10 abril, 2013

Novo Código Penal da Indonésia pune práticas de magia negra


Indonésia - A magia negra será penalizada na Indonésia por conta de uma nova legislação elaborada pelo governo para tentar reduzir a extensa influência que esta prática tem na sociedade. O novo regulamento estabelece que qualquer pessoa culpada por praticar magia negra a fim de causar doenças, sofrimentos físicos ou psíquicos ou inclusive a morte, terá que enfrentar penas de até cinco anos de prisão e multas de até 300 milhões de rúpias (R$ 60 mil).

E se o feiticeiro receber uma remuneração econômica, a sanção pode ser aumentada em 1/3. No entanto, a denominada magia branca seguirá sendo lícita no Código Penal elaborado pelo Ministério da Justiça e que o governo já apresentou ao Parlamento para sua aprovação.

Embora um grande número de indonésios acredite na magia negra, muitos cidadãos incrédulos temem que a penalização sirva como combustível para aqueles que reivindicam os poderes das trevas. Bayyinah Utami, uma jovem publicitária de Jacarta, afirmou que incluir um termo "tão abstrato" como a magia negra no Código Penal é "perigoso".

"Primeiro devem definir o que é entendido por magia negra, como provar seu uso com provas verossímeis", disse Utami. A extensa crença em magia negra transcende as diferenças religiosas na Indonésia, onde cerca de 85% da população professa o islã.

Na ilha de Java, a magia negra é conhecida como "ilmu hitam" e conta com grande prestígio, por isso existem vários mercados que vendem ao ar livre remédios e poções. Um dos maiores mercados fica na cidade de Yogyakarta e ali é possível adquirir talismãs, conjurar feitiços e falar com especialistas em atividades paranormais.

"O ilmu hitam só funciona se você acreditar no seu poder", explicou Adi, um dançarino de Bali estabelecido em Yogyakarta e habitual consumidor de poções. No citado mercado de Yogyakarta é possível adquirir amuletos de influência hinduísta, árabe ou javanesa como os "susuk", pequenas peças de metal que são inseridas sob a pele para proteger dos maus espíritos e doenças.

Os vendedores advertem ao cliente que o "susuk" tem que ser ativado por um feiticeiro que tenha estudado magia negra para que funcione. Nos postos é possível comprar também pedras preciosas que absorvem maus espíritos, adagas com poderes mágicos e óleos para beleza, força e inteligência.

O novo Código Penal, seguindo a mentalidade conservadora da revisão realizada pelo Ministério da Justiça, segundo alguns especialistas, também castiga a convivência fora da instituição do casamento com até um ano de prisão. Até o momento, esta prática era mal vista pela maioria da sociedade indonésia, mas não infringia nenhuma lei. O adultério também será punido de acordo com o novo regulamento com até cinco anos de prisão, uma pena muito mais dura do que os nove meses atuais.

"O adultério é o início de muitos problemas sociais. As penas devem dissuadir os infratores e nove meses não são suficientes", declarou à imprensa local Khatibu Wiranu, deputado do governante Partido Democrático.

A revisão do código gerou uma forte polêmica na sociedade civil e várias associações indonésias disseram que a proposta é medieval e fora de lugar.  O diretor do Instituto de Ajuda Legal de Jacarta, Febionista, assegurou que a reforma contradiz o compromisso do governo com os direitos humanos e é um sinal do aumento da influência do islã na política do país asiático. O atual Código Penal da Indonésia sucede o redigido em 1918 e que foi objeto de leves reformas em 1958.

As informações são da EFE
Fonte:  O Dia, RJ

08 abril, 2013

Acusadas de bruxaria, idosas são degoladas em Papua Nova Guiné



Duas idosas morreram degoladas em Papua Nova Guiné e após sofrerem torturas por três dias por parte de seus vizinhos, que as acusavam de praticar atos de bruxaria, informou nesta segunda-feira a imprensa local.

O caso aconteceu na semana passada em Lopele, na região autônoma de Bougainville, apesar da presença da polícia, que não conseguiu dissuadir a multidão, que tinha armas de fogo, facas e machados, segundo o jornal "Courier Post".

"Estávamos desamparados. Não pudemos fazer nada", disse o chefe da polícia de Bougainville, o inspetor Herman Birengka, que qualificou as mortes como um ato "bárbaro e absurdo".

Segundo Birengka, a polícia tentou negociar a libertação das duas idosas, sequestradas na terça-feira passada por parentes de um professor que havia morrido semanas antes.

Os agentes tiveram que desistir por causa das ameaças da multidão, que culpava pela morte do professor atos de bruxaria das duas mulheres, que foram torturadas com facas e machados durante três dias antes de serem decapitadas na frente dos agentes.

Estas mortes se acrescentam às de outras seis mulheres acusadas de bruxaria que durante a Semana Santa tiveram as mãos atadas, foram despidas na frente de uma multidão e torturadas com ferro quente, antes de serem queimadas vivas.

A Anistia Internacional (AI) exigiu do governo do país ações preventivas e a punição à caça de bruxas no país, onde segundo a organização é utilizada frequentemente para justificar atos de violência contra as mulheres.

Segundo AI, somente em 2008 houve mais de 50 mortes de pessoas supostamente envolvidas com bruxaria, embora as autoridades locais acreditem que muitos outros assassinatos possam não ter sido denunciados.
Fonte: R7, G1, UOL
Foto: R7