31 outubro, 2008

Somos Bruxas!





Graças a liberdade de expressão posso nesse momento falar abertamente sobre quem sou e o que faço.
É dever de informar a sociedade sobre a verdade da Arte. Nós Bruxas nesses últimos séculos, permanecíamos incógnitas, tal atitude pesou contra nós, pois só quem fala sobre nós, são os que não nos conhecem. É necessário que falemos a respeito, pois nada mais temos para ocultar.
Sou bruxa que utilizo meus dons, que é um misto de magia com ciência, existem outras, que trabalham para cumprir missões de ajuda solidária.
Todas praticamos muitas das mesmas artes que serviram de base para cultura humana e que foram consideradas sagradas para a Deusa. Cozinhamos, costuramos, manipulamos ervas, hoje com o conhecimento científico de todas elas, fazemos fogueiras, instalamos altares, recitamos preces e cânticos, realizamos rituais de cura, enfim tudo.


A DEUSA E O PATRIARCADO


A importância da mulher não mais poderá ser negada, pois ela possuir a capacidade de dar a luz, de produzir o leite e de sangrar com as fases da lua. Fatos que foram definitivos para os observadores primitivos notassem que a mulher e a natureza repartiam o papel de Grande Mãe.
Entre os celtas, o sacerdócio era todo feminino e, tais sacerdotisas eram chamadas de druidas. A palavra "druida" é derivada do grego "dryad", uma "ninfa do carvalho". O termo também era aplicado às sacerdotisas de Ártemis.
O saber druídico foi transmitido oralmente, mas investigações contemporâneas nos levam a crer as práticas mágicas dos mistérios driádicos dos gregos, passando depois pelos druidas, manifestam-se hoje nos conjuros e sortilégios das modernas bruxas.
As sacerdotisas druidas da Grã-Bretanha estavam divididas em três classes. A classe mais alta vivia em regime de celibato em conventos. Essas irmandades alimentavam as fogueiras sagradas da Deusa e foram assimiladas na era cristã como monjas. As outras duas classes podiam casas e viver nos templos ou com seus maridos ou famílias. Com advento do cristianismo, foram chamadas de "Bruxas".
Com a chegada das religiões patriarcais, os Deuses solares tornaram-se heróis e as Deusas da Terra e da Lua passaram a ser as vilãs. A própria história da criação, que falava de nascimentos partenogenéticos e nascimentos de seres andrógenos, passaram a ser proveniente de uma fonte masculina. São vistas Deusas brotando das coxas e cabeças dos Deuses e não mais de um ventre feminino.
E, à medida que a concepção religiosa foi se afastando da Grande Deusa, tudo que estava associado à terra, corpo, sexo e mulher, tornou-se sujo, impuro e maléfico. Assim, a natureza humana como terrena, e o terreno, e com ele o feminino, passam a ser caluniado como repulsivos e maus.
Mas tanta insensatez não para por aí, os historiadores da religião interpretando à luz de seus valores patriarcais, argumentaram que a evolução do politeísmo para o monoteísmo era uma marca do avanço da civilização. Mas, o que realmente aconteceu com a chegada de um único Deus, foi à degradação da Terra, da mulher e do sexo.
As culturas que se desenvolveram em torno de um Deus Pai autoritário oprimem todos os que não se enquadram à imagem do homem adulto e todo-poderoso: as crianças, os gays e as comunidades não-humanas da vida animal, vegetal e mineral com quem convivemos e compartilhamos o nosso planeta.
As incursões patriarcais só surgiram com o desenvolvimento da metalurgia, em 2.500 a.C., aproximadamente. Mas as culturas matriarcais, que eram devotas a Grande Deusa, não desapareceram de um dia para outro, mas foram lentamente erodidas pela própria natureza da nova guerra.
A revolução patriarcal da Idade do Bronze coincidiu com o início da "escrita". Entretanto, o patriarcado é um desenvolvimento bastante recente nos últimos quatro mil anos, comparada com as centenas de milhares de anos em que os seres humanos viveram as sociedades matriarcais.


BRUXAS, COMO SÃO ELAS?


