31 março, 2008

Calendário Anual das Fadas & Flores


A função das fadas é absorver PRANA, ou a vitalidade do sol e distribuí-la no plano físico. Assim, as fadas das flores proporcionam um vínculo vital entre a energia do sol e os minerais do solo. Certas fadas são responsáveis pela estrutura e cor das flores; outras atuam debaixo da terra em torno das raízes; e outras mais, a nível molecular, possuem relação com o crescimento da célula. As fadas possuem um corpo feérico que compreende os mais diferentes estados da matéria física. Quando as fadas são visíveis, os são, a nível ETÉREO, e quando são invisíveis, estão em nível ASTRAL. A maneira como são formadas é tão sensível e fluídica que podem ser moldadas por coisas tão tênues como o pensamento e o sentimento. Assim, pois, a aparência dos seres feéricos refletirá com freqüência as idéias pré-concebidas que tenhamos deles. Por isso, é normal que suas formas sejam numerosas e variadas. São as energias que fluem no corpo das fadas que contribuem para criar uma cabeleira ondulante e umas asas abertas de matizes brilhantes. Se a vida, em sua essência é mágica, pontuada de instantes de iluminação, é tudo graças às obras das fadas.


Elas são as guardiãs de nossa "Lenda Pessoal" e dos nossos desejos. Não devemos invocá-las em vão, pois elas sempre respondem.


E também, devemos estar muito atentos aos nossos desejos, pois as fadas não estão ao serviço da ambição, do poder ou de riqueza material. As fadas só nos ajudarão na única meta que importa na vida: chegar a sermos nós mesmos. Um grupo de fadas foram agrupadas em uniões simbólicas com as diferentes flores das estações anuais pela artista e estudiosa Cicely Mary Braker (1895-1973). Assim, a cada tipo de flor e em cada mês do ano, corresponde uma fada guardiã:
MÊS: JANEIRO
FLOR: TREVO AMARELO
FADA: MAYA

Maya é a fada do trevo amarelo que compõe um grupo de fadas de flores silvestres. É descrita como uma menina de olhar compreensivo, que expressa harmonia em seus olhos, enquanto deixa entrever um tímido sorriso em sua boca. Maya representa toda a doçura do mundo natural das Invoque-a com o seguinte poema:

“Por tuas loiras flores”,
Trevo amarelo te chamamos,
Mostra-te fada Maya,
Entre a resplandecência de suas folhas,
Para o meu deleite e de toda a natureza.

MÊS: FEVEREIRO
FLOR: AMOR PERFEITO
FADA: PANSY

Amor Perfeito é uma flor muito bela para compor um jardim. É também, uma flor muito amada pelas fadas e por elas, utilizada para fazer poções de amor. O chá de suas pétalas, segundo a crença popular, cura o "coração partido".
É ainda, a flor mais ofertada entre apaixonados. Entretanto, nunca devem ser colhida quando ainda houver orvalho sobre ela, pois causa ruptura do relacionamento antes da chegada da próxima lua cheia.
Na Europa essa flor é conhecida pelo nome de Pensamento e está relacionada com a morte e os entes queridos perdidos. A fada Pansy que habita nessa flor, geralmente é descrita como uma menina sorridente que aparece vestida com as cores do amor perfeito. Mostra-se muito otimista e feliz e transmite um grande bem-estar.
Ela gosta que recitem o poema-canção:

“Amor Perfeito, Petúnia”,
Poejo, Primavera...
É difícil, penso,
Selecionar a melhor delas,
E deixar de lado o resto.
Não quisera esquecer nenhuma,
Passiflora, peônia,
E piorno, de flores amarelas...
Porém não é Pansy
A mais bela das
Que por P começam?
Negro, marrom e aveludado,
Roxo, amarelo, vermelho.
MÊS: MARÇO
FLOR: LAVANDA
FADA: LAURA


A lavanda foi muito usada pelos gregos e romanos em óleos e sais de banho com valores terapêuticos. Era usada também como antibacteriano que ajudava na cicatrização de cortes e queimaduras.
Durante a Idade Média foi considerada uma flor do amor, por causa de seu perfume e por suas propriedades de anti-repelente de insetos. Porções de lavanda eram dadas aos recém-casados para trazer boa sorte e pétalas secas da flor eram polvilhadas sobre o leito nupcial.
Dizia-se ainda, que ao carregar ou inalar lavanda permitia que se visse almas do outro mundo. É ainda, considerada como protetora do "olho grande" ou "olho gordo".
A fada Laura é considerada a lavadeira de sua comunidade, já que é quem recolhe, lava e perfuma as roupas de suas companheiras. Ela pertence ao grupo de fadas de flores de jardim e é descrita como uma menina de rosto doce, magra, vestida com um traje curto da cor malva como a lavanda e uma saia feita de flores dessa planta. Seu sorriso é de otimismo e afeto. Ela gosta que cantem ou recitem o poema:

