovou uma lei decretando morte às bruxas, o que resultou em uma média de 200 mortes por ano, durante um período de 39 anos. Durante os 9 primeiros anos, os números não chegavam a tanto, mas entre os anos de 1590 a 1593, as mortes chegaram a 400 por ano;
1584: Primeira edição de "Discoverie of Witchcraft", primeiro livro a abordar a Bruxaria de forma racionalista e longe dos absurdos pregados; James I ordenou que o livro fosse queimado;
1597: James VI da Escócia publicou em Edimburgo seu tratado de Demonologia e Bruxaria, o que significa apoio da realeza à caça às bruxas;
1604: A Lei da Bruxaria de James I, a mais severa já introduzida na lei civil inglesa. Havia uma lista de 3 mil bruxas que foram executadas e, a partir daí, o número de execuções anuais foi para 500 (apenas na Bretanha). Duraram muitos anos;
1644: Matthew Hopkins começou seu negócio como "General Caçador de Bruxas", transformando-o em uma carreira lucrativa, oferecendo 20 xelins por bruxa encontrada; em seguida, ele teve vários imitadores;
1681: Lançamento do livro "Sadducismus Triumphatus", em resposta à crescente descrença das pessoas mais instruídas a respeito da caça às bruxas; tinha-se tornado algo enfadonho;
1711: Último julgamento de Bruxaria na Grã-Bretanha. Jane Wenham foi julgada e considerada culpada pelo júri, condenada à morte, porém, o juiz não aceitou as provas e revogou o caso, libertando-a;
1722: Uma idosa foi queimada como bruxa em Domoch, na Escócia. Esta foi à última execução judicial na Escócia;
1735: No reinado de George II, a lei de Bruxaria de 1735, a qual dizia que, na verdade, a Bruxaria não existia e que ninguém deveria ser processado por isso no futuro, mas quem "fingisse" ter poderes paranormais deveria ser processado como impostor;
1749: Girolamo Tartarotti publicou o livro "Del Congresso Nottorno delle Lammie", afirmando que a Bruxaria era derivada do antigo culto a Diana e fez uma distinção entre esta e a magia cerimonial, que procurava conjurar demônios; foi um dos primeiros escritores a tomar essa linha;
1809: Velhas idéias ainda persistem na escócia, quando é publicado o Dicionário de Brown, dizendo que uma bruxa é aquela que tem ligações com o diabo;
1848: O Espiritualismo moderno foi fundado como resultado das investigações dos fenômenos produzidos pelas irmãs Fox na América (tais fenômenos já tinham ocorrido antes, mas jamais foram investigados). A Igreja denunciou o Espiritualismo como "diabólico”;
1857: Allan Kardec reintroduziu publicamente a antiga doutrina da reencarnação na Europa;
1892 a 1897: Dr. Charles Hacks e Gabriel Jogand publicaram na França uma série de "revelações acerca do Satanismo", com o máximo de sensacionalismo, mas nas quais o clero acreditava piamente. A maioria das descrições modernas de “Satanismo” é, na verdade, baseadas em tais "revelações”;
1921: A Dra. Margaret Alice Murray publica o famoso "Culto das Bruxas na Europa Ocidental", seguido de "O deus das Feiticeiras". Nesses livros, a autora declarou que a Bruxaria era o que restou das antigas religiões pagãs dos europeus, e não um culto ao diabo;
1939: Data aproximada em que Gardner começou a praticar Bruxaria;
1948: Publicação de "A Deusa Branca", de Robert Graves, sobre as culturas de culto à Deusa;
1949: Gerald Gardner, sob o pseudônimo "Scirce", publicou um romance histórico chamado "High Magic's Aid". Pelo que consta, era o primeiro livro escrito por um bruxo iniciado;
1951: Revogação das últimas leis anti-Bruxaria na Inglaterra;
1954: Publicação do livro "A Bruxaria Hoje", de Gerald Gardner, o primeiro livro falando realmente sobre quem eram as bruxas e o que faziam;
1955: Uma mulher foi queimada como bruxa no México, a 85 milhas do Texas, sob as ordens de um sacerdote local, realizada pela polícia da cidade;
1963: Iniciação de Raymond Buckland no coven de Gardner;
1963 a 1965: Introdução da Wicca nos Estados Unidos por Raymond Buckland;
1964: A Wicca Alexandrina, ramificação da Gardneriana, entra nos Estados Unidos;
1971: Publicação do livro "Witchcraft From Inside",d e Raymond Buckland; no mesmo ano, foi publicado o livro "What Witches Do", dos Farrar;

1974: Publicação do "Livro das Sombras" de Lady Sheeba, uma versão do BOS gardneriana; no mesmo ano, Raymond Buckland publica "The Three", afirmando que não existe nenhum problema em um bruxo iniciar a si mesmo e montar um coven, mesmo sem estar preparado para tal; depois deste livro, outros sugerindo o "como se iniciar" surgiram no mercado, aproveitando a onda;
1975: Início dos festivais pagãos, tais como o Pagan Spirit Gathering e o Pan Pagan, que duram até hoje; outros festivais foram surgindo durante a década seguinte;
1979: Publicação de "Dança Cósmica das Feiticeiras", de Starhawk;
1996: Estréia do filme "Jovens Bruxas", inspirado na religião Wicca;
1996: Estréia o filme “The Crucible”, que é a história de AS BRUXAS DE SALEM se passa em Massachusetts no ano de 1692.
1997: Lançamento da série Harry Potter que, junto com a Internet, impulsionou um verdadeiro boom de buscas e informações sobre Bruxaria no mundo cada vez por mais pessoas;
1998: Estréia o filme “Da Magia à Sedução”, duas jovens bruxas carregam o fardo de uma maldição imposta pela mãe à família, depois de ter o coração partido por um amante: todos os homens por quem seus descendentes se apaixonassem deveriam morrer. Assim, quando um dos pretendentes de Gillian morre, Sally, sua irmã mais certinha, deve ajudá-la com os problemas com a polícia.
1999: Estréia o filme “Tentação Fatal”.
2001: Estréia “Brumas de Avalon”.
2003: Estréia o filme “Bruxas de Salem”, 1691, Salem, Colônia de Massachusetts.
2005: Estréia o filme “Little Oberon”, acompanhada da filha adolescente Natasha, Georgie, uma Bruxa assumida, volta a Little Oberon para visitar sua mãe que está com câncer. Lá são recebidas com desconfiança, curiosidade e malícia.