Cada cultura teve seus visionários. Eles são encontrados nas histórias da Suméria, de Creta, da índia, do Egito, da Grécia, da África, das Américas, etc. Na Europa ocidental, pareceram com os druidas, que eram sacerdotes e sacerdotisas da raça céltica cujas origens ainda estão envoltas nas brumas da história. Essa é minha descendência, pois minhas ancestrais vieram da Irlanda e da França, uma região onde a sabedoria e magia celta eram muito difundidas. E, ainda hoje, é dos costumes espirituais celtas que deriva boa parte da Arte praticada pelas bruxas modernas.
A própria palavra "bruxa" (witch, em inglês) é maravilhosa, pois traz lembranças até ao espírito mais cético. No anglo-saxão antigo, a palavra "wicca", referia-se a uma vidente, ou aquela que poderia prever o futuro por meio de magia.
A palavra "Witch" origina-se da antiga raiz germânica "wit", que quer dizer "saber". Novamente temos as bruxas associadas a pessoas de muito saber, ou seja, versadas em verdades científicas e espirituais.
Em muitas línguas, Bruxa é a palavra usada nos termos comuns e cotidianos para sabedoria. É a sabedoria que enriquece a alma, não apenas o espírito. E, quando o cérebro deixar de existir, somente a sabedoria da alma sobreviverá.
Somos criaturas humanas, rimos, sonhamos, sangramos e vivemos nesse mundo. A magia que usamos é parte de uma sabedoria universal.
Nossa magia jamais foi usada para praticar o mal e todos nossos rituais são orientadas para a fertilidade e para reverenciar o Deus Cornífero e a Tríplice Deusa com cânticos, danças, meditações. Nossa Arte é uma religião organizada, que nada tem a ver com o culto do diabo.
A maior das missões das Bruxas desse século tem sido provar que as práticas pré-cristãs não se extinguiram com a chamada dos povos pagãos à Igreja e, ainda, mostrar de forma convincente que o Deus Cornífero de nossos ancestrais não era o Satã cristão.
Não é difícil distinguir a Feitiçaria do satanismo. As Bruxas usam o pentáculo com a ponta para cima. Os satanistas invertem-no com a ponta para baixa, tal como invertem o crucifixo. As Bruxas jamais usam crucifixos para qualquer fim, seja na posição correta ou invertido. Nunca usamos o 666. Não sacrificamos animais para qualquer fim. Não dizemos o Pai Nosso de trás para diante, não celebramos Missas Negras ou de qualquer outra cor. Também não usamos crianças em nossos rituais e não projetamos danos físicos a quem quer que seja. Além disso, não recrutamos ou fazemos proselitismo.
A Feitiçaria é uma Arte que todos praticamos, quando estamos em total harmonia com a Natureza, quando não permitimos que maltratem um animal ou quando impedimos de sacrifiquem uma árvore, pois nossa religião é ecologicamente correta e hoje a nossa maior preocupação é a preservação das espécies e de nosso planeta.
Muitos são os que dizem que hoje a bruxaria está em moda, talvez por influência de filmes como os de "Harry Potter", onde o arquétipo do Mago ressurge nesses pequenos aprendizes de magia, que estão encantando pequenos e adultos. Também a Trilogia do Senhor dos Anéis, com elfos, hobbits, magos, orcs e trolls, surgiu nas telas do mundo, para despertar o homem para o real estado das coisas e de nosso papel neste mundo. Talvez nem todos entenderam a verdadeira mensagem, mas que ela foi dada, ah.
Isso foi!
Não só compreendemos, mas vivemos a visão espiritual dos nossos ancestrais, que reconheceram o poder divino na Terra e nos processos naturais. Todas nós possuímos conhecimentos e técnicas para realizar nossos próprios poderes divinos, tão necessários para viver em harmonia com a criação.

(O texto acima não é de minha autoria, que alias, desconheço, mas as palavras cabem perfeitamente no que quero dizer neste dia.)

01 outubro, 2008

O Simbolismo Animal

O Simbolismo Animal

Tratar alguém por nomes de pássaros, passar do galo ao asno...
Algumas palavras de ternura: minha gata, meu gato, filhote, pombinha, pombinho, pantera...
O vôo dos corvos sobre as planícies, língua de víbora, olho de lince, raposa velha, falcões, gaviões, lobo em pele de cordeiro...
Teimoso como uma mula, orgulhoso como um galo, esperto como um macaco...