“Ding, don, lavanda azul”,
Diz a canção.
Sobre suas flores, ding, dang,
As borboletas voaram
(elas a adoram).
(E também as abelhas).
A lavanda, alegre, se agita,
Balançada pela brisa.
Azul de lavanda, ding, dang,
E verde de lavanda.
Os vestidos lavam e perfumam, ding, dong,
E deixam bem limpos
Os lençóis e os lenços.

MÊS: ABRIL
FLOR: TANACETO
FADA: TANSY

O nome dessa flor deriva da palavra grega "imortal", justamente porque ela dura muitas possibilidades de concepção eram realçadas quando as mulheres comiam essas flores. Outros povos colocavam suas folhas dentro dos sapatos para evitar o mau cheiro.
Tansy faz parte à série de fadas das flores silvestre dentro de uma lista criada pela estudiosa e artista inglesa Cicely Mary Barker (1895-1973). É descrita como uma menina de olhar atento, cujo rosto inspira confiança e serenidade. Considerada muito trabalhadora, ela gosta de viver em comunidade. Veste-se com roupas feitas das folhas do tanaceto, levando na cabeça uma coroa feita também com as folhas da planta.
Ela gosta que se recite ou cante os seguintes versos:

“Antigamente, nas cozinhas”,
O tanaceto tinha múltiplos usos.
Bem triturada e moída
Pudins e pastéis com ela se faziam,
E chá e bebidas de leite, e até medicina.
Assim relata gente entendida.
Isso ocorreu em dias antigos,
Agora me encontro em outros caminhos reais,
Quando o ar do campo é fresco e suave,
Com minhas folhas e lindas flores
Amarelas, diminutos botões.
Que de três em três coso
Nos verdes vestidos dos elfos.”“.
MÊS: MAIO
FLOR: TREPADEIRA CAMPAINHA BRANCA
FADA: BIANCA

A fada Bianca é descrita como uma menina de cabeleira ruiva coberta com um gorro de folhas com forma triangular. Seu corpo é de uma criança e veste-se com roupas singelas. Ela é considerada a fada protetora dos bebês. Ela gosta muito que cantem a canção cuja letra é:

“Oh, talos trepadores”.
Que os suaves brotos abraçam.
Oh, minha formosa campainha branca.
Pois não há outra com igual semelhança,
De límpida e efêmera beleza,
Pois um só dia vive a flor aberta.
Oh, branca grinalda de verdes folhas.
Que os caminhos delicadamente adornam.
Escuta esse canto à tua pureza.
MÊS: JUNHO
FLOR: GERÂNIO
FADA: GERALDINE

O gerânio é uma planta ornamental de jardim que se encontra sob a proteção de uma fada que se adorna com suas flores e folhas, conhecida como Geraldine. É descrita como uma jovem menina morena, de rosto ovalado que denota sua delicadeza e sensibilidade. Apresenta-se sempre vestida com as cores do gerânio. Essa flor, unida às fadas, é símbolo de fidelidade, vigilância e longevidade. Os gregos associavam essa flor à cegonha, porque o fruto dessa flor lembra o bico da ave. Acredita-se que os gerânios brancos afastam serpentes e se plantados perto de janelas, impedem que as moscas entrem na casa. A Fada Geraldine protege as crianças que brincam em seu jardim e desperta sentimentos positivos em todos que vivem em suas proximidades. Gosta muito que recitem o poema:

“Não há flor no mundo tão maravilhosa”,
Que tenha tão radiante escarlate.
Ali onde cresce é feliz,
Em vasos ou solo de jardins.
Nada há lugar que a flor gerânio
Não goste de habitar.
Plante-me, diz ela,
Que eu também te faço feliz.

