18 fevereiro, 2008

Elementais Brasileiros


A literatura brasileira na beleza pagã de seus moldes está despertando à medida que nós, nascidos do ventre dessa terra, interpretamos a natureza doce e tumultuária desse paraíso. Realmente, não há país igual no mundo como nosso Brasil. Um magnífico espetáculo nos oferece aqui, a natureza.
Nada se iguala a diversidade da flora e da fauna: árvores e quelônios trevos e borboletas, flores exóticas e aves abrindo as asas aos raios do sol, explicando com mil gorjeios a alegria que sentem.
O Brasil é um mundo à parte, botânica e zoológicamente diferente. Grandiosos, fascinante, a estimular a tendência fatal do homem para os mistérios inquietantes.


Respira-se um ar de magia!
Mas, não é só o que canta, o que grita, o que sopra, o que silva e assobia na floresta, onde as árvores se abraçam, se apertam e se confundem, mas é também essa terra, cenário e berço de um rico habitat de seres encantados.
É tão somente aqui, que encontramos Iaras sedutoras, cujos braços voluptuosos só prendem os fortes. A nossa Iara, não só faz com que nos apaixonemos por ela, mas nos transforma, nos estimula a passar por uma prova de resistência, uma forja que destrói os valores falsos e retempera os verdadeiros. O canto da Iara é a voz irresistível do nosso sangue e de nossas tradições.
Todo o Brasil está cheio de lendas românticas, práticas, enternecedoras, apavorantes ou sarcástica. São as vozes secretas das florestas, bosques, campos, rios e lagos que cantam nas vozes subterrâneas do seu mundo interior: no seu fabulário, na sua teogônia, na sua mitologia, bárbara e bela.
Ouve-se, vê-se, sente-se ou adivinha-se todo esse mundo assombroso onde duendes, gnomos, fadas, ondinas e salamandras, desfraldando as bandeiras do arco-íris nas flores, nas flores e na plumagem de nossas aves!


CAIPORA
O caipora é o ser encantado que guarda a maior das riquezas do nosso índio: a caça. Quando o caçador não lhe oferece fumo, não consegue matar um só bicho. Anda montado em um porco feroz chamado de caitetú, de cachimbo à boca. Duende tutelar das florestas cuida das árvores e dos animais, o que o torna benéfico ou maléfico aos freqüentadores dessas, segundo as circunstâncias e o seu procedimento.

MATINTA PERERA
É uma pequena coruja-duende que possui a faculdade de transformar-se em uma velha negra, de saia vermelha e toda esfarrapada que brinca ou castiga os meninos se esses são malcriados. Ela é o arquétipo da Deusa Anciã que nos proporciona um sentimento de inteireza e integridade. O modo de aprender com Matintaperera é olhar para o interior e sentir intuitivamente o que está se passando. É um ser encantado que chegou ao Brasil com o comércio dos escravos com a África.

ARACI
Na mais longínqua e remota antiguidade, Itaquê, um mortal, amou a imortal Jaci (Lua). Dessa união nasceu Araci, que ao morrer, foi elevada aos céus, por sua divina mãe, tornando-se a ninfa das manhãs e da aurora. Ela também foi, a responsável pelo nascimento do Juazeiro. Araci é um arquétipo orientado para os relacionamentos que motiva-nos a valorizar o processo criativo e nos ensina a sermos mais receptivos às mudanças. É um ser encantado relacionado com a fertilidade e prosperidade.


IARA


Moldada de acordo com as sereias irresistíveis de Ulisses, metade peixe metade mulher, a belíssimo ninfa vive nas margens do igarapés, nas bordas dos lagos, nos taludes dos rios, seduzindo os homens, encantando-os e carregando-os para o fundo. Ela é o arquétipo da transformação, pois é descendo até seus domínios que aprenderemos a sobreviver de maneira diferente e a aguardar a chance de renascer.


ICAMIABAS
São as lendárias Valquírias brasileiras que defendem seus domínios do olho cobiçoso do estrangeiro. Elas são seres feéricos que dormem no fundo dos lagos, escaldando a imaginação do povo. Elas são arquétipos da Deusa Virgem e são a pura essência da mulher e de tudo aquilo que ela valoriza. Com elas aprendemos a desenvolver a percepção enfocada, que pode ser tão penetrante ou cortante em sua habilidade de analisar, que pode ser incrivelmente preciso ou destrutivo, dependendo da intensidade e no que ela é focalizada.


ALAMOA
É uma fada-rainha que habita um lindo reino encantado em Fernando de Noronha. Seu palácio soberbo está metamorfoseado no Pico. Ela monta cães selvagens que vivem no alto dos montes soltando longos e sinistros uivos. Ela é uma fada incrivelmente sedutora que parece ter sido feita para satisfazer a volúpia dos homens. Mas cuidado com ela, pois os enamorados que transpõe a Porta do Pico, crentes que irão usufruir as delícias daquele corpo fascinante, só verão Alamoa transformar-se de repente em uma caveira. Alamoa é o arquétipo lunar que representa o caráter cíclico da vida, tão compreendido por todas as mulheres e que, permanece um completo mistério para os homens. Com essa fada podemos compreender as leis da nossa própria natureza, que não estão sujeitas a regulamentos, restrições e tabus da atual sociedade patriarcal.