Expressões corrente que atestam a importância da presença animal na vida de todos nós diariamente. Forjam um bestiário abstrato, que povoa nossa fraseologia cotidiana e reafirmam, embora indiretamente, a natureza animal do ser humano.
O animal age por instinto. E que é o instinto senão inteligência natural e inata, que o homem também deve ter possuído em idades remotas? É certo que as relações entre o homem e o animal, outrora mais harmoniosas, sem dúvida, degradaram-se com o tempo.
O drama do ser humano é que só age a partir de sua celebridade orgulhosa, e se esquece da inteligência, do coração, a qual, não obstante, é o que há de melhor nele.
Nessas condições, como esperar que encontre seu lugar na Natureza e no Universo?
Esse lugar, que lhe cabe por direito, ele o perdeu por seus atos antinaturais, ele, que só pensa em juntar riquezas materiais e rejeita as da alma infinitas. E a paixão - amor ou ódio - inspirada ao homem pelo animal não tem algo da parcela de divindade que o ser humano não cessa de perder e procurar?
Porque essa Natureza Cósmica do homem não é senão a Natureza mesma, a Natureza do animal, que o ser humano inveja e rejeita.
O animal tem, pois, lugar todo particular no imaginário humano. O espaço do pensamento que ele ocupa é importante.
O simbolismo animal reflete não os animais, mas a idéia que o homem tem deles e, talvez definitivamente, a idéia que tem de si próprio.
O simbolismo animal está profundamente gravado em nosso inconsciente coletivo. Herdamos sentimentos e recordações inconscientes que condicionam nosso comportamento consciente

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Nas religiões antigas existem registros de rituais do homem e do animal em todos os hemisférios. Exemplos como Ganesha, a divindade hindú, forma humana com cabeça de elefante; no Egito, Thot, forma humana com cabeça de falcão.

Na astrologia os símbolos astrológicos são animais. Na astrologia chinesa idem. Nos chacras, há para cada vórtice um animal que carrega o bija (O Mantra Semente). A Kundalini é representada por uma serpente.

O simbolismo animal também está presente em todas as linhas de ocultismo, na alquimia, nas cartas de tarô, nas runas, no I Ching, etc.
Desde tempos imemoriais as pessoas procuram por visões e mensagens do Grande Espírito. A forma mais comum desde então é o contato mais íntimo com a natureza através de uma interação com os animais. As plantas e as pedras. Destes eram absorvidas mensagens que orientavam nos dando direção, proteção e cura, nos ajudando em nossa sobrevivência e harmonia com a Mãe Terra.
Dos animais podería-se tirar e entender mais mensagens que eram aprendidas a partir da simples observação de seu hábitos e interação com o ambiente. De uma águia podemos retirar a lição de liberdade, coragem, foco, altos ideais, visão poder e espírito.
Os animais podem nos ensinar muito. De suas qualidades podemos aprender o que está faltando ou sendo mal direcionado em nós. Portanto tudo que você tem a fazer é prestar atenção na mensagem de cada animal, pois estes podem nos refletir nossas próprias características. Ocorrências de sincronicidade se tornam freqüentes nos alertando para estas mensagens.
Existem vários métodos de conexão e comunicação destas fontes inesgotáveis de conhecimentos e harmonia que podem ser percebidos pela simples aparência, atividade ou comportamento de um animal. Descubra o seu animal de poder prestando atenção nestes detalhes. Examine cada mensagem cuidadosamente para seu fortalecimento, direção e cura.
Um animal de poder ser um mamífero, um pássaro, um peixe, um inseto ou um réptil. Procure por seu animal de poder, suas qualidades e mensagens.

Aparece em diferentes cultos religiosos da Ásia Central e Setentrional, África, Américas e Oceania, em culturas antigas em diferentes estágios de evolução, particularmente nas sociedades indígenas.
Por essa razão, o Xamanismo não é considerado uma religião propriamente dita, mas um traço característico a diversas religiões.
Usualmente, as principais tarefas destinadas a um Xamã são a cura, a adivinhação e a busca de soluções para problemas ou questões da coletividade.
É comum que o Xamã entre em estado de transe emocional e que utilize plantas, animais e minerais em sessões rituais, que podem incluir a ingestão de bebidas muitas vezes alucinógenas.