MÊS: JULHO
FLOR: ROSA
FADA: ROSE

A rosa, flor de agradável fragrância e talo espinhoso, que desde sempre é muito apreciada pelas fadas por ter um efeito purificador. A fada das rosas está descrita como uma menina de cabelos curtos loiros, que revela em seu rosto uma delicada sensibilidade capaz de despertar o carinho de todo aquele que a contempla. Suas roupas surgirem uma sensualidade carregada de doçura. Ela gosta que cantem a seguinte canção:

“A rosa”,
A flor mais bela e amada;
As palavras jamais poderão expressar
Sua beleza e sua bondade.
Pétala a pétala, os brotos se abrem ao sol,
Tão pura e branca sua cor,
Delicada rosa, o vermelho em todo seu esplendor.
Doce fragrância, profunda, embriagadora,
Que delícia ser a fada da rosa!

MÊS: AGOSTO
FLOR: PAPOULA
FADA: POPPY


A papoula é a planta oriental que contém o ópio, usado há séculos. Foram encontradas nos túmulos dos egípcios há três mil anos atrás.
De acordo com uma lenda grega, a papoula foi criada por Somnus, deus do sono, para ajudar Ceres, a deusa do milho, que completamente esgotada pela busca de sua filha perdida, não conseguia mais fazer o milho crescer. As sementes da papoula ajudaram-na a dormir e após o descanso, o milho cresceu outra vez. Os gêmeos Hypnos e Thanatos foram representados coroados com papoulas ou as carregando nas mãos. Por certo, os gregos já tinham o conhecimento que o sono induzido pelo ópio pode causar a morte.
A fada poppy se apresenta com aspecto de uma moça madura, cujo rosto reflete uma seriedade interior que pode assustar a todo aquele que a vê, entretanto na realidade, se trata de um espírito sonhador que está concentrada em seus próprios sonhos. Veste-se de vermelho e sua pele é negra, e gosta de rodear-se das pétalas da papoula. Sua canção preferida é a seguinte:

“Aqui estou, elegante e esbelta”.
E entre o verde trigo espigado,
Cantando a minha seda escarlate,
Como a cotovia trina no alto.
Agora está pelado o trigal,
Pois a colheita chegou ao seu fim,
Todavia, esplêndida e jovial,
Eu ainda permaneço aqui.
Quer me ver?
Então se aproxime!

MÊS: SETEMBRO
FLOR: BOTÃO DE OURO OU RANÚNCULO
FADA: ÁUREA

Áurea é a fada que habita a flor conhecida como botão de ouro. É descrita como uma menina de cabelos loiros e aspecto sonhador e romântico. Usa um vestido feito com sedosas pétalas amarelas e apresenta duas asas duplas de borboleta. Essa fada proporciona melhoria aos enfermos e ajuda a aumentar o amor próprio. Conta com a particularidade de ter em suas asas um pó semelhante aos dos lepidópteros e sem o qual não poderiam voar. Para invocá-la, recite o seguinte poema:

“Sou a flor que mais ama as crianças”,
Para elas é todo meu tesouro,
A elas ofereço meu cálice formoso
De pétalas douradas e talo vigoroso.
Vejam, meus amados companheiros,
O azul do céu do estio
E os campos repletos de botões de ouro,
Que abrem, para ti, um por um.
Venham até mim, meus pequenos amigos,
Que eu sempre os protegerei!
MÊS: OUTUBRO
FLOR: COLOMBINA, ERVA-POMBINHA, SOLDADOS, AQUILÉGIA
FADA: CLAIRE

A aquilégia é uma flor muito bela, pois possui o formato de um sino. A fada Claire é descrita como sendo uma menina de suave movimento e que gosta muito de dançar. Mantêm o olhar sempre atento e uma expressão serena, símbolos de sua timidez e de sua ternura. Ela gosta que recitem o poema:

“De todas as fadas”.
Que começam com C,
Vamos eleger uma.
Ah...E veja se acertas!
Está a saudável calêndula,
A campainha trepadeira,
O crisântemo, a gramínea
E a columbina, a mais bela bailarina.
Sim, Columbina é a eleita!
E ao seu lado toca flauta um elfo,
Uma doce melodia para seus pés ligeiros
Que dançam entre as flores
De meu jardim belo e soberbo.
MÊS: NOVEMBRO
FLOR: MARGARIDA DE JARDIM
FADA: DAVEY

A fada Davey possui um rosto infantil e seu olhar revela os impulsos elementares de sua atividade. Adorna-se com uma coroa de pétalas de margarida e um colar das mesmas flores. De compartilhar com quem a vê. Gosta que recitem o seguinte poema:

“São altas demais para mim”,
Magnólias e malvas silvestres.
Não há uma pequena flor por aqui
Que comece com a letra M?
No pequeno leito verde
Projeta-se a margarida de jardim,
E ela sorri para o sol, para ti,
Para mim e para todos os presentes.
Bem me queira margarida,
pois
Sempre quero estar junto a ti.
MÊS: DEZEMBRO
FLOR: MARGARIDA DO CAMPO
FADA:DAISY


Segundo uma lenda celta, as margaridas se formaram do espírito das crianças que morriam após o nascimento. Essa é a razão pela qual a flor possui aspecto tão inocente.
Na Idade Média as margaridas foram usadas para curar insanidade, tumores e doença de pele. O rei Henrique VIII comia margaridas para aliviar sua úlcera de estômago.
A fada Daisy é descrita como uma menina de rosto infantil e loira. Usa uma blusa da cor verde, graças a qual pode camuflar-se entre as folhas e ervas. Representa a beleza, a fidelidade e a pureza.
Ela gosta que recitem o seguinte poema:


“Vem, chegue-se para brincar comigo”;
Eu sou à flor das crianças.
Em um bonito colar trespasso minhas cores,
Junto todas ao longo do dia,
Até que o sol se despeça.
Devo ir descansar agora:
Amanhã voltaremos a brincar.
Minhas pétalas fecham-se
Tão suaves e brancas.
Até o sonhado amanhecer.

30 março, 2008

Índia: "bruxa" é amarrada em árvore e linchada



A televisão indiana veiculou hoje imagens de um linchamento no nordeste do país, informa a rede CNN. Segundo a emissora uma mulher acusada de bruxaria foi amarrada a uma árvore, linchada, teve seu cabelo cortado e queimado e depois foi obrigada a desfilar pela cidade com as mãos amarradas.

De acordo com a emissora local IBN, que obteve imagens do linchamento, a mulher acusada de bruxaria teria retornado à pequena vila de Patna, na província de Bihar, para pegar sua bagagem uma semana após ter chegado à localidade contratada por um morador para curar sua mulher.
O incidente aconteceu nesta quinta-feira a apenas alguns metros de um posto policial. Quando as autoridades chegaram, a mulher - que não teve sua identidade divulgada - já havia sido surrada e estava sendo obrigada a desfilar pela cidade com as mãos amarradas.
Seis pessoas foram presas em flagrante. Ram Ayodhya, um dos líderes do linchamento admitiu que contratou os serviços da mulher para curar sua mulher. Como não obteve bons resultados ele a acusou de praticar magia negra e incitou os moradores a região a espancarem a mulher.
Ayodhya e os outros cinco presos devem comparecer a uma audiência preliminar já nesta sexta. Eles podem ser condenado a até sete anos de prisão. A vítima do espancamento também será ouvida pelo juiz ainda hoje.


Fonte: Terra

19 março, 2008

Eostre


Eostre era a Grande Deusa Mãe saxônica da Alvorada, da Luz Crescente da Primavera e o Renascimento da Vegetação.


Era conhecida pelos nomes: Ostare, Ostara, Ostern, Eostra, Eostur, Austron e Aysos.
Esta Deusa estava também associada a lebres, coelhos e ovos.
A Deusa Eostre pode relacionar-se com a Deusa Eros grega e a Deusa Aurora romana, ambas Deusas do Amanhecer, e com Ishtar e Astarté da Babilônia, ambas deusas do amor.
Segundo a Lenda, Eostre encontrou um pássaro ferido na neve. Para ajudar o animalzinho transformou-o em uma lebre, mas a transformação não se processou completamente e o coelho permaneceu com a habilidade de colocar ovos. Como agradecimento por ter salvado sua vida, a lebre decorou os ovos e levou-os como presente para a Deusa Eostre.
A Deusa maravilhou-se com a criatividade do presente e, quis então, compartilhar sua alegria com todas as crianças do mundo. Criou-se assim, a tradição de se ofertar ovos decorados na Páscoa, costume vigente em nossos dias atuais.
Os ovos são símbolos de fertilidade e vida. Uma tradição antiga dizia que se deveriam pintar os ovos com símbolos equivalentes aos nossos desejos. Mas, sempre um dos ovos deveria ser enterrado, como presente para a Mãe Terra.
A Lebre da Páscoa era o animal sagrado da nossa deusa teutónica da Primavera, Eostre, a Deusa Lunar que dava fertilidade a terra e tinha cabeça de Lebre.