JURURÁ-AÇU


É um ser feérico que por castigo, Tupã fez nascer em suas costas, uma espécie de concha e cobriu seu corpo com uma cor amarelada. Transformou-se assim, na feia, mas encantada tartaruga, que habita as águas doces dos rios. Conta outra lenda, que por ter libertado o deus infernal Anhangá, tornou-se o único ser encantado que podia entrar e sair livremente dos infernos. A concha da tartaruga, portanto, simboliza o mundo subterrâneo e o reino dos mortos, mas também está associada às idéias de fecundidade, riqueza e felicidade. Está associada com a chuva e o orvalho.


BOTO
É o ser encantado que protege os rios e que tenta unir-se sexualmente às moças virgens, às casadas e às viúvas. Para tanto, à meia-noite, transforma-se em um jovem príncipe, de espada na cintura, pluma no chapéus, punhos de renda e carregando um tamborim, senta-se num tronco da ribanceira. Sedutor e fecundador obcecado, ele sente o odor feminino a grandes distâncias. O Boto desperta em nós o arquétipo do herói, pois cada um de nós reconhece a sutil sedução dos confortos e os medos que nos paralisam. Ele é a formalização da força vital, a ativação da libido rumo a um maior desenvolvimento. O boto é símbolo de vida, fecundidade, alegria e sorte.


SUMÁ
Sumá era um "Espírito da Terra", filha de deuses misteriosos, guerreira que orientava e protegia a agricultura. Uma lenda bem antiga afirma ser ela filha de Tupã (Deus Trovão) e Jaci (Deusa Lua). Ela vagava sobre a terra envolta em uma negra manta. Sumá representa o ato de "despertar'“, nascer “ou” brotar “, que capta o aspecto ambivalente da consciência matriarcal, para o qual a luz do conhecimento” desperta “, da mesma forma que uma semente brota. Como era um arquétipo da Terra Feminina, foi considerada uma inimiga dos homens. Com Sumá aprenderemos a amar mais nossa terra, preservando a natureza e todos os seres que nela habitam, seja mineral, vegetal ou animal”.


COBRA GRANDE


É a "Senhora dos Elementos", tinha no passado poderes cosmogônicos e muitas lendas relacionadas com ela explicam a origem das espécies. Conta uma lenda que uma cunhã engravidara da coisa-má, ou por beber um ovo de mutum, onde havia um cabelo humano, dando à luz a uma grande cobra que a perseguia por toda à parte. Logrando esconder-se, foi procurada, em vão, pelo animal. Desiludido, voou para o céu, transformando-se na constelação serpentário. A Cobra Grande simboliza a dimensão mais numerosa, ameaçadora, fascinante e inconsciente da psique. Contém os opostos de matéria e espírito e, em geral, simboliza a própria essência do inconsciente. É também um símbolo fálico.


ACUTIPURU
Para nossos índios, o Acutipuru, é um pequeno roedor também conhecido por Caxinguelê, que é intocável. Acreditam que é na forma de Acutipuru que a alma abandona o corpo dos que morrem. O Acutipuru leva em si a sabedoria, as experiências e os sonhos daqueles que deixam essa vida e passam para o "Outro Mundo" cheio de mistérios. Para os caboclos, o Acutipuru é um ser encantado, mensageiro dos sonhos, que semeia nas almas adormecidas a realização dos desejos e aventuras maravilhosas. É através do Acutipuru que os sonhos podem tornar-se realidade.

CABI


O Cabi é um pequeno Tajá, que quando "curado" e cuidado, pia a chora. Deve ser plantado por um pajé ou alguém que já foi iniciado na arte da magia, em um lugar reservado perto da moradia, funcionando como um guardião-protetor. Se alguém tentar entrar na casa, estando ela deserta, transforma-se em onça ou outro animal feroz. Ás vezes pode transformar-se em veado, que mesmo que seja alvejado, nunca morre e continuará guardando a casa.

01 fevereiro, 2008

Miss é barrada em júri de concurso de beleza por causa de "bruxaria"



Stéphanie, de 23 anos e vencedora de um concurso de miss no Canadá em 2007, já tinha tudo preparado para fazer parte do júri que decidirá em fevereiro a vencedora do concurso Miss Toronto Turismo, mas recebeu uma carta da organização afirmando que ela tinha sido eliminada por gostar de tarô.
A organização do evento afirmou que a "leitura do tarô e do reiki (uma prática originada no Japão) fazem parte do oculto e não é aceitável por Deus, os judeus, muçulmanos ou cristãos".
A organização reafirmou à imprensa sua decisão através de sua porta-voz, Karen Murray.
"Aceitamos (pessoas de) todas as religiões e todas as nacionalidades, mas as rejeitaríamos se estivessem envolvidas em bruxaria", afirmou.
Aparentemente Stéphanie forneceu detalhes sobre suas crenças quando a organização do concurso de beleza lhe pediu uma pequena biografia.
"Disse tudo o que faço; que sou uma artista, cantora e dançarina. Contei sobre meu trabalho com a caridade e também falei sobre meus hobbies, como escrever canções, tecer, pintar, praticar ioga, reiki e as cartas do tarô", disse Stéphanie ao jornal "The Toronto Star".
Para Murray, estas características, especialmente as duas últimas, são suficientes para desqualificar Stéphanie.
"Queremos alguém com os pés na terra, não alguém no lado obscuro ou no oculto", afirmou a porta-voz.