O Xamanismo é a "Arte" ligada aos poderes dos elementos, à Gaia (Terra), às forças oriundas dos animais, plantas dos bosques e florestas e de nossos ancestrais.
Os Xamãs cultuam o "Grande Espírito", Pai-Mãe Criador, que é "Deus". Possuem técnicas milenares, de onde provém a prática em descobrir no seu instinto, como cultivar o animal que todos levamos dentro de nós e que em qualquer momento pode chegar a manifestar-se.
Essa característica passa por povos, lugares e tempos diversos, e sempre encontra uma forma de se expressar, manifestando-se em estados puros de agressividade, nos momentos de por a prova o poder que cada um tem para sobreviver em um ambiente hostil, seja na selva, seja nas cidades.
As vivências no Xamanismo em estado puro e selvagem, é totalmente diversa do Xamanismo praticado nas cidades de todo o mundo. Nas cidades, a prática do Xamanismo também se faz presente, mas se traduz em um estado e uma vivência bem diferente do Xamanismo praticado em plena selva, onde o animal de poder é freqüentemente observado em seu aspecto puro e se adota sua postura, forma e poder, para desenvolver tarefas no mundo dos espíritos.

Segundo as tradições indígenas todo ser humano possui um totem animal, um espírito em forma de animal que além de emprestar algumas de suas características ao Xamã, também age como guardião e conselheiro, chamado "Animal de Poder".
O "Animal" desperta no Xamã instintos adormecidos que podem deixá-lo melhor preparado para enfrentar as situações adversas.
O grande desafio do iniciado no Xamanismo, é encontrar esse animal, identificá-lo e domesticá-lo, cavalgando no seu poder. O verdadeiro Xamã se converte em seu animal de poder, descendo aos porões do reino animal, para dele melhor compreender sua missão e a sua força neste mundo. Porque é do nosso animal de poder que tiramos forças para lutar, competir, enfrentar nossos inimigos e vencer obstáculos, usando a sua força animal.
Dependendo do animal que se manifestar, o Xamã poderá adquirir certos poderes mágicos, como por exemplo: Ver mais longe (Águia, ou Gavião), enxergar inimigos ocultos (Coruja), perseguir seus objetivos (Falcão), etc.

Para os Yanomami da Amazônia e Venezuela, todo homem tem como seu duplo anímico um animal de poder, chamado de "duplo animal". Os animais também podem ser espíritos de ancestrais, que vivem nas florestas e que assumiram essa forma por terem comportamentos descontrolados ou fora de alguma regra social.
Conectar com um animal de poder através de sua sabedoria de sobrevivência, comportamento e maestria é conectar com nossa própria essência e com as qualidades instintivas que tem o ser humano como parte da Natureza.
É buscando esse poder animal dentro de nós que nos preparamos para as batalhas da vida e do espírito.

Veja algumas descrições desses animais de poder, de acordo com as tradições das Tribos Brasileiras:

OS ANIMAIS DE PODER


UIRAPURU - Pássaro raro, não se permite ver facilmente. Quando se mostra, sempre está disfarçado para que não o notem. Seu canto é inédito, mas é considerado de beleza rara e única. Traz paz e ao cantar todas as outras criaturas da floresta calam-se para ouvi-lo.


SERPENTE - A serpente é aquela que ergue a vida e cria a realidade, é o poder criativo, transmutador e nos faz conhecer valores profundos do ser. Para os Guarani, é o eixo por onde se ergue o ser humano, a coluna vertebral. Na sua base está o poder gerador de vida da Grande Mãe.

CORUJA - É a sabedoria. Tem a capacidade de ver o oculto e inconsciente. Conhecedora dos mistérios, ela permite-nos vencer o temor e aprender a qualidade da consciência do existir em todos os níveis e do fluir. Por ver na escuridão, sua qualidade também está no ultrapassar as limitações do perceptível, mostrando-nos a totalidade e as várias realidades, da qual o mundo material é apenas uma parte.


ESCORPIÃO - Animal de poder muito importante encontrado na cerâmica de civilizações amazônicas, representa a proteção e a preservação da natureza humana ou animal. Está associado à capacidade de atacar quando ameaçado, sendo capaz de qualquer coisa para manter a sua integridade.

JABUTI - É um animal de grande longevidade. Suas qualidades estão associadas à esperteza, inteligência, paciência, tranqüilidade, atenção, fé, força e coragem.

PAPAGAIO - Assim como a arara, o papagaio é multicolor, transmite alegria e a força do arco-íris. Desperta a retórica, o saber falar e o quê falar. Pelo seu poder de comunicação, aproxima-se facilmente do homem. Pode ser considerado uma ponte entre o mundo dos pássaros e dos humanos.