A palavra inglesa para Páscoa, Easter, provém do nome da deusa Eostre, também designada Ostara ou Eostar.


O dia do culto de Eostre, a Páscoa (Easter), que ainda é praticado pelos seguidores da tradição celta, é no primeiro Domingo depois da primeira Lua Cheia, após o equinócio da Primavera, ocorrendo entre os dias 19 e 22 de Março.
A Lebre, que é o animal sagrado da deusa da Primavera, é assim, por isso, um símbolo de fertilidade, de renovação e do regresso da Primavera.
Dizia-se, no século XVIII (e ainda hoje em algumas regiões), que quem comesse carne de lebre seria belo durante sete dias. Nos Vosges, era necessário comê-la durante sete dias seguidos.

Segundo os "Evangelhos das Rocas": “Quando alguém se põe em caminho para um lugar, e uma lebre vem ao seu encontro, é muito mau sinal. Para evitar todos os perigos, deve voltar-se três vezes ao lugar de onde veio, para depois continuar o caminho; então estará fora de perigo".


Esse preconceito do encontro com a lebre, assinalado pelo cura Thiers do séc. XVII, pode ser geral, sendo encontrado em todas as regiões da França.
Na região de Lannion, várias lebres são as almas de senhores condenados a se tornar animais tímidos, porque, quando vivos, puseram o mundo todo a tremer.
Eoster também é uma Deusa da Pureza, da Juventude e da Beleza. Era comum na época da Primavera recolher orvalho para banhar-se em rituais. Acreditava-se que o orvalho colhido nesta época do ano estava impregnado com as energias da purificação e juventude de Eostre, e por isso tinha a virtude de purificar e rejuvenescer.
FESTIVAL DE OSTARA
(21-23/03)


Este festival também é conhecido como Eostre, em honra à Deusa. Este cerimonial deriva da palavra inglesa "East" (Leste), que é a posição do sol nascente. Muitas bruxas colocam seus altares nesta posição para honrar a Deusa Eostre. No Hemisfério Norte, (21-23) de março, é quando o Inverno se despede dando lugar para o florescer de toda a vegetação. Por isso, Ostara é um festival do fogo e da fertilidade, que celebra o retorno triunfal do Sol e da fertilidade da Terra.
É com a primavera que também renascem nossos corações e nossos espíritos vibram em harmonia com as forças da vida.
É quando nossas mentes se tornam um terreno fértil para a sabedoria e nossos ouvidos sensíveis às palavras que alento que se encontram no vento. É quando podemos nos sentir completos e eternos.
Este é um dia especial para se honrar a juventude, a alegria de viver e a música. Na terra a renovação se faz, envolvendo-nos de vida e esperança.
É tempo de plantar e celebrar os primeiros vestígios da fertilidade da Terra e do renascimento do Sol. É época de cantar e dançar em torno das fogueiras, ornadas com grinaldas de flores na cabeça, comungando com a terra e a primavera. É tempo de honrarmos a Deusa Eostre!
Os ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos eram lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa.
O ovo também está associado ao crescimento e a novos começos, vamos então tornar um ovo mágico e fazer com contenha dentro dele todas as nossas esperanças e desejos para a vinda da nova estação?

Verde - Para o crescimento e a prosperidade;
Vermelho ou Cor-de-rosa - Para o amor e a união;
Roxo - Para o desenvolvimento psíquico e crescimento espiritual;
Amarelo - Para novos começos e sucesso nos estudos;
Azul - Para a paz e serenidade;
Laranja - Para o poder e energia;


As Deusas que animam a mitologia antepassada, movem-se por nossas almas e atuam de maneira inquietadora. Os cenários dos antigos roteiros hoje são visíveis nos enredos que encenamos, por mais que as variações sejam milenares.
Ler as histórias das Deusas nos faz mais uma vez nos religar com as zonas atemporais do psiquismo. Quando elas acordam algo dentro de nós, as Deusas estão de volta e se movimentando no estilo invisível.
Assim, a velha e antiga história de sempre, a mescla de Deusas e mortais, pousada nos penhascos do tempo, contemplam as cavernosas profundidades da alma.

02 março, 2008

Lendas da Amazônia

"No início era o nada. Os deuses esconderam as tintas nas árvores, nos animais e na terra, e guardaram para si o encantamento da tapiragem nas aves. E esperaram... Ainda era tudo escuro, e ao mesmo tempo em que foi criado o Sol e a Lua, Kúat e Iaê, os deuses da sabedoria, mostraram a natureza como horizonte do homem, para que convivendo com ela, aprendesse a amá-la e respeitá-la. A pele pintada para dar vida à vida, cor às cores, para mostrar a alegria do existir e a razão do viver. Através da mutação das penas, um pouco da incomparável beleza da aves saiu do céu. O sonho dos homens de voar nunca se realizou materialmente, mas em espírito eles alçaram vôo junto aos deuses, e os deuses sorriam, acreditando no homem..."



A Lenda da Cestaria

Há muitos e muitos anos, na profundeza do Rio Paru de Leste, afluente do Amazonas, e mais precisamente na divisa com o rio Axiki, vivia a serpente Tuluperê, conhecida popularmente como a cobra-grande. Ela tinha um comprimento fora do comum. A pele, desde a cabeça até o final do corpo, apresentava as cores vermelha e preta. E reunia características da sucuriju e da jibóia. Tuluperê virava embarcações que navegavam nas águas dessa divisa e, quando conseguia pegar uma pessoa, apertava-a até matar e dela se alimentava. Um dia, os índios da nação Wayana, da família lingüística Karib, com a ajuda do Xamã, líder religioso, conseguiram matar Tuluperê, depois que a atingiram com muitas flechas. Nessa ocasião, viram os desenhos da pele da cobra-grande, memorizando-os. A partir daí, passaram a reproduzi-los em todas as suas peças de cestaria.

A Lenda da Mandioca

A mandioca é uma raiz amidosa, muito volumosa, usada para fazer um especial tipo de farinha. A farinha da mandioca faz parte da comida diária dos nativos da Amazônia, e é usada só ou acompanhada de arroz, batata, milho, e como acompanhamento para peixe, carne ou feijão. Esta raiz possui um forte veneno, cianide que precisa ser eliminado durante a preparação da farinha. Isto é feito durante o cozimento ou fermentação da raiz. A massa obtida é tostada e está pronta para armazenagem. Em épocas remotas, a filha de um poderoso tuxaua foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante por ter engravidado misteriosamente. Parentes longínquos iam levar-lhe comida para seu sustento, e assim a índia viveu até dar a luz a uma linda menina, muito branca, o qual chamou de Mani. A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe tuxaua esquecer as dores e rancores e cruzar os rios para ver sua filha. O novo avô se rendeu aos encantos da linda criança a qual se tornou muito amada por todos. No entanto, ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e enterrou a filha perto da cabana onde vivia e sobre ela derramou seu pranto por horas. Mesmo com os olhos cansados e cheios de lágrimas ela viu brotar de lá uma planta que cresceu rápida e fresca. Todos vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre, e todos queriam prová-la em honra daquela criança que tanto amavam. Desde então a mandioca passou a ser um excelente alimento para os índios e se tornou um importante alimento em toda a região. Mandi = Mani, nome da criança. oca = aca, semelhante a um chifre.

A Lenda do Boto

Existe dois tipos de botos na Amazônia, o rosado e o preto, sendo cada um de diferente espécie com diferentes hábitos e envolvidos em diferentes tradições. Viajando ao longo dos rios é comum ver um boto mergulhando ou ondulando as águas a distância. Diz-se que o boto preto ou tucuxi é amigável e ajuda a salvar as pessoas de afogamentos, mas dizem que o rosado é perigoso. Sendo de visão ineficiente, os botos possuem um sofisticado sistema sonar que os ajuda a navegar nas águas barrentas do Rio Amazonas. Depois do homem eles são os maiores predadores de peixes. A lenda do boto é mais uma crença que o povo costumava lembrar ou dizer como piada quando uma moça encontrava um novo namorado nas festas de junho. Em estas noites se fazem fogueiras e se queima foguetes enquanto se desfruta de comidas típicas e se dança quadrilhas e outras danças ao som alegre das sanfonas. As lendas contam que em estas noites, quando as pessoas estão distraídas celebrando, o boto rosado aparece transformado em um bonito e elegante rapaz, mas sempre usando um chapéu, porque sua transformação não é completa, pois suas narinas se encontram no topo de sua cabeça fazendo um buraco. Como um cavalheiro, ele conquista e encanta a primeira jovem bonita que ele encontra e a leva para o fundo do rio, engravidando-a e nunca mais voltando para vê-la. Durante estas festividades, quando um homem aparece usando um chapéu, as pessoas pedem para que ele o retire para que não pense que ele é um boto. E quando uma jovem engravida e não se sabe quem é o pai, é comum dizerem ser "do boto".