ONÇA - A onça é deliberadamente solitária. É astuciosa, observa os movimentos da presa antes de atacá-la. Como qualidades desse animal, desperta o aprender a conviver consigo mesmo e a não depender dos outros para atingirmos objetivos. Ensina a conquista do nosso espaço, a cautela, o saber agir, a habilidade e a agilidade.

Utilizamos os animais da fauna brasileira apenas para ilustrar o nosso trabalho de uma maneira coerente com as tradições das tribos com as quais estamos mais familiarizados.
É evidente que além desses animais, poderão se manifestar outros, de outras tradições, tais como: Lobo, Cavalo, Urso, Morcego, Raposa, etc. e, até animais considerados domésticos, como o Cão e o Gato.

RITUAL PARA DESPERTAR O ANIMAL DE PODER

Numa noite de lua cheia, tome um banho de ervas (de sua preferência) e sal grosso, coloque uma roupa limpa e confortável, dirija-se a um local tranqüilo, se possível ao ar livre.
Acenda uma pequena fogueira. (que deverá ser extinta no final do ritual, tomando todos os cuidados para não provocar incêndios).
Faça um círculo mágico com pedras previamente recolhidas, sente-se de pernas cruzadas no centro do círculo e de frente para a fogueira que deverá estar fora do círculo.
Acenda uma vela branca à sua esquerda e um incenso (de sua preferência) à sua direita.
Tenha à mão um maço de ervas secas de sua preferência (Arruda, alecrim, benjoim, alfazema, etc.)
Jogando um punhado de ervas na fogueira, faça a seguinte invocação:
"Que o Grande Espírito esteja comigo hoje e sempre."
“Eu (diga seu nome), seu (sua) filho (a), peço sua permissão para iniciar este ritual.
Espíritos ancestrais, acendam as chamas dos irmãos animais, para que possam iluminar meu caminho."
Jogue mais um punhado de ervas na fogueira e diga:
"Ancestrais, antigos aliados, aqueles que trazem a memória do tempo, ouçam meu pedido, sintam minha intenção, estejam comigo."
"Nas patas do cavalo, nos olhos da coruja, nas asas da águia, nas garras da onça, no bico do gavião, que se acenda em minha alma a força do meu animal guardião."
Jogue outro punhado de ervas na fogueira.
"Que meu animal guardião se apresente agora, que eu possa senti-lo e a ele me religar."
Respire profundamente e deixe a sua mente vagar em busca do animal. De olhos fechados, deixe que seu animal se apresente. É possível que vente nesse momento, ou ocorra algum fenômeno atmosférico, como um trovão, por exemplo, não se assuste.
Sinta seu corpo, sinta seus pés, sinta as patas do animal fundindo-se aos seus pés e mãos. Sinta suas pernas, braços e tronco. Sinta todas as partes de um animal se fundindo ao seu corpo. Procure identificar o animal. A essa altura você já saberá qual é este animal, então sinta a cabeça do animal fundindo-se à sua cabeça.
Nesse momento você será o animal, começará a sentir-se como o animal, não tema, pois estará protegido no círculo mágico. Sua mente poderá assumir o animal e explorar o território sob a identidade do animal. Se for um pássaro, poderá voar, se for um peixe experimentará a sensação de nadar, se for um felino sentirá seu poder, e assim por diante.

Concentre-se no animal e experimente o seu poder, seja o animal, viva o animal.
Este ritual poderá durar horas ou minutos, dependerá exclusivamente de você.
Quando quiser finalizar o ritual, agradeça ao Grande Espírito e as entidades presentes, por esta experiência, bata palma três vezes, dizendo: “Este ritual está encerrado”.
Apague a fogueira, desfaça o círculo.
Caso não consiga despertar seu animal, no primeiro ritual, não desista, quando chegar em sua casa, faça a seguinte oração:
“Espíritos antigos, meus ancestrais, em nome do Grande Espírito, ouçam minha oração, revelem-me em sonho meu animal guardião.”

Repita o ritual na próxima lua cheia.

Obs.: Este ritual poderá ser adaptado, para ambientes fechados, apenas substituindo a fogueira por um braseiro em um incensório de olíbano, ou outro recipiente com a mesma finalidade, as ervas poderão ser substituídas por tabaco aromatizado.
Pode-se utilizar música, de preferência indígena ou instrumental.
Poderá também ser aplicado em grupo, sob a orientação de um Xamã.


"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos".
Provérbio Ute

Sérgio Sakall