Lenda do Guaraná
O guaraná é um fruto da Amazônia usado para fazer uma soda ou refrigerante de sabor doce e agradável. É uma bebida bastante popular na Amazônia. A origem deste fruto é explicada na seguinte lenda: Um casal de índios pertencente à tribo Maués viviam juntos por muitos anos sem ter filhos, mas desejavam muito ter uma criança ao menos. Um dia, eles pediram a Tupã uma criança para completar aquela felicidade. Tupã, o rei dos deuses, sabendo que o casal era cheio de bondade, lhes atendeu o desejo trazendo a eles um lindo menino. O tempo passou rapidamente e o menino cresceu bonito, generoso e bom. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia uma extrema inveja do menino e da paz e felicidade que ele transmitia, e decidiu então ceifar aquela vida em flor. Um dia o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari se aproveitou da ocasião para lançar sua vingança.
Ele se transformou em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o instantaneamente. A triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoaram na floresta e fortes relâmpagos caíram pela aldeia. A mãe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria dando saborosos frutos. Os índios obedeceram ao pedido da mãe e plantaram os olhos do menino. Neste lugar cresceu o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos.


A Lenda da Vitória Régia
A maior lili aquática no mundo é a Vitória Régia, nativa da bacia do Rio Amazonas. Suas folhas arredondadas atingem até 2 m de diâmetro e possuem as bordas pronunciadas e levantadas. A vitória régia flutua graciosamente na água e pode sustentar o peso correspondente ao tamanho de um pequeno animal. Quando floresce, suas pétalas são brancas ou levemente rosadas, com bordas esverdeadas. Há muitos anos, nas margens do majestoso Rio Amazonas, Naia, uma jovem e bela índia ficava a admirar e contemplar por longas horas a beleza da lua branca e o mistério das estrelas. Enquanto o aroma da noite tropical enfeitava aqueles sonhos, a lua deitava uma luz intensa nas águas, fazendo Naia subir numa árvore alta para tentar tocar a lua. Ela não obteve êxito. No próximo dia, ela decidiu subir as montanhas distantes para sentir com suas mãos a maciez aveludada do rosto da lua, mas novamente ela falhou. Quando chegou lá, a lua estava tão alta que retornou à aldeia desapontada. Ela acreditava que a Lua era um bonito guerreiro - Jaci, e sonhava em ser a noiva desse bravo guerreiro. Na noite seguinte, Naia deixou a aldeia esperando realizar seu sonho. Ela tomou o caminho do rio para encontrar a lua nas negras águas. Refletida no espelho das águas, lá estava a Lua, imensa, resplandecente. Naia, em sua inocência, pensou que a lua tinha vindo se banhar no rio e permitir que fosse tocada. Ela mergulhou nas profundezas das águas desaparecendo para sempre. A lua, sentindo pena daquela tão jovem vida agora perdida, transformou Naia em uma flor gigante - a Vitória Régia - com um inebriante perfume e pétalas que se abrem nas águas para receber em toda sua superfície, a luz da lua.

A Lenda do Pirarucú

O pirarucu é um peixe da Amazônia, cujo comprimento pode chegar até 2 metros. Suas escamas são grandes e rígidas o suficiente para serem usadas como lixas de unha, ou como artesanato ou simplesmente vendidas como souvenir. A carne do Pirarucu é suave e usada em pratos típicos da nossa região. Pode também ser preparada de outras maneiras, frequentemente salgada e exposta ao sol para secar. Se fresca ou seca, a carne do pirarucu é sempre uma delícia em qualquer receita. Pirarucu era um índio que pertencia a tribo dos Uaiás que habitava as planícies de Lábrea no sudoeste da Amazônia. Ele era um bravo guerreiro, mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo. Pirarucu era cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder. Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a tribos vizinhas, Pirarucu se aproveitou da ocasião para tomar como refém índios da aldeia e executá-los sem nenhum motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses. Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que cansado daquele comportamento, decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhasse seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçú, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucú, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins, não muito longe da aldeia. O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprezo. Então Tupã enviou Xandoré, o demônio que odeia os homens, para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Xandoré acertou o coração do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão. Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva terrivelmente assustados, enquanto o corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo foi o terror da região.